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Ações da PDG ON (em R$)
1/730/629/626/624/6
0,36
0,38
0,37
0,36
0,39
Grécia no sufoco entre o sim e o não
Pensionistas gregos tentam entrar em agência bancária, um dia após o país deixar de
pagar uma parcela ao FMI. O primeiro-ministro Alexis Tsipras fez pronunciamento na
TV pedindo que a população diga não aos termos do resgate proposto pela UE. P23
CÂMBIO
Dólar sobe
com saída
de recursos
A moeda americana fechou
ontem cotada a R$ 3,145,
uma alta de 1,16%, refletin-
do o movimento de fuga de
capitais. Apenas nos dois úl-
timosmesessaíramUS$11,64
bilhõespelacontafinanceira
da balança comercial. P20
VAREJO
Perdigão
volta às
prateleiras
Enquanto relança produtos
dascategoriaspresunto,apre-
suntado,linguiçadefumadae
cortes suínos, a BRF planeja
expandirapresençadamar-
capernambucana emregiões
doexteriorondeaempresajá
tem distribuição. P14
Popularidade
de Dilma cai
para 1 dígito
GOVERNO
Apenas 9% dos eleitores
acham que a presidenta Dil-
marealizaumgovernoótimo
ou bom. Outros 21% consi-
deram seu governo regular,
mostra pesquisa CNI/Ibope.
Oresultadosinalizaquecerca
de40%doseleitores deDilma
estão insatisfeitos. P4
Conta mais cara faz
consumidor cortar
gasto com energia
O consumo residencial de eletricidade caiu 2,5% em maio, como exo do aumento de
tarifas.AquedafoipuxadapelasregiõesSuleSudeste,ondeoreajustemédioesteanochega
a 40%. No Nordeste, com alta de preços de 7%, a demanda das famílias permanece em
alta. No geral, a venda de energia caiu 1,5%, em relação a igual mês do ano passado. P11
Pagamos conta mais alta
devido à ineficiência do
estado de gerar energia. P15
NADJA SAMPAIO
Boa parte da crise resulta
de temas tratados de forma
inadequada no passado. P7
CARLOS THADEU
Executiva renuncia após ser
presa por entrar no Japão
com remédio controlado. P13
TOYOTA
Louisa Gouliamaki/ AFP
Economico
Brasil
INDICADORES
brasileconomico.com.br
PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . QUINTA-FEIRA, 2 DE JULHO DE 2015 . ANO 6 . Nº 1.462 . R$ 3,00
No index Ser ou não ser
Crise hídrica sai de
cena, mas ainda
afeta orçamentos
Chegou a hora do
Brasil focar no que
é prioritário?
Retração não
afasta brasileiro de
mercado de luxo
Um senador aliado do governo não entendeu a
conversa do presidente Lula com o PMDB na
terça-feira. Há uma semana, ele reuniu o
mesmo grupo para criticar o governo, alfinetar
ministros e falar de dificuldades. Nesta, pediu
compreensão, o esquecimento de mágoas e
apoio à presidente Dilma para o bem do país.
"Não entendi", resumiu o político. Como o
ex-presidente é um mestre do cálculo político,
há grande curiosidade a respeito daquilo que
fez Lula mudar de opinião.
É incompatível com
a atual situação
econômica do Brasil,
é insustentável do
ponto de vista fiscal
e injusto do ponto de
vista social
Segundo a percepção das empresas estrangeiras
de petróleo, a recepção ao projeto de José Serra
que retira a exclusividade da Petrobras na
exploração do pré-sal demonstra que a proposta
tem apoio da maioria dos senadores e da própria
estatal. O debate realizado no plenário do Senado
na terça-feira teria deixado claro que, a exemplo
do presidente Lula, os parlamentares precisam
apenas de um bom motivo para aprovar o texto.
Como grandes interessadas, as empresas
monitoram de perto sua tramitação.
O presidente da CNI, Robson
Braga, entrou na blacklist do
Palácio do Planalto na categoria
adversário. A última pesquisa do
Ibope para a confederação com
a má notícia da popularidade de
Dilma de um dígito foi a gota
d'água. Confirmou diagnóstico
de conselheiros da presidente
de que a representação
patronal é ruim.
Não faz parte dos planos de
Michel Temer deixar a
coordenação política, ainda que,
mesmo no PMDB, exista quem
defenda sua saída como forma de
se autopreservar. Sem o apoio da
Casa Civil no cumprimento de
compromissos políticos não
valeria a pena continuar. Para ele,
o papel de salvador da pátria é
obviamente o mais conveniente.
“
A
derrotasofridapelogoverno,noSenado,comaaprovaçãodeaumentomédiode59,5%paraosservidoresdo
judiciáriodesgastou aindamaisadifícilrelaçãoentreoPTeoPMDB noSenado.Nopartidodogoverno,reclamava-se
queabancada ficou sozinhanadefesadanegociaçãodepropostaalternativacapazdeamorteceroimpactoantiajuste
fiscal.Entreospemedebistas,aculpapelotropeçoeraatribuídaàCasaCivil,acusadadedeixartudo paraaúltimahora.
Avelhafórmuladecederàaprovaçãode umprojetoou medidaprovisórianuma seguidadevetoacopladoanovapropostaé
consideradaapiorpossível.Expõeapresidenteaumanegociaçãoemdesvantagemesobameaçadederrubadadoveto.
O Ibovespa fechou em queda de 0,61%, a 52.757 pontos, terminando a
sessão no menor patamar desde 1º de abril. O volume financeiro
novamente ficou abaixo da média do ano, totalizando R$ 5,8 bilhões.
Nelson Barbosa, ministro do
Planejamento, criticando ao aumento
doJudiciário aprovado pelo Senado a
ser vetado pela presidente
É revoltante saber que este
novo aumento da energia em São
Paulo se deve à crise hídrica do
começo do ano. Outra vez a
população arca pela falta de
planejamento dos setores
responsáveis. Será que teremos
que passar outra vez por esta
situação em 2016? O assunto saiu
de cena nos noticiários, mas
continua impactando nas contas.
O país deveria aproveitar a
discussão sobre a maioridade
penal e unir forças para melhorar
o sistema que abriga os menores.
Não podemos nem usar a palavra
acolhe porque, em geral , as
instituições são depósitos que só
retiram os jovens das ruas. Acolher,
reequilibrar e desenvolver são
ações fundamentais para quem
está excluído da sociedade.
Brasileiro gasta como se não
houvesse amanhã, independente
de classe social. Enquanto fatias
menos privilegiadas investem em
alimentação e lazer, o mercado de
luxo do país continua firme,
apesar da crise generalizada.
Marcas internacionais ainda são
cobiçadas mesmo que os seus
produtos sejam infinitamente
mais caros do que no exterior.
INDICADORES
OENÍGMALULA
FALE CONOSCO
MEDÊMOTIVO
AUMENTA DESGASTE ENTRE ALIADOS
E-mail: redacao@brasileconomico.com.br Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar,
CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura.
Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br
JOSÉ NEGREIROS
jose.negreiros@brasileconomico.com.br
OLHAR DO PLANALTO
LulaMarques/AgênciaPT
Fernanda Correia
São Paulo, SP
Rubens Sampaio
São Paulo, SP
Luis Bastos
Rio de Janeiro, RJ
TAXAS DECÂMBIO COMPRA VENDA
▲ Dólarcomercial(R$ /US$) 3,1443 3,1450
▲ Euro (R$/E) 3,4751 3,4768
JUROS META EFETIVA
■ Selic (aoano) 13,75% 13,65%
BOLSAS VAR. % ÍNDICES
▼ Bovespa- SãoPaulo -0,61% 52.757,54
▲ Dow Jones-NovaYork 0,79% 17.757,91
▲ FTSE100-Londres 1,34% 6.608,59
2 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Aprovado relatório preliminar da LDO
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou ontem o relatório
preliminar ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
O texto considera que as projeções para o Orçamento de 2016
refletem “um quadro de desaceleração econômica, crescimento da
inflação e aperto monetário, antevendo uma melhoria do cenário a
partir de 2016”. ABr
As recentes derrotas do governo
em votaçõesno Congresso de me-
didas que propõem aumento de
gastos públicos acenderam um si-
nal de alerta no Palácio do Planal-
to. Em menos de uma semana, a
base aliada do governo contabili-
zou seguidas derrotas em vota-
ções de “pautas-bomba” para as
contaspúblicas.Entreelas,aapro-
vação naterça-feira, pelo Senado,
do reajuste de 59,5% a servidores
do Judiciário, medida que custará
aos cofres públicos, em quatro
anos, cerca de R$ 25,7 bilhões.
Não por acaso, ontem, o ministro
do Planejamento, Nelson Barbo-
sa, adiantou que a presidenta Dil-
maRousseffdeverávetaroaumen-
to e indicar uma alternativa que
envolvatodosospoderes.Em via-
gem aos EUA, onde acompanha a
comitiva presidencial, Barbosa
considerou a proposta como “in-
defensável do ponto de vista so-
cial e fiscal” e frisou que o reajuste
aprovado pelo Congresso aumen-
tará “ainda mais” a diferença en-
treossaláriosdosservidoresdoJu-
diciário e carreiras similares do
Executivo. “Atualmente já há um
ganho a maior de até 60% em fa-
vordo Judiciário. Com aproposta,
essa diferença subiria para
170%”,disseoministro,viaasses-
soria de imprensa.
Em São Francisco, a presidenta
Dilma comentou que a aprovação
pelo Congresso do reajuste seria
“lamentável”emfunçãodaneces-
sidade do governo em cortar gas-
tos para conseguir cumprir a me-
ta de superávit primário de 1,1%
do Produto Interno Bruto (PIB),
mas evitou indicar, de forma cla-
ra, se vetaria ou não a proposta
aprovadanoSenado.“Éinsusten-
tável para um país como o nosso,
emqualquercircunstância,darní-
veis de aumento tão elevados (de
59,5%)”,disseDilma.Apresiden-
tamencionouqueamaiorpreocu-
pação do governo, no momento, é
assegurar o ajuste fiscal, e afir-
mou que derrotas no Congresso
são vistas com naturalidade.
“Comoestamosna democracia
é assim: tem dia que você ganha e
tem dia que você perde. Mas nós
ainda teremos oportunidades de
avaliar como vai ser a questão do
aumento (do Judiciário). Agora,
defato,(essamedida)comprome-
te o ajuste fiscal”, contou.
Mas não é só a aprovação do
reajustedoJudiciárioquetemtira-
do o sono do governo. Na semana
passada, o Planalto também foi
derrotado na votação pela Câma-
ra que estendeu a regra de corre-
çãodosaláriomínimoacimadain-
flação a todos os aposentados e
pensionistas do INSS. Caso entre
em vigor ainda este ano, a medida
custaria aos cofres da Previdência
Social cerca de R$ 4,6 bilhões. A
partir de 2016, no entanto, o gasto
aumentaria para cerca de R$ 9,2
bilhões por ano. O governo ainda
esperaderrotar amedidano Sena-
do,masjáadmiteque,senão hou-
ver acordo, o desfecho deverá ser
mesmo o veto presidencial. “Da
formacomoapropostafoiaprova-
dapelaCâmara,apresidentaveta-
ria, porque não caberia nas contas
públicas nesteano”, frisouum as-
sessor presidencial.
TambémentrounoradardoPa-
lácio do Planalto a discussão, que
deverá chegar ao Senado nas pró-
ximas semanas, do reajuste pedi-
do por servidores do Ministério
Público da União e do Conselho
Nacional do MP. Eles querem os
mesmos 59% de reajuste que fo-
ram concedidos aos servidores do
Judiciário da União, na votação do
Senado de terça-feira. A ideia do
governo é tentar atrasar ao máxi-
moavotaçãonoCongressoeofere-
cer à categoria um reajuste em li-
nhaao quefoiapresentado aosde-
mais servidores do Executivo ci-
vil. Ou seja, um reajuste de 21,3%
escalonado em três anos, a partir
de 2016.
O presidente do Senado, Re-
nan Calheiros (PMDB-AL) já avi-
sou que, se governo e sindicalistas
nãochegarem aum acordo, poráo
assunto em votação.
Também tem sido motivo de
preocupaçãodaarticulaçãopolíti-
ca do governo a negociação com
os senadores do projeto de lei que
propõeareversãoparcialda deso-
neraçãodafolhadesalários.Ame-
dida que foi aprovada na Câmara
ganhou substitutivos do relator
do projeto, deputado Leonardo
Picciani (PMDB-RJ), que redu-
zem de R$ 12,5 bilhões para me-
nos de R$ 9 bilhões a possibilida-
de de arrecadação para o governo.
Porém, aordemno Palácio do Pla-
nalto é votar a medida da forma
como ela foi proposta, para que
possaentraremvigor“omaisrápi-
do possível”. “Cada mês de atraso
na aprovação da desoneração da
folha, o governo perde cerca de
R$ 1 bilhão em receitas”, disse
uma fonte do Planalto.
Caso não consiga vencer essas
votações, a presidenta Dilma já
avisou que vetará qualquer proje-
to que ponha em risco o ajuste fis-
cal. Nem a queda da popularidade
será um problema, avisou um in-
terlocutordapresidenta:“Épreci-
so assegurar o ajuste fiscal”.
Divulgação
Deco Bancillon
deco.bancillon@brasileconomico.com.br
BRASIL
Brasília
PERDAS DO AJUSTE
Editor: Paulo Henriquede Noronha
paulo.noronha@brasileconomico.com.br
▲
EdilsonRodrigues/AgênciaSenado
Pautas-bomba no Congresso
põem em risco o ajuste fiscal
R$25,7bi
Gastoprevistocomreajuste
aosservidoresdoJudiciário
emquatroanos.
R$4,6bi
Gastoadicionalem2015com
oreajustedosaláriomínimo
atodososaposentados.
R$3bi
PrejuízoqueUniãopodetercaso
umnovoindexadordadívidados
estadosemunicípiosjápassea
valerem2015.
ORÇAMENTO
SessãoplenáriadoSenado:reajusteaprovadoparaoJudiciáriojáestásendopleiteadopelosservidoresdoMinistérioPúblicodaUnião
Nelson Barbosa, dos EUA, já adiantou que a presidenta Dilma deverá vetar reajuste de 59,5% aprovado pelo
Senado para servidores do Judiciário. Medida custará aos cofres públicos mais de R$ 25 bilhões em quatro anos
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 3
A nova Pesquisa CNI-Ibope de
Avaliação do Governo Dilma
Rousseff, divulgada ontem, sina-
liza que cerca de 40% dos eleito-
res que votaram na petista para a
Presidência, no segundo turno
das eleições de novembro, po-
dem estar insatisfeitos ou muito
insatifeitos com seu governo. A
pesquisa do Ibope revela que, de
maneira segmentada, a queda de
popularidade da presidenta foi
maior entre as pessoas com me-
nor grau de instrução e na Região
Nordeste — dois segmentos onde
Dilma teve ampla votação em
suas duas eleições.
De acordo com o Ibope, a pes-
quisa—realizadacom2.002entre-
vistadosentre osdias18 e21 deju-
nho, em 141 municípios — mostra
a pior avaliação de um presidente
desde julho de 1989, quando ape-
nas 7% avaliaram o governo José
Sarney como Ótimo ou Bom.
Agora em junho, apenas 9%
achamqueapresidentaDilmarea-
lizaum governo Ótimo/Bom.Ou-
tros 21% consideram seu governo
Regular. A soma de Ótimo/Bom
com Regular dá 30% da amostra.
Como Dilma teve 51,65% dos vo-
tos válidos no segundo turno, é
possível supor que cerca de 21%
do eleitorado (equivalente a 40%
dosquevotaramemDilma)consi-
deramseu governoRuimouPéssi-
mo. Na pesquisa do Ibope, o total
de entrevistados que avaliaram o
governo Dilmacomo Ruim/Péssi-
mo é de 68%.
A pesquisa CNI-Ibope mostra
que,entreosentrevistadosqueafi-
raramtervotadoemDilmanaúlti-
ma eleição, houve forte queda na
avaliação da petista. Em dezem-
bro de 2014, 63% disseram que
seu governo, no final do primeiro
mandato, era Ótimo ou Bom; em
junho, esse percentual despencou
para apenas 19%.
Confirmando o que já foi mos-
tradopelaúltimapesquisaDatafo-
lha, a enquete CNI-Ibope aponta
queapresidentavemperdendora-
pidamentepopularidadeentretra-
dicionais grupos de eleitores do
PT. Na segmentação por nível de
educação, a maior perda de Dilma
sedáentreoseleitorescomescola-
ridadeatéa4ªsériedoEnsinoFun-
damental:o percentualdeÓtimo/
Bom caiu de 18%, em março, para
apenas 13% em junho; e o total
queconfiaemDilmarecuou9pon-
tos percentuais (p.p.), para 24%.
Na Região Nordeste, tradicio-
nal basião eleitoral do PT desde a
primeira eleição de Lula em 2002,
o total de avaliação Ótimo/Bom
do atual governo caiu 5 p.p., para
13%; e a confiança na presidenta
Dilma recuou de 34% para 28%. A
pior avaliação regional de Dilma
se dá no Sudeste, onde o governo
da presidenta petista tem apenas
8% de Ótimo/Bom e somente
14% confiam na mandatária.
Um dado curioso da pesquisa
mostraqueapopularidade de Dil-
macresceàmedidaqueoentrevis-
tado tem mais idade. Apenas 6%
dosquetêmde16a24anos avalia-
ram bem o governo. Esse percen-
tual cresce para 9% na faixa de 25
a 44 anos; vai a 11% entre os de 45
a 54 anos; e atinge 14% entre os
com mais de 54 anos.
Deacordo como Ibope,aapro-
vaçãodoeleitoradoàgestãodogo-
verno Dilma na área econômica
vem se deteriorando fortemente
desde o fim de seu primeiro man-
dato. Apesar de a geração de em-
pregostersidoumdostrunfoselei-
toraisdastrêsgestõesdoPTnoPla-
nalto,o item“Combateao desem-
prego” foi o que teve pior queda
na avaliação. Na pesquisa de de-
zembro,54%desaprovavamages-
tãodogoverno;emjunho,essenú-
mero saltou para 83%.
Outros dois itens tiveram mais
de 20 p.p. de aumento da avalia-
çãonegativa:“Taxadejuros”(pas-
sou de 68% em dezembro para
90% em junho) e “Combate à fo-
me e à pobreza”, marca registrada
dos governos petistas (de 43% a
68%, no mesmo período). Os de-
mais itens econômicos da pesqui-
satambémtiveram maisdesapro-
vação: “Combate à inflação” (de
69% a 86%) e “Impostos” (de
72% a 90%).
BRASIL
Paulo Henrique de Noronha
paulo.noronha@brasileconomico.com.br
Eleitores de
Dilma cada vez
mais reprovam
seu governo
▲
Nova pesquisa CNI-Ibope mostra perda de
popularidade em redutos eleitorais petistas
Piores momentos de cada presidente
Período pós-ditadura militar
Desaprovação do governo
na gestão da economia
Comparação do
governo Dilma com o
primeiro mandato
José Sarney
(jul/1989)
Fernando Collor
(ago/1992)
Itamar Franco
(jan/1994)
FHC - 1º mandato
(mai/1998)
FHC - 2º mandato
(jul/1999)
Lula - 1º mandato
(set/2005)
Lula - 2º mandato
(set/2007)
Dilma - 1º mandato
(jun/2014)
Dilma - 2º mandato
(jun/2015)
PESQUISA CNI-IBOPE
AVALIAÇÃO DO
GOVERNO DILMA
Avaliação de quem votou
na presidenta em 2014
Consideravam o governo ótimo/bom
Em DEZ/2014
Em JUN/2015
JUN2015MAR2015DEZ20-14SET2014JUN2014MAR2014NOV2013SET2013JUL2013JUN2013MAR2013
Ruim/Péssimo Ótimo/bom
Impostos
Combate à fome
e à pobreza
Combate
à inflação
Combate ao
desemprego
Taxa de juros
DEZ/2014
MAR/2015
JUN/2015
MAR/2015
JUN/2015
Pior
Igual
Melhor
68%
4%
3%
18%
14%
76%
82%
89%
90%
54%
79%
83%
69%
43%
64%
72%
90%
90%
68%
84%
86%
64% 7%
12%
16%
29%
48%
31%
9%
12%
33%
68%
59%
40%
26%
52%
32%
18%
33%
Confiança na presidenta
JUNMAR2015DEZSETJUNMAR2014NOVSETJULJUNMAR2013
75%
63%
68%
63%
19%
21%
9%
29%
7%
78%
20%22%
Não confia
Confia
Ótimo/bom
Ruim/péssimo
Regular
4 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Produção aumenta 10,2% em maio
A produção de petróleo aumentou 10,2% em maio, na comparação
com igual mês de 2014. Em relação a abril, o acréscimo foi de 0,7%.
A produção de gás natural cresceu também 10,2% sobre maio do ano
passado, mas registrou queda de 1,3% comparado a abril. Os dados
foram divulgados ontem pela Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). ABr
Divulgação
Em seuquinto e último diade via-
gempelosEstadosUnidos,apresi-
denta Dilma Rousseff chegou on-
tem à sede do Google, em São
Francisco,abordodeumcarroau-
tônomodesenvolvidopelaempre-
sa e que não necessita de motoris-
ta.Aodesembarcareserrecepcio-
nada pelo presidente-executivo
doGoogle,ErickSchmidt,apresi-
denta brincou: “Eu acabei de des-
cer do futuro”. Ela disse que ficou
“enormemente impressionada”
com o avanço tecnológico do veí-
culo que a conduziu ao complexo
da empresa do Vale do Silício.
Em reunião com Schmidt e
com altos executivos do Google, a
presidenta expressou sua vontade
de que a internet seja levada a
áreasainda desconectadas no ter-
ritórionacional.“Estamostentan-
do equalizar oproblemadacomu-
nicação na Amazônia”, disse Dil-
ma, em pronunciamento em São
Francisco, cidadeonde ela chegou
na terça-feira à noite, depois de
cumprir agenda oficial em Wa-
shington,comopresidentedosEs-
tadosUnidos,BarackObama.Sch-
midt, por sua vez, expressou, em
comunicado,sua intençãodeam-
pliar o centro de engenharia do
Google em Belo Horizonte. “É
uma visita muito oportuna, duas
semanas antes de comemorarmos
nosso décimo aniversário no Bra-
sil”, disse o executivo.
Ontempelamanhã,antesdavi-
sita ao Google, Dilma foi recebida
pela presidente da Universidade
da Califórnia, Janet Napolitano, e
peloreitordaUniversidadedeBer-
keley, Nicholas Dirks. A reunião
teve como objetivo aampliação de
parcerias na área da educação e o
intercâmbio depesquisadoresen-
tre instituições dos dois países.
Os ministros da Educação, Re-
nato Janine Ribeiro, e da Ciência,
TecnologiaeInovação,AldoRebe-
lo, além de representantes da
Coordenação de Aperfeiçoamen-
todePessoaldeNívelSuperior(Ca-
pes)edoConselhoNacionaldeDe-
senvolvimento CientíficoeTecno-
lógico(CNPQ),tambémparticipa-
ram da reunião. O ministro Rebe-
lo afirmou que há um interesse do
Brasil em promover a expansão do
programa de pesquisa e formação
de brasileiros nas universidades
americanasnasáreasdeengenha-
ria, biotecnologia, algoritmo e al-
gumas outrascarreirasdeinteres-
se do país.
Segundo Aldo Rebelo, a reu-
nião foi construtiva e houve a de-
monstração da parte da comitiva
de que professores, pesquisadores
e estudantes dos Estados Unidos
estejam presentes em centros e
institutos de universidades brasi-
leiras.EleafirmouqueJanetNapo-
litano já tinha conhecimento da
“presença brasileira nas universi-
dades americanas e demonstrou
toda boa vontade e todo interesse
emcolaborarparaqueoBrasilam-
plie a sua presença eque seja tam-
bémampliadoointercâmbio”,ob-
servou o ministro.
Apósoscompromissos,apresi-
denta participou de um almoço
oferecidopelaex-secretáriadeEs-
tado dos Estados Unidos Condo-
leezza Rice. Dilma também con-
versou e posou para fotos com
Condoleezza na Universidade de
Stanford, onde a ex-secretária da
administração de George W. Bush
é professora de Ciência Política.
A agenda presidencial de on-
tem incluía, ainda, uma reunião
no SRIInternational,o antigo Ins-
tituto de Pesquisa da Universida-
de de Stanford, hoje um dos mais
importantes centros de excelên-
cia na área de inovação do mun-
do, onde estava previsto que Dil-
ma fosse recebida pelo presidente
da entidade, o PhD em Astrono-
mia, Bill Jeffrey. Em seguida, se-
gundooPaláciodoPlanalto,apre-
sidenta teria outra reunião, desta
vez com empresários do setor ae-
roespacial.AúltimaagendadeDil-
ma pelos Estados Unidos, antes
do retorno ao Brasil, foi uma visita
ao Centro de Pesquisas da NASA.
A visita da presidenta a Nova
York (onde encontrou empresá-
rios e investidores), Washington
(para visita de Estado e reunião
com o presidente Barack Obama)
e São Francisco visam estreitar as
relações entre os dois países, um
ano e dez meses depois que Dilma
cancelousuaviagem,apósdenún-
cias de espionagem da agência de
segurança dos EUA, a NSA.
