SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  23
Hemocromatose
Hereditária
Ciclo Básico do Mestrado Integrado
em Medicina da Universidade da
Madeira
Mód. I.II – Genética
Prof.ª Alexandra Rosa
Discentes: Margarida Fernandes
Francisca Correia
Características da Doença
Principais órgãos afectados:
- Coração
- Fígado
- Pâncreas
- Hipófise
Características da Doença
 Pode ser de dois tipos:
Primária Secundária
 Corresponde a sobrecarga de
ferro;
 Derivada de diversas patologias
como:
 Hemoglobinopatias;
 Anemias;
 Patologias crónicas do
fígado;
 Outras patologias.
Anomalia genética.
Metabolismo do Ferro
Metabolismo do Ferro
Mutações nos genes que
codificam as proteínas
HFE, TfR2, hemojuvelina e
a hepcidina
Diminuição da libertação
de hepcidina
Aumento na absorção do
Ferro
• Absorção intestinal inapropriada de ferro
• Rápida libertação de ferro dos macrófagos
• Concentração elevada de ferro no plasma –
saturação elevada da transferrina e ferritina
• Depósito de ferro em diversos orgãos com lesões
teciduais.
Consequências
principais da
hemocromatose:
Hemocromatose Hereditária
Tipo 1
Mutação no
gene HFE
Codifica a
proteína HFE
Localização:
6p21.3
Doença
Autossómica
Recessiva
Mutações mais frequentes
Mutação C282Y
3º exão do gene HFE, mutação GA (nucleótido 845)
Substituição do aminoácido cisteína pelo aminoácido tirosina na posição 282 da cadeia de aminoácidos
da proteína HFE.
Mutação H63D
2º Exão do gene HFE, mutação CG (nucleótido 187)
Substituição do aminoácido histidina pelo aminoácido aspartato na posição 63 da cadeia de aminoácidos
da proteína HFE.
Compostos heterozigoticos C282Y/H63D
Hemocromatose Hereditária Tipo 2
Mutação no
gene HJV
Codifica a
proteína
Hemojuvelina
Localização:
1q21.1
Tipo A Tipo B
Mutação no
gene HAMP
Localização:
19q13.1
Codifica a
proteína
Hepcidina
Doença
Autossómica
Recessiva
Hemocromatose Hereditária
Tipo 3
Mutação no gene TfR2
Codifica o
Receptor 2 da
Transferrina
Localização: 7q22.1
Doença
Autossómica
Recessiva
Hemocromatose Hereditária
Tipo 4
Mutação no
gene SLC40A1
Codifica a
proteína
Ferroportina
Localização:
2q32.2
Há dois tipos de
mutação:
• Tipo A
• Tipo B
Doença
Autossómica
Dominante
Hemocromatose Neonatal
Doença
Autossómica
Recessiva
Manifestações Clinicas:
Hepatomegália (95%) – HH tipo 1
Esplenomegália (50%) – HH tipo 1
Pigmentação excessiva da pele (90%) – HH tipo 3
Diabetes mellitus (65%) – HH tipo 2 e 3
Artropatia (15% c/+ de 50 anos) – HH tipo 3
Falência cardiaca congestiva – HH tipo 2
Hipogonadismo – HH tipo 2 e 3
Hipotiroidismo e hipoparatiroidismo
Sintomatologia
NOTA: Factores predisponentes: sexo
masculino, alcoolismo, administração
oral de ferro, etc.
Factores protectores: sexo feminino,
perdas sanguíneas: menstruação,
hemorragias anormais, etc.
Caso Clínico
Um homem de 54 anos de idade apresenta queixas de
fraqueza, cansaço fácil e moderada perda de peso (20 kg nos
últimos 7 meses). O doente notou que a sua pele se tornou mais
escura nos últimos anos, o que atribuiu ao facto de passar muito
tempo fora de casa. Nega ingestão de toxinas, químicos e/ou
