8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
Semântica
1. Semântica
Profª Maria Glalcy Fequetia Dalcim
mariaglalcy@gmail.com
maria.dalcim@ifsp.edu.br
https://lingualem.wordpress.com
2. PIETROFORTE, A.V.S.; LOPES, I.C. A semântica lexical.
In: FIORIN, J. L. (org.)Introdução à Linguística II:
princípios de análise. São Paulo: Contexto, 2016.
MÜLLER, A.L.P.; VIOTTI, E.C. Semântica Formal. In:
FIORIN, J. L. (org.)Introdução à Linguística II:
princípios de análise. São Paulo: Contexto, 2016.
OLIVEIRA, R.P. Semântica. In: MUSSALIN, F.; BENTES,
A. N. Introdução à linguística: domínios e fronteiras
2. São Paulo: Cortez, 2012.
3. Semântica
Objeto clássico dos estudos da Semântica – “significado” das palavras
e da sentenças
Abordagens mais recentes – descrever a capacidade que um falante
tem para interpretar qualquer sentença de sua língua.
Hilary Putnam (1975) – “o o que atrapalha a Semântica é ela depender
de um conceito teórico de “significado”, porque não sabemos
exatamente o que é significado”.
Explicar o significado está fortemente ligado à questão do
conhecimento.
“Sendo a semântica o estudo sistemático do sentido nas línguas
naturais, cada uma dessas maneira de contruir uma teoria da
linguagem resultará numa semântica peculiar”. (Pietroforte e Lopes,
2016)
4. Semântica
Há várias formas de se descrever o significado – há várias
semânticas.
Há semântica textual, cognitiva, lexical, argumentativa, discursiva –
todas estudam o significado, cada uma do seu jeito.
“O que as diversas teorias semânticas fazem é recortar o objeto de
estudo de várias formas diferentes, privilegiando o estudo de alguns
aspectos envolvidos na análise do significado.” (Müller e Viotti, p.
138)
Visão breve – lexical, formal, enunciação e cognitiva.
5. Semântica Lexical
Semântica Lexical
Léxico - conjunto virtual das unidades lexicais de uma língua -
compilação de palavras de uma língua.
Estruturalista – constituição na relação significante / significado
São Tomás de Aquino – “as palavras são os signos dos pensamentos,
e os pensamentos, similitudes das coisas (...) as palavras referen-se às
coisas designadas mediante os conceitos” (Suma teológica, apud
Rastier, 1990)
6. Semântica Lexical
O significado de um signo linguístico não deve ser considerado
isoladamente - deve ser determinado pela sua posição em
relação às estruturas linguísticas de que faz parte.
“ A distinção mais relevante entre o tradicional “conceito” e o
“significado” saussuriano reside no caráter específico e relacional
deste último: ao contrário dos “conceitos” da tradição lógica
encarados como universais, os “significados” saussurianos (i) só
valem, a rigor, no interior de uma determinada língua, e (ii) só se
definem na sua relação com os seus significantes, por um lado, e com
os demais significados de sua classe, por outro”. (Pietroforte e Lopes,
p. 116)
7. Semântica Lexical
Campo lexical - formado pelas palavras que derivam de um mesmo
radical. Ex. O campo lexical ou a família da palavra “pedra”, seria:
pedraria, pedreira, pedrinha, entre outros.
Compreende ainda as palavras que pertencem à mesma área de
conhecimento. Ex. “escola”- professor, aluno, caderno, aula, livro,
material escolar, diretor, etc.
Campo semântico - conjunto dos significados, dos conceitos, que
uma palavra possui. Um mesmo termo tem ou pode ter vários
sentidos, os quais são escolhidos de acordo com o contexto
abordado.
As palavras são definidas umas em relação às outras – elas
estabelecem diversos tipos de relação: sinonímia, antonímia,
hiperonímia, hiponímia, paranomásia e a polissemia.
8. Semântica Lexical
Sinonímia- relação semântica entre duas ou mais palavras com o
mesmo significado. Ex. belo - bonito
Antonímia- relação semântica de oposição ente dois termos. Ex.
belo – feio
Hiperonímia – Hiponímia - relação estabelecida entre um vocábulo
de sentido mais genérico e outro de sentido mais específico (animal
(hiperonímia) – leão, gato (hiponímia)
Paranomásia – significantes com imagens acústicas semelhantes mas
com significados diferentes (retificar – ratificar)
Polissemia – palavras que possuem mais de um significado para o
mesmo significante (manga, vela)
9. Semântica Formal
Estudo da relação que existe entre as expressões linguísticas e o
mundo.
“ A Semântica Formal considera como uma propriedade central das
línguas humanas o ser sobre algo, isto é, o fato de que as línguas
naturais são utilizadas para estabelecermos uma referencialidade,
para falarmos sobre objetos, indivíduos, fatos, eventos,
propriedades... descritos como externos à própria língua. (...) Por essa
razão, na Semântica Formal, o significado é entendido como uma
relação entre a linguagem por um lado, e, por outro, aquilo sobre o
qual a linguagem fala.” (Müller e Viotti, p. 139)
A Semântica Formal discute as relações semânticas como :
denotações e conotações, acarretamento e pressuposições,
sinonímia, paráfrases, contradições, ambiguidades, relações de
escopo, etc.
10. Semântica da Enunicação
O termo enunciação refere-se à atividade social e interacional por
meio da qual a língua é colocada em funcionamento.
Para a Semântica da Enunicação, a referência é uma ilusão cirada pela
linguagem – e não é possível “escapar” da linguagem, pois essa é
vista como a constituidora do mundo.
Ducrot (1979, 1987) – “a linguagem é um jogo de argumentação
enredado em si mesmo – não falamos sobre o mundo, falamos para
construir um mundo e a partir dele tentar convencer nosso
interlocutor da nossa verdade, verdade cirada pelas e nas nossas
interlocuções” (Oliveira, p. 34)
É porque falamos de algo que esse algo para a ter sua existência no
quadro criado pelo próprio discurso.
11. Semântica Cognitiva
O significado, segundo a Semântica Cognitiva, é natural e
experiencial e se sustenta na constatação de que ele se constrói a
partir de nossas interações físicas, corpóreas, com o meio ambiente
em que vivemos.
O significado linguístico não é arbitrário, pois deriva de esquemas
sensório-motores. São as nossas ações no mundo que nos permitem
apreender diretamente esquemas imagéticos espaciais e são esses
esquemas que dão significado às nossas expressões lingüísticas.
A conceptualização ocorre na mente, mas não se restringe a
processos mentais internos (crítica ao gerativismo), desconectados do
mundo real - a conceptualização está ancorada no mundo real e em
mundos mentais construídos pelo falante. Também baseia-se no
corpo e na experiência mental sobre a qual o falante é capaz de
refletir. (Ferrari, 2015)