Eduardo Miranda
eduardo.miranda@brasileconomico.com.br
RobertoStuckertFilho/PR
Dilma pede ao Google
internet na Amazônia
Em seu último dia nos Estados Unidos, presidenta visitou universidades e Centro de
Pesquisa da Nasa na Califórnia, para buscar parcerias em educação e tecnologia
PETRÓLEO
DilmachegouàsededoGoogle,noValedoSilício,abordodocarroautônomodaempresa:“Euacabeidedescerdofuturo”,disseela
Viagem presidencial,
que incluiu visita de
Estado à Casa Branca,
acontece um ano e
dez meses depois que
o Planalto cancelou ida
de Dilma aos Estados
Unidos, após denúncias
de espionagem da NSA
Em reunião com
executivos do Google,
presidenta expressou
sua vontade de
que a internet seja
levada a áreas ainda
desconectadas do
território nacional,
como a Amazônia
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 5
A Comissão Especial da Câmara
dosDeputadosqueanalisamudan-
ças no Supersimples aprovou on-
tem a possibilidade de inclusão
dosfabricantesdecervejas,cacha-
ças, vinhos e licores artesanais
nesseregime.O texto aindapreci-
sapassarpeloplenáriodaCasaan-
tesdeseguirparaoSenadoeoExe-
cutivo. A inclusão veio depois de
um movimento organizado pela
Abracerva (Associação Brasileira
de Cervejas Artesanais), cujos di-
retoresestiveramontememBrasí-
lia para acompanhar a apreciação
da proposta.
O texto aprovado é um relató-
rio final elaborado pelo deputado
João Arruda (PMDB-PR), aprova-
donaformadesubstitutivoaopro-
jeto original. O relatório também
inclui a possibilidade de trabalha-
doresruraisautônomos(comotra-
toreiros e semeadores) serem in-
cluídos na categoria de microem-
preendedores individuais (MEI).
Segundo o relator, a proposta faz
com que 90% das empresas do
país possam aderir ao programa.
O ministro da Secretaria da Micro
ePequenadaPresidênciadaRepú-
blica, Guilherme Afif Domingos,
esteve presente à reunião e disse
que a proposta aprovada tem
apoio do governo.
O substitutivo também eleva
os valores para enquadramento
das empresas no regime tributá-
rio do Supersimples. No caso das
microempresas, o limite de recei-
ta bruta anual passa de R$ 360 mil
para R$ 900 mil. Para as pequenas
empresas, o teto é elevado de R$
3,6 milhões para R$ 14,4 milhões.
Orelatortambémpropôsmecanis-
mos para o acesso dessas empre-
sas ao mercado internacional, o
aumentodoprazodeparcelamen-
to dedébitosde60 para120parce-
las e a simplificação das tabelas de
enquadramento das pequenas e
microempresas. Hoje, existe uma
tabela para o setor industrial, ou-
tra para o comércio e quatro para a
área de serviços. Arruda pretende
que passem a existir apenas duas
paraserviços.“Comisso,elimina-
se circunstância que, na prática,
inibe o crescimento dos partici-
pantes do Simples Nacional ou,
pior, enseja ‘crescimento lateral’,
isto é, uma mesma micro ou pe-
quena empresa; em vez de cres-
cer, segrega-se em outras de mo-
do a não avançar nas atuais faixas
cumulativas do Simples Nacio-
nal”, justificou.
Asituação dosprodutoresarte-
sanais, principalmente de cerve-
ja,ganhoudestaquedepoisqueen-
trou em vigor a Lei 13.097/2015,
em maio, que alterou a tributação
do produto. Microcervejeiros ale-
gamqueaalteraçãoaumentavaex-
cessivamente a tributação em seu
mercado específico, ao se pautar
pela situação apenas das grandes
empresas do setor.
A balança comercial do país fe-
chou o primeiro semestrecomsu-
perávit acumulado de US$ 2,222
bilhões, segundo o Ministério do
Desenvolvimento,Indústriae Co-
mércio Exterior(Mdic).Oresulta-
do é o melhor para o período des-
de2012, aúltimavezqueo indica-
dor tinha registrado superávit nos
seis primeiros meses do ano.
Noacumuladodoano,amelho-
ria do resultado da balança decor-
reu do fato de que as importações
estão caindo mais que as exporta-
ções. De janeiro a junho, o Brasil
exportouUS$94,329bilhões,que-
da de 14,7% pela média diária. As
importações somaram US$
92,107 bilhões, com recuo de
18,5% também pela média diária.
Em junho, a balança registrou
superávitdeUS$4,527bilhões,re-
vertendo o resultado negativo de
cercadeUS$2,305bilhõesacumu-
lados até maio. No mês passado, o
país exportou US$ 19,628 bilhões
eimportouUS$15,101bilhões.Se-
gundos os dados, o superávit em
junho foi o segundo melhor resul-
tado para o mês, perdendo apenas
parajunho de2009(US$4,603 bi-
lhões).
Contribuíram para o superávit
da balança os embarques da safra
de grãos, principalmente de soja,
e a exportação de uma plataforma
de petróleo de US$ 690 milhões.
VendidopelaPetrobrasaumasub-
sidiária da estatal no exterior, o
equipamento foi alugado pela pe-
troleira e não chegou a sair do
país. Tanto o Ministério quanto a
Petrobras asseguraram que a ope-
raçãoseguiuasnormasdecontabi-
lidade internacional.
Em relação às exportações, to-
das ascategoriasdeprodutosacu-
mulam queda no ano. A venda de
produtos básicos caiu 21,6% no
primeiro semestre, sobre mesmo
períodode2014,impactadasprin-
cipalmente pela queda no preço
internacional das commodities
(bensagrícolasemineraiscomco-
tação internacional).
Asexportaçõesdemanufatura-
dos caíram 8% de janeiro a junho,
comdestaqueparaóleoscombus-
tíveis (-63,4%) e motores e gera-
dores (-25,8%). As vendas de se-
mimanufaturados recuaram
3,9%, puxadas por couros e peles
(-15%), açúcar em bruto
(-13,9%) e óleo de soja em bruto
(-12,4%).
Nas importações, as maiores
quedas registradas foramnacom-
pra de combustíveis e lubrifican-
tes (-36%) e de bens de capital
(-15,8%). A importação de maté-
rias-primas caiu 15,1% e a com-
pradebensdeconsumoteveretra-
ção de 13,7%.
Há poucos dias, o ministro do
Mdic, Armando Monteiro, esti-
mou que a balança comercial fe-
chará 2015 com superávit entre
US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões.
Aumento na quantidade não
compensou queda nos preços
O aumento nas quantidades ex-
portadas no primeiro semestre foi
insuficiente para compensar a
queda nos preços internacionais.
Apesar de alguns produtos — co-
mo soja,carne de frango, petróleo
e minério de ferro — terem batido
recorde no volume vendido, a re-
dução dos preços das commodi-
ties (bens agrícolas e minerais
comcotação internacional)re-
sultouemquedanosvaloresex-
portados.
De acordo com o Mdic, a
quantidade exportada cresceu
8,1%dejaneiroajunhoemrela-
ção ao mesmo período do ano
passado. O preço internacio-
nal, no entanto, caiu 20,6%.
Nas importações, tanto o volu-
me (-8,8%) quanto os preços
médios (-10,7%) caíram no
acumulado do ano.
SegundoodiretordeEstatís-
ticas e de Apoio às Exportações
do Ministério, Herlon Bran-
dão, a safra recorde de grãos, o
aumento no investimento em
extração de minério de ferro, a
recuperação da economia dos
EUA e a reabertura de platafor-
mas de petróleo que estavam
em manutenção nos últimos
anos contribuíram para o au-
mento das exportações. ABr
Leonardo Fuhrmann
lfuhrmann@brasileconomico.com.br
BRASIL
São Paulo
SALDO POSITIVO
Balança fecha
o 1º semestre
com superávit
▲
Divulgação
Proposta aprovada em
comissão tem apoio do
governo e ainda precisa
passar pelo plenário
R$94,3bi
Totaldeexportaçõesnos
primeirosseismesesde2015.
R$92,1bi
Importaçõesacumuladasno
primeirosemestredoano.
US$4,5bi
Superávitdabalançaemjunho.
Exportaçãodeplataformada
Petrobrascontribuiucom
US$690milhões.
Microcervejeirosfizerampressãopelainclusãonosubstitutivo
Saldo positivo de US$ 2,222 bilhões é o melhor para os primeiros
seis meses do ano desde 2012. Importações, em queda, ajudaram
Relatório inclui
bebidas artesanais
no Supersimples
A quantidade
de mercadorais
exportadas
aumentou no
primeiro semestre,
mas não foi suficiente
para compensar
a queda nos
preços internacionais
6 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
É
consenso geral que a economia brasileira vive um momento
complexo, em que a maioria dos indicadores mais
significativos mostram resultados desanimadores. O saldo do
PIB do primeiro trimestre e os números mais recentes de diversos
setores direcionam as expectativas para uma conseguinte queda da
atividade no segundo semestre. Esses resultados dão continuidade
ao enfraquecimento da atividade que já era observado desde o ano
anterior e que foi aprofundado pelas medidas de política monetária e
fiscal aplicadas mais intensamente neste ano, como a continuidade
da política monetária contracionista, com aumento de juros e
consequente aperto ao crédito, o reajuste dos administrados e o
ajuste fiscal. Essas medidas, em conjunto com a taxa de câmbio — que
está um pouco mais livre, em razão da diminuição das intervenções
no mercado futuro —, objetivam um ambiente de negócios que
suporte o crescimento sustentável por meio da solução das
problemáticas atuais de inflação elevada, déficit em transações
correntes e contas públicas enfraquecidas.
*Carlos Thadeu de Freitas é chefe da Divisão
Econômica da Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
e ex-diretor do Banco Central
ALÍVIO À VISTA?
O processo de ajuste já está em
curso, e é possível que esse seja
umdosmomentosmaiscomplica-
dos, já que só é possível sentir os
efeitos negativos, que deverão, no
futuro, conduziràsmelhoriaspre-
tendidas.
O esforço governamental no
sentidodeprogressosfiscaiséper-
ceptível. Há medidas emergen-
ciais que já estão sendo aplicadas,
comoareduçãodedespesasdiscri-
cionárias. E também há medidas
com caráter de longo prazo, que
objetivam aperfeiçoar as bases de
incidência de impostos e alíquotas
aplicadas e revisar desonerações
concedidas anteriormente. Além
disso, há planos para rever os pro-
gramas de transferência, como
abono salarial,seguro-desempre-
go, entre outros. Os números do
primeiro semestre mostram uma
melhoranatendênciadedeteriora-
ção dos superávits primários, ain-
da que estejam mais fracos do que
os previstos inicialmente.
Há diversas discussões entre os
analistas sobre em que medida o
desequilíbrio atual é conjuntural
ou estrutural. No entanto, é bas-
tanteclaroqueboapartedasques-
tões atuais advêm de temas que
não foram encaminhados de for-
ma adequada no passado.
A inflação, por exemplo, é uma
questãoestrutural,poisjáestálon-
ge da meta há diversos períodos e
ainda se mostra elevada mesmo
comodesaquecimentodademan-
da. O principal entrave à sua que-
daéoreajustedospreçosadminis-
trados. No último relatório de in-
flaçãooBancoCentraldeclaroues-
perar que ela atinja 9% ao final de
2015. A última previsão para o IP-
CA, de março deste ano, estava
em 7,9%. No Relatório Trimestral
de Inflação (RTI) o Copom tam-
bém atribui a alta dos preços ao
processoderealinhamentodosad-
ministrados e dos preços livres.
Adicionalmente, o RTI ressaltou
queo realsedepreciousignificati-
vamente nos últimos três anos em
relação a outras moedas relevan-
tes, e por isso já ocorre realinha-
mento entre preços domésticos e
internacionais. Essa desvaloriza-
ção em relação ao dólar, que nos
últimos 12 meses foi de 30% em
termos nominais, já mostra efei-
tosnastransaçõescorrentes.Odé-
ficit registrou queda pelo segundo
mês consecutivo — um sinal de
que o câmbio pode estar cami-
nhando para seu valor de equilí-
brio, que seria aquele que levaria à
redução do déficit em conta cor-
rente e à estabilização da relação
entre o passivo externo e o PIB.
Em termos reais, a taxa de câmbio
brasileira teve queda próxima de
16% no mesmo período — a maior
desvalorização em uma lista de 61
nações, de acordo com o BIS.
Há aexpectativa de que o orça-
mento das famílias esteja menos
apertado na segunda metade do
ano, por conta de um possível alí-
vionainflação.Oprimeiro semes-
tre foi marcado por intensos rea-
justes de tarifas públicas, princi-
palmente as de energia, reduzin-
do a renda disponível para consu-
mo. Para o segundo semestre, não
são esperados novos reajustes, ou
estes acontecerão com menor in-
tensidade. O comportamento da
inflação nos próximos meses será
decisivo para os rumos das vendas
no varejo no segundo semestre.
Em duas das pesquisas apura-
daspelaCNC, épossível veralguns
sinais, embora leves, de um olhar
menos pessimista para os próxi-
mos meses. Na pesquisa Índice de
Confiança do Empresário do Co-
mércio (Icec) houve retração de
0,2% em maio ante abril, porém
foi a menor queda nessa base de
comparaçãodesdesetembro.Ode-
sempenho melhor do índice foi
conduzido pelo subíndice do Icec
denominado Índice de Expectati-
vas do Empresário do Comércio
(IEEC), que registrou alta de 1,0%
em maio ante abril — a primeira
em oito meses na comparação
com o mês imediatamente ante-
rior. Ainda assim, o IEEC recuou
16,2% em relação a maio de 2014.
A pesquisa Intenção de Consu-
mo das Famílias (ICF), tambémda
CNC,registrouumareduçãonorit-
modequeda.Apesardeoscompo-
nentesestaremnos menorespata-
mares históricos, o indicador de-
monstrou redução no ritmo de
queda mensal. Em abril e maio a
quedafoiemtornode7%,eemju-
nho, de 4,8%.
O índice de Confiança do Con-
sumidor da FecomércioSP de ju-
nho, em relação a maio, caiu
1,3%, enquanto o mesmo indica-
dor correspondente de maio em
relação a abril caíra 9,5%.
Napesquisadeconfiançadoco-
mérciodaFGVtambémhouveme-
lhora. Em maio o indicador caiu
0,3% ante abril, após alta de
0,5%. Os dois resultados foram
considerados como uma estabili-
dade, após uma queda de 15,3%
acumulada entre dezembro de
2014 e março de 2015.
Nasexpectativastambémhou-
ve evolução positiva. O índice su-
biu 2,1% em abril e progrediu
4,1% em maio, atingindo a maio-
ria dos setores. Entre os que mos-
traram melhora estão tecidos e
vestuário, equipamentos e mate-
rial de escritório e informática e
artigos farmacêuticos.
Esses resultados, porém, devem
servistoscomcautela,poisamelho-
ra ainda é limitada. A continuidade
doajustefiscaleabuscadarealida-
demonetáriasemexcessossãocon-
dições fundamentais, que devem
continuarsendoperseguidas.
Coluna publicada às quintas-feiras
PONTO DE VISTA
CARLOS THADEUDE FREITAS
carlos.thadeu@brasileconomico.com.br
EditoriadeArte
Há a expectativa
de que o orçamento
das famílias
esteja menos
apertado na segunda
metade do ano,
por conta
de um possível
alívio na inflação
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 7
Apenas 22% dos brasileiros ado-
tampráticasdeconsumoconscien-
te. É o que aponta o levantamento
realizado pelo Serviço de Proteção
aoCrédito(SPC),realizadoempar-
ceriacomo portalMeuBolsoFeliz.
E, ao contrário do que levar crer o
senso comum, são os mais velhos,
e não os mais jovens, que se preo-
cupam mais com o impacto de
seus hábitos de consumo no meio
ambiente e na sociedade.
“Opercentualdeatitudescorre-
tas é maior entre os consumidores
com idade acima de 56 anos, de
74,2%. Entre os jovens, com idade
entre 18 e 29anos, o percentual é
de 64,5%, índice inferior à media
geral do país, de 69,3%”, afirma
Marcela Kawauti, economista do
SPC.Segundoela,odadosurpreen-
deuospesquisadores,jáqueagera-
çãomaisjovemébombardeadape-
lodiscursoambientalnasescolase
no meio social desde cedo.
“Acreditamos que essa pouca
consciência percebida entre os jo-
venssedeveaumaposturamaisin-
dividualista, mas também a falta
de experiência que a nova geração
com as diversas crises enfrentadas
no país. Os mais velhos, entre ou-
tras situações como planos econô-
micos, vivenciaram a ameaça de
apagãoelétricode2001,quecontri-
buiuparadisseminaraideiadouso
racional de energia”, argumenta.
Outro aspecto revelado pelo le-
vantamentoéqueaprincipalmoti-
vação dos brasileiros ao adotar
boas práticas de consumo é a pre-
servação do próprio bolso. Cerca
de 35% dos entrevistados afir-
mam que a principal vantagem do
consumo consciente é economi-
zar e fazer o dinheiro render mais.
A sensação de dever cumprido e
deestarfazendooqueécorretopa-
ra a sociedade é a segunda maior
motivação,citadapor30,1%doto-
tal. A satisfação por saber que está
fazendo algo positivo para o futuro
daspróximasgerações foi a vanta-
gem apontada por 18,6% e a pre-
servação do meio ambiente foi
mencionada por 5,8%. “Ou seja, o
bem coletivo está no segundo pla-
no dos brasileiros”.
Para construir o indicador de
consumo consciente o SPC elabo-
rouquestõesqueenvolviamaava-
liação de práticas ambientais, co-
mo uso racional de água, energia
e descarte de lixo doméstico;
além de práticas financeiras, co-
mo a compra por impulso e o uso
irracional dos serviços de teleco-
municações; e o engajamento so-
cial, como a compra de produtos
piratas e reutilização de roupas e
bens adquiridos. O que se perce-
beu é que, na média, os brasilei-
ros adotam 69,3% das ações lista-
das pela entidade, sendo classifi-
cado como um consumidor em
transição para a classe dos consu-
midores conscientes, que adotam
pelo menos 80% das práticas.
Abaixo de 60%, o consumidor é
considerado pouco consciente.
A falta de tempo é apontada
por 26,5% dos consumidores
com o principal impeditivo na
adoção de práticas de consumo
consciente. Distração e esqueci-
mento são a justificativa encon-
trada por 25,4%, a falta de infor-
mação foi citada por 17% e a per-
cepção de que essas ações indivi-
duais não fazem diferença foi
apontada por 16,2%. “O que fica
claro éque osimpeditivos aponta-
dos indicam que há uma falta de
prioridade no dia a dia com as
ações de consumo consciente,
apesar deessas ações serematitu-
des bem simples”, diz Marcela.
Asboas práticas ambientais são
asmaisdisseminadasentreoscon-
sumidoresbrasileiros,compercen-
tualmédiode71,7%.Entreasatitu-
des mais praticadas estão a doação
e troca de produtos que não se
quer mais,antes de jogar fora; a de
restringiro usodo carro emdeslo-
camentos de curta distância; e a
não impressão de papéis para pre-
servar o meio ambiente.
Estudo realizado pela empresa
de pesquisa web-mobile
MeSeems identificou que a
maioria dos brasileiros alterou
hábitos de consumo em função
do cenário econômico mais
adverso. Dos 1.650
entrevistados, das regiões
Nordeste, Sudeste e Sul, 43%
afirmaram que passaram a
procurar alternativas mais
baratas para seus hábitos de
consumo, ou deixaram de
consumir a maioria dos
produtos ou serviços que
costumavam adquirir.
Os demais 40%
continuaram a consumir
os mesmos produtos e serviços
e apenas 17% não sentiram
os efeitos da crise
em seus cotidianos.
A pesquisa revelou ainda
que, no últimos dois anos, as
atividades que mais sofreram
com a desaceleração da
economia foram o comércio de
imóveis e automóveis novos e
seminovos. Cerca de 60% dos
entrevistados diminuíram a
frequência com que efetuavam
tal tipo de compra e só 30% a
mantiveram.
Entre as prioridades de
consumo, os entrevistados
apontaram a compra de
mantimentos no
supermercado (86%), seguida
de medicamentos na farmácia
(75%) e consumo de roupas e
calçados (62%).
O levantamento revelou
também a mudança nos
hábitos de lazer. Do total de
entrevistados, 45% reduziram
as idas ao cinema e ao teatro.
Patrycia Monteiro Rizzotto
pmonteiro@brasileconomico.com.br
BRASIL
São Paulo
▲
Divulgação
Consumo pouco consciente
Crise muda
hábitos de
consumo
Experiênciacomasdiversascrisestrouxemaisconsciênciaaosconsumidoresdaterceiraidade
Pesquisa do SPC aponta que apenas 22% dos consumidores brasileiros adotam práticas como o uso racional
de energia e água. Entre os que têm mais de 55 anos, entretanto, há maior consciência na hora de consumir
Cerca de 35% dos
entrevistados afirmam
que a principal
vantagem do consumo
consciente é
economizar e fazer
o dinheiro render mais.
O bem estar coletivo
fica no segundo plano
8 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Propinas na Receita e na Casa da Moeda
Se por um lado os
agricultores brasileiros
se beneficiam do
câmbio desvalorizado,
por outro ele torna os
custos de produção
mais pesados,
comprometendo ainda
mais o orçamento”
A Polícia Federal cumpriu ontem 23 mandados de busca e apreensão
em dependências da Receita Federal e da Casa Moeda, além da sede
da empresa Sicpa Brasil Indústria de Tintas e Sistemas. A Operação
Vícios investiga suspeita de pagamento de R$ 100 milhões em
propinas a servidores públicos, para facilitar fraudes no Sistema de
Controle da Produção de Bebidas (Sicobe). Reuters
Felipe Prince
Economista da Agro Security
“
Divulgação
Após seis safras consecutivas de
colheitas recordes, a produção
brasileira de soja não deve crescer
em 2016. Com 75% dos insumos
importados, a alta do dólar — em
R$ 3,10 — se tornou um desafio a
mais aos produtores, que também
contam com crédito mais caro e
restrito neste ano. Para analistas,
embora ainda haja chances de
atingir os mesmos 96 milhões de
toneladas previstos para este ano,
a soja brasileira não deve seguir o
mesmo ritmo de expansão de área
plantada do passado.
“Em regiões do Mato Grosso,
onde o preço da soja é mais baixo
e a rentabilidade menor, pode ha-
ver, sim, redução de área planta-
da,especialmente,entreosprodu-
tores que não contam com área
própria e têm custo mais elevado
com o arrendamento”, afirma o
economista da consultoria Agro
Security, Felipe Prince. Só neste
ano, a soja passou a ocupar mais
1,7 milhão de hectares, atingindo
31,902 milhões de hectares.
A grande dúvida em torno do
grão está na combinação do baixo
preço cotado na Bolsa de Chicago
e o aumento dos custos dos insu-
mos, em dólar. A perspectiva de
produção recorde mundial de soja
tem rebaixado o preço do produ-
to.Comquase100%daáreacolhi-
da,assimcomooBrasil,aArgenti-
nadeveproduzir57milhõesdeto-
neladas. Já os Estados Unidos,
maior produtor mundial, deve
atingir os 104,780 milhões de to-
neladas,segundodados do relató-
rio do USDA,o MinistériodaAgri-
cultura dos Estados Unidos.
“A perspectiva de que as chu-
vas nos Estados Unidos tenham
comprometido a produção já me-
xeucomospreços,elevando o va-
lordasacaparaR$71,50,emPara-
naguá (PR). Patamar bom, mas
que não deve se sustentar, pois
guarda o efeito especulativo do
anúncio do USDA”, diz Prince.
“O fato de o real estar desvalo-
rizado torna vantajoso o preço da
soja, que há 15 dias era de R$
66,80. Mas se olharmos o preço
em Chicago, a soja está custando
bem menos. Se por um lado os
agricultores brasileiros se benefi-
ciam do câmbio desvalorizado,
poroutrotornaoscustosdeprodu-
ção mais pesados, comprometen-
do o orçamento”, acrescenta.
Outro elemento tem tornado o
caixa dos produtores ainda mais
apertado, elevando os riscos de
inadimplência: o pagamento da
compra de maquinário. Incenti-
vados pelas linhas de crédito com
taxas de juros subsidiadas pelo
Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico e Social (BN-
DES), tais como PSI-BK (Progra-
ma de Sustentação do Investi-
mento para Aquisição de Bens de
Capital) e o PCA (Programa para
Construção e Ampliação de Ar-
mazéns), os produtores adquiri-
ram equipamentos que começa-
rão a ser pagos neste ano.
“Os anos de 2012 e 2013 foram
de vendas elevadas de tratores e
colheitadeiras,efetivadas pelasli-
nhas de crédito disponibilizadas
pelo BNDES a taxas de 2,5% a 3%
ao ano e carência de dois anos pa-
raopagamento.Logo, quemcom-
prou em 2013, o maior volume,
vai começar a pagar as parcelas
neste ano, num período em que
plantar soja não garante uma lu-
cratividadetãoaltaquantonopas-
sado”, explica Prince. Em 2013, a
sojaemParanaguá(PR)eracomer-
cializada a R$ 69,70, e em Sorriso
(MT) R$ 57,10. No entanto, Prince
calcula que o custo com insumos
era 40% menor.
Para combinar o cenário pouco
otimista, há o crédito mais caro e
restrito. Embora o Plano Safra,
cujosrecursoscomeçaramaserli-
beradosontem, tenha tidoum au-
mentode20%nomontantedispo-
nibilizado para a agricultura em-
presarial, saindo dos R$ 156 bi-
lhões para R$ 187,7 bilhões, os ju-
ros estão mais altos.
Deste montante, R$ 147,5 bi-
lhões estão reservadospara o cus-
teio de lavouras e comercialização
daprodução,sendoqueR$94,5bi-
lhões serão liberados a juros con-
trolados—7,75% ao ano parapro-
dutoresmédios;8,75%paragran-
des produtores. Já os outros R$ 53
bilhõesestãodisponíveisajurosli-
vres, a ser decidido pelo banco.
“Num cenário contínuo deele-
vação da Selic, a tomada de em-
préstimo por parte dos agriculto-
res fica ainda mais complicada”,
avalia a consultora da MB AGRO,
Ana Menegatti.