metais pesados. Nega hábitos alcoólicos. No exame objectivo
apresenta pressão arterial de 145/75 mmHg, com frequência
cardíaca de 75 bpm e frequência respiratória de 19 cpm. Palpa-se
fígado moderadamente aumentado e com consistência firme.
Baço palpável. Sem outras alterações significativas no restante
exame objectivo. Os exames complementares de diagnóstico
revelaram electrocardiograma e radiografia do tórax sem
alterações significativas e os seguintes resultados analíticos:
Diagnóstico
• Medição dos níveis de ferro e testes genéticos
Diagnóstico
Com base nestas observações, foi realizada uma
biopsia hepática. O exame microscópico do
fragmento mostrou vacuolização gorda do
hepatócito e depósitos moderados de
hemossiderina no citoplasma. Foi feito o
diagnóstico de Hemocromatose, confirmada a
sobrecarga de ferro no teste de desferroxiamina.
 História Familiar
 Medição dos níveis de ferro (ex:
teste de desferroxiamina; teste de
Saturação da Transferrina – TS
normal até 45%; H > 60%; M > 50%)
 Testes Genéticos ( Homozigotia
C282Y; Heterozigotia composta
C282Y/H63D (wild type)
Tratamento
o Retirada do excesso de ferro, por flebotomia (sangria, retirada de
sangue).
o Uso de agentes sequestrantes de ferro, como a deferoxamina.
Conceitos
Heterogeneidade Alélica
Vários alelos mutados diferentes
num só locus
Na HH tipo 1, vários alelos mutantes
(C282Y e H63D) localizados no gene
HFE são responsáveis pela doença
Heterogeneidade Não Alélica
Vários alelos mutados diferentes em
dois ou mais loci diferentes
A HH tem diversos subtipos com fenótipos
idênticos derivado de mutações em
diferentes genes, como o gene HFE, TfR2 e
SLC40A1
A HH tipo 2 é causada por mutaçoes em
dois genes diferentes
Conceitos
Pleiotropismo
A mutação de um único gene
tem reflexos na expressão
de vários fenótipos
Mutações num gene, como na HH
tipo 1, 3 e 4, resultam num
conjunto de sintomas muito
diferentes entre si
Gene Modificador
Gene que altera o fenótipo
associado a mutações num
gene não-alélico
Na HH a gravidade da doença varia
de pessoa para pessoa
Há genes modificadores que podem
afectar a gravidade da doença, agravando-
a ou tornando-a menos severa
Conceitos
Expressividade Variável
Em indivíduos com o mesmo
genótipo, o fenótipo
manifesta-se de maneira
diferente
Penetrância
Probabilidade de um
gene ter qualquer
expressão fenotípica
Penetrância Incompleta
ou Reduzida
A HH apresenta uma
expressividade variável
Conceitos
Compostos Genéticos
Dois alelos mutados
diferentes no mesmo locus
Na HH tipo 1, há indivíduos
que têm a mutação C282Y e
a mutação H63D que
ocorrem em diferentes
alelos do gene HFE
Dupla Heterozigotia
Indivíduo heterozigótico
em cada um dos loci
diferentes
Na HH tipo 1 não se trata
de dupla heterozigotia
mas na HH tipo 2 já se
trata.
Bibliografia
 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/dispomim.cgi?id=235200
 http://www.emedicine.com/Med/topic975.htm
 HARRISON’S, Principles of Internal Medicine, 17th Edition, Mc
Graw Hill, 2008
 http://www.orpha.net/consor/cgi-bin/index.php?lng=PT
FIM

