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Arlindo Machado: ‘A fotografia como expressão do conceito’

Teoria da Imagem
A fotografia como símbolo
Marcelo R. S. Ribeiro

Faculdade Cambury
A fotografia como índice e a
mística do “momento decisivo”
         “Em termos de possibilidades criativas e
         heurísticas, a tradicional ênfase na fotografia
         como índice introduziu nessa área de
         produção simbólica uma outra distorção:
         privilegiou o aperto do botão disparador da
         câmera como o momento emblemático da
         fotografia, deixando de lado tanto os
         preparativos anteriores do motivo a ser
         fotografado e os ajustes do aparato
         fotográfico, como também todo o
         processamento posterior da imagem obtida.”
         – Arlindo Machado
         Henri Cartier-Bresson
         Atrás da estação Saint-Lazare, Paris (1932)
Robert Demachy – Speed (1904)
George Seeley
Black Bowl (1907)
Oscar Gustav Rejlander – Os dois caminhos da vida (1857)
✤   “Todo o demais, isto é, o antes e o depois do ‘clique’, é considerado
    afetação pictórica (icônica) ou ‘manipulação’ intelectual (simbólica),
    fugindo portanto do âmbito do ‘específico’ fotográfico.” – Arlindo
    Machado
✤   As formas de definir o específico fotográfico (ou cinematográfico etc.)
    estão sempre relacionadas a noções mais amplas sobre o papel que os
    meios devem desempenhar na vida humana.
Os outros momentos da fotografia

                                                   “Mas o arranjo do objeto no seu espaço
                                                   natural ou no estúdio, a disposição da
                                                   iluminação, a modelação da pose, os
                                                   ajustes do dispositivo técnico e todo o
                                                   processo de codificação que acontece
                                                   antes do “clique” é tão fotografia
                                                   quanto o que acontece no “momento
                                                   decisivo”. Da mesma forma, também
                                                   faz parte do universo da fotografia tudo
“O sistema de zonas de Ansel Adams parece ter      o que acontece no momento seguinte: a
sido a única ‘manipulação’ posterior ao registro   revelação, a ampliação, o retoque, a
universalmente aceita (ou pelo menos tolerada)
nos círculos mais restritos da fotografia.”         correção e processamento da imagem, a
                                                   posterização etc.” – Arlindo Machado
Ansel Adams
                                 Leaf In Glacier National Park
                                             (1942)



        Ansel Adams
The Tetons and the Snake River
            (1942)
Constituição indéxica ou indiciária,
       efeitos icônicos e momentos simbólicos
                   do ato fotográfico

✤   O índice, a relação indiciária ou indéxica, caracteriza o momento
    essencial, primordial, de constituição da imagem fotográfica.
    Trata-se de “um instante de esquecimento dos códigos” (Philippe
    Dubois – O ato fotográfico, p. 86)

✤   Depois da relação indiciária, referencial, pode-se dar algum efeito
    de semelhança ou similaridade.

✤   Antes e depois da relação indiciária, “de ambos os lados, há
    gestos e processos, totalmente ‘culturais’, que dependem por
    inteiro de escolhas e decisões humanas, tanto individuais quanto
    sociais” (Dubois – p. 85)
Cindy Sherman e a mise-en-scène na fotografia

                                                        Cindy Sherman
                                            Untitled Film Still #6 (1977)




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Cindy Sherman e a mise-en-scène na fotografia

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                                              Fotografia sem título da série
                                        Rear Screen Projections (1980-2000)




Cindy Sherman
Fotografia sem título da série
Rear Screen Projections (1980-2000)
Rosângela Rennó e a reapropriação
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Rio de Janeiro (foto Camilla Maia /
            Agência O Globo), 2003
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A fotoinstalação na arte contemporânea


Rosângela Rennó




                             Christian Boltanski
A fotografia expandida

“Depois de mais de um século e meio de
restrições técnicas, conceituais e ideológicas,
subvertidas apenas marginalmente pelos
artistas de vanguarda, a fotografia começa,
finalmente, a conhecer a sua emancipação e a
derrubar as fronteiras que a limitavam. Com a
câmera digital e o software de processamento
tomando rapidamente o lugar das tradicionais
técnicas fotográficas, podemos dizer que a
fotografia vive um momento de expansão,
tanto no que diz respeito ao incremento de
suas possibilidades expressivas, como no que
diz respeito às mudanças em sua
conceitualização teórica.” – Arlindo Machado          Yasumasa Morimura
                                Daughter of Art History (Princess A) (1990)
Yasumasa Morimura, a
       encenação e a manipulação no
                 auto-retrato fictício
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Yasumasa Morimura, a
                         encenação e a manipulação no
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                             Three women, three minds
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A fotografia como símbolo