“Embora o crédito mais caro
ainda não esteja restringindo o
plantio da safra 15/16, é preciso
considerarque,commargensme-
nores ao produtor, não teremos o
mesmo dinamismo na produção,
acompanhado em expansão de
área”, salienta Menegatti.
Aline Salgado
aline.salgado@brasileconomico.com.br
Soja deve quebrar
série de produção
recorde em 2016
Alta do custo com insumos e crédito mais caro reduzem margens
dos produtores, que já descartam ampliar a área de produção
CORRUPÇÃO
*Estimativa em junho/2015 Fonte: Conab
RENTABILIDADE
OPERACIONAL
VENDA DE
EQUIPAMENTOS
PRODUÇÃO
BRASILEIRA
DE SOJA
Em toneladas
Lucro/custo do produtor (%)
OS NÚMEROS DA SOJA
NA SAFRA 2015/2016
Londrina
(PR)
Ijuí
(RS)
Dourado
(MS)
Rio
Verde
(GO)
Barreiras
(BA)
Sorriso
(MT)
10,3
25,0 26,5
27,9
39,6
54,5
Fonte: Agrometrika Fonte: Anfavea e Cepea/ESALQ
2011 2012 2013 2014 2015*
Preço
da soja
Tratores
Colheitadeiras
2014/
2015*
2013/
2014
2012/
2013
2011/
2012
2010/
2011
2009/
2010
2008/
2009
2007/
2008
2006/
2007
2005/
2006
2004/
2005
2003/
2004
2002/
2003
2001/
2002
2000/
2001
ÃODUÇÃOPRO
ASILEIRABRA
SOJADE
neladasEm to
38,4 mil
96,0 mil
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 9
Qualaimportânciadanão
aprovaçãodareduçãoda
maioridadepenalpelaCâmara
nanoitedeterça?
Significativa, embora não se di-
ga que a discussão está sepulta-
da(ontem,umamanobradopre-
sidente da Câmara, Eduardo
Cunha, recolocou a emenda em
votação, punindo apenas cri-
mes com morte e estupro). Mas
acredito que esta resposta se
deu a partir de uma reflexão so-
bre as consequências maléficas
que a redução traz. Além de ser
uma questão jurídica polêmica,
que acabará nos tribunais, por-
que viola cláusula pétrea da
Constituição e não poderia ser
feita por emenda. Há estudos no
mundo mostrando que sempre
quesereduzamaioridade,háau-
mento da violência. Ou seja,
quando trato jovem como adul-
to e aplico a lei penal, faço com
que estes jovens sejam postos
em unidades prisionais junto a
adultos,cortandoachancedere-
cuperação. Os presídios, em sua
maioria, têm a presença do cri-
me organizado. Este jovem que
praticou um delito vai entrarlá e
sair com um potencial de delin-
quênciamuitomaior.Etemtam-
bémaquestãodosistemaprisio-
nal brasileiro, com mais de 220
mil vagas de déficit, superlota-
dos, com taxa de ocupação de
160%.Temosmaisde400milor-
dens de prisão que têm de ser
cumpridas! Se somar, preciso
de mais 600 mil vagas hoje, um
outro sistema prisional. Mesmo
que eu tivesse dinheiro para
construir presídios alucinada-
mente, e preciso de quatro anos
para entregar uma unidade no-
va,as cidades nãoquerempresí-
dios por perto.
Seriaahoradeumaagenda
propositivasobrecomooEstado
easociedadetratammenores?
Sim, e ela passa por um melho-
ria do sistema de unidades que
aplicam medidas sóciocorreti-
vas.Muitasdelassãoiguaisapre-
sídios, fazem violações e impe-
dem a recuperação de jovens.
Qual o caminho? Melhorar as
unidades. Temos exemplos co-
mo o do Acre, onde visitei uma
casa em que o índice de recupe-
ração é de 80%. Situações deste
tipoéquedevemserobjetodein-
vestimento do Estado.
Diantedoaumentodecrimes
violentoscometidostambém
pormenores,háquemdefenda
arevisãodoEstatutodaCriança
eAdolescente...
Sou a favor, sim. O governo tem
defendido uma melhoria do
ECA sob dois aspectos: o prazo
de internação previsto é muito
baixo quando se praticam cri-
mes hediondos com violência,
e esta retenção tem que ser feita
não só para que a sociedade não
tenha agravamento da situa-
ção, mas também porque tenho
que melhorar o atendimento
deste jovem para que ele possa
se recuperar: se eu casar inter-
nação com medidas sóciocorre-
tivas bem aplicadas, tenho
bons resultados. Então, é me-
lhorar o ECA e investir mais nas
unidades para que não tenha
um sistema tão desvirtuado e
perverso como o atual.
Háquemdigaqueomesmo
governoquedefendeanão
redução,deixadeinvestirem
políticaspreventivasde
inclusãosocial...
Temos que olhar a realidade co-
moelaé.Éevidentequetodomi-
nistro gostaria de ter mais ver-
bas para suas políticas, eu tam-
bém gostaria, mas temos que
sersolidárioscomoqueéneces-
sário para a economia brasileira.
A equipe econômica tem feito as
medidas necessárias para que
possamos ter equilíbrio fiscal e
estabilidade. Se o dinheiro não
existe,temosquerespeitararea-
lidade, tenho que ser solidário
com aqueles que dirigem a eco-
nomia do país.
RecentementeoSecretáriode
SegurançadoRio,JoséMariano
Beltrame,dissequeaguerraàs
drogasestáperdida.Éverdade?
Primeiro,nãomeagradaestaex-
pressão,euprefiroenfrentamen-
to às drogas, porque eu tenho
que diferenciar duas questões: o
traficante, efetivamente, tem
que estarsubmetido à organiza-
ção penal. Então quando eu falo
emguerraàsorganizaçõescrimi-
nosas, acho que existe algum
sentido em usar esta expressão.
Agora,emrelaçãoaousuário,de-
pendente químico, não se trata
de guerra, trata-se de buscar
um tratamento de saúde, a rein-
serçãosocialdestapessoa.Ouse-
ja: para o traficante o rigor da lei
penal; para o usuário, a aplica-
ção de políticas de saúde e so-
ciais. Eutenhoquedistinguir is-
to. Acho a fala do Beltrame mui-
to desesperançosa. A desespe-
rança não serve a nada.
Chegouahoradeumpactona
sociedadecontraaviolência,
reduzindooshomicídios?
Estamosdesenvolvendoumpro-
jeto.O Brasil tem índices de vio-
lência inaceitáveis. Eu diria que
nenhum estado brasileiro, ho-
je, possui um padrão ajustado
de violência, e isso se mede pe-
lo número de homicídios, altís-
simo. Nós temos lições de boas
práticas que podem ser replica-
das por todo o Brasil, como o
‘Brasil mais Seguro’, em Ala-
goas, que era o estado mais vio-
lento do país, e por força deste
programa, há três anos, já não é
o estado mais violento do país.
Pretendemos discutir todas es-
tas questões com os governado-
res. Temos que lembrar que a se-
gurança pública é um questão
atribuída aos estados, e não ao
governo federal, para fazermos
um grande pacto nacional de re-
dução de violência.
“
BRASIL
Todo ministro gostaria
de ter mais verbas para
suas políticas. Se o
dinheiro não existe,
temos que respeitar
a realidade, tenho
que ser solidário com
aqueles que dirigem
a economia do país”
ENTREVISTA
André Balocco
andre.balocco@odia.com.br
▲
‘É PRECISO REFORMAR AS
UNIDADES DE MENORES’ ABr
Um pacto contra a violência, que passe o protagonis-
mo da segurança pública à União através de uma mu-
dança na Constituição e ajude o país a reduzir sua po-
pulação carcerária —a quarta maior domundo.Este é
um dos legados que a negativa da Câmara à redução
da maioridade penal, na versão votada terça-feira à
noite, deixará. Em entrevista por e-mail, o Ministro
da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a admitir
que os presídios estaduais são masmorras medievais,
defendeu a ampliação para oito anos do tempo de de-
tençãodeadolescentesereconheceuqueodependen-
te de drogas deve ser tratado sob a ótica da saúde, não
mais a de segurança.
JOSÉ EDUARDO CARDOZOMinistro da Justiça
10 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Atraso em novas usinas custou R$ 1,9 bi
O brasileiro pagou R$ 1,9 bilhão nas contas de luz entre janeiro e
abril, somente para compensar o atraso na entrada em operação de
novas usinas, segundo cálculos da consultoria PSR. O montante foi
composto por quase a metade da arrecadação com as bandeiras
tarifárias, que representaram um faturamento extra de R$ 3,9
bilhões no mesmo período, segundo dados da Aneel. Reuters
Divulgação
O consumo residencial de energia
no país apresentou queda de 2,5%
em maio, na comparação com o
mesmo mês do ano anterior,indi-
cando que o brasileiro começa a
economizarnogastodeeletricida-
de.Segundo aEmpresadePesqui-
sa Energética (EPE), foi a primeira
quedanoano,puxadapelodesem-
penho das regiões Sul e Sudeste,
onde o reajuste médio das tarifas
chega a 40%.
Em geral, o consumo de ener-
gia no país caiu 2,2% em maio,
mês em que o único segmento que
apresentou alta foi o comercial —
ainda assim, em ritmo bem infe-
rior a meses anteriores.
“Uma parcela dos consumido-
res já teve a tarifa reajustada
duas vezes neste ano: o reajuste
extraordinário de março e o rea-
juste anual ordinário. O conjun-
to desses consumidores equiva-
le a quase 40% do consumo na
baixa tensão e agrega distribui-
doras do Sul e do Sudeste em sua
maior parte. Para esse grupo, a
tarifa foi reajustada, em média,
em cerca de 40%”, analisam os
técnicos da EPE, na Resenha
Mensal do Mercado de Energia
Elétrica, divulgado ontem. No
Nordeste, onde o reajuste médio
é de 7%, o consumo residencial
cresceu 2,5% em maio.
A EPE ressalta que o consumo
de eletricidade pelas residências
vinha apresentando taxas meno-
res de crescimento nos últimos
meses, mas a estatística está con-
taminada pelos grandes volumes
registrados no verão de 2014,
quando asaltastemperaturaspro-
vocaram uma sucessão de recor-
des de demanda no país. “Já o re-
sultado de maio, livre dessas in-
fluências, parece refletiros efeitos
combinados da queda do poder
aquisitivo das famílias com o au-
mento das tarifas de eletricidade,
aplicado em todas as distribuido-
ras”, conclui o documento.
Oexpressivo aumento dastari-
fas de energia reflete a política de
“realismo tarifário” implementa-
da no início do segundo mandato
de Dilma Rousseff, que repassou
aos consumidores custos que vi-
nham sendo represados nos últi-
mosanos. Alémdisso,criouo me-
canismo de bandeiras tarifárias,
segundoo qualosgatoscomener-
gia gerada por térmicas são ratea-
dos na conta mensal de luz — an-
tes, o repasse era feito apenas uma
vez por ano, no reajuste anual das
distribuidoras.
Na Região Sudeste, o consumo
industrial também tem sentido os
impactos da retração econômica e
dos aumentos da conta de luz. Em
maio, a demanda total da região
caiu 3,9%, na comparação com o
mesmomêsdoanoanterior.Asin-
dústrias do Sudeste utilizaram um
volume de energia 4,5% inferior,
puxadas pelo desempenho de São
Paulo, com queda de 7,4%. Neste
segmento, Minas Gerais e Espírito
Santo destoam, com crescimento
nademandaprovocadopelosseto-
res de papel e celulose e extração
de minerais metálicos.
O consumo residencial no Su-
deste caiu 4,2% e o comercial,
1,5%. “Além do desaquecimento
da atividade econômica,o consu-
mo na região já reflete os reajus-
testarifários e,nocasodeSãoPau-
lo em particular, efeitos da severa
crise hídrica, conforme reporta-
do pelasdistribuidoras que atuam
noestado”,comentaramostécni-
cos da EPE. A redução no consu-
mo de energia é citada por espe-
cialistas no setor como um dos fa-
tores determinantes para que os
reservatórios das hidrelétricas
cheguem ao final do período seco
ainda em condições de abastecer
o mercado.
Depois de prever umaquedade
0,5% no consumo em julho, o
Operado Nacional do SistemaElé-
trico(ONS)—queaindanãodivul-
gou as estatísticas do mês passado
— diz acreditar em estabilidade
em julho, com relação ao mês an-
terior. Porém, no subsistema Su-
deste/Centro-Oeste, onde há
maioresrestriçõeshídricas, apro-
jeção é de queda de 2,3%. O Nor-
deste deve continuar apresentan-
do crescimento, de 9,3% de acor-
do com projeções do operador.
Mesmo com a redução na de-
manda, no entanto, o ONS pre-
vê queda no nível dos reservató-
rios do Sudeste/Centro-Oeste
este mês. De acordo com as pro-
jeções divulgadas anteontem,
as hidrelétricas do subsistema
chegarão ao fim do mês com
34,7% de sua capacidade de ar-
mazenamento de energia.
Nicola Pamplona
nicola.pamplona@brasileconomico.com.br
ECONOMIA
Divulgação
Conta de luz salgada leva
consumidores a economizar
28,5TWh
Consumonacionaldeenergia
emmaio,segundoaEPE,
querepresentaumaqueda
de1,5%comrelaçãoaomesmo
períododoanoanterior.
9%
Quedanoconsumoresidencialde
energiaemMinasGeraisnomêsde
maio.Aotodo,oconsumo
residencialcaiu4,2%
naRegiãoSudeste.
ENERGIA ELÉTRICA
Alémdaeconomianasresidências,oEstadodeSãoPauloregistrouquedade7,4%noconsumoindustrialdeeletricidadeemmaio
Segundo EPE, consumo residencial de eletricidade caiu 2,5% em maio, refletindo aumento médio de 40% nas
tarifas das regiões Sul e Sudeste e queda do poder aquisitivo. Consumo industrial apresenta queda de 4,2%
No Sudeste, o consumo
industrial tem sentido
os impactos da retração
econômica e dos
aumentos da conta
de luz. Em maio,
a demanda total da
região caiu 3,9%, sobre
o mesmo mês em 2014
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 11
Até junho do próximo ano, a
CPFL Energia vai concluir a mi-
gração de todos os seus clientes
de alta e média tensão — respon-
sáveis por cerca de 40% da recei-
ta do negócio de distribuição da
companhia — para um sistema
eletrônico de medição à distân-
cia, num investimento total de
R$ 67 milhões. Até dezembro, a
empresa terá 23,5 mil consumido-
res do chamado Grupo A conecta-
dos à plataforma de leitura e fatu-
ramento automáticos. Outros
três mil serão adicionados até
meados de 2016. A telemedição é
apenas parte de uma estratégia
mais ampla de modernização das
redes e das operações das oito dis-
tribuidoras da CPFL, orçada em
cerca de R$ 250 milhões.
Com uma base de 7,5 milhões
de clientes nos estados de São
Paulo, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais e Paraná, a empresa nego-
cia a compra de dois milhões de
medidores digitais de consumo
de energia. A previsão inicial era
de que os aparelhos começas-
sem a ser instalados ainda este
ano, mas a negociação com for-
necedores se estendeu e o contra-
to de compra deverá ser fechado
apenas em outubro ou novem-
bro. Depois, os medidores inteli-
gentes terão de ser homologados
pelo Instituto Nacional de Metro-
logia, Qualidade e Tecnologia
(Inmetro). Se o cronograma
atual for mantido, a instalação
começará no segundo semestre
do próximo ano.
Além da leitura e faturamento
automáticos, a companhia traba-
lha também na montagem de
um portal em que os clientes de
alta e média tensão poderão
acompanhar praticamente em
tempo real o seu consumo de ele-
tricidade. A página está prevista
para entrar no ar até o fim deste
ano. O envio das contas de con-
sumo por e-mail já é oferecido à
toda a base de consumidores da
CPFL — a meta é chegar a um mi-
lhão de clientes cadastrados ain-
da em 2015, contra um total
atual de 700 mil.
No caso dos clientes de média
e alta tensão (Grupo A), a teleme-
dição é feita via rede de radiofre-
quência do tipo Mesh, tecnologia
amplamente utilizada nos Esta-
dos Unidos. A principal diferen-
ça é que no mercado americano
os medidores normalmente es-
tão instalados a curta distância
uns dos outros, enquanto no caso
da CPFL os clientes estão mais
dispersos, numa área de conces-
são de aproximadamente 180 mil
quilômetros quadrados. “Nos Es-
tados Unidos, os dados ‘pulam’
de um medidor para outro até o
ponto concentrador, de onde são
transmitidos”, explica Paulo
Bombassaro, diretor de Engenha-
ria da CPFL. “Aqui, 90% dos
clientes são atendidos com tecno-
logia Mesh e 10% com GPRS
(transmissão de dados usando re-
de celular)”. O GPRS provê a co-
nexão em clientes mais distan-
tes. Dos 26,5 mil consumidores
do Grupo A, cerca de três mil não
podem ser atendidos com nenhu-
ma das duas tecnologias, seja por
questões técnicas ou de custos.
“Os projetos serão feitos caso a
caso”, diz o diretor de Engenha-
ria da CPFL.
Ainda dentro dos investimen-
tos de modernização da rede, a
companhia inaugurou em maio
um centro de despacho para aten-
dimento de todas as solicitações
de clientes. As ordens de serviço
são enviadas eletronicamente,
via sinal de celular ou satélite, às
equipes de campo, dotadas de ta-
blets. Em julho do ano passado, a
CPFL já havia inaugurado um
centro de operações, voltado pa-
ra o controle do sistema elétrico.
Desde 2010, a companhia ins-
talou cerca de 4,8 mil equipamen-
tos (chaves) telecomandados,
via GPRS, que possibilitam mano-
bras remotas na rede, tais como o
isolamento de trechos com defei-
to e o restabelecimento automáti-
co do fornecimento de energia.
Até o fim do ano, aCPFLadiciona-
rá à rede 640 novos religadores,
com tecnologia Mesh, que vão se
somar a outros 45 instalados no
ano passado. A modernização
permitirá à companhia disputar
novos mercados. “Com a rede
Mesh, vamos poder oferecer ou-
tros serviços, como por exemplo
a telegestão de iluminação públi-
ca”, justifica Bombassaro.
O esforço da CPFL para au-
mentar a eficiência das opera-
ções inclui ainda a “primariza-
ção” — desde 1º de maio — de 139
equipes de serviços técnicos e co-
merciais, num total de quase 300
colaboradores. As equipes de
atendimento emergenciais já
eram próprias, assim como as
dos call centers da companhia
energética.
Medição automatizada
para grandes clientes
Editora: Flavia Galembeck
flaviag@brasileconomico.com.br
EMPRESAS
Rodrigo Carro
rodrigo.carro@brasileconomico.com.br
NÚMEROS
▲
Divulgação
CPFL investe R$ 67 milhões em sistema de leitura e faturamento para consumidores de
alta e média tensão, responsáveis por 40% da receita do seu negócio de distribuição
R$250mi
Éototalaproximadoorçadopela
CPFLparaoseuprojetode
modernizaçãodaredeedas
operaçõesdacompanhia.
139
Foiototaldeequipesdeserviços
técnicosecomerciais
“primarizadas”pelaempresaem
maio.Essasequipessomamum
totalaproximadode300
colaboradores.
Aempresaabsorveurecentementecolaboradoresterceirizadosquefaziampartedasequipesdecamponasáreastécnicaecomercial
Ainda dentro dos
investimentos de
modernização da rede,
a companhia
inaugurou em maio
um centro de despacho
para atendimento de
todas as solicitações
de clientes
12 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Negócio com a GE nos EUA é bloqueado
Ogoverno dos EUAdecidiubloquearoprocessode compra,pela
Electrolux,da divisão de eletrodomésticos da GeneralElectric (GE),
anunciadaem setembrode 2014,novalor de US$ 3,3 bilhões.Segundo
LeslieOverton, vice-procurador geral assistente nos EUA, a operação
podeprejudicar osconsumidores “deixandomilhões de americanos
vulneráveisa aumentode preçosem produtos importantes”. Bloomberg
BartekSadowski/Bloomberg
A Toyota informou ontem que Ju-
lie Hamp, diretora de Comunica-
ção e primeira mulher a ocupar
um alto cargo executivo na em-
presa, renunciou depois de ter si-
do presa no mês passado por sus-
peita de importação ilegal do
analgésico oxicodona no Japão.
Cidadã americana, Julie deixa
a Toyota cerca de um mês após ter
se mudado para Tóquio para assu-
miro posto deexecutivadecomu-
nicação da montadora japonesa.
A nomeação dela foi parte de um
esforço da companhia para diver-
sificar sua equipe de executivos,
majoritariamente masculina.
Em comunicado curto, a Toyo-
ta disse que aceitou a renúncia
de Julie após considerar as preo-
cupações e os inconvenientes
que os acontecimentos causa-
ram. Julie foi presa em 18 de ju-
nho, após autoridades aduanei-
ras encontrarem comprimidos
de oxicodona em um pacote en-
viado a ela dos Estados Unidos.
De acordo com a polícia, Julie ale-
gou que não achava ter importa-
do uma substância ilegal.
Ela segue sob custódia da polí-
cia. Como ainda terá de ser pro-
cessada, pode seguir detida por
até 20 dias após a prisão, de acor-
do com a lei japonesa. Esse prazo
termina em 8 de julho. Aoxicodo-
na é um analgésico potente e com
grande potencial de causar de-
pendência. O medicamento é
vendido somente com prescrição
médica nos Estados Unidos e no
Japão. Para que um cidadão possa
entrar no Japão com o produto é
necessária aprovação prévia do
governo local.
Julie trabalhava desde 2012 na
subsidiária americana da Toyota
eem abril passoua comandar adi-
visão de comunicação da monta-
dora. Reuters
Executiva deixa a Toyota após ser presa
ELECTROLUX
TECNOLOGIA APLICADA AO RISCO E A GESTÃO DO TRANSPORTE DO BRASIL S.A.
CNPJ/MF: 13.877.690/0001-03
Ativo 2014 2013
Circulante 6.638.991 4.951.645
Caixa e equivalentes de caixa 1.090.155 2.784.015
Clientes 1.043.994 77.508
Adiantamentos a fornecedores 460.409 132.450
Créditos de funcionários 187.931 145.341
Créditos com pessoas ligadas 1.630.202 –
Impostos e contribuições a recuperar 2.226.300 1.773.894
Despesa antecipada – 38.437
Não Circulante 1.692.882 2.247.712
Depósitos e cauções 36.625 36.625
IR e CS diferidos 1.506.257 2.061.087
Títulos de capitalização 150.000 150.000
884.524 1.518.703
Imobilizado 684.256 1.224.405
Intangível 200.268 294.298
Total do Ativo 9.216.397 8.718.060
Passivo 2014 2013
Circulante 5.417.170 5.645.104
Impostos, taxas e CS a recolher 1.192.463 734.474
Salários e encargos sociais a pagar 419.376 450.447
Fornecedores 265.431 115.307
Financiamentos e empréstimos financeiros 2.287.863 3.354.161
Provisão para férias 1.252.037 990.714
Não Circulante – 1.809.897
Financiamentos e empréstimos financeiros – 1.809.897
Patrimônio Líquido: 3.799.227 1.263.059
Capital social 3.741.748 3.741.748
Reserva legal 57.479 –
Prejuízos acumulados – (2.478.689)
Total do Passivo 9.216.397 8.718.060
2014 2013
Receita Bruta de Vendas 41.313.032 36.152.079
DeduçõesdaReceitaBruta:
Impostosincidentessobrevendas (5.890.198) (5.156.447)
Receita Líquida de Vendas 35.422.834 30.995.632
Custo dos Produtos Vendidos (22.661.517) (20.587.345)
Lucro Bruto 12.761.317 10.408.287
Receitas (Despesas) Operacionais:
Administrativas e gerais (6.632.123) (5.132.070)
Tributárias (12.436) (7.847)
Depreciação/Amortização (229.187) (185.516)
Receitas financeiras 40.522 52.196
Despesas financeiras (524.519) (1.256.504)
Outras Receitas/Despesas 35.932 79.017
Lucro (Prejuízo) antes do IR e da CS 5.439.506 3.957.563
Imposto de renda e contribuição social (1.811.244) (1.317.287)
Lucro Líquido do Exercício 3.628.262 2.640.276
Lucro por ação integralizada 0,97 0,71
Fluxo de caixa das atividades operacionais 2014 2013
Lucro líquido (prejuízo) do exercício 3.628.262 2.640.276
Depreciação e amortização 693.954 725.508
Imposto de renda e contribuição social diferidos – 402.386
4.322.216 3.768.170
Variações nos ativos e passivos operacionais
Aumento/redução no contas a receber de clientes (966.486) 253.633
Aumento/redução nos impostos e contribuições
a recuperar (452.406) 655.336
Aumento de depósitos e cauções – (1.000)
Aumento de impostos, contribuições e taxas
a recolher 457.989 108.768
Aumento/redução de fornecedores 150.124 (319.348)
Redução de outras contas a pagar – (1.926.728)
Aumento/redução de adiantamento de fornecedores (327.959) 462.725
Aumento/redução de outros ativos circulantes 550.677 30.654
Aumento de outros passivos circulantes 230.252 11.033
(357.809) (724.928)
Disponibilidades líquidas aplicadas nas
atividades operacionais (357.809) (724.928)
Fluxo de caixa das atividades de investimento
Investimento no imobilizado/intangível (59.775) (49.051)
(59.775) (49.051)
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
Aumento de capital – 10.000
Pagamento de empréstimos, financiamentos
e mútuos (4.506.398) (2.653.963)
Distribuição de dividendos (1.092.094) –
(5.598.492) (2.643.963)
Redução (aumento) de caixa e equivalentes
de caixa (1.693.860) 350.228
Caixa e equivalentes de caixa no início do período 2.784.015 2.433.787
Caixa e equivalentes de caixa no final do período 1.090.155 2.784.015
(1.693.860) 350.228
Capital
social
Capital
sociala
integralizar
Reserva
legal
Prejuízos
acumu-
lados Total
Saldoem31/12/2012 733.449 (10.000) – (5.118.965) (4.395.515)
Aumentodecapital
noperíodo 3.008.298 10.000 – – 3.018.298
Lucrolíquidodoexercício – – – 2.640.276 2.640.276
Saldoem31/12/2013 3.741.748 – – (2.478.689) 1.263.059
Distribuiçãodedividendos
conformeAGO – – – (1.092.094) (1.092.094)
Lucrolíquidodoexercício – – – 3.628.262 3.628.262
Constituiçãode
reservalegal – – 57.479 (57.479) –
Saldoem31/12/2014 3.741.748 – 57.479 – 3.799.227
1.Contextooperacional:ATecnologiaAplicadaaoRiscoeaGestãodoTransporte
doBrasilS.A.-TARGETBRASILfoiconstituídaem06/05/2008comsedenaCidade
eEstadodoRiodeJaneiro,etemporobjetoaprestaçãodeserviçosrelacionadosà
análiseegestãoderiscoesistemaassociadosaotrânsito,aotransporte,àgestãode
frota e segurança viária, consultoria de projeto, prospecção, operação,
documentação, capacitação, educação e gerenciamento de equipamentos e
infraestrutura. 2. Base de preparação e apresentação das demonstrações
financeiras: A divulgação das demonstrações financeiras foi autorizada pela
diretoria em 30/04/15. As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo
comaspráticascontábeisadotadasnoBrasil,consubstanciadasnaResoluçãoCFC
nº 1.329/11 - NBC TG 1000 - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas,
incluindoospronunciamentos,orientaçõeseinterpretaçõesemitidaspeloComitêde
Pronunciamentos Contábeis (CPC) e Resoluções do Conselho Federal de
Contabilidade (CFC). O processo de elaboração das demonstrações financeiras
envolveautilizaçãodeestimativascontábeis.Essasestimativasforambaseadasem
fatores objetivos e subjetivos, com base no julgamento da Administração para
determinação do valor adequado a ser registrado nas demonstrações financeiras.