Contenu connexe

Tendances (20)

Talassemias
TalassemiasTalassemias
Talassemias
 
Peculiaridades do hemograma - Inicial
Peculiaridades do hemograma  - InicialPeculiaridades do hemograma  - Inicial
Peculiaridades do hemograma - Inicial
 
Talassemia Alfa
Talassemia AlfaTalassemia Alfa
Talassemia Alfa
 
3 Anemias Carenciais
3  Anemias Carenciais3  Anemias Carenciais
3 Anemias Carenciais
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
Anemia Falciforme
Anemia Falciforme Anemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
Anemia ferropriva diagnostico e tratamento
Anemia ferropriva diagnostico e tratamentoAnemia ferropriva diagnostico e tratamento
Anemia ferropriva diagnostico e tratamento
 
Carências Nutricionais: Anemia Ferropriva
Carências Nutricionais: Anemia FerroprivaCarências Nutricionais: Anemia Ferropriva
Carências Nutricionais: Anemia Ferropriva
 
2 Anemias - Visão Geral
2  Anemias - Visão Geral2  Anemias - Visão Geral
2 Anemias - Visão Geral
 
Hipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmicaHipertensão arterial sistêmica
Hipertensão arterial sistêmica
 
Hipertensão primária e secundária
Hipertensão primária e secundáriaHipertensão primária e secundária
Hipertensão primária e secundária
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
Anemia Ferropriva
Anemia FerroprivaAnemia Ferropriva
Anemia Ferropriva
 
Hemograma
HemogramaHemograma
Hemograma
 
Anemia ferropriva
Anemia ferroprivaAnemia ferropriva
Anemia ferropriva
 
Apresentação anemia
Apresentação anemiaApresentação anemia
Apresentação anemia
 
Coagulograma
CoagulogramaCoagulograma
Coagulograma
 
Hemácias Revisão Completa
Hemácias Revisão CompletaHemácias Revisão Completa
Hemácias Revisão Completa
 
Anemia falciforme
Anemia falciformeAnemia falciforme
Anemia falciforme
 
Metabolismo do ferro
Metabolismo do ferroMetabolismo do ferro
Metabolismo do ferro
 

En vedette

Doença de Wilson e Hemocromatose
Doença de Wilson e HemocromatoseDoença de Wilson e Hemocromatose
Doença de Wilson e HemocromatoseSafia Naser
 
O passado Celta no património cultural português: os pauliteiros de Miranda e...
O passado Celta no património cultural português: os pauliteiros de Miranda e...O passado Celta no património cultural português: os pauliteiros de Miranda e...
O passado Celta no património cultural português: os pauliteiros de Miranda e...Universidade Sénior Contemporânea do Porto
 
Philip Roth: Uma mulher bem sucedida na vida
Philip Roth: Uma mulher bem sucedida na vidaPhilip Roth: Uma mulher bem sucedida na vida
Philip Roth: Uma mulher bem sucedida na vidaBaleia Falante
 
Encefalite herpética estudo de caso
Encefalite herpética   estudo de casoEncefalite herpética   estudo de caso
Encefalite herpética estudo de casoNeto Pontes
 
Estudo de caso anemia falciforme
Estudo de caso anemia falciforme Estudo de caso anemia falciforme
Estudo de caso anemia falciforme luzienne moraes
 
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosajuniorportes
 
Endocardite Infecciosa e Espodilociscite por S.bovis
Endocardite Infecciosa e Espodilociscite por S.bovisEndocardite Infecciosa e Espodilociscite por S.bovis
Endocardite Infecciosa e Espodilociscite por S.bovisLénise Parreira
 
Internacionalización empresarial.
Internacionalización empresarial.Internacionalización empresarial.
Internacionalización empresarial.SWAN Partners
 
Revista.Forever Living.España.Portugal.oct.nº13
Revista.Forever Living.España.Portugal.oct.nº13Revista.Forever Living.España.Portugal.oct.nº13
Revista.Forever Living.España.Portugal.oct.nº13Nicolás Alzaga Ruiz
 
The Influencer's Mantra (NFRUG Feb 2010)
The Influencer's Mantra (NFRUG Feb 2010)The Influencer's Mantra (NFRUG Feb 2010)
The Influencer's Mantra (NFRUG Feb 2010)Siraj Sirajuddin
 
What to do When Everyone Wants to be Your Partner - Sandy Campbell
What to do When Everyone Wants to be Your Partner - Sandy CampbellWhat to do When Everyone Wants to be Your Partner - Sandy Campbell
What to do When Everyone Wants to be Your Partner - Sandy CampbellHELIGLIASA
 

En vedette (19)

Doença de Wilson e Hemocromatose
Doença de Wilson e HemocromatoseDoença de Wilson e Hemocromatose
Doença de Wilson e Hemocromatose
 
Sd hepato renal - caso clinico
Sd hepato renal - caso clinicoSd hepato renal - caso clinico
Sd hepato renal - caso clinico
 
O passado Celta no património cultural português: os pauliteiros de Miranda e...
O passado Celta no património cultural português: os pauliteiros de Miranda e...O passado Celta no património cultural português: os pauliteiros de Miranda e...
O passado Celta no património cultural português: os pauliteiros de Miranda e...
 
