1. 3.O
Período de Geologia – FINOM
Hidrologia – Ação Geológica da Água Subterrânea
Prof. Márcio Santos
www.professormarciosantos2.blogspot.com.br
“Ação geológica é a capacidade de um conjunto de processos causar
modificações nos materiais terrestres, transformando minerais, rochas e
feições terrestres. O esculpimento de formas de relevo da superfície
terrestre é um tipo de ação geológica, dominada pela dinâmica externa do
planeta Terra, conhecida como ação geomórfica.” (TEIXEIRA et al., 2000)
Á água subterrânea é o principal agente de intemperismo químico; a água
superficial é o principal agente de intemperismo físico. Juntas, água
subterrânea e água superficial, modificam o relevo.
Normalmente, a água subterrânea movimenta-se muito lentamente,
comparando-se com o escoamento superficial. Em sedimentos permeáveis,
como areia mal selecionada, a velocidade varia entre 0,5 e 0,16 cm/dia,
atingindo máximos de até 100 m/dia em cascalhos não cimentados. Em
granitos e gnaisses pouco fraturados, o fluxo atinge algumas dezenas de
centímetros por ano. Em basaltos muitos fraturados a velocidade pode atingir
100 m/dia. Já em calcários com aberturas cársticas, o fluxo pode chegar a 1.00
m/hora.
Assim, dependendo do fluxo da água subterrânea, a intensidade e a espessura
do intemperismo químico e físico, também será variável.
1. Escorregamento de
encostas:
velocidades variáveis podem ser
catastróficas (chuvas fortes +
relevo acidentado) ou rastejamento
(creep).
Escorregamento: força gravitacional
+ água, diminuição do atrito e
aumento do peso = solifluxão,
induzidos ou acelerados por
retirada da cobertura vegetal e
lançamento de águas pluviais ou
2. servidas, presença de matéria orgânica (lixo) e outros.
A velocidade dos movimentos de escorregamento de encostas é muito variável,
sendo que os deslizamentos catastróficos ocorrem, quase sempre, na estação
chuvosa, nas regiões de relevo acidentado. Entretanto, predominam os
movimentos muito lentos, chamados rastejamento (creep) do solo, com
velocidades menores que 30 cm/ano. Quando muito encharcados, o atrito que
mantém esse material preso à encosta é vencido pela força da gravidade e ele
escorrega sob a ação de seu próprio peso. Esse movimento é conhecido como
solifluxão.
Esses dois movimentos, rastejamento e escorregamento, são processos
naturais, que ajudam a modelar a superfície terrestre; porém, eles podem, e
frequentemente são induzidos ou acelerados pela retirada da cobertura
vegetal.
2. Voçorocas ou Boçorocas
São cortes que se instalam em vertentes sobre o manto de intemperismo,
sedimentos ou rochas sedimentares pouco consolidades, e podem ter
profundidades de poucos centímetros até vários metros, originam-se de sulcos
que se aprofundam até atingirem o nível de água (NA) formando vales em
forma de U com paredes abruptas e fundo plano.
3.
4. 3. Relevo cárstico: cavernas e dolinas.
Só ocorre em regiões de rochas sedimentares que sofrem dissolução pela
água. São carstificáveis as rochas carbonáticas (calcário, mármores, dolomito)
e as rochas evaporíticas constituídas por halita e/ou gipsita, estas em ambiente
árido ou semiárido.
Do ponto de vista hidrológico e geomorfológico, os sistemas cársticos são
constituídos por três componentes principais, que se desenvolvem de maneira
conjunta e interdependentes:
• sistemas de cavernas – formas subterrâneas acessíveis à exploração;
• aqüíferos de condutos – formas condutoras da água subterrânea;
• relevo cárstico – formas superficiais.
Em relevos cársticos, as rochas são dissolvidas pela água ácida resultante da
combinação da água da chuva com o gás carbônico (CO2) da atmosfera ou do
solo. Ao passar por frestas da rocha, a água dissolve e carrega
os minerais rumo ao lençol freático. Isso pode alargar as aberturas na rocha e
formar cavernas e diversas outras feições no terreno. À medida que as rochas
sob a superfície são dissolvidas, o terreno cede e formam-se dolinas ou outros
tipos de vales. Muitas vezes, várias dolinas próximas se unem por erosão,
formando úvalas (depressões maiores em largura do que em profundidade).
5.
6. Reações de dissolução do carbonato de cálcio e de sua precipitação.
Água da chuva: H2O + CO2 ↔H2CO3
Rocha calcária: CaCO3 Ca++ +
CO3
--
Reação: H2O + CO2 + Ca++ + CO3-- → Ca (HCO3)2 (bicarbonato de cálcio)
Portanto, gradativamente o carbonato de cálcio vai sendo transformado, no teto
da gruta, em bicarbonato de cálcio, que é instável.
Na gota de água que contém o bicarbonato de cálcio e que aparece na
superfície interna do teto da gruta, ocorre a seguinte reação:
Ca (HCO3)2 → H2O + CO2 + CaCO3
Onde:
H2O fica na própria gota
CO2 vai para a atmosfera
CaCO3 fica na gota e irá formar estalactites,
estalagmites e colunas.
Com isso, o teto da gruta vai ficando com muitos
vazios; consequentemente, não irá aguentar o
peso a que está submetido; ocorrerá um desabamento que produzirá uma
depressão do terreno; essa depressão denomina-se dolina.
A região mais baixa da gruta é o local onde a água desaparece; é
denominada sumidouro. É importante por vários motivos: abastece rios
subterrâneos e lagos; além disso, é valiosa nos estudos fossilíferos, pois é um
local onde se tem achado grande número de fósseis.
Referências:
RESENDE, Marcelo Gonçalves. Hidrogeologia. Infiltração.
TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M. de; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F.
(Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 568 p.
CLEARY, Robert W. Águas subterrâneas. Obtido em:
http://clean.com.br/cleary.pdf
7. PEREIRA, Suely Y. Água subterrânea e desenvolvimento. Obtido em:
http://www.cfh.ufsc.br/~laam/palestra/02.pdf
RIBEIRO, Luis. Águas subterrâneas. Cap. XI. Obtido em:
http://ecossistemas.org/ficheiros/livro/Capitulo_11.pdf