Estimativas e premissas são utilizadas na seleção de vida útil do ativo imobilizado e
naanálisedesuarecuperabilidade,naanálisedoriscodecréditoparadeterminação
da provisão para créditos de liquidação duvidosa sobre as contas a receber, assim
como na análise de risco para determinação de outras provisões, inclusive para
contingências. Os ativos e passivos são classificados como circulante quando sua
provável realização ou liquidação ocorra nos próximos doze meses.Caso contrário,
são demonstrados como não circulantes. 3. Resumo das principais práticas
contábeis: a) Instrumentos financeiros: A Sociedade reconhece os ativos
financeiros não derivativos na data de negociação na qual se torna uma das partes
das disposições contratuais do instrumento. No final do exercício, a Sociedade
apresentava os seguintes ativos financeiros não derivativos: contas a receber,
impostosecontribuiçõesarecuperareativosfinanceirosregistradospelovalorjusto
por meio de resultado. Da mesma forma, também apresentava os seguintes
passivos financeiros não derivativos: fornecedores, financiamentos, impostos e
contribuições a pagar e contas a pagar.Tais passivos financeiros são reconhecidos
inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis.
A Sociedade não apresentava em 31/12/14 e de 2013 saldos com instrumentos
finaceirosderivativos.b)Apuraçãodoresultado:Oresultadoéapuradodeacordo
com o regime de competência, além de considerar os rendimentos, os encargos e
os efeitos de acordo com os índices e taxas oficiais sobre os ativos e passivos ao
valor de realização, quando aplicável. c) Caixa e equivalentes de caixa:
Compreende o saldo dos numerários em caixa, conta-corrente e as aplicações
financeiras de liquidez imediata, com baixo risco de variação no valor de mercado,
registrados ao custo, acrescidos dos rendimentos auferidos até a data do balanço.
8.Imobilizado:
Custo
Máquinase
equipamentos
Móveise
utensílios
Equipamentos
decomunicação Veículos
Equipamentos
deinformática Benfeitorias
Adianta-
mentos Total
Em01/01/2013 143.350 369.080 5.810 1.360.499 1.086.085 269.283 – 3.234.108
Adições – 40.989 – 9.246 11.579 – – 61.814
Em31/12/2013 143.350 410.069 5.810 1.369.745 1.097.664 269.283 – 3.295.921
Depreciaçãoacumulada:Em01/01/2013 (32.529) (69.164) (2.614) (648.255) (468.819) (220.392) – (1.441.773)
Depreciaçãoanual (14.903) (74.774) (1.162) (272.410) (217.603) (48.892) – (629.744)
Em31/12/2013 (47.432) (143.938) (3.776) (920.664) (686.422) (269.283) – (2.071.516)
Custo:Em01/01/2014 143.350 410.069 5.810 1.369.745 1.097.664 269.283 – 3.295.921
Adições – 59.775 – – – – – 59.775
Em31/12/2014 143.350 469.844 5.810 1.369.745 1.097.664 269.283 – 3.355.696
Depreciaçãoacumulada:Em01/01/2014 (47.432) (143.938) (3.776) (920.664) (686.422) (269.283) – (2.071.516)
Depreciaçãoanual (14.335) (90.946) (1.162) (273.949) (219.533) – – (599.924)
Em31/12/2014 (61.767) (234.884) (4.938) (1.194.613) (905.955) (269.283) – (2.671.441)
Valorcontábil:Em01/01/2014 95.918 266.131 2.034 449.080 411.242 – – 1.224.405
Em31/12/2014 81.583 234.960 872 175.132 191.709 – – 684.256
9. Intangível: Custo Software Marcas e Patentes Total
Em 01/01/2013 482.910 4.200 487.110
Adições 7.782 – 7.782
Baixas (20.545) – (20.545)
Em 31/12/2013 470.147 4.200 474.347
Amortização acumulada
Em 01/01/2013 (84.285) – (84.285)
Amortização anual (95.764) – (95.764)
Em 31/12/2013 (180.049) – (180.049)
Valor contábil
Em 01/01/2013 398.625 – 402.825
Em 31/12/2013 290.098 – 294.298
Custo
Em 01/01/2014 470.147 4.200 474.347
Em 31/12/2014 470.147 4.200 474.347
Amortização acumulada
Em 01/01/2014 (180.049) – (180.049)
Amortização anual (94.029) – (94.029)
Em 31/12/2014 (274.078) – (274.078)
Valor contábil
Em 01/01/2014 290.098 4.200 294.298
Em 31/12/2014 196.069 4.200 200.269
10. Empréstimos financeiros: Vencimento 2014 2013
Banco Bradesco S.A. (a) 2015 2.287. 863 5.045.576
Bradesco Administradora
de Consórcios S.A. 2014 – 118.482
Bradesco Leasing S.A. 2013 – –
2.287.863 5.164.058
Circulante (2.287.863) (3.354.161)
Não circulante – 1.809.897
Vencimento 2014 – 3.354.161
Vencimento 2015 2.287.863 1.809.897
Total 2.287.863 5.164.058
(a)Osempréstimosforamcontratadoscomafinalidadedeaumentarocapitaldegiro,
aplicação no desenvolvimento de novos projetos, visando a criação de novos
produtosparaentradadenovosnegóciosnaempresaecomgastosembenfeitorias
doescritório.Osaldoatualizadoporjurostemvencimentosaté04/2015.
11.Provisõesecontingênciastrabalhistas:ACia.configuracomoreclamadaem
ações trabalhistas onde, respeitando o rito processual, contesta ou contestará as
demandas através dos recursos pertinentes, os quais, quando aplicáveis, são
amparadas por depósitos judiciais. Referidos processos são oriundos,
substancialmente,dereclamatóriaspromovidasporex-funcionários.Amparadapela
opiniãodeseusconsultoreslegaisexternose,também,porcontadafaseprocessual
das ações, a Administração da Cia. decidiu por não registrar provisão
AosAdministradoresdaTecnologiaAplicadaaoRiscoeaGestãodoTransporte
do Brasil S.A. - TARGET BRASIL - Rio de Janeiro/RJ - Examinamos as
demonstrações financeiras da Tecnologia Aplicada ao Risco e a Gestão do
Transporte do Brasil S.A. - TARGET BRASIL, que compreendem o balanço
patrimonialem31/12/14easrespectivasdemonstraçõesdoresultado,dasmutações
dopatrimôniolíquidoedosfluxosdecaixa,paraoexercíciofindoem31/12/14,assim
como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.
Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras:
A administração da Sociedade é responsável pela elaboração e adequada
apresentação dessas demonstrações financeiras de acordo com as práticas
contábeisadotadasnoBrasilparapequenasemédiasempresas-Pronunciamento
TécnicoCPCPME-ContabilidadeparaPequenaseMédiasEmpresas,assimcomo
pelos controles internos que ela determinou como necessário para permitir a
elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante,
independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos
auditores independentes: Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião
sobreessasdemonstraçõesfinanceirascombaseemnossaauditoria,conduzidade
acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas
requeremocumprimentodeexigênciaséticaspelosauditoresequeaauditoriaseja
planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as
demonstraçõesfinanceirasestãolivresdedistorçãorelevante.Umaauditoriaenvolve
a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito
dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras.
Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a
avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras,
independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o
auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada
apresentação das demonstrações financeiras da Sociedade para planejar os
procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para
fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da
Sociedade. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas
contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela
administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações
financeirastomadasemconjunto.Acreditamosqueaevidênciadeauditoriaobtidaé
suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Base para Opinião sem
Ressalva:Emnossaopinião,asdemonstraçõesfinanceirasanteriormentereferidas
apresentamadequadamente,emtodososaspectosrelevantes,aposiçãopatrimonial
efinanceiradaTecnologiaAplicadaaoRiscoeaGestãodoTransportedoBrasilS.A.
-TARGETBRASIL,em31/12/14,odesempenhodesuasoperaçõeseosseusfluxos
de caixa, para o exercício findo em 31/12/14, de acordo com as práticas contábeis
adotadasnoBrasilaplicáveisparapequenasemédiasempresas.OutrosAssuntos:
Asdemonstraçõesfinanceirasdoexercíciofindoem31/12/2013,apresentadaspara
fins de comparabilidade, foram por nós examinadas, e nosso relatório datado de
06/05/14 não conteve ressalva.11/05/2015. KBRG Auditores e Consultores -
CRCRJ005333/O-0.PauloBuzziFilho-Contador-CRC-RJ-nº071138/O-5.
Javier E. Maciel
Diretor-Presidente
Andres Hernan Navarro
Diretor Operacional
Raimundo Marcos Silva Roldan
CRC/RJ 082.456/O-8
d)Contasareceber:Estãoapresentadospeloseuvalorefetivo,nãosendoaplicável
oajusteavalorpresente,poisorecebimentocomoregrageraldá-seemcurtoprazo,
e deduzido da provisão para crédito de liquidação duvidosa que é calculada com
base nas perdas estimadas e seu montante é considerado suficiente pela
Administração para fazer face a eventuais perdas na realização desses créditos.
e) Imobilizado: O imobilizado está demonstrado ao custo de aquisição, deduzido
dasdepreciações.Adepreciaçãoécalculadapelométodolinear,utilizando-setaxas
que levam em consideração a vida útil-econômica dos bens. f) Intangível: Ativos
intangíveis são reconhecidos pelo custo de aquisição e deduzidos da amortização
acumulada.g)Avaliaçãoderecuperaçãodeativos-imobilizadoeintangível:Os
bens do imobilizado e do intangível são avaliados anualmente para identificar
evidências de perdas não recuperáveis utilizando o contexto de indícios internos e
externos que interfiram na recuperação desses ativos.Nos exercícios de 2013 e de
2012 não foram necessários ajustes a esses ativos. h) IR e CS: O IR e a CS são
apurados com base no lucro real, de acordo com a legislação vigente, às alíquotas
de 15%, acrescidas do adicional de 10% sobre o lucro tributável excedente de
R$240.000,00milparaIRe9%sobreolucrotributávelparaCSsobreolucrolíquido.
i)Outrosativosepassivos:Umativoéreconhecidonobalançoquandoforprovável
queseusbenefícioseconômicosfuturosserãogeradosemfavordaSociedadeeseu
custo ou valor puder ser mensurado com segurança.Um passivo é reconhecido no
balanço quando a Sociedade possui uma obrigação legal ou constituída como
resultado de um evento passado, sendo provável que um recurso econômico seja
requeridoparaliquidá-lo.Asprovisõessãoregistradastendocomobaseasmelhores
estimativasdoriscoenvolvido.
4. Caixa e equivalentes de caixa: Descrição 31/12/2014 31/12/2013
Caixa 1.571 1.890
Contas-correntes bancárias (1.831) 163.728
Aplicações financeiras 1.090.415 2.618.397
1.090.155 2.784.015
O saldo bancário está livre e desembaraçado não havendo acordos para
manutenção de saldos médios. 5. Contas a receber: O montante a receber em
31/12/2014 e 2013 é de R$ 1.043.994 e R$ 77.508, respectivamente, corresponde
aosserviçosprestadosaosclientesnomercadointerno.Alémdisso,aadministração
da Companhia não constituiu provisão para devedores duvidosos em função das
expectativasderecebimentosnasuatotalidade.
6. Impostos e contribuições a compensar e a recuperar:
Descrição 31/12/2014 31/12/2013
Saldo negativo de imposto de renda 468.495 680.407
Saldo negativo de contribuição social 132.737 132.737
INSS 5.902 5.902
Imposto de renda sobre aplicações financeiras 2.891 2.891
PIS 44.699 31.474
COFINS 206.037 145.123
Impostos retidos na fonte 1.256.884 775.360
2.117.645 1.773.894
7. IR e CS diferida: Foram revisados e reconhecidos em 31/12/2014 e 2013
diferimentosdoIRsobreprejuízosfiscaisedaCSsobreabasedecálculonegativa:
Prejuízofiscalebasedecálculonegativa
IRPJ diferido CSLL diferida
Ano calendário 2010 3.102.384 775.596 279.215
Ano calendário 2011 443.398 110.849 39.906
Ano calendário 2012 2.516.239 629.060 226.462
Total 6.062.022 1.515.505 545.582
A constituição dos saldos foi com base na expectativa dos administradores da
Sociedade gerar lucros tributáveis futuros, para os quais foram elaborados fluxos de
caixadescontados,conformeabaixo:FluxodeCaixaDescontado:Lucrotributável
futuro: 2015: 3.000.862; 2016: 4.010.228; 2017: 5.780.874; 2018: 7.749.646; 2019:
8.524.611.
para as contingências trabalhistas, apenas registrando em nota o quadro resumo
destas, por interpretação do Pronunciamento Técnico 25 do CPC, como segue:
Demandastrabalhistasem31dedezembrode2014
Processo Valor Causa Resultado Provisão %
1 de 11 30.000,00 Possível desfavorável 15.000,00 50
2 de 11 50.000,00 Possível desfavorável 25.000,00 50
5 de 11 35.000,00 Possível desfavorável 17.500,00 50
7 de 11 29.000,00 Possível desfavorável 14.500,00 50
8 de 11 30.000,00 Possível desfavorável 15.000,00 50
10 de 11 29.000,00 Possível desfavorável 14.500,00 50
11 de 11 30.000,00 Possível desfavorável 15.000,00 50
Total a ser possível 116.500,00
12. Capital social: Em 31/12/2014, o capital social da companhia é de R$
3.741.747,77, representado por 3.741.747 ações, das quais 1.870.873 ordinárias e
1.870.874sãopreferenciais,todasnominativas,comvalornominaldeR$1,00cada
uma,todasemitidaseintegralizadas. Segue abaixo o quadro acionário:
Acionista
Nº de Ações
Subscritas Espécie
Valor
Nominal (R$)
% do
Capital
Kilness 1.870.874 Preferencial 1,00 50%
Target Américas 785.766 Ordinária 1,00 21%
Compass
Consultoria 785.767 Ordinária 1,00 21%
AHN Consultoria 299.340 Ordinária 1,00 8%
Total 3.741.747 – – 100%
13.Outras informações:Os registros contábeis e as operações estão sujeitos aos
exames das autoridades fiscais e a eventuais notificações para recolhimentos
adicionaisdeimpostos,taxasecontribuiçõesduranteprazosprescricionaisvariáveis,
consoanteàlegislaçãoaplicável.
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 13
Estávamos em 60%
do mercado total
defrios e embutidos.
No momento em que
retornam essas quatro
categorias, voltamos
aatuaremmais 23%,
chegando, portanto,
a83%”
Fabio Miranda
Diretor de Marketing da Perdigão
■ AntesdafusãocomaSadia,
formandoaBRF,aPerdigãoatuava
em22categorias;
■ Apósafusão,oCadesuspendeu
osprodutosdaPerdigãoemnove
categorias;
■ Hoje,aPerdigãopossui23%de
marketshareemtodasasáreasdo
mercadodefrioseembutidosem
queatua;
■ Depoisdavoltadascategoriasde
presunto,apresuntado,linguiça
defumadaecortessuínos,neste
ano,seráavezdoretornoàs
categoriassalame(em2016),e
lasanha,carnessaudáveiscomo
peitodeperu,pizzacongelada,
quibeealmôndegas(em2017);
■ ABRFplanejainvestirR$1,8
bilhãoatéofinaldoano;
■ OsetordealimentosfaturouR$
9,7bilhõesem2013.Noano
passado,areceitadosetorfoide
R$11,8bilhões.
“
Ao mesmo tempo em que traz de
voltaao mercado produtos dasca-
tegorias presunto, apresuntado,
linguiça defumada e cortes suí-
nos da Perdigão, aBRF planejaex-
pandir a presença da marca per-
nambucana em regiões no exte-
rior em que já atua. Atualmente,
a Perdigão está no Oriente Médio
e na África com o nome de Per-
dix. “Estamos analisando expan-
di-la para todas as regiões em que
a BRF está presente”, disse o dire-
tor-nacional de Vendas do grupo,
Rafael Ivanisk.
A empresa anunciou ontem a
volta de quatro das nove catego-
rias de produtos da Perdigão que
estavam suspensas há três anos,
apósaprovaçãopeloConselhoAd-
ministrativo de Defesa Econômica
(Cade) da fusão da companhia
com a Sadia, como medida toma-
da pelo regulador para equilibrar o
mercado. Antes da fusão, a Perdi-
gão atuava em 22 categorias.
Voltam às gôndolas presunto,
apresuntado e linguiça defuma-
da. No final do ano será a vez dos
produtos-símbolo do Natal —ten-
der, pernil, paleta e lombo — re-
tornarem.
SegundoosexecutivosdaPerdi-
gão, o posicionamento de marca
será semelhante ao utilizado antes
da interrupção das vendas, com
produtos com preços mais baixos
do que os encontrados na marca
Sadia. “Pretendemos tornar nosso
portfólio mais acessível ao consu-
midor”,disse Ivanisk.As noveca-
tegoriassuspensaspeloCaderepre-
sentamjuntas40% do mercado de
frios e embutidos. “Estávamos em
60%domercado.Comesseslança-
mentos, voltamos a atuar em 83%
do mercado”, ressaltou o diretor
de Marketing da marca Perdigão,
Fabio Miranda.
A Perdigão possui, atualmente,
23% de market share em todas as
áreasdomercadodefrioseembuti-
dos em que atua — atrás apenas da
Sadia.Em2016,retornaráàcatego-
ria de salame e, em 2017, será a vez
de lasanha, peito de peru, pizza
congelada, quibe e almôndega.
Desdeoiníciodoano,aBRFtra-
balha no relançamento da marca
Perdigão. Para isso, parte dos R$
1,8bilhãoeminvestimentosprevis-
tosparaesteanovaijustamentepa-
ra as campanhas dos produtos da
marca e para a readequação das li-
nhas de produção, já que os itens
possuem diferenças de formula-
ção e processo, na comparação
com a irmã Sadia.
“A Perdigão faz parte do dia a
dia do brasileiro. Continuamos a
ser ‘Top of Mind’ nas categorias
em que estávamos alienados, co-
mo presunto e linguiça (...)A volta
das categorias representa um re-
lançamentodamarcacomoumto-
do, já que estávamos menos pre-
sentesnamídia”,destacouageren-
te de Marketing da Perdigão, An-
drea Dietrich.
Segundo ela, a contratação do
casal Angélica e Luciano Huck co-
mogarotos-propagandaeopatro-
cínio ao “Big Brother” reforçam a
importância da marca para a BRF.
“Temosumplano decomunicação
completo. Posso dizer que é o
maiorinvestimentoemcomunica-
çãodamarcanosúltimosanos.Va-
mostertambémembalagensrefor-
muladas”, completou.
A empresa não divulga qual é o
crescimentodevendasprevistopa-
ra a BRF com a volta dos produtos
da Perdigão. Os executivos dizem
apenas que a retomada será peça
fundamental para uma expansão
“robusta” da companhia em 2015,
mesmocomumcenárioeconômi-
comais difícil.“Osetordealimen-
tos tem grande potencial. Subiu de
R$ 9,7 bilhões de faturamento, em
2013, para R$ 11,8 bilhões no ano
passado.Éummercadoestimulan-
te,masconcorrido, porissopreci-
samossemprederenovação”,des-
tacou Ivanisk.
JBScompraunidade de
suínosda CargillnosEUA
A empresa de alimentos JBS in-
formou ontem a compra da uni-
dade de suínos da Cargill nos Es-
tados Unidos por US$ 1,45 bi-
lhão, livre de dívidas. Em fato re-
levante, a companhia brasileira
informou que o valor será pago à
vista e em dinheiro.
EMPRESAS
Gabriela Murno
gmurno@brasileconomico.com.br
A volta às gôndolas de mais
produtos da Perdigão
▲
Divulgação
PONTO-A-PONTO
AndreaDietrich:“Avoltarepresentaumrelançamentodamarca”
Enquanto isso, a BRF — dona também da Sadia — planeja expansão da marca pernambucana no mercado externo
A BRF não divulga qual
é o crescimento de
vendas previsto.
Os executivos dizem
apenas que a retomada
será peça fundamental
para uma expansão
“robusta” da
companhia em 2015
14 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
F
ico muito irritada quando o governo coloca nas costas do
consumidor a culpa pelo preço da energia e diz que é preciso
economizar mais. É óbvio que as pessoas já estão
economizando, até porque, o aumento da conta foi uma facada nas
costas. Agora, não venham dizer que estamos pagando mais pela
bandeira tarifária porque o consumo está alto e é preciso utilizar
as termelétricas. Estamos pagando mais por causa da ineficiência
do Estado de gerar energia. E quem cuida da energia, há pelo
menos 12 anos, é a própria presidenta Dilma. Nem pode terceirizar
esta responsabilidade.
QUEM CUIDA DA ENERGIA DO BRASIL?
Algo que me irritou muito foi um
anúncio feito pela Agência Nacio-
nal de Energia Elétrica (Aneel) e
pela Associação Brasileira de Dis-
tribuidores de Energia Elétrica
(Abradee), que, felizmente, já
saiu do ar. Na propaganda, o texto
interpretado pela atriz Taís Araú-
jo,diziaqueasbandastarifáriasfo-
ram criadas para avisar ao consu-
midor quando era preciso econo-
mizar. Como assim? As bandeiras
tarifárias indicam que a produção
de energia está baixa e, por causa
disso, será necessário comprar
energia das termelétricas, não
tem nada a ver com o uso.
E por que a produção de ener-
gia está baixa? O governo vai res-
ponder que é porque não choveu
nas cabeceiras dos rios e, portan-
to, as hidrelétricas estão com ní-
veis muito abaixo do necessário. E
como o consumidor poderia fazer
para chover mais e melhorar o ní-
vel dos reservatórios? Mesmo se
não usássemos nenhuma energia,
os reservatórios continuarão bai-
xos. Portanto, o consumidor não
tem culpa de a bandeira tarifária
estar sempre vermelha e nada po-
de fazerparaela voltara serverde.
Aliás, se o consumidor pudes-
se fazer alguma coisa, faria, por-
que a invenção das bandeiras foi
uma forma de o governo repassar
um custo que ele deveria absor-
ver.Ogoverno estáseaproveitan-
do deste fator para aumentar a ta-
rifa das bandeiras. Somente nos
três primeiros meses deste ano, a
cobrança adicional por conta das
bandeiras tarifárias chegou a R$
600 milhões. E como o consumi-
dornão pode fazer nada para seli-
vrar deste novo imposto que aca-
bou incorporado à tarifa, a conta
poderá ser aumentada a qualquer
momento, basta o governo au-
mentar o valor. Como já o fez. Ao
anunciar as bandeiras, o valor pa-
ra a vermelha era de R$ 3 para ca-
da 100kW/h. O Governo, então,
aumentouparaR$5amaisporca-
da 100kW/h para a bandeira ver-
melha, e R$ 2,50 por 100kW/h, se
for amarela.
E,aindaporcima,levamos ou-
tro tranco financeiro, desta vez do
governo estadual, porque os 27%
do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias (ICMS) e os 9% de
PIS/Cofins são calculados em ci-
madovalortotaldacontadeener-
gia, incluindo a nova cobrança
das bandeiras. Quer dizer, o con-
sumidor está pagando a mais e os
governos, federal e estadual, es-
tão se aproveitando da falta de
chuva no lugar certo, para engor-
darem seus cofres. Até porque a
demanda de energia caiu. E não só
porque o consumidor está econo-
mizando, mas porque o país está
em recessão, produzindo menos,
inclusive produtos de alto gasto
energético, como aço. O gasto é
menor, mas o governo ganha
mais com a conta de luz.