19778353 hemocromatose-1
19778353 hemocromatose-119778353 hemocromatose-1
19778353 hemocromatose-1
 
Philip Roth: Uma mulher bem sucedida na vida
Philip Roth: Uma mulher bem sucedida na vidaPhilip Roth: Uma mulher bem sucedida na vida
Philip Roth: Uma mulher bem sucedida na vida
 
Encefalite herpética estudo de caso
Encefalite herpética   estudo de casoEncefalite herpética   estudo de caso
Encefalite herpética estudo de caso
 
Estudo de caso anemia falciforme
Estudo de caso anemia falciforme Estudo de caso anemia falciforme
Estudo de caso anemia falciforme
 
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
11 dr carloscampos-endocarditeinfecciosa
 
Endocardite Infecciosa e Espodilociscite por S.bovis
Endocardite Infecciosa e Espodilociscite por S.bovisEndocardite Infecciosa e Espodilociscite por S.bovis
Endocardite Infecciosa e Espodilociscite por S.bovis
 
Internacionalización empresarial.
Internacionalización empresarial.Internacionalización empresarial.
Internacionalización empresarial.
 
10th Annual Utah's Health Services Research Conference - Recommendations for ...
10th Annual Utah's Health Services Research Conference - Recommendations for ...10th Annual Utah's Health Services Research Conference - Recommendations for ...
10th Annual Utah's Health Services Research Conference - Recommendations for ...
 
Revista.Forever Living.España.Portugal.oct.nº13
Revista.Forever Living.España.Portugal.oct.nº13Revista.Forever Living.España.Portugal.oct.nº13
Revista.Forever Living.España.Portugal.oct.nº13
 
Mobile bridge
Mobile bridgeMobile bridge
Mobile bridge
 
The Influencer's Mantra (NFRUG Feb 2010)
The Influencer's Mantra (NFRUG Feb 2010)The Influencer's Mantra (NFRUG Feb 2010)
The Influencer's Mantra (NFRUG Feb 2010)
 
Tomás uceda writer_pdf
Tomás uceda writer_pdfTomás uceda writer_pdf
Tomás uceda writer_pdf
 
Tumores mediastínicos: A propósito de un caso clínico de fiebre
Tumores mediastínicos: A propósito de un caso clínico de fiebreTumores mediastínicos: A propósito de un caso clínico de fiebre
Tumores mediastínicos: A propósito de un caso clínico de fiebre
 
What to do When Everyone Wants to be Your Partner - Sandy Campbell
What to do When Everyone Wants to be Your Partner - Sandy CampbellWhat to do When Everyone Wants to be Your Partner - Sandy Campbell
What to do When Everyone Wants to be Your Partner - Sandy Campbell
 
Mobile bridge
Mobile bridgeMobile bridge
Mobile bridge
 
Presentación1
Presentación1Presentación1
Presentación1
 

Similaire à Hemocromatose Hereditária: Características, Tipos e Tratamento

Hiperferritinemia jovem gastro 2020
Hiperferritinemia   jovem gastro 2020Hiperferritinemia   jovem gastro 2020
Hiperferritinemia jovem gastro 2020Liliana Mendes
 
Genética da hemocromatose
Genética da hemocromatoseGenética da hemocromatose
Genética da hemocromatoseFilipe Leal
 
Anemiascarenciaisnainfncia 111106150815-phpapp01
Anemiascarenciaisnainfncia 111106150815-phpapp01Anemiascarenciaisnainfncia 111106150815-phpapp01
Anemiascarenciaisnainfncia 111106150815-phpapp01Maristela Lima
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia FalciformeISCISA
 
Anemia%20 reduzida%20[modo%20de%20compatibilidade]
Anemia%20 reduzida%20[modo%20de%20compatibilidade]Anemia%20 reduzida%20[modo%20de%20compatibilidade]
Anemia%20 reduzida%20[modo%20de%20compatibilidade]Raquel Silva
 