  • 1. Arlindo Machado: ‘A fotografia como expressão do conceito’ Teoria da Imagem A fotografia como símbolo Marcelo R. S. Ribeiro Faculdade Cambury
  • 2. A fotografia como índice e a mística do “momento decisivo” “Em termos de possibilidades criativas e heurísticas, a tradicional ênfase na fotografia como índice introduziu nessa área de produção simbólica uma outra distorção: privilegiou o aperto do botão disparador da câmera como o momento emblemático da fotografia, deixando de lado tanto os preparativos anteriores do motivo a ser fotografado e os ajustes do aparato fotográfico, como também todo o processamento posterior da imagem obtida.” – Arlindo Machado Henri Cartier-Bresson Atrás da estação Saint-Lazare, Paris (1932)
  • 3. Robert Demachy – Speed (1904)
  • 5. Oscar Gustav Rejlander – Os dois caminhos da vida (1857) ✤ “Todo o demais, isto é, o antes e o depois do ‘clique’, é considerado afetação pictórica (icônica) ou ‘manipulação’ intelectual (simbólica), fugindo portanto do âmbito do ‘específico’ fotográfico.” – Arlindo Machado ✤ As formas de definir o específico fotográfico (ou cinematográfico etc.) estão sempre relacionadas a noções mais amplas sobre o papel que os meios devem desempenhar na vida humana.
  • 6. Os outros momentos da fotografia “Mas o arranjo do objeto no seu espaço natural ou no estúdio, a disposição da iluminação, a modelação da pose, os ajustes do dispositivo técnico e todo o processo de codificação que acontece antes do “clique” é tão fotografia quanto o que acontece no “momento decisivo”. Da mesma forma, também faz parte do universo da fotografia tudo “O sistema de zonas de Ansel Adams parece ter o que acontece no momento seguinte: a sido a única ‘manipulação’ posterior ao registro revelação, a ampliação, o retoque, a universalmente aceita (ou pelo menos tolerada) nos círculos mais restritos da fotografia.” correção e processamento da imagem, a posterização etc.” – Arlindo Machado
  • 7. Ansel Adams Leaf In Glacier National Park (1942) Ansel Adams The Tetons and the Snake River (1942)
  • 8. Constituição indéxica ou indiciária, efeitos icônicos e momentos simbólicos do ato fotográfico ✤ O índice, a relação indiciária ou indéxica, caracteriza o momento essencial, primordial, de constituição da imagem fotográfica. Trata-se de “um instante de esquecimento dos códigos” (Philippe Dubois – O ato fotográfico, p. 86) ✤ Depois da relação indiciária, referencial, pode-se dar algum efeito de semelhança ou similaridade. ✤ Antes e depois da relação indiciária, “de ambos os lados, há gestos e processos, totalmente ‘culturais’, que dependem por inteiro de escolhas e decisões humanas, tanto individuais quanto sociais” (Dubois – p. 85)
  • 9. Cindy Sherman e a mise-en-scène na fotografia Cindy Sherman Untitled Film Still #6 (1977) Cindy Sherman Untitled Film Still #3 (1977) Cindy Sherman Untitled Film Still #11 (1978)
  • 10. Cindy Sherman e a mise-en-scène na fotografia Cindy Sherman Fotografia sem título da série Rear Screen Projections (1980-2000) Cindy Sherman Fotografia sem título da série Rear Screen Projections (1980-2000)
  • 11. Rosângela Rennó e a reapropriação como procedimento criativo Rio de Janeiro (foto Camilla Maia / Agência O Globo), 2003 Gravação sobre aço inoxidável
  • 12. Kenji Ota, o acaso e a reintrodução de processos artesanais e em desuso Série Folha (1985) Tectônicas (1991) Caixa de Marimbondo
  • 13. A fotoinstalação na arte contemporânea Rosângela Rennó Christian Boltanski
  • 14. A fotografia expandida “Depois de mais de um século e meio de restrições técnicas, conceituais e ideológicas, subvertidas apenas marginalmente pelos artistas de vanguarda, a fotografia começa, finalmente, a conhecer a sua emancipação e a derrubar as fronteiras que a limitavam. Com a câmera digital e o software de processamento tomando rapidamente o lugar das tradicionais técnicas fotográficas, podemos dizer que a fotografia vive um momento de expansão, tanto no que diz respeito ao incremento de suas possibilidades expressivas, como no que diz respeito às mudanças em sua conceitualização teórica.” – Arlindo Machado Yasumasa Morimura Daughter of Art History (Princess A) (1990)
  • 15. Yasumasa Morimura, a encenação e a manipulação no auto-retrato fictício To My Little Sister/ For Cindy Sherman (1998) Singing Sunflowers (1998) Vermeer Study (A Great Story out of the Corner of a Small Room) (2004)
  • 16. Yasumasa Morimura, a encenação e a manipulação no auto-retrato fictício Three women, three minds (2004) Look, this is fashion! (2004)