O governo culpa a seca, e só se
esqueceu de combinar com São
Pedro onde ia chover. Era melhor
contratar um pajé para Ministro
deMinaseEnergia,pelomenosse-
riaalguémcommaisconhecimen-
todanatureza.Masnemeraneces-
sário contratar um adivinho. É só
olhar para os estudos que confir-
mamoaquecimentoglobaleodes-
matamento da Amazônia para sa-
ber que não dá para contar com os
rios para sempre, principalmente
porque estamosassoreando e ma-
tando as nascentes.
Ao invés de passar anos discu-
tindo o impacto ambiental e im-
pondo ahidrelétrica de Belo Mon-
teàspopulaçõesribeirinhas, ogo-
verno federal poderia ter investi-
do mais em energia eólica no Nor-
deste, por exemplo, e feito linhas
de transmissão suficientes para
que as energias alternativas não
utilizadas se somassem à rede elé-
trica. Este é o caso do parque de
Osório, no Rio Grande do Sul, que
não utiliza todaaenergiaproduzi-
da e poderia transferir à rede.
E já que a própria presidenta
era a mãe do PAC, poderia ter jun-
tado à construção das casas o uso
de placas solares, o que traria di-
versosresultados.Omoradoreco-
nomizarianacontadeenergiaelé-
tricaeteriaáguaquente;oquenão
fosse utilizado de energia poderia
serdevolvidoparaaredeeissoesti-
mularia os empresários na área de
energia solar a investirem, já que
teriam uma demanda garantida.
No longo prazo, diminuiria o valor
inicial de implantação da energia
solar, o que seria um benefício pa-
ra toda a população que optasse
por utilizar esta forma de energia
alternativa.
Agora, a presidenta diz, em
um acordo com o presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama,
que vai erradicar o desmatamen-
to ilegal até 2030. Não está fazen-
do mais do que a obrigação, se é
ilegal.O duro deouvir éque vaile-
var 15 anos para cumprir a lei.
Aliás, a gente tem tudo para fazer
o melhor, mas vive na lanterni-
nha. Fomos os primeiros a ter um
biocombustível como o etanol,
primazia elogiada no mundo to-
do. O que fizemos? Acabamos
com o projeto do etanol e os car-
ros flex só estão rodando a gasoli-
na. Por outro lado, a presidenta
manteve o valor dos combustí-
veis mais baixos do que no merca-
do internacional, o que ajudou a
quebrar a Petrobras. Temos a
maior mata atlântica do mundo,
e o que estamos fazendo? Esta-
mosdesmatandoparaoagronegó-
cio e para a criação extensiva de
bois, o que foi aplaudido pela pre-
sidenta. No outro lado do mundo,
a China, que nunca teve sol e chu-
va como nós, dos trópicos, está
ganhando, de lavada, no uso da
energia solar. O país quer produ-
zir dois gigawatts a cada dois me-
sescom energia solar.Esta é ame-
ta brasileira, para um ano, mas
em 2023. Quem é mesmo que cui-
da da energia no Brasil?
EditoriadeArte
Coluna publicada às quintas-feiras
CLIENTE & CIA.
NADJA SAMPAIO
nadja.sampaio@brasileconomico.com.br
Somente nos três
primeiros meses deste
ano, a cobrança
adicional por conta
das bandeiras tarifárias
chegou a R$ 600
milhões. A conta
poderá ser aumentada
a qualquer momento
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 15
Marcondes Neto no Brasil Econômico - 02/07/2015 - P. 31
Marcondes Neto no Brasil Econômico - 02/07/2015 - P. 31
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Marcondes Neto no Brasil Econômico - 02/07/2015 - P. 31
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Marcondes Neto no Brasil Econômico - 02/07/2015 - P. 31
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Marcondes Neto no Brasil Econômico - 02/07/2015 - P. 31

  • 1. Ações da PDG ON (em R$) 1/730/629/626/624/6 0,36 0,38 0,37 0,36 0,39 Grécia no sufoco entre o sim e o não Pensionistas gregos tentam entrar em agência bancária, um dia após o país deixar de pagar uma parcela ao FMI. O primeiro-ministro Alexis Tsipras fez pronunciamento na TV pedindo que a população diga não aos termos do resgate proposto pela UE. P23 CÂMBIO Dólar sobe com saída de recursos A moeda americana fechou ontem cotada a R$ 3,145, uma alta de 1,16%, refletin- do o movimento de fuga de capitais. Apenas nos dois úl- timosmesessaíramUS$11,64 bilhõespelacontafinanceira da balança comercial. P20 VAREJO Perdigão volta às prateleiras Enquanto relança produtos dascategoriaspresunto,apre- suntado,linguiçadefumadae cortes suínos, a BRF planeja expandirapresençadamar- capernambucana emregiões doexteriorondeaempresajá tem distribuição. P14 Popularidade de Dilma cai para 1 dígito GOVERNO Apenas 9% dos eleitores acham que a presidenta Dil- marealizaumgovernoótimo ou bom. Outros 21% consi- deram seu governo regular, mostra pesquisa CNI/Ibope. Oresultadosinalizaquecerca de40%doseleitores deDilma estão insatisfeitos. P4 Conta mais cara faz consumidor cortar gasto com energia O consumo residencial de eletricidade caiu 2,5% em maio, como exo do aumento de tarifas.AquedafoipuxadapelasregiõesSuleSudeste,ondeoreajustemédioesteanochega a 40%. No Nordeste, com alta de preços de 7%, a demanda das famílias permanece em alta. No geral, a venda de energia caiu 1,5%, em relação a igual mês do ano passado. P11 Pagamos conta mais alta devido à ineficiência do estado de gerar energia. P15 NADJA SAMPAIO Boa parte da crise resulta de temas tratados de forma inadequada no passado. P7 CARLOS THADEU Executiva renuncia após ser presa por entrar no Japão com remédio controlado. P13 TOYOTA Louisa Gouliamaki/ AFP Economico Brasil INDICADORES brasileconomico.com.br PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . QUINTA-FEIRA, 2 DE JULHO DE 2015 . ANO 6 . Nº 1.462 . R$ 3,00
  • 2. No index Ser ou não ser Crise hídrica sai de cena, mas ainda afeta orçamentos Chegou a hora do Brasil focar no que é prioritário? Retração não afasta brasileiro de mercado de luxo Um senador aliado do governo não entendeu a conversa do presidente Lula com o PMDB na terça-feira. Há uma semana, ele reuniu o mesmo grupo para criticar o governo, alfinetar ministros e falar de dificuldades. Nesta, pediu compreensão, o esquecimento de mágoas e apoio à presidente Dilma para o bem do país. "Não entendi", resumiu o político. Como o ex-presidente é um mestre do cálculo político, há grande curiosidade a respeito daquilo que fez Lula mudar de opinião. É incompatível com a atual situação econômica do Brasil, é insustentável do ponto de vista fiscal e injusto do ponto de vista social Segundo a percepção das empresas estrangeiras de petróleo, a recepção ao projeto de José Serra que retira a exclusividade da Petrobras na exploração do pré-sal demonstra que a proposta tem apoio da maioria dos senadores e da própria estatal. O debate realizado no plenário do Senado na terça-feira teria deixado claro que, a exemplo do presidente Lula, os parlamentares precisam apenas de um bom motivo para aprovar o texto. Como grandes interessadas, as empresas monitoram de perto sua tramitação. O presidente da CNI, Robson Braga, entrou na blacklist do Palácio do Planalto na categoria adversário. A última pesquisa do Ibope para a confederação com a má notícia da popularidade de Dilma de um dígito foi a gota d'água. Confirmou diagnóstico de conselheiros da presidente de que a representação patronal é ruim. Não faz parte dos planos de Michel Temer deixar a coordenação política, ainda que, mesmo no PMDB, exista quem defenda sua saída como forma de se autopreservar. Sem o apoio da Casa Civil no cumprimento de compromissos políticos não valeria a pena continuar. Para ele, o papel de salvador da pátria é obviamente o mais conveniente. “ A derrotasofridapelogoverno,noSenado,comaaprovaçãodeaumentomédiode59,5%paraosservidoresdo judiciáriodesgastou aindamaisadifícilrelaçãoentreoPTeoPMDB noSenado.Nopartidodogoverno,reclamava-se queabancada ficou sozinhanadefesadanegociaçãodepropostaalternativacapazdeamorteceroimpactoantiajuste fiscal.Entreospemedebistas,aculpapelotropeçoeraatribuídaàCasaCivil,acusadadedeixartudo paraaúltimahora. Avelhafórmuladecederàaprovaçãode umprojetoou medidaprovisórianuma seguidadevetoacopladoanovapropostaé consideradaapiorpossível.Expõeapresidenteaumanegociaçãoemdesvantagemesobameaçadederrubadadoveto. O Ibovespa fechou em queda de 0,61%, a 52.757 pontos, terminando a sessão no menor patamar desde 1º de abril. O volume financeiro novamente ficou abaixo da média do ano, totalizando R$ 5,8 bilhões. Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, criticando ao aumento doJudiciário aprovado pelo Senado a ser vetado pela presidente É revoltante saber que este novo aumento da energia em São Paulo se deve à crise hídrica do começo do ano. Outra vez a população arca pela falta de planejamento dos setores responsáveis. Será que teremos que passar outra vez por esta situação em 2016? O assunto saiu de cena nos noticiários, mas continua impactando nas contas. O país deveria aproveitar a discussão sobre a maioridade penal e unir forças para melhorar o sistema que abriga os menores. Não podemos nem usar a palavra acolhe porque, em geral , as instituições são depósitos que só retiram os jovens das ruas. Acolher, reequilibrar e desenvolver são ações fundamentais para quem está excluído da sociedade. Brasileiro gasta como se não houvesse amanhã, independente de classe social. Enquanto fatias menos privilegiadas investem em alimentação e lazer, o mercado de luxo do país continua firme, apesar da crise generalizada. Marcas internacionais ainda são cobiçadas mesmo que os seus produtos sejam infinitamente mais caros do que no exterior. INDICADORES OENÍGMALULA FALE CONOSCO MEDÊMOTIVO AUMENTA DESGASTE ENTRE ALIADOS E-mail: redacao@brasileconomico.com.br Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br JOSÉ NEGREIROS jose.negreiros@brasileconomico.com.br OLHAR DO PLANALTO LulaMarques/AgênciaPT Fernanda Correia São Paulo, SP Rubens Sampaio São Paulo, SP Luis Bastos Rio de Janeiro, RJ TAXAS DECÂMBIO COMPRA VENDA ▲ Dólarcomercial(R$ /US$) 3,1443 3,1450 ▲ Euro (R$/E) 3,4751 3,4768 JUROS META EFETIVA ■ Selic (aoano) 13,75% 13,65% BOLSAS VAR. % ÍNDICES ▼ Bovespa- SãoPaulo -0,61% 52.757,54 ▲ Dow Jones-NovaYork 0,79% 17.757,91 ▲ FTSE100-Londres 1,34% 6.608,59 2 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
  • 3. Aprovado relatório preliminar da LDO A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou ontem o relatório preliminar ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O texto considera que as projeções para o Orçamento de 2016 refletem “um quadro de desaceleração econômica, crescimento da inflação e aperto monetário, antevendo uma melhoria do cenário a partir de 2016”. ABr As recentes derrotas do governo em votaçõesno Congresso de me- didas que propõem aumento de gastos públicos acenderam um si- nal de alerta no Palácio do Planal- to. Em menos de uma semana, a base aliada do governo contabili- zou seguidas derrotas em vota- ções de “pautas-bomba” para as contaspúblicas.Entreelas,aapro- vação naterça-feira, pelo Senado, do reajuste de 59,5% a servidores do Judiciário, medida que custará aos cofres públicos, em quatro anos, cerca de R$ 25,7 bilhões. Não por acaso, ontem, o ministro do Planejamento, Nelson Barbo- sa, adiantou que a presidenta Dil- maRousseffdeverávetaroaumen- to e indicar uma alternativa que envolvatodosospoderes.Em via- gem aos EUA, onde acompanha a comitiva presidencial, Barbosa considerou a proposta como “in- defensável do ponto de vista so- cial e fiscal” e frisou que o reajuste aprovado pelo Congresso aumen- tará “ainda mais” a diferença en- treossaláriosdosservidoresdoJu- diciário e carreiras similares do Executivo. “Atualmente já há um ganho a maior de até 60% em fa- vordo Judiciário. Com aproposta, essa diferença subiria para 170%”,disseoministro,viaasses- soria de imprensa. Em São Francisco, a presidenta Dilma comentou que a aprovação pelo Congresso do reajuste seria “lamentável”emfunçãodaneces- sidade do governo em cortar gas- tos para conseguir cumprir a me- ta de superávit primário de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), mas evitou indicar, de forma cla- ra, se vetaria ou não a proposta aprovadanoSenado.“Éinsusten- tável para um país como o nosso, emqualquercircunstância,darní- veis de aumento tão elevados (de 59,5%)”,disseDilma.Apresiden- tamencionouqueamaiorpreocu- pação do governo, no momento, é assegurar o ajuste fiscal, e afir- mou que derrotas no Congresso são vistas com naturalidade. “Comoestamosna democracia é assim: tem dia que você ganha e tem dia que você perde. Mas nós ainda teremos oportunidades de avaliar como vai ser a questão do aumento (do Judiciário). Agora, defato,(essamedida)comprome- te o ajuste fiscal”, contou. Mas não é só a aprovação do reajustedoJudiciárioquetemtira- do o sono do governo. Na semana passada, o Planalto também foi derrotado na votação pela Câma- ra que estendeu a regra de corre- çãodosaláriomínimoacimadain- flação a todos os aposentados e pensionistas do INSS. Caso entre em vigor ainda este ano, a medida custaria aos cofres da Previdência Social cerca de R$ 4,6 bilhões. A partir de 2016, no entanto, o gasto aumentaria para cerca de R$ 9,2 bilhões por ano. O governo ainda esperaderrotar amedidano Sena- do,masjáadmiteque,senão hou- ver acordo, o desfecho deverá ser mesmo o veto presidencial. “Da formacomoapropostafoiaprova- dapelaCâmara,apresidentaveta- ria, porque não caberia nas contas públicas nesteano”, frisouum as- sessor presidencial. TambémentrounoradardoPa- lácio do Planalto a discussão, que deverá chegar ao Senado nas pró- ximas semanas, do reajuste pedi- do por servidores do Ministério Público da União e do Conselho Nacional do MP. Eles querem os mesmos 59% de reajuste que fo- ram concedidos aos servidores do Judiciário da União, na votação do Senado de terça-feira. A ideia do governo é tentar atrasar ao máxi- moavotaçãonoCongressoeofere- cer à categoria um reajuste em li- nhaao quefoiapresentado aosde- mais servidores do Executivo ci- vil. Ou seja, um reajuste de 21,3% escalonado em três anos, a partir de 2016. O presidente do Senado, Re- nan Calheiros (PMDB-AL) já avi- sou que, se governo e sindicalistas nãochegarem aum acordo, poráo assunto em votação. Também tem sido motivo de preocupaçãodaarticulaçãopolíti- ca do governo a negociação com os senadores do projeto de lei que propõeareversãoparcialda deso- neraçãodafolhadesalários.Ame- dida que foi aprovada na Câmara ganhou substitutivos do relator do projeto, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que redu- zem de R$ 12,5 bilhões para me- nos de R$ 9 bilhões a possibilida- de de arrecadação para o governo. Porém, aordemno Palácio do Pla- nalto é votar a medida da forma como ela foi proposta, para que possaentraremvigor“omaisrápi- do possível”. “Cada mês de atraso na aprovação da desoneração da folha, o governo perde cerca de R$ 1 bilhão em receitas”, disse uma fonte do Planalto. Caso não consiga vencer essas votações, a presidenta Dilma já avisou que vetará qualquer proje- to que ponha em risco o ajuste fis- cal. Nem a queda da popularidade será um problema, avisou um in- terlocutordapresidenta:“Épreci- so assegurar o ajuste fiscal”. Divulgação Deco Bancillon deco.bancillon@brasileconomico.com.br BRASIL Brasília PERDAS DO AJUSTE Editor: Paulo Henriquede Noronha paulo.noronha@brasileconomico.com.br ▲ EdilsonRodrigues/AgênciaSenado Pautas-bomba no Congresso põem em risco o ajuste fiscal R$25,7bi Gastoprevistocomreajuste aosservidoresdoJudiciário emquatroanos. R$4,6bi Gastoadicionalem2015com oreajustedosaláriomínimo atodososaposentados. R$3bi PrejuízoqueUniãopodetercaso umnovoindexadordadívidados estadosemunicípiosjápassea valerem2015. ORÇAMENTO SessãoplenáriadoSenado:reajusteaprovadoparaoJudiciáriojáestásendopleiteadopelosservidoresdoMinistérioPúblicodaUnião Nelson Barbosa, dos EUA, já adiantou que a presidenta Dilma deverá vetar reajuste de 59,5% aprovado pelo Senado para servidores do Judiciário. Medida custará aos cofres públicos mais de R$ 25 bilhões em quatro anos Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 3
  • 4. A nova Pesquisa CNI-Ibope de Avaliação do Governo Dilma Rousseff, divulgada ontem, sina- liza que cerca de 40% dos eleito- res que votaram na petista para a Presidência, no segundo turno das eleições de novembro, po- dem estar insatisfeitos ou muito insatifeitos com seu governo. A pesquisa do Ibope revela que, de maneira segmentada, a queda de popularidade da presidenta foi maior entre as pessoas com me- nor grau de instrução e na Região Nordeste — dois segmentos onde Dilma teve ampla votação em suas duas eleições. De acordo com o Ibope, a pes- quisa—realizadacom2.002entre- vistadosentre osdias18 e21 deju- nho, em 141 municípios — mostra a pior avaliação de um presidente desde julho de 1989, quando ape- nas 7% avaliaram o governo José Sarney como Ótimo ou Bom. Agora em junho, apenas 9% achamqueapresidentaDilmarea- lizaum governo Ótimo/Bom.Ou- tros 21% consideram seu governo Regular. A soma de Ótimo/Bom com Regular dá 30% da amostra. Como Dilma teve 51,65% dos vo- tos válidos no segundo turno, é possível supor que cerca de 21% do eleitorado (equivalente a 40% dosquevotaramemDilma)consi- deramseu governoRuimouPéssi- mo. Na pesquisa do Ibope, o total de entrevistados que avaliaram o governo Dilmacomo Ruim/Péssi- mo é de 68%. A pesquisa CNI-Ibope mostra que,entreosentrevistadosqueafi- raramtervotadoemDilmanaúlti- ma eleição, houve forte queda na avaliação da petista. Em dezem- bro de 2014, 63% disseram que seu governo, no final do primeiro mandato, era Ótimo ou Bom; em junho, esse percentual despencou para apenas 19%. Confirmando o que já foi mos- tradopelaúltimapesquisaDatafo- lha, a enquete CNI-Ibope aponta queapresidentavemperdendora- pidamentepopularidadeentretra- dicionais grupos de eleitores do PT. Na segmentação por nível de educação, a maior perda de Dilma sedáentreoseleitorescomescola- ridadeatéa4ªsériedoEnsinoFun- damental:o percentualdeÓtimo/ Bom caiu de 18%, em março, para apenas 13% em junho; e o total queconfiaemDilmarecuou9pon- tos percentuais (p.p.), para 24%. Na Região Nordeste, tradicio- nal basião eleitoral do PT desde a primeira eleição de Lula em 2002, o total de avaliação Ótimo/Bom do atual governo caiu 5 p.p., para 13%; e a confiança na presidenta Dilma recuou de 34% para 28%. A pior avaliação regional de Dilma se dá no Sudeste, onde o governo da presidenta petista tem apenas 8% de Ótimo/Bom e somente 14% confiam na mandatária. Um dado curioso da pesquisa mostraqueapopularidade de Dil- macresceàmedidaqueoentrevis- tado tem mais idade. Apenas 6% dosquetêmde16a24anos avalia- ram bem o governo. Esse percen- tual cresce para 9% na faixa de 25 a 44 anos; vai a 11% entre os de 45 a 54 anos; e atinge 14% entre os com mais de 54 anos. Deacordo como Ibope,aapro- vaçãodoeleitoradoàgestãodogo- verno Dilma na área econômica vem se deteriorando fortemente desde o fim de seu primeiro man- dato. Apesar de a geração de em- pregostersidoumdostrunfoselei- toraisdastrêsgestõesdoPTnoPla- nalto,o item“Combateao desem- prego” foi o que teve pior queda na avaliação. Na pesquisa de de- zembro,54%desaprovavamages- tãodogoverno;emjunho,essenú- mero saltou para 83%. Outros dois itens tiveram mais de 20 p.p. de aumento da avalia- çãonegativa:“Taxadejuros”(pas- sou de 68% em dezembro para 90% em junho) e “Combate à fo- me e à pobreza”, marca registrada dos governos petistas (de 43% a 68%, no mesmo período). Os de- mais itens econômicos da pesqui- satambémtiveram maisdesapro- vação: “Combate à inflação” (de 69% a 86%) e “Impostos” (de 72% a 90%). BRASIL Paulo Henrique de Noronha paulo.noronha@brasileconomico.com.br Eleitores de Dilma cada vez mais reprovam seu governo ▲ Nova pesquisa CNI-Ibope mostra perda de popularidade em redutos eleitorais petistas Piores momentos de cada presidente Período pós-ditadura militar Desaprovação do governo na gestão da economia Comparação do governo Dilma com o primeiro mandato José Sarney (jul/1989) Fernando Collor (ago/1992) Itamar Franco (jan/1994) FHC - 1º mandato (mai/1998) FHC - 2º mandato (jul/1999) Lula - 1º mandato (set/2005) Lula - 2º mandato (set/2007) Dilma - 1º mandato (jun/2014) Dilma - 2º mandato (jun/2015) PESQUISA CNI-IBOPE AVALIAÇÃO DO GOVERNO DILMA Avaliação de quem votou na presidenta em 2014 Consideravam o governo ótimo/bom Em DEZ/2014 Em JUN/2015 JUN2015MAR2015DEZ20-14SET2014JUN2014MAR2014NOV2013SET2013JUL2013JUN2013MAR2013 Ruim/Péssimo Ótimo/bom Impostos Combate à fome e à pobreza Combate à inflação Combate ao desemprego Taxa de juros DEZ/2014 MAR/2015 JUN/2015 MAR/2015 JUN/2015 Pior Igual Melhor 68% 4% 3% 18% 14% 76% 82% 89% 90% 54% 79% 83% 69% 43% 64% 72% 90% 90% 68% 84% 86% 64% 7% 12% 16% 29% 48% 31% 9% 12% 33% 68% 59% 40% 26% 52% 32% 18% 33% Confiança na presidenta JUNMAR2015DEZSETJUNMAR2014NOVSETJULJUNMAR2013 75% 63% 68% 63% 19% 21% 9% 29% 7% 78% 20%22% Não confia Confia Ótimo/bom Ruim/péssimo Regular 4 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
  • 5. Produção aumenta 10,2% em maio A produção de petróleo aumentou 10,2% em maio, na comparação com igual mês de 2014. Em relação a abril, o acréscimo foi de 0,7%. A produção de gás natural cresceu também 10,2% sobre maio do ano passado, mas registrou queda de 1,3% comparado a abril. Os dados foram divulgados ontem pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). ABr Divulgação Em seuquinto e último diade via- gempelosEstadosUnidos,apresi- denta Dilma Rousseff chegou on- tem à sede do Google, em São Francisco,abordodeumcarroau- tônomodesenvolvidopelaempre- sa e que não necessita de motoris- ta.Aodesembarcareserrecepcio- nada pelo presidente-executivo doGoogle,ErickSchmidt,apresi- denta brincou: “Eu acabei de des- cer do futuro”. Ela disse que ficou “enormemente impressionada” com o avanço tecnológico do veí- culo que a conduziu ao complexo da empresa do Vale do Silício. Em reunião com Schmidt e com altos executivos do Google, a presidenta expressou sua vontade de que a internet seja levada a áreasainda desconectadas no ter- ritórionacional.“Estamostentan- do equalizar oproblemadacomu- nicação na Amazônia”, disse Dil- ma, em pronunciamento em São Francisco, cidadeonde ela chegou na terça-feira à noite, depois de cumprir agenda oficial em Wa- shington,comopresidentedosEs- tadosUnidos,BarackObama.Sch- midt, por sua vez, expressou, em comunicado,sua intençãodeam- pliar o centro de engenharia do Google em Belo Horizonte. “É uma visita muito oportuna, duas semanas antes de comemorarmos nosso décimo aniversário no Bra- sil”, disse o executivo. Ontempelamanhã,antesdavi- sita ao Google, Dilma foi recebida pela presidente da Universidade da Califórnia, Janet Napolitano, e peloreitordaUniversidadedeBer- keley, Nicholas Dirks. A reunião teve como objetivo aampliação de parcerias na área da educação e o intercâmbio depesquisadoresen- tre instituições dos dois países. Os ministros da Educação, Re- nato Janine Ribeiro, e da Ciência, TecnologiaeInovação,AldoRebe- lo, além de representantes da Coordenação de Aperfeiçoamen- todePessoaldeNívelSuperior(Ca- pes)edoConselhoNacionaldeDe- senvolvimento CientíficoeTecno- lógico(CNPQ),tambémparticipa- ram da reunião. O ministro Rebe- lo afirmou que há um interesse do Brasil em promover a expansão do programa de pesquisa e formação de brasileiros nas universidades americanasnasáreasdeengenha- ria, biotecnologia, algoritmo e al- gumas outrascarreirasdeinteres- se do país. Segundo Aldo Rebelo, a reu- nião foi construtiva e houve a de- monstração da parte da comitiva de que professores, pesquisadores e estudantes dos Estados Unidos estejam presentes em centros e institutos de universidades brasi- leiras.EleafirmouqueJanetNapo- litano já tinha conhecimento da “presença brasileira nas universi- dades americanas e demonstrou toda boa vontade e todo interesse emcolaborarparaqueoBrasilam- plie a sua presença eque seja tam- bémampliadoointercâmbio”,ob- servou o ministro. Apósoscompromissos,apresi- denta participou de um almoço oferecidopelaex-secretáriadeEs- tado dos Estados Unidos Condo- leezza Rice. Dilma também con- versou e posou para fotos com Condoleezza na Universidade de Stanford, onde a ex-secretária da administração de George W. Bush é professora de Ciência Política. A agenda presidencial de on- tem incluía, ainda, uma reunião no SRIInternational,o antigo Ins- tituto de Pesquisa da Universida- de de Stanford, hoje um dos mais importantes centros de excelên- cia na área de inovação do mun- do, onde estava previsto que Dil- ma fosse recebida pelo presidente da entidade, o PhD em Astrono- mia, Bill Jeffrey. Em seguida, se- gundooPaláciodoPlanalto,apre- sidenta teria outra reunião, desta vez com empresários do setor ae- roespacial.AúltimaagendadeDil- ma pelos Estados Unidos, antes do retorno ao Brasil, foi uma visita ao Centro de Pesquisas da NASA. A visita da presidenta a Nova York (onde encontrou empresá- rios e investidores), Washington (para visita de Estado e reunião com o presidente Barack Obama) e São Francisco visam estreitar as relações entre os dois países, um ano e dez meses depois que Dilma cancelousuaviagem,apósdenún- cias de espionagem da agência de segurança dos EUA, a NSA. Eduardo Miranda eduardo.miranda@brasileconomico.com.br RobertoStuckertFilho/PR Dilma pede ao Google internet na Amazônia Em seu último dia nos Estados Unidos, presidenta visitou universidades e Centro de Pesquisa da Nasa na Califórnia, para buscar parcerias em educação e tecnologia PETRÓLEO DilmachegouàsededoGoogle,noValedoSilício,abordodocarroautônomodaempresa:“Euacabeidedescerdofuturo”,disseela Viagem presidencial, que incluiu visita de Estado à Casa Branca, acontece um ano e dez meses depois que o Planalto cancelou ida de Dilma aos Estados Unidos, após denúncias de espionagem da NSA Em reunião com executivos do Google, presidenta expressou sua vontade de que a internet seja levada a áreas ainda desconectadas do território nacional, como a Amazônia Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 5