DistúRbios Do FóSforo
DistúRbios Do FóSforoDistúRbios Do FóSforo
DistúRbios Do FóSforoSHLP
 
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de casoDiabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de casoTuani Varella
 
Anemias carenciais na infância
Anemias carenciais na infânciaAnemias carenciais na infância
Anemias carenciais na infânciaHenrique Fiorillo
 
Alteração hematológica
Alteração hematológica  Alteração hematológica
Alteração hematológica dapab
 
Associação de leishmaniose visceral e hep b de curso fulminante relato de u...
Associação de leishmaniose visceral e hep b de curso fulminante   relato de u...Associação de leishmaniose visceral e hep b de curso fulminante   relato de u...
Associação de leishmaniose visceral e hep b de curso fulminante relato de u...Nádia Elizabeth Barbosa Villas Bôas
 
Lpe hemolinfo
Lpe hemolinfoLpe hemolinfo
Lpe hemolinfoMax Sousa
 

Similaire à Hemocromatose Hereditária: Características, Tipos e Tratamento (20)

Hiperferritinemia jovem gastro 2020
Hiperferritinemia   jovem gastro 2020Hiperferritinemia   jovem gastro 2020
Hiperferritinemia jovem gastro 2020
 
01 aula patologia_celular
01 aula patologia_celular01 aula patologia_celular
01 aula patologia_celular
 
Anemias, VF.ppt
Anemias, VF.pptAnemias, VF.ppt
Anemias, VF.ppt
 
Hematologia
HematologiaHematologia
Hematologia
 
01 aula patologia Necrose
01 aula patologia Necrose01 aula patologia Necrose
01 aula patologia Necrose
 
01 aula patologia_Necrose 2
01 aula patologia_Necrose 201 aula patologia_Necrose 2
01 aula patologia_Necrose 2
 
Genética da hemocromatose
Genética da hemocromatoseGenética da hemocromatose
Genética da hemocromatose
 
Anemiascarenciaisnainfncia 111106150815-phpapp01
Anemiascarenciaisnainfncia 111106150815-phpapp01Anemiascarenciaisnainfncia 111106150815-phpapp01
Anemiascarenciaisnainfncia 111106150815-phpapp01
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
Anemia%20 reduzida%20[modo%20de%20compatibilidade]
Anemia%20 reduzida%20[modo%20de%20compatibilidade]Anemia%20 reduzida%20[modo%20de%20compatibilidade]
Anemia%20 reduzida%20[modo%20de%20compatibilidade]
 
DistúRbios Do FóSforo
DistúRbios Do FóSforoDistúRbios Do FóSforo
DistúRbios Do FóSforo
 
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de casoDiabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
Diabetes 2 e HAS - Um estudo de caso
 
Tireóide
TireóideTireóide
Tireóide
 
Lipídeos
LipídeosLipídeos
Lipídeos
 
Anemias carenciais na infância
Anemias carenciais na infânciaAnemias carenciais na infância
Anemias carenciais na infância
 
Alteração hematológica
Alteração hematológica  Alteração hematológica
Alteração hematológica
 
Associação de leishmaniose visceral e hep b de curso fulminante relato de u...
Associação de leishmaniose visceral e hep b de curso fulminante   relato de u...Associação de leishmaniose visceral e hep b de curso fulminante   relato de u...
Associação de leishmaniose visceral e hep b de curso fulminante relato de u...
 
Anemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefróticaAnemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefrótica
 
Anemias
AnemiasAnemias
Anemias
 
Lpe hemolinfo
Lpe hemolinfoLpe hemolinfo
Lpe hemolinfo
 

Plus de Margarida Fernandes

Plus de Margarida Fernandes (11)

Artigo biopat-final
Artigo biopat-finalArtigo biopat-final
Artigo biopat-final
 
Ventrículos - Neuroanatomia
Ventrículos - NeuroanatomiaVentrículos - Neuroanatomia
Ventrículos - Neuroanatomia
 
Antiepiléticos - Caso Clínico
Antiepiléticos - Caso ClínicoAntiepiléticos - Caso Clínico
Antiepiléticos - Caso Clínico
 