  • 6. A Comissão Especial da Câmara dosDeputadosqueanalisamudan- ças no Supersimples aprovou on- tem a possibilidade de inclusão dosfabricantesdecervejas,cacha- ças, vinhos e licores artesanais nesseregime.O texto aindapreci- sapassarpeloplenáriodaCasaan- tesdeseguirparaoSenadoeoExe- cutivo. A inclusão veio depois de um movimento organizado pela Abracerva (Associação Brasileira de Cervejas Artesanais), cujos di- retoresestiveramontememBrasí- lia para acompanhar a apreciação da proposta. O texto aprovado é um relató- rio final elaborado pelo deputado João Arruda (PMDB-PR), aprova- donaformadesubstitutivoaopro- jeto original. O relatório também inclui a possibilidade de trabalha- doresruraisautônomos(comotra- toreiros e semeadores) serem in- cluídos na categoria de microem- preendedores individuais (MEI). Segundo o relator, a proposta faz com que 90% das empresas do país possam aderir ao programa. O ministro da Secretaria da Micro ePequenadaPresidênciadaRepú- blica, Guilherme Afif Domingos, esteve presente à reunião e disse que a proposta aprovada tem apoio do governo. O substitutivo também eleva os valores para enquadramento das empresas no regime tributá- rio do Supersimples. No caso das microempresas, o limite de recei- ta bruta anual passa de R$ 360 mil para R$ 900 mil. Para as pequenas empresas, o teto é elevado de R$ 3,6 milhões para R$ 14,4 milhões. Orelatortambémpropôsmecanis- mos para o acesso dessas empre- sas ao mercado internacional, o aumentodoprazodeparcelamen- to dedébitosde60 para120parce- las e a simplificação das tabelas de enquadramento das pequenas e microempresas. Hoje, existe uma tabela para o setor industrial, ou- tra para o comércio e quatro para a área de serviços. Arruda pretende que passem a existir apenas duas paraserviços.“Comisso,elimina- se circunstância que, na prática, inibe o crescimento dos partici- pantes do Simples Nacional ou, pior, enseja ‘crescimento lateral’, isto é, uma mesma micro ou pe- quena empresa; em vez de cres- cer, segrega-se em outras de mo- do a não avançar nas atuais faixas cumulativas do Simples Nacio- nal”, justificou. Asituação dosprodutoresarte- sanais, principalmente de cerve- ja,ganhoudestaquedepoisqueen- trou em vigor a Lei 13.097/2015, em maio, que alterou a tributação do produto. Microcervejeiros ale- gamqueaalteraçãoaumentavaex- cessivamente a tributação em seu mercado específico, ao se pautar pela situação apenas das grandes empresas do setor. A balança comercial do país fe- chou o primeiro semestrecomsu- perávit acumulado de US$ 2,222 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento,Indústriae Co- mércio Exterior(Mdic).Oresulta- do é o melhor para o período des- de2012, aúltimavezqueo indica- dor tinha registrado superávit nos seis primeiros meses do ano. Noacumuladodoano,amelho- ria do resultado da balança decor- reu do fato de que as importações estão caindo mais que as exporta- ções. De janeiro a junho, o Brasil exportouUS$94,329bilhões,que- da de 14,7% pela média diária. As importações somaram US$ 92,107 bilhões, com recuo de 18,5% também pela média diária. Em junho, a balança registrou superávitdeUS$4,527bilhões,re- vertendo o resultado negativo de cercadeUS$2,305bilhõesacumu- lados até maio. No mês passado, o país exportou US$ 19,628 bilhões eimportouUS$15,101bilhões.Se- gundos os dados, o superávit em junho foi o segundo melhor resul- tado para o mês, perdendo apenas parajunho de2009(US$4,603 bi- lhões). Contribuíram para o superávit da balança os embarques da safra de grãos, principalmente de soja, e a exportação de uma plataforma de petróleo de US$ 690 milhões. VendidopelaPetrobrasaumasub- sidiária da estatal no exterior, o equipamento foi alugado pela pe- troleira e não chegou a sair do país. Tanto o Ministério quanto a Petrobras asseguraram que a ope- raçãoseguiuasnormasdecontabi- lidade internacional. Em relação às exportações, to- das ascategoriasdeprodutosacu- mulam queda no ano. A venda de produtos básicos caiu 21,6% no primeiro semestre, sobre mesmo períodode2014,impactadasprin- cipalmente pela queda no preço internacional das commodities (bensagrícolasemineraiscomco- tação internacional). Asexportaçõesdemanufatura- dos caíram 8% de janeiro a junho, comdestaqueparaóleoscombus- tíveis (-63,4%) e motores e gera- dores (-25,8%). As vendas de se- mimanufaturados recuaram 3,9%, puxadas por couros e peles (-15%), açúcar em bruto (-13,9%) e óleo de soja em bruto (-12,4%). Nas importações, as maiores quedas registradas foramnacom- pra de combustíveis e lubrifican- tes (-36%) e de bens de capital (-15,8%). A importação de maté- rias-primas caiu 15,1% e a com- pradebensdeconsumoteveretra- ção de 13,7%. Há poucos dias, o ministro do Mdic, Armando Monteiro, esti- mou que a balança comercial fe- chará 2015 com superávit entre US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões. Aumento na quantidade não compensou queda nos preços O aumento nas quantidades ex- portadas no primeiro semestre foi insuficiente para compensar a queda nos preços internacionais. Apesar de alguns produtos — co- mo soja,carne de frango, petróleo e minério de ferro — terem batido recorde no volume vendido, a re- dução dos preços das commodi- ties (bens agrícolas e minerais comcotação internacional)re- sultouemquedanosvaloresex- portados. De acordo com o Mdic, a quantidade exportada cresceu 8,1%dejaneiroajunhoemrela- ção ao mesmo período do ano passado. O preço internacio- nal, no entanto, caiu 20,6%. Nas importações, tanto o volu- me (-8,8%) quanto os preços médios (-10,7%) caíram no acumulado do ano. SegundoodiretordeEstatís- ticas e de Apoio às Exportações do Ministério, Herlon Bran- dão, a safra recorde de grãos, o aumento no investimento em extração de minério de ferro, a recuperação da economia dos EUA e a reabertura de platafor- mas de petróleo que estavam em manutenção nos últimos anos contribuíram para o au- mento das exportações. ABr Leonardo Fuhrmann lfuhrmann@brasileconomico.com.br BRASIL São Paulo SALDO POSITIVO Balança fecha o 1º semestre com superávit ▲ Divulgação Proposta aprovada em comissão tem apoio do governo e ainda precisa passar pelo plenário R$94,3bi Totaldeexportaçõesnos primeirosseismesesde2015. R$92,1bi Importaçõesacumuladasno primeirosemestredoano. US$4,5bi Superávitdabalançaemjunho. Exportaçãodeplataformada Petrobrascontribuiucom US$690milhões. Microcervejeirosfizerampressãopelainclusãonosubstitutivo Saldo positivo de US$ 2,222 bilhões é o melhor para os primeiros seis meses do ano desde 2012. Importações, em queda, ajudaram Relatório inclui bebidas artesanais no Supersimples A quantidade de mercadorais exportadas aumentou no primeiro semestre, mas não foi suficiente para compensar a queda nos preços internacionais 6 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
  • 7. É consenso geral que a economia brasileira vive um momento complexo, em que a maioria dos indicadores mais significativos mostram resultados desanimadores. O saldo do PIB do primeiro trimestre e os números mais recentes de diversos setores direcionam as expectativas para uma conseguinte queda da atividade no segundo semestre. Esses resultados dão continuidade ao enfraquecimento da atividade que já era observado desde o ano anterior e que foi aprofundado pelas medidas de política monetária e fiscal aplicadas mais intensamente neste ano, como a continuidade da política monetária contracionista, com aumento de juros e consequente aperto ao crédito, o reajuste dos administrados e o ajuste fiscal. Essas medidas, em conjunto com a taxa de câmbio — que está um pouco mais livre, em razão da diminuição das intervenções no mercado futuro —, objetivam um ambiente de negócios que suporte o crescimento sustentável por meio da solução das problemáticas atuais de inflação elevada, déficit em transações correntes e contas públicas enfraquecidas. *Carlos Thadeu de Freitas é chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e ex-diretor do Banco Central ALÍVIO À VISTA? O processo de ajuste já está em curso, e é possível que esse seja umdosmomentosmaiscomplica- dos, já que só é possível sentir os efeitos negativos, que deverão, no futuro, conduziràsmelhoriaspre- tendidas. O esforço governamental no sentidodeprogressosfiscaiséper- ceptível. Há medidas emergen- ciais que já estão sendo aplicadas, comoareduçãodedespesasdiscri- cionárias. E também há medidas com caráter de longo prazo, que objetivam aperfeiçoar as bases de incidência de impostos e alíquotas aplicadas e revisar desonerações concedidas anteriormente. Além disso, há planos para rever os pro- gramas de transferência, como abono salarial,seguro-desempre- go, entre outros. Os números do primeiro semestre mostram uma melhoranatendênciadedeteriora- ção dos superávits primários, ain- da que estejam mais fracos do que os previstos inicialmente. Há diversas discussões entre os analistas sobre em que medida o desequilíbrio atual é conjuntural ou estrutural. No entanto, é bas- tanteclaroqueboapartedasques- tões atuais advêm de temas que não foram encaminhados de for- ma adequada no passado. A inflação, por exemplo, é uma questãoestrutural,poisjáestálon- ge da meta há diversos períodos e ainda se mostra elevada mesmo comodesaquecimentodademan- da. O principal entrave à sua que- daéoreajustedospreçosadminis- trados. No último relatório de in- flaçãooBancoCentraldeclaroues- perar que ela atinja 9% ao final de 2015. A última previsão para o IP- CA, de março deste ano, estava em 7,9%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) o Copom tam- bém atribui a alta dos preços ao processoderealinhamentodosad- ministrados e dos preços livres. Adicionalmente, o RTI ressaltou queo realsedepreciousignificati- vamente nos últimos três anos em relação a outras moedas relevan- tes, e por isso já ocorre realinha- mento entre preços domésticos e internacionais. Essa desvaloriza- ção em relação ao dólar, que nos últimos 12 meses foi de 30% em termos nominais, já mostra efei- tosnastransaçõescorrentes.Odé- ficit registrou queda pelo segundo mês consecutivo — um sinal de que o câmbio pode estar cami- nhando para seu valor de equilí- brio, que seria aquele que levaria à redução do déficit em conta cor- rente e à estabilização da relação entre o passivo externo e o PIB. Em termos reais, a taxa de câmbio brasileira teve queda próxima de 16% no mesmo período — a maior desvalorização em uma lista de 61 nações, de acordo com o BIS. Há aexpectativa de que o orça- mento das famílias esteja menos apertado na segunda metade do ano, por conta de um possível alí- vionainflação.Oprimeiro semes- tre foi marcado por intensos rea- justes de tarifas públicas, princi- palmente as de energia, reduzin- do a renda disponível para consu- mo. Para o segundo semestre, não são esperados novos reajustes, ou estes acontecerão com menor in- tensidade. O comportamento da inflação nos próximos meses será decisivo para os rumos das vendas no varejo no segundo semestre. Em duas das pesquisas apura- daspelaCNC, épossível veralguns sinais, embora leves, de um olhar menos pessimista para os próxi- mos meses. Na pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Co- mércio (Icec) houve retração de 0,2% em maio ante abril, porém foi a menor queda nessa base de comparaçãodesdesetembro.Ode- sempenho melhor do índice foi conduzido pelo subíndice do Icec denominado Índice de Expectati- vas do Empresário do Comércio (IEEC), que registrou alta de 1,0% em maio ante abril — a primeira em oito meses na comparação com o mês imediatamente ante- rior. Ainda assim, o IEEC recuou 16,2% em relação a maio de 2014. A pesquisa Intenção de Consu- mo das Famílias (ICF), tambémda CNC,registrouumareduçãonorit- modequeda.Apesardeoscompo- nentesestaremnos menorespata- mares históricos, o indicador de- monstrou redução no ritmo de queda mensal. Em abril e maio a quedafoiemtornode7%,eemju- nho, de 4,8%. O índice de Confiança do Con- sumidor da FecomércioSP de ju- nho, em relação a maio, caiu 1,3%, enquanto o mesmo indica- dor correspondente de maio em relação a abril caíra 9,5%. Napesquisadeconfiançadoco- mérciodaFGVtambémhouveme- lhora. Em maio o indicador caiu 0,3% ante abril, após alta de 0,5%. Os dois resultados foram considerados como uma estabili- dade, após uma queda de 15,3% acumulada entre dezembro de 2014 e março de 2015. Nasexpectativastambémhou- ve evolução positiva. O índice su- biu 2,1% em abril e progrediu 4,1% em maio, atingindo a maio- ria dos setores. Entre os que mos- traram melhora estão tecidos e vestuário, equipamentos e mate- rial de escritório e informática e artigos farmacêuticos. Esses resultados, porém, devem servistoscomcautela,poisamelho- ra ainda é limitada. A continuidade doajustefiscaleabuscadarealida- demonetáriasemexcessossãocon- dições fundamentais, que devem continuarsendoperseguidas. Coluna publicada às quintas-feiras PONTO DE VISTA CARLOS THADEUDE FREITAS carlos.thadeu@brasileconomico.com.br EditoriadeArte Há a expectativa de que o orçamento das famílias esteja menos apertado na segunda metade do ano, por conta de um possível alívio na inflação Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 7
  • 8. Apenas 22% dos brasileiros ado- tampráticasdeconsumoconscien- te. É o que aponta o levantamento realizado pelo Serviço de Proteção aoCrédito(SPC),realizadoempar- ceriacomo portalMeuBolsoFeliz. E, ao contrário do que levar crer o senso comum, são os mais velhos, e não os mais jovens, que se preo- cupam mais com o impacto de seus hábitos de consumo no meio ambiente e na sociedade. “Opercentualdeatitudescorre- tas é maior entre os consumidores com idade acima de 56 anos, de 74,2%. Entre os jovens, com idade entre 18 e 29anos, o percentual é de 64,5%, índice inferior à media geral do país, de 69,3%”, afirma Marcela Kawauti, economista do SPC.Segundoela,odadosurpreen- deuospesquisadores,jáqueagera- çãomaisjovemébombardeadape- lodiscursoambientalnasescolase no meio social desde cedo. “Acreditamos que essa pouca consciência percebida entre os jo- venssedeveaumaposturamaisin- dividualista, mas também a falta de experiência que a nova geração com as diversas crises enfrentadas no país. Os mais velhos, entre ou- tras situações como planos econô- micos, vivenciaram a ameaça de apagãoelétricode2001,quecontri- buiuparadisseminaraideiadouso racional de energia”, argumenta. Outro aspecto revelado pelo le- vantamentoéqueaprincipalmoti- vação dos brasileiros ao adotar boas práticas de consumo é a pre- servação do próprio bolso. Cerca de 35% dos entrevistados afir- mam que a principal vantagem do consumo consciente é economi- zar e fazer o dinheiro render mais. A sensação de dever cumprido e deestarfazendooqueécorretopa- ra a sociedade é a segunda maior motivação,citadapor30,1%doto- tal. A satisfação por saber que está fazendo algo positivo para o futuro daspróximasgerações foi a vanta- gem apontada por 18,6% e a pre- servação do meio ambiente foi mencionada por 5,8%. “Ou seja, o bem coletivo está no segundo pla- no dos brasileiros”. Para construir o indicador de consumo consciente o SPC elabo- rouquestõesqueenvolviamaava- liação de práticas ambientais, co- mo uso racional de água, energia e descarte de lixo doméstico; além de práticas financeiras, co- mo a compra por impulso e o uso irracional dos serviços de teleco- municações; e o engajamento so- cial, como a compra de produtos piratas e reutilização de roupas e bens adquiridos. O que se perce- beu é que, na média, os brasilei- ros adotam 69,3% das ações lista- das pela entidade, sendo classifi- cado como um consumidor em transição para a classe dos consu- midores conscientes, que adotam pelo menos 80% das práticas. Abaixo de 60%, o consumidor é considerado pouco consciente. A falta de tempo é apontada por 26,5% dos consumidores com o principal impeditivo na adoção de práticas de consumo consciente. Distração e esqueci- mento são a justificativa encon- trada por 25,4%, a falta de infor- mação foi citada por 17% e a per- cepção de que essas ações indivi- duais não fazem diferença foi apontada por 16,2%. “O que fica claro éque osimpeditivos aponta- dos indicam que há uma falta de prioridade no dia a dia com as ações de consumo consciente, apesar deessas ações serematitu- des bem simples”, diz Marcela. Asboas práticas ambientais são asmaisdisseminadasentreoscon- sumidoresbrasileiros,compercen- tualmédiode71,7%.Entreasatitu- des mais praticadas estão a doação e troca de produtos que não se quer mais,antes de jogar fora; a de restringiro usodo carro emdeslo- camentos de curta distância; e a não impressão de papéis para pre- servar o meio ambiente. Estudo realizado pela empresa de pesquisa web-mobile MeSeems identificou que a maioria dos brasileiros alterou hábitos de consumo em função do cenário econômico mais adverso. Dos 1.650 entrevistados, das regiões Nordeste, Sudeste e Sul, 43% afirmaram que passaram a procurar alternativas mais baratas para seus hábitos de consumo, ou deixaram de consumir a maioria dos produtos ou serviços que costumavam adquirir. Os demais 40% continuaram a consumir os mesmos produtos e serviços e apenas 17% não sentiram os efeitos da crise em seus cotidianos. A pesquisa revelou ainda que, no últimos dois anos, as atividades que mais sofreram com a desaceleração da economia foram o comércio de imóveis e automóveis novos e seminovos. Cerca de 60% dos entrevistados diminuíram a frequência com que efetuavam tal tipo de compra e só 30% a mantiveram. Entre as prioridades de consumo, os entrevistados apontaram a compra de mantimentos no supermercado (86%), seguida de medicamentos na farmácia (75%) e consumo de roupas e calçados (62%). O levantamento revelou também a mudança nos hábitos de lazer. Do total de entrevistados, 45% reduziram as idas ao cinema e ao teatro. Patrycia Monteiro Rizzotto pmonteiro@brasileconomico.com.br BRASIL São Paulo ▲ Divulgação Consumo pouco consciente Crise muda hábitos de consumo Experiênciacomasdiversascrisestrouxemaisconsciênciaaosconsumidoresdaterceiraidade Pesquisa do SPC aponta que apenas 22% dos consumidores brasileiros adotam práticas como o uso racional de energia e água. Entre os que têm mais de 55 anos, entretanto, há maior consciência na hora de consumir Cerca de 35% dos entrevistados afirmam que a principal vantagem do consumo consciente é economizar e fazer o dinheiro render mais. O bem estar coletivo fica no segundo plano 8 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
  • 9. Propinas na Receita e na Casa da Moeda Se por um lado os agricultores brasileiros se beneficiam do câmbio desvalorizado, por outro ele torna os custos de produção mais pesados, comprometendo ainda mais o orçamento” A Polícia Federal cumpriu ontem 23 mandados de busca e apreensão em dependências da Receita Federal e da Casa Moeda, além da sede da empresa Sicpa Brasil Indústria de Tintas e Sistemas. A Operação Vícios investiga suspeita de pagamento de R$ 100 milhões em propinas a servidores públicos, para facilitar fraudes no Sistema de Controle da Produção de Bebidas (Sicobe). Reuters Felipe Prince Economista da Agro Security “ Divulgação Após seis safras consecutivas de colheitas recordes, a produção brasileira de soja não deve crescer em 2016. Com 75% dos insumos importados, a alta do dólar — em R$ 3,10 — se tornou um desafio a mais aos produtores, que também contam com crédito mais caro e restrito neste ano. Para analistas, embora ainda haja chances de atingir os mesmos 96 milhões de toneladas previstos para este ano, a soja brasileira não deve seguir o mesmo ritmo de expansão de área plantada do passado. “Em regiões do Mato Grosso, onde o preço da soja é mais baixo e a rentabilidade menor, pode ha- ver, sim, redução de área planta- da,especialmente,entreosprodu- tores que não contam com área própria e têm custo mais elevado com o arrendamento”, afirma o economista da consultoria Agro Security, Felipe Prince. Só neste ano, a soja passou a ocupar mais 1,7 milhão de hectares, atingindo 31,902 milhões de hectares. A grande dúvida em torno do grão está na combinação do baixo preço cotado na Bolsa de Chicago e o aumento dos custos dos insu- mos, em dólar. A perspectiva de produção recorde mundial de soja tem rebaixado o preço do produ- to.Comquase100%daáreacolhi- da,assimcomooBrasil,aArgenti- nadeveproduzir57milhõesdeto- neladas. Já os Estados Unidos, maior produtor mundial, deve atingir os 104,780 milhões de to- neladas,segundodados do relató- rio do USDA,o MinistériodaAgri- cultura dos Estados Unidos. “A perspectiva de que as chu- vas nos Estados Unidos tenham comprometido a produção já me- xeucomospreços,elevando o va- lordasacaparaR$71,50,emPara- naguá (PR). Patamar bom, mas que não deve se sustentar, pois guarda o efeito especulativo do anúncio do USDA”, diz Prince. “O fato de o real estar desvalo- rizado torna vantajoso o preço da soja, que há 15 dias era de R$ 66,80. Mas se olharmos o preço em Chicago, a soja está custando bem menos. Se por um lado os agricultores brasileiros se benefi- ciam do câmbio desvalorizado, poroutrotornaoscustosdeprodu- ção mais pesados, comprometen- do o orçamento”, acrescenta. Outro elemento tem tornado o caixa dos produtores ainda mais apertado, elevando os riscos de inadimplência: o pagamento da compra de maquinário. Incenti- vados pelas linhas de crédito com taxas de juros subsidiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvi- mento Econômico e Social (BN- DES), tais como PSI-BK (Progra- ma de Sustentação do Investi- mento para Aquisição de Bens de Capital) e o PCA (Programa para Construção e Ampliação de Ar- mazéns), os produtores adquiri- ram equipamentos que começa- rão a ser pagos neste ano. “Os anos de 2012 e 2013 foram de vendas elevadas de tratores e colheitadeiras,efetivadas pelasli- nhas de crédito disponibilizadas pelo BNDES a taxas de 2,5% a 3% ao ano e carência de dois anos pa- raopagamento.Logo, quemcom- prou em 2013, o maior volume, vai começar a pagar as parcelas neste ano, num período em que plantar soja não garante uma lu- cratividadetãoaltaquantonopas- sado”, explica Prince. Em 2013, a sojaemParanaguá(PR)eracomer- cializada a R$ 69,70, e em Sorriso (MT) R$ 57,10. No entanto, Prince calcula que o custo com insumos era 40% menor. Para combinar o cenário pouco otimista, há o crédito mais caro e restrito. Embora o Plano Safra, cujosrecursoscomeçaramaserli- beradosontem, tenha tidoum au- mentode20%nomontantedispo- nibilizado para a agricultura em- presarial, saindo dos R$ 156 bi- lhões para R$ 187,7 bilhões, os ju- ros estão mais altos. Deste montante, R$ 147,5 bi- lhões estão reservadospara o cus- teio de lavouras e comercialização daprodução,sendoqueR$94,5bi- lhões serão liberados a juros con- trolados—7,75% ao ano parapro- dutoresmédios;8,75%paragran- des produtores. Já os outros R$ 53 bilhõesestãodisponíveisajurosli- vres, a ser decidido pelo banco. “Num cenário contínuo deele- vação da Selic, a tomada de em- préstimo por parte dos agriculto- res fica ainda mais complicada”, avalia a consultora da MB AGRO, Ana Menegatti. “Embora o crédito mais caro ainda não esteja restringindo o plantio da safra 15/16, é preciso considerarque,commargensme- nores ao produtor, não teremos o mesmo dinamismo na produção, acompanhado em expansão de área”, salienta Menegatti. Aline Salgado aline.salgado@brasileconomico.com.br Soja deve quebrar série de produção recorde em 2016 Alta do custo com insumos e crédito mais caro reduzem margens dos produtores, que já descartam ampliar a área de produção CORRUPÇÃO *Estimativa em junho/2015 Fonte: Conab RENTABILIDADE OPERACIONAL VENDA DE EQUIPAMENTOS PRODUÇÃO BRASILEIRA DE SOJA Em toneladas Lucro/custo do produtor (%) OS NÚMEROS DA SOJA NA SAFRA 2015/2016 Londrina (PR) Ijuí (RS) Dourado (MS) Rio Verde (GO) Barreiras (BA) Sorriso (MT) 10,3 25,0 26,5 27,9 39,6 54,5 Fonte: Agrometrika Fonte: Anfavea e Cepea/ESALQ 2011 2012 2013 2014 2015* Preço da soja Tratores Colheitadeiras 2014/ 2015* 2013/ 2014 2012/ 2013 2011/ 2012 2010/ 2011 2009/ 2010 2008/ 2009 2007/ 2008 2006/ 2007 2005/ 2006 2004/ 2005 2003/ 2004 2002/ 2003 2001/ 2002 2000/ 2001 ÃODUÇÃOPRO ASILEIRABRA SOJADE neladasEm to 38,4 mil 96,0 mil Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 9