Cardiomiopatia Hipertrófica
Cardiomiopatia HipertróficaCardiomiopatia Hipertrófica
Cardiomiopatia Hipertrófica
 
Surdez neurossensorial
Surdez neurossensorialSurdez neurossensorial
Surdez neurossensorial
 
Pontos fracos da parede abdominal
Pontos fracos da parede abdominal Pontos fracos da parede abdominal
Pontos fracos da parede abdominal
 
Ambiente biológico e a saúde
Ambiente biológico e a saúdeAmbiente biológico e a saúde
Ambiente biológico e a saúde
 
Configuração externa do telencéfalo
Configuração externa do telencéfaloConfiguração externa do telencéfalo
Configuração externa do telencéfalo
 
Apresentação imuno
Apresentação imunoApresentação imuno
Apresentação imuno
 
Anat top períneo_pg
Anat top períneo_pgAnat top períneo_pg
Anat top períneo_pg
 
Fígado margarida
Fígado margaridaFígado margarida
Fígado margarida
 

Dernier

aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 

Dernier (9)

aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 

Hemocromatose Hereditária: Características, Tipos e Tratamento

  • 1. Hemocromatose Hereditária Ciclo Básico do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade da Madeira Mód. I.II – Genética Prof.ª Alexandra Rosa Discentes: Margarida Fernandes Francisca Correia
  • 2. Características da Doença Principais órgãos afectados: - Coração - Fígado - Pâncreas - Hipófise
  • 3. Características da Doença  Pode ser de dois tipos: Primária Secundária  Corresponde a sobrecarga de ferro;  Derivada de diversas patologias como:  Hemoglobinopatias;  Anemias;  Patologias crónicas do fígado;  Outras patologias. Anomalia genética.
  • 5. Metabolismo do Ferro Mutações nos genes que codificam as proteínas HFE, TfR2, hemojuvelina e a hepcidina Diminuição da libertação de hepcidina Aumento na absorção do Ferro
  • 6. • Absorção intestinal inapropriada de ferro • Rápida libertação de ferro dos macrófagos • Concentração elevada de ferro no plasma – saturação elevada da transferrina e ferritina • Depósito de ferro em diversos orgãos com lesões teciduais. Consequências principais da hemocromatose:
  • 7. Hemocromatose Hereditária Tipo 1 Mutação no gene HFE Codifica a proteína HFE Localização: 6p21.3 Doença Autossómica Recessiva
  • 8. Mutações mais frequentes Mutação C282Y 3º exão do gene HFE, mutação GA (nucleótido 845) Substituição do aminoácido cisteína pelo aminoácido tirosina na posição 282 da cadeia de aminoácidos da proteína HFE. Mutação H63D 2º Exão do gene HFE, mutação CG (nucleótido 187) Substituição do aminoácido histidina pelo aminoácido aspartato na posição 63 da cadeia de aminoácidos da proteína HFE. Compostos heterozigoticos C282Y/H63D
  • 9. Hemocromatose Hereditária Tipo 2 Mutação no gene HJV Codifica a proteína Hemojuvelina Localização: 1q21.1 Tipo A Tipo B Mutação no gene HAMP Localização: 19q13.1 Codifica a proteína Hepcidina Doença Autossómica Recessiva
  • 10. Hemocromatose Hereditária Tipo 3 Mutação no gene TfR2 Codifica o Receptor 2 da Transferrina Localização: 7q22.1 Doença Autossómica Recessiva
  • 11. Hemocromatose Hereditária Tipo 4 Mutação no gene SLC40A1 Codifica a proteína Ferroportina Localização: 2q32.2 Há dois tipos de mutação: • Tipo A • Tipo B Doença Autossómica Dominante
  • 13. Manifestações Clinicas: Hepatomegália (95%) – HH tipo 1 Esplenomegália (50%) – HH tipo 1 Pigmentação excessiva da pele (90%) – HH tipo 3 Diabetes mellitus (65%) – HH tipo 2 e 3 Artropatia (15% c/+ de 50 anos) – HH tipo 3 Falência cardiaca congestiva – HH tipo 2 Hipogonadismo – HH tipo 2 e 3 Hipotiroidismo e hipoparatiroidismo Sintomatologia NOTA: Factores predisponentes: sexo masculino, alcoolismo, administração oral de ferro, etc. Factores protectores: sexo feminino, perdas sanguíneas: menstruação, hemorragias anormais, etc.