  • 10. Qualaimportânciadanão aprovaçãodareduçãoda maioridadepenalpelaCâmara nanoitedeterça? Significativa, embora não se di- ga que a discussão está sepulta- da(ontem,umamanobradopre- sidente da Câmara, Eduardo Cunha, recolocou a emenda em votação, punindo apenas cri- mes com morte e estupro). Mas acredito que esta resposta se deu a partir de uma reflexão so- bre as consequências maléficas que a redução traz. Além de ser uma questão jurídica polêmica, que acabará nos tribunais, por- que viola cláusula pétrea da Constituição e não poderia ser feita por emenda. Há estudos no mundo mostrando que sempre quesereduzamaioridade,háau- mento da violência. Ou seja, quando trato jovem como adul- to e aplico a lei penal, faço com que estes jovens sejam postos em unidades prisionais junto a adultos,cortandoachancedere- cuperação. Os presídios, em sua maioria, têm a presença do cri- me organizado. Este jovem que praticou um delito vai entrarlá e sair com um potencial de delin- quênciamuitomaior.Etemtam- bémaquestãodosistemaprisio- nal brasileiro, com mais de 220 mil vagas de déficit, superlota- dos, com taxa de ocupação de 160%.Temosmaisde400milor- dens de prisão que têm de ser cumpridas! Se somar, preciso de mais 600 mil vagas hoje, um outro sistema prisional. Mesmo que eu tivesse dinheiro para construir presídios alucinada- mente, e preciso de quatro anos para entregar uma unidade no- va,as cidades nãoquerempresí- dios por perto. Seriaahoradeumaagenda propositivasobrecomooEstado easociedadetratammenores? Sim, e ela passa por um melho- ria do sistema de unidades que aplicam medidas sóciocorreti- vas.Muitasdelassãoiguaisapre- sídios, fazem violações e impe- dem a recuperação de jovens. Qual o caminho? Melhorar as unidades. Temos exemplos co- mo o do Acre, onde visitei uma casa em que o índice de recupe- ração é de 80%. Situações deste tipoéquedevemserobjetodein- vestimento do Estado. Diantedoaumentodecrimes violentoscometidostambém pormenores,háquemdefenda arevisãodoEstatutodaCriança eAdolescente... Sou a favor, sim. O governo tem defendido uma melhoria do ECA sob dois aspectos: o prazo de internação previsto é muito baixo quando se praticam cri- mes hediondos com violência, e esta retenção tem que ser feita não só para que a sociedade não tenha agravamento da situa- ção, mas também porque tenho que melhorar o atendimento deste jovem para que ele possa se recuperar: se eu casar inter- nação com medidas sóciocorre- tivas bem aplicadas, tenho bons resultados. Então, é me- lhorar o ECA e investir mais nas unidades para que não tenha um sistema tão desvirtuado e perverso como o atual. Háquemdigaqueomesmo governoquedefendeanão redução,deixadeinvestirem políticaspreventivasde inclusãosocial... Temos que olhar a realidade co- moelaé.Éevidentequetodomi- nistro gostaria de ter mais ver- bas para suas políticas, eu tam- bém gostaria, mas temos que sersolidárioscomoqueéneces- sário para a economia brasileira. A equipe econômica tem feito as medidas necessárias para que possamos ter equilíbrio fiscal e estabilidade. Se o dinheiro não existe,temosquerespeitararea- lidade, tenho que ser solidário com aqueles que dirigem a eco- nomia do país. RecentementeoSecretáriode SegurançadoRio,JoséMariano Beltrame,dissequeaguerraàs drogasestáperdida.Éverdade? Primeiro,nãomeagradaestaex- pressão,euprefiroenfrentamen- to às drogas, porque eu tenho que diferenciar duas questões: o traficante, efetivamente, tem que estarsubmetido à organiza- ção penal. Então quando eu falo emguerraàsorganizaçõescrimi- nosas, acho que existe algum sentido em usar esta expressão. Agora,emrelaçãoaousuário,de- pendente químico, não se trata de guerra, trata-se de buscar um tratamento de saúde, a rein- serçãosocialdestapessoa.Ouse- ja: para o traficante o rigor da lei penal; para o usuário, a aplica- ção de políticas de saúde e so- ciais. Eutenhoquedistinguir is- to. Acho a fala do Beltrame mui- to desesperançosa. A desespe- rança não serve a nada. Chegouahoradeumpactona sociedadecontraaviolência, reduzindooshomicídios? Estamosdesenvolvendoumpro- jeto.O Brasil tem índices de vio- lência inaceitáveis. Eu diria que nenhum estado brasileiro, ho- je, possui um padrão ajustado de violência, e isso se mede pe- lo número de homicídios, altís- simo. Nós temos lições de boas práticas que podem ser replica- das por todo o Brasil, como o ‘Brasil mais Seguro’, em Ala- goas, que era o estado mais vio- lento do país, e por força deste programa, há três anos, já não é o estado mais violento do país. Pretendemos discutir todas es- tas questões com os governado- res. Temos que lembrar que a se- gurança pública é um questão atribuída aos estados, e não ao governo federal, para fazermos um grande pacto nacional de re- dução de violência. “ BRASIL Todo ministro gostaria de ter mais verbas para suas políticas. Se o dinheiro não existe, temos que respeitar a realidade, tenho que ser solidário com aqueles que dirigem a economia do país” ENTREVISTA André Balocco andre.balocco@odia.com.br ▲ ‘É PRECISO REFORMAR AS UNIDADES DE MENORES’ ABr Um pacto contra a violência, que passe o protagonis- mo da segurança pública à União através de uma mu- dança na Constituição e ajude o país a reduzir sua po- pulação carcerária —a quarta maior domundo.Este é um dos legados que a negativa da Câmara à redução da maioridade penal, na versão votada terça-feira à noite, deixará. Em entrevista por e-mail, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a admitir que os presídios estaduais são masmorras medievais, defendeu a ampliação para oito anos do tempo de de- tençãodeadolescentesereconheceuqueodependen- te de drogas deve ser tratado sob a ótica da saúde, não mais a de segurança. JOSÉ EDUARDO CARDOZOMinistro da Justiça 10 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
  • 11. Atraso em novas usinas custou R$ 1,9 bi O brasileiro pagou R$ 1,9 bilhão nas contas de luz entre janeiro e abril, somente para compensar o atraso na entrada em operação de novas usinas, segundo cálculos da consultoria PSR. O montante foi composto por quase a metade da arrecadação com as bandeiras tarifárias, que representaram um faturamento extra de R$ 3,9 bilhões no mesmo período, segundo dados da Aneel. Reuters Divulgação O consumo residencial de energia no país apresentou queda de 2,5% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior,indi- cando que o brasileiro começa a economizarnogastodeeletricida- de.Segundo aEmpresadePesqui- sa Energética (EPE), foi a primeira quedanoano,puxadapelodesem- penho das regiões Sul e Sudeste, onde o reajuste médio das tarifas chega a 40%. Em geral, o consumo de ener- gia no país caiu 2,2% em maio, mês em que o único segmento que apresentou alta foi o comercial — ainda assim, em ritmo bem infe- rior a meses anteriores. “Uma parcela dos consumido- res já teve a tarifa reajustada duas vezes neste ano: o reajuste extraordinário de março e o rea- juste anual ordinário. O conjun- to desses consumidores equiva- le a quase 40% do consumo na baixa tensão e agrega distribui- doras do Sul e do Sudeste em sua maior parte. Para esse grupo, a tarifa foi reajustada, em média, em cerca de 40%”, analisam os técnicos da EPE, na Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, divulgado ontem. No Nordeste, onde o reajuste médio é de 7%, o consumo residencial cresceu 2,5% em maio. A EPE ressalta que o consumo de eletricidade pelas residências vinha apresentando taxas meno- res de crescimento nos últimos meses, mas a estatística está con- taminada pelos grandes volumes registrados no verão de 2014, quando asaltastemperaturaspro- vocaram uma sucessão de recor- des de demanda no país. “Já o re- sultado de maio, livre dessas in- fluências, parece refletiros efeitos combinados da queda do poder aquisitivo das famílias com o au- mento das tarifas de eletricidade, aplicado em todas as distribuido- ras”, conclui o documento. Oexpressivo aumento dastari- fas de energia reflete a política de “realismo tarifário” implementa- da no início do segundo mandato de Dilma Rousseff, que repassou aos consumidores custos que vi- nham sendo represados nos últi- mosanos. Alémdisso,criouo me- canismo de bandeiras tarifárias, segundoo qualosgatoscomener- gia gerada por térmicas são ratea- dos na conta mensal de luz — an- tes, o repasse era feito apenas uma vez por ano, no reajuste anual das distribuidoras. Na Região Sudeste, o consumo industrial também tem sentido os impactos da retração econômica e dos aumentos da conta de luz. Em maio, a demanda total da região caiu 3,9%, na comparação com o mesmomêsdoanoanterior.Asin- dústrias do Sudeste utilizaram um volume de energia 4,5% inferior, puxadas pelo desempenho de São Paulo, com queda de 7,4%. Neste segmento, Minas Gerais e Espírito Santo destoam, com crescimento nademandaprovocadopelosseto- res de papel e celulose e extração de minerais metálicos. O consumo residencial no Su- deste caiu 4,2% e o comercial, 1,5%. “Além do desaquecimento da atividade econômica,o consu- mo na região já reflete os reajus- testarifários e,nocasodeSãoPau- lo em particular, efeitos da severa crise hídrica, conforme reporta- do pelasdistribuidoras que atuam noestado”,comentaramostécni- cos da EPE. A redução no consu- mo de energia é citada por espe- cialistas no setor como um dos fa- tores determinantes para que os reservatórios das hidrelétricas cheguem ao final do período seco ainda em condições de abastecer o mercado. Depois de prever umaquedade 0,5% no consumo em julho, o Operado Nacional do SistemaElé- trico(ONS)—queaindanãodivul- gou as estatísticas do mês passado — diz acreditar em estabilidade em julho, com relação ao mês an- terior. Porém, no subsistema Su- deste/Centro-Oeste, onde há maioresrestriçõeshídricas, apro- jeção é de queda de 2,3%. O Nor- deste deve continuar apresentan- do crescimento, de 9,3% de acor- do com projeções do operador. Mesmo com a redução na de- manda, no entanto, o ONS pre- vê queda no nível dos reservató- rios do Sudeste/Centro-Oeste este mês. De acordo com as pro- jeções divulgadas anteontem, as hidrelétricas do subsistema chegarão ao fim do mês com 34,7% de sua capacidade de ar- mazenamento de energia. Nicola Pamplona nicola.pamplona@brasileconomico.com.br ECONOMIA Divulgação Conta de luz salgada leva consumidores a economizar 28,5TWh Consumonacionaldeenergia emmaio,segundoaEPE, querepresentaumaqueda de1,5%comrelaçãoaomesmo períododoanoanterior. 9% Quedanoconsumoresidencialde energiaemMinasGeraisnomêsde maio.Aotodo,oconsumo residencialcaiu4,2% naRegiãoSudeste. ENERGIA ELÉTRICA Alémdaeconomianasresidências,oEstadodeSãoPauloregistrouquedade7,4%noconsumoindustrialdeeletricidadeemmaio Segundo EPE, consumo residencial de eletricidade caiu 2,5% em maio, refletindo aumento médio de 40% nas tarifas das regiões Sul e Sudeste e queda do poder aquisitivo. Consumo industrial apresenta queda de 4,2% No Sudeste, o consumo industrial tem sentido os impactos da retração econômica e dos aumentos da conta de luz. Em maio, a demanda total da região caiu 3,9%, sobre o mesmo mês em 2014 Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 11
  • 12. Até junho do próximo ano, a CPFL Energia vai concluir a mi- gração de todos os seus clientes de alta e média tensão — respon- sáveis por cerca de 40% da recei- ta do negócio de distribuição da companhia — para um sistema eletrônico de medição à distân- cia, num investimento total de R$ 67 milhões. Até dezembro, a empresa terá 23,5 mil consumido- res do chamado Grupo A conecta- dos à plataforma de leitura e fatu- ramento automáticos. Outros três mil serão adicionados até meados de 2016. A telemedição é apenas parte de uma estratégia mais ampla de modernização das redes e das operações das oito dis- tribuidoras da CPFL, orçada em cerca de R$ 250 milhões. Com uma base de 7,5 milhões de clientes nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, a empresa nego- cia a compra de dois milhões de medidores digitais de consumo de energia. A previsão inicial era de que os aparelhos começas- sem a ser instalados ainda este ano, mas a negociação com for- necedores se estendeu e o contra- to de compra deverá ser fechado apenas em outubro ou novem- bro. Depois, os medidores inteli- gentes terão de ser homologados pelo Instituto Nacional de Metro- logia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Se o cronograma atual for mantido, a instalação começará no segundo semestre do próximo ano. Além da leitura e faturamento automáticos, a companhia traba- lha também na montagem de um portal em que os clientes de alta e média tensão poderão acompanhar praticamente em tempo real o seu consumo de ele- tricidade. A página está prevista para entrar no ar até o fim deste ano. O envio das contas de con- sumo por e-mail já é oferecido à toda a base de consumidores da CPFL — a meta é chegar a um mi- lhão de clientes cadastrados ain- da em 2015, contra um total atual de 700 mil. No caso dos clientes de média e alta tensão (Grupo A), a teleme- dição é feita via rede de radiofre- quência do tipo Mesh, tecnologia amplamente utilizada nos Esta- dos Unidos. A principal diferen- ça é que no mercado americano os medidores normalmente es- tão instalados a curta distância uns dos outros, enquanto no caso da CPFL os clientes estão mais dispersos, numa área de conces- são de aproximadamente 180 mil quilômetros quadrados. “Nos Es- tados Unidos, os dados ‘pulam’ de um medidor para outro até o ponto concentrador, de onde são transmitidos”, explica Paulo Bombassaro, diretor de Engenha- ria da CPFL. “Aqui, 90% dos clientes são atendidos com tecno- logia Mesh e 10% com GPRS (transmissão de dados usando re- de celular)”. O GPRS provê a co- nexão em clientes mais distan- tes. Dos 26,5 mil consumidores do Grupo A, cerca de três mil não podem ser atendidos com nenhu- ma das duas tecnologias, seja por questões técnicas ou de custos. “Os projetos serão feitos caso a caso”, diz o diretor de Engenha- ria da CPFL. Ainda dentro dos investimen- tos de modernização da rede, a companhia inaugurou em maio um centro de despacho para aten- dimento de todas as solicitações de clientes. As ordens de serviço são enviadas eletronicamente, via sinal de celular ou satélite, às equipes de campo, dotadas de ta- blets. Em julho do ano passado, a CPFL já havia inaugurado um centro de operações, voltado pa- ra o controle do sistema elétrico. Desde 2010, a companhia ins- talou cerca de 4,8 mil equipamen- tos (chaves) telecomandados, via GPRS, que possibilitam mano- bras remotas na rede, tais como o isolamento de trechos com defei- to e o restabelecimento automáti- co do fornecimento de energia. Até o fim do ano, aCPFLadiciona- rá à rede 640 novos religadores, com tecnologia Mesh, que vão se somar a outros 45 instalados no ano passado. A modernização permitirá à companhia disputar novos mercados. “Com a rede Mesh, vamos poder oferecer ou- tros serviços, como por exemplo a telegestão de iluminação públi- ca”, justifica Bombassaro. O esforço da CPFL para au- mentar a eficiência das opera- ções inclui ainda a “primariza- ção” — desde 1º de maio — de 139 equipes de serviços técnicos e co- merciais, num total de quase 300 colaboradores. As equipes de atendimento emergenciais já eram próprias, assim como as dos call centers da companhia energética. Medição automatizada para grandes clientes Editora: Flavia Galembeck flaviag@brasileconomico.com.br EMPRESAS Rodrigo Carro rodrigo.carro@brasileconomico.com.br NÚMEROS ▲ Divulgação CPFL investe R$ 67 milhões em sistema de leitura e faturamento para consumidores de alta e média tensão, responsáveis por 40% da receita do seu negócio de distribuição R$250mi Éototalaproximadoorçadopela CPFLparaoseuprojetode modernizaçãodaredeedas operaçõesdacompanhia. 139 Foiototaldeequipesdeserviços técnicosecomerciais “primarizadas”pelaempresaem maio.Essasequipessomamum totalaproximadode300 colaboradores. Aempresaabsorveurecentementecolaboradoresterceirizadosquefaziampartedasequipesdecamponasáreastécnicaecomercial Ainda dentro dos investimentos de modernização da rede, a companhia inaugurou em maio um centro de despacho para atendimento de todas as solicitações de clientes 12 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
  • 13. Negócio com a GE nos EUA é bloqueado Ogoverno dos EUAdecidiubloquearoprocessode compra,pela Electrolux,da divisão de eletrodomésticos da GeneralElectric (GE), anunciadaem setembrode 2014,novalor de US$ 3,3 bilhões.Segundo LeslieOverton, vice-procurador geral assistente nos EUA, a operação podeprejudicar osconsumidores “deixandomilhões de americanos vulneráveisa aumentode preçosem produtos importantes”. Bloomberg BartekSadowski/Bloomberg A Toyota informou ontem que Ju- lie Hamp, diretora de Comunica- ção e primeira mulher a ocupar um alto cargo executivo na em- presa, renunciou depois de ter si- do presa no mês passado por sus- peita de importação ilegal do analgésico oxicodona no Japão. Cidadã americana, Julie deixa a Toyota cerca de um mês após ter se mudado para Tóquio para assu- miro posto deexecutivadecomu- nicação da montadora japonesa. A nomeação dela foi parte de um esforço da companhia para diver- sificar sua equipe de executivos, majoritariamente masculina. Em comunicado curto, a Toyo- ta disse que aceitou a renúncia de Julie após considerar as preo- cupações e os inconvenientes que os acontecimentos causa- ram. Julie foi presa em 18 de ju- nho, após autoridades aduanei- ras encontrarem comprimidos de oxicodona em um pacote en- viado a ela dos Estados Unidos. De acordo com a polícia, Julie ale- gou que não achava ter importa- do uma substância ilegal. Ela segue sob custódia da polí- cia. Como ainda terá de ser pro- cessada, pode seguir detida por até 20 dias após a prisão, de acor- do com a lei japonesa. Esse prazo termina em 8 de julho. Aoxicodo- na é um analgésico potente e com grande potencial de causar de- pendência. O medicamento é vendido somente com prescrição médica nos Estados Unidos e no Japão. Para que um cidadão possa entrar no Japão com o produto é necessária aprovação prévia do governo local. Julie trabalhava desde 2012 na subsidiária americana da Toyota eem abril passoua comandar adi- visão de comunicação da monta- dora. Reuters Executiva deixa a Toyota após ser presa ELECTROLUX TECNOLOGIA APLICADA AO RISCO E A GESTÃO DO TRANSPORTE DO BRASIL S.A. CNPJ/MF: 13.877.690/0001-03 Ativo 2014 2013 Circulante 6.638.991 4.951.645 Caixa e equivalentes de caixa 1.090.155 2.784.015 Clientes 1.043.994 77.508 Adiantamentos a fornecedores 460.409 132.450 Créditos de funcionários 187.931 145.341 Créditos com pessoas ligadas 1.630.202 – Impostos e contribuições a recuperar 2.226.300 1.773.894 Despesa antecipada – 38.437 Não Circulante 1.692.882 2.247.712 Depósitos e cauções 36.625 36.625 IR e CS diferidos 1.506.257 2.061.087 Títulos de capitalização 150.000 150.000 884.524 1.518.703 Imobilizado 684.256 1.224.405 Intangível 200.268 294.298 Total do Ativo 9.216.397 8.718.060 Passivo 2014 2013 Circulante 5.417.170 5.645.104 Impostos, taxas e CS a recolher 1.192.463 734.474 Salários e encargos sociais a pagar 419.376 450.447 Fornecedores 265.431 115.307 Financiamentos e empréstimos financeiros 2.287.863 3.354.161 Provisão para férias 1.252.037 990.714 Não Circulante – 1.809.897 Financiamentos e empréstimos financeiros – 1.809.897 Patrimônio Líquido: 3.799.227 1.263.059 Capital social 3.741.748 3.741.748 Reserva legal 57.479 – Prejuízos acumulados – (2.478.689) Total do Passivo 9.216.397 8.718.060 2014 2013 Receita Bruta de Vendas 41.313.032 36.152.079 DeduçõesdaReceitaBruta: Impostosincidentessobrevendas (5.890.198) (5.156.447) Receita Líquida de Vendas 35.422.834 30.995.632 Custo dos Produtos Vendidos (22.661.517) (20.587.345) Lucro Bruto 12.761.317 10.408.287 Receitas (Despesas) Operacionais: Administrativas e gerais (6.632.123) (5.132.070) Tributárias (12.436) (7.847) Depreciação/Amortização (229.187) (185.516) Receitas financeiras 40.522 52.196 Despesas financeiras (524.519) (1.256.504) Outras Receitas/Despesas 35.932 79.017 Lucro (Prejuízo) antes do IR e da CS 5.439.506 3.957.563 Imposto de renda e contribuição social (1.811.244) (1.317.287) Lucro Líquido do Exercício 3.628.262 2.640.276 Lucro por ação integralizada 0,97 0,71 Fluxo de caixa das atividades operacionais 2014 2013 Lucro líquido (prejuízo) do exercício 3.628.262 2.640.276 Depreciação e amortização 693.954 725.508 Imposto de renda e contribuição social diferidos – 402.386 4.322.216 3.768.170 Variações nos ativos e passivos operacionais Aumento/redução no contas a receber de clientes (966.486) 253.633 Aumento/redução nos impostos e contribuições a recuperar (452.406) 655.336 Aumento de depósitos e cauções – (1.000) Aumento de impostos, contribuições e taxas a recolher 457.989 108.768 Aumento/redução de fornecedores 150.124 (319.348) Redução de outras contas a pagar – (1.926.728) Aumento/redução de adiantamento de fornecedores (327.959) 462.725 Aumento/redução de outros ativos circulantes 550.677 30.654 Aumento de outros passivos circulantes 230.252 11.033 (357.809) (724.928) Disponibilidades líquidas aplicadas nas atividades operacionais (357.809) (724.928) Fluxo de caixa das atividades de investimento Investimento no imobilizado/intangível (59.775) (49.051) (59.775) (49.051) Fluxo de caixa das atividades de financiamentos Aumento de capital – 10.000 Pagamento de empréstimos, financiamentos e mútuos (4.506.398) (2.653.963) Distribuição de dividendos (1.092.094) – (5.598.492) (2.643.963) Redução (aumento) de caixa e equivalentes de caixa (1.693.860) 350.228 Caixa e equivalentes de caixa no início do período 2.784.015 2.433.787 Caixa e equivalentes de caixa no final do período 1.090.155 2.784.015 (1.693.860) 350.228 Capital social Capital sociala integralizar Reserva legal Prejuízos acumu- lados Total Saldoem31/12/2012 733.449 (10.000) – (5.118.965) (4.395.515) Aumentodecapital noperíodo 3.008.298 10.000 – – 3.018.298 Lucrolíquidodoexercício – – – 2.640.276 2.640.276 Saldoem31/12/2013 3.741.748 – – (2.478.689) 1.263.059 Distribuiçãodedividendos conformeAGO – – – (1.092.094) (1.092.094) Lucrolíquidodoexercício – – – 3.628.262 3.628.262 Constituiçãode reservalegal – – 57.479 (57.479) – Saldoem31/12/2014 3.741.748 – 57.479 – 3.799.227 1.Contextooperacional:ATecnologiaAplicadaaoRiscoeaGestãodoTransporte doBrasilS.A.-TARGETBRASILfoiconstituídaem06/05/2008comsedenaCidade eEstadodoRiodeJaneiro,etemporobjetoaprestaçãodeserviçosrelacionadosà análiseegestãoderiscoesistemaassociadosaotrânsito,aotransporte,àgestãode frota e segurança viária, consultoria de projeto, prospecção, operação, documentação, capacitação, educação e gerenciamento de equipamentos e infraestrutura. 2. Base de preparação e apresentação das demonstrações financeiras: A divulgação das demonstrações financeiras foi autorizada pela diretoria em 30/04/15. As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo comaspráticascontábeisadotadasnoBrasil,consubstanciadasnaResoluçãoCFC nº 1.329/11 - NBC TG 1000 - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, incluindoospronunciamentos,orientaçõeseinterpretaçõesemitidaspeloComitêde Pronunciamentos Contábeis (CPC) e Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). O processo de elaboração das demonstrações financeiras envolveautilizaçãodeestimativascontábeis.Essasestimativasforambaseadasem fatores objetivos e subjetivos, com base no julgamento da Administração para determinação do valor adequado a ser registrado nas demonstrações financeiras. Estimativas e premissas são utilizadas na seleção de vida útil do ativo imobilizado e naanálisedesuarecuperabilidade,naanálisedoriscodecréditoparadeterminação da provisão para créditos de liquidação duvidosa sobre as contas a receber, assim como na análise de risco para determinação de outras provisões, inclusive para contingências. Os ativos e passivos são classificados como circulante quando sua provável realização ou liquidação ocorra nos próximos doze meses.Caso contrário, são demonstrados como não circulantes. 3. Resumo das principais práticas contábeis: a) Instrumentos financeiros: A Sociedade reconhece os ativos financeiros não derivativos na data de negociação na qual se torna uma das partes das disposições contratuais do instrumento. No final do exercício, a Sociedade apresentava os seguintes ativos financeiros não derivativos: contas a receber, impostosecontribuiçõesarecuperareativosfinanceirosregistradospelovalorjusto por meio de resultado. Da mesma forma, também apresentava os seguintes passivos financeiros não derivativos: fornecedores, financiamentos, impostos e contribuições a pagar e contas a pagar.Tais passivos financeiros são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. A Sociedade não apresentava em 31/12/14 e de 2013 saldos com instrumentos finaceirosderivativos.b)Apuraçãodoresultado:Oresultadoéapuradodeacordo com o regime de competência, além de considerar os rendimentos, os encargos e os efeitos de acordo com os índices e taxas oficiais sobre os ativos e passivos ao valor de realização, quando aplicável. c) Caixa e equivalentes de caixa: Compreende o saldo dos numerários em caixa, conta-corrente e as aplicações financeiras de liquidez imediata, com baixo risco de variação no valor de mercado, registrados ao custo, acrescidos dos rendimentos auferidos até a data do balanço. 8.Imobilizado: Custo Máquinase equipamentos Móveise utensílios Equipamentos decomunicação Veículos Equipamentos deinformática Benfeitorias Adianta- mentos Total Em01/01/2013 143.350 369.080 5.810 1.360.499 1.086.085 269.283 – 3.234.108 Adições – 40.989 – 9.246 11.579 – – 61.814 Em31/12/2013 143.350 410.069 5.810 1.369.745 1.097.664 269.283 – 3.295.921 Depreciaçãoacumulada:Em01/01/2013 (32.529) (69.164) (2.614) (648.255) (468.819) (220.392) – (1.441.773) Depreciaçãoanual (14.903) (74.774) (1.162) (272.410) (217.603) (48.892) – (629.744) Em31/12/2013 (47.432) (143.938) (3.776) (920.664) (686.422) (269.283) – (2.071.516) Custo:Em01/01/2014 143.350 410.069 5.810 1.369.745 1.097.664 269.283 – 3.295.921 Adições – 59.775 – – – – – 59.775 Em31/12/2014 143.350 469.844 5.810 1.369.745 1.097.664 269.283 – 3.355.696 Depreciaçãoacumulada:Em01/01/2014 (47.432) (143.938) (3.776) (920.664) (686.422) (269.283) – (2.071.516) Depreciaçãoanual (14.335) (90.946) (1.162) (273.949) (219.533) – – (599.924) Em31/12/2014 (61.767) (234.884) (4.938) (1.194.613) (905.955) (269.283) – (2.671.441) Valorcontábil:Em01/01/2014 95.918 266.131 2.034 449.080 411.242 – – 1.224.405 Em31/12/2014 81.583 234.960 872 175.132 191.709 – – 684.256 9. Intangível: Custo Software Marcas e Patentes Total Em 01/01/2013 482.910 4.200 487.110 Adições 7.782 – 7.782 Baixas (20.545) – (20.545) Em 31/12/2013 470.147 4.200 474.347 Amortização acumulada Em 01/01/2013 (84.285) – (84.285) Amortização anual (95.764) – (95.764) Em 31/12/2013 (180.049) – (180.049) Valor contábil Em 01/01/2013 398.625 – 402.825 Em 31/12/2013 290.098 – 294.298 Custo Em 01/01/2014 470.147 4.200 474.347 Em 31/12/2014 470.147 4.200 474.347 Amortização acumulada Em 01/01/2014 (180.049) – (180.049) Amortização anual (94.029) – (94.029) Em 31/12/2014 (274.078) – (274.078) Valor contábil Em 01/01/2014 290.098 4.200 294.298 Em 31/12/2014 196.069 4.200 200.269 10. Empréstimos financeiros: Vencimento 2014 2013 Banco Bradesco S.A. (a) 2015 2.287. 863 5.045.576 Bradesco Administradora de Consórcios S.A. 2014 – 118.482 Bradesco Leasing S.A. 2013 – – 2.287.863 5.164.058 Circulante (2.287.863) (3.354.161) Não circulante – 1.809.897 Vencimento 2014 – 3.354.161 Vencimento 2015 2.287.863 1.809.897 Total 2.287.863 5.164.058 (a)Osempréstimosforamcontratadoscomafinalidadedeaumentarocapitaldegiro, aplicação no desenvolvimento de novos projetos, visando a criação de novos produtosparaentradadenovosnegóciosnaempresaecomgastosembenfeitorias doescritório.Osaldoatualizadoporjurostemvencimentosaté04/2015. 11.Provisõesecontingênciastrabalhistas:ACia.configuracomoreclamadaem ações trabalhistas onde, respeitando o rito processual, contesta ou contestará as demandas através dos recursos pertinentes, os quais, quando aplicáveis, são amparadas por depósitos judiciais. Referidos processos são oriundos, substancialmente,dereclamatóriaspromovidasporex-funcionários.Amparadapela opiniãodeseusconsultoreslegaisexternose,também,porcontadafaseprocessual das ações, a Administração da Cia. decidiu por não registrar provisão AosAdministradoresdaTecnologiaAplicadaaoRiscoeaGestãodoTransporte do Brasil S.A. - TARGET BRASIL - Rio de Janeiro/RJ - Examinamos as demonstrações financeiras da Tecnologia Aplicada ao Risco e a Gestão do Transporte do Brasil S.A. - TARGET BRASIL, que compreendem o balanço patrimonialem31/12/14easrespectivasdemonstraçõesdoresultado,dasmutações dopatrimôniolíquidoedosfluxosdecaixa,paraoexercíciofindoem31/12/14,assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras: A administração da Sociedade é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeisadotadasnoBrasilparapequenasemédiasempresas-Pronunciamento TécnicoCPCPME-ContabilidadeparaPequenaseMédiasEmpresas,assimcomo pelos controles internos que ela determinou como necessário para permitir a elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentes: Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobreessasdemonstraçõesfinanceirascombaseemnossaauditoria,conduzidade acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requeremocumprimentodeexigênciaséticaspelosauditoresequeaauditoriaseja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstraçõesfinanceirasestãolivresdedistorçãorelevante.Umaauditoriaenvolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Sociedade para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Sociedade. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeirastomadasemconjunto.Acreditamosqueaevidênciadeauditoriaobtidaé suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Base para Opinião sem Ressalva:Emnossaopinião,asdemonstraçõesfinanceirasanteriormentereferidas apresentamadequadamente,emtodososaspectosrelevantes,aposiçãopatrimonial efinanceiradaTecnologiaAplicadaaoRiscoeaGestãodoTransportedoBrasilS.A. -TARGETBRASIL,em31/12/14,odesempenhodesuasoperaçõeseosseusfluxos de caixa, para o exercício findo em 31/12/14, de acordo com as práticas contábeis adotadasnoBrasilaplicáveisparapequenasemédiasempresas.OutrosAssuntos: Asdemonstraçõesfinanceirasdoexercíciofindoem31/12/2013,apresentadaspara fins de comparabilidade, foram por nós examinadas, e nosso relatório datado de 06/05/14 não conteve ressalva.11/05/2015. KBRG Auditores e Consultores - CRCRJ005333/O-0.PauloBuzziFilho-Contador-CRC-RJ-nº071138/O-5. Javier E. Maciel Diretor-Presidente Andres Hernan Navarro Diretor Operacional Raimundo Marcos Silva Roldan CRC/RJ 082.456/O-8 d)Contasareceber:Estãoapresentadospeloseuvalorefetivo,nãosendoaplicável oajusteavalorpresente,poisorecebimentocomoregrageraldá-seemcurtoprazo, e deduzido da provisão para crédito de liquidação duvidosa que é calculada com base nas perdas estimadas e seu montante é considerado suficiente pela Administração para fazer face a eventuais perdas na realização desses créditos. e) Imobilizado: O imobilizado está demonstrado ao custo de aquisição, deduzido dasdepreciações.Adepreciaçãoécalculadapelométodolinear,utilizando-setaxas que levam em consideração a vida útil-econômica dos bens. f) Intangível: Ativos intangíveis são reconhecidos pelo custo de aquisição e deduzidos da amortização acumulada.g)Avaliaçãoderecuperaçãodeativos-imobilizadoeintangível:Os bens do imobilizado e do intangível são avaliados anualmente para identificar evidências de perdas não recuperáveis utilizando o contexto de indícios internos e externos que interfiram na recuperação desses ativos.Nos exercícios de 2013 e de 2012 não foram necessários ajustes a esses ativos. h) IR e CS: O IR e a CS são apurados com base no lucro real, de acordo com a legislação vigente, às alíquotas de 15%, acrescidas do adicional de 10% sobre o lucro tributável excedente de R$240.000,00milparaIRe9%sobreolucrotributávelparaCSsobreolucrolíquido. i)Outrosativosepassivos:Umativoéreconhecidonobalançoquandoforprovável queseusbenefícioseconômicosfuturosserãogeradosemfavordaSociedadeeseu custo ou valor puder ser mensurado com segurança.Um passivo é reconhecido no balanço quando a Sociedade possui uma obrigação legal ou constituída como resultado de um evento passado, sendo provável que um recurso econômico seja requeridoparaliquidá-lo.Asprovisõessãoregistradastendocomobaseasmelhores estimativasdoriscoenvolvido. 4. Caixa e equivalentes de caixa: Descrição 31/12/2014 31/12/2013 Caixa 1.571 1.890 Contas-correntes bancárias (1.831) 163.728 Aplicações financeiras 1.090.415 2.618.397 1.090.155 2.784.015 O saldo bancário está livre e desembaraçado não havendo acordos para manutenção de saldos médios. 5. Contas a receber: O montante a receber em 31/12/2014 e 2013 é de R$ 1.043.994 e R$ 77.508, respectivamente, corresponde aosserviçosprestadosaosclientesnomercadointerno.Alémdisso,aadministração da Companhia não constituiu provisão para devedores duvidosos em função das expectativasderecebimentosnasuatotalidade. 6. Impostos e contribuições a compensar e a recuperar: Descrição 31/12/2014 31/12/2013 Saldo negativo de imposto de renda 468.495 680.407 Saldo negativo de contribuição social 132.737 132.737 INSS 5.902 5.902 Imposto de renda sobre aplicações financeiras 2.891 2.891 PIS 44.699 31.474 COFINS 206.037 145.123 Impostos retidos na fonte 1.256.884 775.360 2.117.645 1.773.894 7. IR e CS diferida: Foram revisados e reconhecidos em 31/12/2014 e 2013 diferimentosdoIRsobreprejuízosfiscaisedaCSsobreabasedecálculonegativa: Prejuízofiscalebasedecálculonegativa IRPJ diferido CSLL diferida Ano calendário 2010 3.102.384 775.596 279.215 Ano calendário 2011 443.398 110.849 39.906 Ano calendário 2012 2.516.239 629.060 226.462 Total 6.062.022 1.515.505 545.582 A constituição dos saldos foi com base na expectativa dos administradores da Sociedade gerar lucros tributáveis futuros, para os quais foram elaborados fluxos de caixadescontados,conformeabaixo:FluxodeCaixaDescontado:Lucrotributável futuro: 2015: 3.000.862; 2016: 4.010.228; 2017: 5.780.874; 2018: 7.749.646; 2019: 8.524.611. para as contingências trabalhistas, apenas registrando em nota o quadro resumo destas, por interpretação do Pronunciamento Técnico 25 do CPC, como segue: Demandastrabalhistasem31dedezembrode2014 Processo Valor Causa Resultado Provisão % 1 de 11 30.000,00 Possível desfavorável 15.000,00 50 2 de 11 50.000,00 Possível desfavorável 25.000,00 50 5 de 11 35.000,00 Possível desfavorável 17.500,00 50 7 de 11 29.000,00 Possível desfavorável 14.500,00 50 8 de 11 30.000,00 Possível desfavorável 15.000,00 50 10 de 11 29.000,00 Possível desfavorável 14.500,00 50 11 de 11 30.000,00 Possível desfavorável 15.000,00 50 Total a ser possível 116.500,00 12. Capital social: Em 31/12/2014, o capital social da companhia é de R$ 3.741.747,77, representado por 3.741.747 ações, das quais 1.870.873 ordinárias e 1.870.874sãopreferenciais,todasnominativas,comvalornominaldeR$1,00cada uma,todasemitidaseintegralizadas. Segue abaixo o quadro acionário: Acionista Nº de Ações Subscritas Espécie Valor Nominal (R$) % do Capital Kilness 1.870.874 Preferencial 1,00 50% Target Américas 785.766 Ordinária 1,00 21% Compass Consultoria 785.767 Ordinária 1,00 21% AHN Consultoria 299.340 Ordinária 1,00 8% Total 3.741.747 – – 100% 13.Outras informações:Os registros contábeis e as operações estão sujeitos aos exames das autoridades fiscais e a eventuais notificações para recolhimentos adicionaisdeimpostos,taxasecontribuiçõesduranteprazosprescricionaisvariáveis, consoanteàlegislaçãoaplicável. Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 13
  • 14. Estávamos em 60% do mercado total defrios e embutidos. No momento em que retornam essas quatro categorias, voltamos aatuaremmais 23%, chegando, portanto, a83%” Fabio Miranda Diretor de Marketing da Perdigão ■ AntesdafusãocomaSadia, formandoaBRF,aPerdigãoatuava em22categorias; ■ Apósafusão,oCadesuspendeu osprodutosdaPerdigãoemnove categorias; ■ Hoje,aPerdigãopossui23%de marketshareemtodasasáreasdo mercadodefrioseembutidosem queatua; ■ Depoisdavoltadascategoriasde presunto,apresuntado,linguiça defumadaecortessuínos,neste ano,seráavezdoretornoàs categoriassalame(em2016),e lasanha,carnessaudáveiscomo peitodeperu,pizzacongelada, quibeealmôndegas(em2017); ■ ABRFplanejainvestirR$1,8 bilhãoatéofinaldoano; ■ OsetordealimentosfaturouR$ 9,7bilhõesem2013.Noano passado,areceitadosetorfoide R$11,8bilhões. “ Ao mesmo tempo em que traz de voltaao mercado produtos dasca- tegorias presunto, apresuntado, linguiça defumada e cortes suí- nos da Perdigão, aBRF planejaex- pandir a presença da marca per- nambucana em regiões no exte- rior em que já atua. Atualmente, a Perdigão está no Oriente Médio e na África com o nome de Per- dix. “Estamos analisando expan- di-la para todas as regiões em que a BRF está presente”, disse o dire- tor-nacional de Vendas do grupo, Rafael Ivanisk. A empresa anunciou ontem a volta de quatro das nove catego- rias de produtos da Perdigão que estavam suspensas há três anos, apósaprovaçãopeloConselhoAd- ministrativo de Defesa Econômica (Cade) da fusão da companhia com a Sadia, como medida toma- da pelo regulador para equilibrar o mercado. Antes da fusão, a Perdi- gão atuava em 22 categorias. Voltam às gôndolas presunto, apresuntado e linguiça defuma- da. No final do ano será a vez dos produtos-símbolo do Natal —ten- der, pernil, paleta e lombo — re- tornarem. SegundoosexecutivosdaPerdi- gão, o posicionamento de marca será semelhante ao utilizado antes da interrupção das vendas, com produtos com preços mais baixos do que os encontrados na marca Sadia. “Pretendemos tornar nosso portfólio mais acessível ao consu- midor”,disse Ivanisk.As noveca- tegoriassuspensaspeloCaderepre- sentamjuntas40% do mercado de frios e embutidos. “Estávamos em 60%domercado.Comesseslança- mentos, voltamos a atuar em 83% do mercado”, ressaltou o diretor de Marketing da marca Perdigão, Fabio Miranda. A Perdigão possui, atualmente, 23% de market share em todas as áreasdomercadodefrioseembuti- dos em que atua — atrás apenas da Sadia.Em2016,retornaráàcatego- ria de salame e, em 2017, será a vez de lasanha, peito de peru, pizza congelada, quibe e almôndega. Desdeoiníciodoano,aBRFtra- balha no relançamento da marca Perdigão. Para isso, parte dos R$ 1,8bilhãoeminvestimentosprevis- tosparaesteanovaijustamentepa- ra as campanhas dos produtos da marca e para a readequação das li- nhas de produção, já que os itens possuem diferenças de formula- ção e processo, na comparação com a irmã Sadia. “A Perdigão faz parte do dia a dia do brasileiro. Continuamos a ser ‘Top of Mind’ nas categorias em que estávamos alienados, co- mo presunto e linguiça (...)A volta das categorias representa um re- lançamentodamarcacomoumto- do, já que estávamos menos pre- sentesnamídia”,destacouageren- te de Marketing da Perdigão, An- drea Dietrich. Segundo ela, a contratação do casal Angélica e Luciano Huck co- mogarotos-propagandaeopatro- cínio ao “Big Brother” reforçam a importância da marca para a BRF. “Temosumplano decomunicação completo. Posso dizer que é o maiorinvestimentoemcomunica- çãodamarcanosúltimosanos.Va- mostertambémembalagensrefor- muladas”, completou. A empresa não divulga qual é o crescimentodevendasprevistopa- ra a BRF com a volta dos produtos da Perdigão. Os executivos dizem apenas que a retomada será peça fundamental para uma expansão “robusta” da companhia em 2015, mesmocomumcenárioeconômi- comais difícil.“Osetordealimen- tos tem grande potencial. Subiu de R$ 9,7 bilhões de faturamento, em 2013, para R$ 11,8 bilhões no ano passado.Éummercadoestimulan- te,masconcorrido, porissopreci- samossemprederenovação”,des- tacou Ivanisk. JBScompraunidade de suínosda CargillnosEUA A empresa de alimentos JBS in- formou ontem a compra da uni- dade de suínos da Cargill nos Es- tados Unidos por US$ 1,45 bi- lhão, livre de dívidas. Em fato re- levante, a companhia brasileira informou que o valor será pago à vista e em dinheiro. EMPRESAS Gabriela Murno gmurno@brasileconomico.com.br A volta às gôndolas de mais produtos da Perdigão ▲ Divulgação PONTO-A-PONTO AndreaDietrich:“Avoltarepresentaumrelançamentodamarca” Enquanto isso, a BRF — dona também da Sadia — planeja expansão da marca pernambucana no mercado externo A BRF não divulga qual é o crescimento de vendas previsto. Os executivos dizem apenas que a retomada será peça fundamental para uma expansão “robusta” da companhia em 2015 14 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
  • 15. F ico muito irritada quando o governo coloca nas costas do consumidor a culpa pelo preço da energia e diz que é preciso economizar mais. É óbvio que as pessoas já estão economizando, até porque, o aumento da conta foi uma facada nas costas. Agora, não venham dizer que estamos pagando mais pela bandeira tarifária porque o consumo está alto e é preciso utilizar as termelétricas. Estamos pagando mais por causa da ineficiência do Estado de gerar energia. E quem cuida da energia, há pelo menos 12 anos, é a própria presidenta Dilma. Nem pode terceirizar esta responsabilidade. QUEM CUIDA DA ENERGIA DO BRASIL? Algo que me irritou muito foi um anúncio feito pela Agência Nacio- nal de Energia Elétrica (Aneel) e pela Associação Brasileira de Dis- tribuidores de Energia Elétrica (Abradee), que, felizmente, já saiu do ar. Na propaganda, o texto interpretado pela atriz Taís Araú- jo,diziaqueasbandastarifáriasfo- ram criadas para avisar ao consu- midor quando era preciso econo- mizar. Como assim? As bandeiras tarifárias indicam que a produção de energia está baixa e, por causa disso, será necessário comprar energia das termelétricas, não tem nada a ver com o uso. E por que a produção de ener- gia está baixa? O governo vai res- ponder que é porque não choveu nas cabeceiras dos rios e, portan- to, as hidrelétricas estão com ní- veis muito abaixo do necessário. E como o consumidor poderia fazer para chover mais e melhorar o ní- vel dos reservatórios? Mesmo se não usássemos nenhuma energia, os reservatórios continuarão bai- xos. Portanto, o consumidor não tem culpa de a bandeira tarifária estar sempre vermelha e nada po- de fazerparaela voltara serverde. Aliás, se o consumidor pudes- se fazer alguma coisa, faria, por- que a invenção das bandeiras foi uma forma de o governo repassar um custo que ele deveria absor- ver.Ogoverno estáseaproveitan- do deste fator para aumentar a ta- rifa das bandeiras. Somente nos três primeiros meses deste ano, a cobrança adicional por conta das bandeiras tarifárias chegou a R$ 600 milhões. E como o consumi- dornão pode fazer nada para seli- vrar deste novo imposto que aca- bou incorporado à tarifa, a conta poderá ser aumentada a qualquer momento, basta o governo au- mentar o valor. Como já o fez. Ao anunciar as bandeiras, o valor pa- ra a vermelha era de R$ 3 para ca- da 100kW/h. O Governo, então, aumentouparaR$5amaisporca- da 100kW/h para a bandeira ver- melha, e R$ 2,50 por 100kW/h, se for amarela. E,aindaporcima,levamos ou- tro tranco financeiro, desta vez do governo estadual, porque os 27% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) e os 9% de PIS/Cofins são calculados em ci- madovalortotaldacontadeener- gia, incluindo a nova cobrança das bandeiras. Quer dizer, o con- sumidor está pagando a mais e os governos, federal e estadual, es- tão se aproveitando da falta de chuva no lugar certo, para engor- darem seus cofres. Até porque a demanda de energia caiu. E não só porque o consumidor está econo- mizando, mas porque o país está em recessão, produzindo menos, inclusive produtos de alto gasto energético, como aço. O gasto é menor, mas o governo ganha mais com a conta de luz. O governo culpa a seca, e só se esqueceu de combinar com São Pedro onde ia chover. Era melhor contratar um pajé para Ministro deMinaseEnergia,pelomenosse- riaalguémcommaisconhecimen- todanatureza.Masnemeraneces- sário contratar um adivinho. É só olhar para os estudos que confir- mamoaquecimentoglobaleodes- matamento da Amazônia para sa- ber que não dá para contar com os rios para sempre, principalmente porque estamosassoreando e ma- tando as nascentes. Ao invés de passar anos discu- tindo o impacto ambiental e im- pondo ahidrelétrica de Belo Mon- teàspopulaçõesribeirinhas, ogo- verno federal poderia ter investi- do mais em energia eólica no Nor- deste, por exemplo, e feito linhas de transmissão suficientes para que as energias alternativas não utilizadas se somassem à rede elé- trica. Este é o caso do parque de Osório, no Rio Grande do Sul, que não utiliza todaaenergiaproduzi- da e poderia transferir à rede. E já que a própria presidenta era a mãe do PAC, poderia ter jun- tado à construção das casas o uso de placas solares, o que traria di- versosresultados.Omoradoreco- nomizarianacontadeenergiaelé- tricaeteriaáguaquente;oquenão fosse utilizado de energia poderia serdevolvidoparaaredeeissoesti- mularia os empresários na área de energia solar a investirem, já que teriam uma demanda garantida. No longo prazo, diminuiria o valor inicial de implantação da energia solar, o que seria um benefício pa- ra toda a população que optasse por utilizar esta forma de energia alternativa. Agora, a presidenta diz, em um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que vai erradicar o desmatamen- to ilegal até 2030. Não está fazen- do mais do que a obrigação, se é ilegal.O duro deouvir éque vaile- var 15 anos para cumprir a lei. Aliás, a gente tem tudo para fazer o melhor, mas vive na lanterni- nha. Fomos os primeiros a ter um biocombustível como o etanol, primazia elogiada no mundo to- do. O que fizemos? Acabamos com o projeto do etanol e os car- ros flex só estão rodando a gasoli- na. Por outro lado, a presidenta manteve o valor dos combustí- veis mais baixos do que no merca- do internacional, o que ajudou a quebrar a Petrobras. Temos a maior mata atlântica do mundo, e o que estamos fazendo? Esta- mosdesmatandoparaoagronegó- cio e para a criação extensiva de bois, o que foi aplaudido pela pre- sidenta. No outro lado do mundo, a China, que nunca teve sol e chu- va como nós, dos trópicos, está ganhando, de lavada, no uso da energia solar. O país quer produ- zir dois gigawatts a cada dois me- sescom energia solar.Esta é ame- ta brasileira, para um ano, mas em 2023. Quem é mesmo que cui- da da energia no Brasil? EditoriadeArte Coluna publicada às quintas-feiras CLIENTE & CIA. NADJA SAMPAIO nadja.sampaio@brasileconomico.com.br Somente nos três primeiros meses deste ano, a cobrança adicional por conta das bandeiras tarifárias chegou a R$ 600 milhões. A conta poderá ser aumentada a qualquer momento Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 15