  • 14. Caso Clínico Um homem de 54 anos de idade apresenta queixas de fraqueza, cansaço fácil e moderada perda de peso (20 kg nos últimos 7 meses). O doente notou que a sua pele se tornou mais escura nos últimos anos, o que atribuiu ao facto de passar muito tempo fora de casa. Nega ingestão de toxinas, químicos e/ou metais pesados. Nega hábitos alcoólicos. No exame objectivo apresenta pressão arterial de 145/75 mmHg, com frequência cardíaca de 75 bpm e frequência respiratória de 19 cpm. Palpa-se fígado moderadamente aumentado e com consistência firme. Baço palpável. Sem outras alterações significativas no restante exame objectivo. Os exames complementares de diagnóstico revelaram electrocardiograma e radiografia do tórax sem alterações significativas e os seguintes resultados analíticos:
  • 15. Diagnóstico • Medição dos níveis de ferro e testes genéticos
  • 16. Diagnóstico Com base nestas observações, foi realizada uma biopsia hepática. O exame microscópico do fragmento mostrou vacuolização gorda do hepatócito e depósitos moderados de hemossiderina no citoplasma. Foi feito o diagnóstico de Hemocromatose, confirmada a sobrecarga de ferro no teste de desferroxiamina.  História Familiar  Medição dos níveis de ferro (ex: teste de desferroxiamina; teste de Saturação da Transferrina – TS normal até 45%; H > 60%; M > 50%)  Testes Genéticos ( Homozigotia C282Y; Heterozigotia composta C282Y/H63D (wild type)
  • 17. Tratamento o Retirada do excesso de ferro, por flebotomia (sangria, retirada de sangue). o Uso de agentes sequestrantes de ferro, como a deferoxamina.
  • 18. Conceitos Heterogeneidade Alélica Vários alelos mutados diferentes num só locus Na HH tipo 1, vários alelos mutantes (C282Y e H63D) localizados no gene HFE são responsáveis pela doença Heterogeneidade Não Alélica Vários alelos mutados diferentes em dois ou mais loci diferentes A HH tem diversos subtipos com fenótipos idênticos derivado de mutações em diferentes genes, como o gene HFE, TfR2 e SLC40A1 A HH tipo 2 é causada por mutaçoes em dois genes diferentes
  • 19. Conceitos Pleiotropismo A mutação de um único gene tem reflexos na expressão de vários fenótipos Mutações num gene, como na HH tipo 1, 3 e 4, resultam num conjunto de sintomas muito diferentes entre si Gene Modificador Gene que altera o fenótipo associado a mutações num gene não-alélico Na HH a gravidade da doença varia de pessoa para pessoa Há genes modificadores que podem afectar a gravidade da doença, agravando- a ou tornando-a menos severa
  • 20. Conceitos Expressividade Variável Em indivíduos com o mesmo genótipo, o fenótipo manifesta-se de maneira diferente Penetrância Probabilidade de um gene ter qualquer expressão fenotípica Penetrância Incompleta ou Reduzida A HH apresenta uma expressividade variável
  • 21. Conceitos Compostos Genéticos Dois alelos mutados diferentes no mesmo locus Na HH tipo 1, há indivíduos que têm a mutação C282Y e a mutação H63D que ocorrem em diferentes alelos do gene HFE Dupla Heterozigotia Indivíduo heterozigótico em cada um dos loci diferentes Na HH tipo 1 não se trata de dupla heterozigotia mas na HH tipo 2 já se trata.
  • 22. Bibliografia  http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/dispomim.cgi?id=235200  http://www.emedicine.com/Med/topic975.htm  HARRISON’S, Principles of Internal Medicine, 17th Edition, Mc Graw Hill, 2008  http://www.orpha.net/consor/cgi-bin/index.php?lng=PT
  • 23. FIM