SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  14
OS 3 BONECOS DE NEVE
De: Isabel Correia

1

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Tinha caído muita neve durante toda a noite.
Estava um frio de rachar que até as palavras que
saiam da boca, gelavam e transformavam-se em
granizo.

Os meninos vieram para a praça que estava
cheiinha de neve, fazer bonecos.
2

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Fizeram três bonecos. Num colocaram um cachecol
vermelho, um chapéu de palha e uma vassoura na mão
e chamaram-lhe Geladinho

3

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Noutro colocaram um cachecol azul, um chapéu da
mesma cor e umas luvas também azuis e
chamaram-lhe Bolinha.

4

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
No último colocaram um cachecol verde, um
boné, nas mãos, uma raquete de ténis e
chamaram-lhe Sorvete.

5

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Durante todo o dia brincaram à volta dos bonecos
de neve, atirando com pedaços de neve, uns aos
outros, numa saudável brincadeira.
Já era quase noite quando tiveram que regressar a
suas casas, porque estava a cair outra vez um
grande nevão.

6

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Era meia noite quando a neve deixou de cair. Na aldeia
toda a gente estava a dormir.
A lua cheia apareceu, brilhante como nunca. Junto à
praça, onde os bonecos de neve estavam, havia um
lago, que se encontrava, naquela altura do ano, todo
gelado.
Geladinho arranjou o chapéu, agitou a vassoura e
mandou uma pancada no Bolinha que estava a
dormitar.
- Bolas..bolas...bolas, que até me acordaste - refilou o
Bolinha.
- Então! Com uma noite destas, estás a dormir?
Parece impossível - disse o Geladinho.
- Onde é que está o Sorvete? – Perguntou.
- Antes de eu adormecer ele estava aqui à minha
beira, até estava aborrecido porque não tinha nada
7
para fazer - disse o Bolinha.
Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Olharam para todos os lados e viram que o Sorvete, estava a patinar no lago
gelado.
- Olha que bela ideia que o Sorvete teve - disseram os dois ao mesmo tempo.
E não se fizeram esperar, colocaram os seus patins e foram para o lago gelado
brincar com o Sorvete. Patinaram até que a claridade da manhã começou a
aparecer por cima dos montes.

É melhor irmos para os nossos lugares porque se nos vêm, os três bonecos de
neve, a andar por aí a patinar, não sei o que poderá acontecer - disse o
Geladinho.
Assim o Geladinho, o Sorvete e o Bolinha, voltaram para os seus lugares, naquela
praça toda branca de neve, puseram-se nos seus lugares e ficaram muito
quietinhos como se nada se tivesse passado.

8

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Os meninos logo que tomaram o pequeno almoço
foram para a praça ver os bonecos de neve. Acharam
que eles estavam já um pouco desmanchados e
apressaram-se a arranjá-los. Até parecia que tinham
andado na brincadeira toda a noite.
O sol nesse dia apareceu mais forte do que no dia
anterior, e a neve parecia que queria deixar a aldeia.
Os bonecos de neve ameaçavam derreter-se. Os
meninos desgostosos iam pondo bocados de neve para
os conservar. Os pais iam dizendo que os bonecos de
neve não iam durar muito porque o sol os ia derreter.
Os meninos não queriam acreditar, aqueles bonecos
deram tanto trabalho.
Geladinho, Bolinha e Sorvete ouviam estas conversas
muito desconsolados. Não podia ser, não podiam
acabar derretidos feitos em água do lago.
9

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Quando a noite caiu e depois que as pessoas regressaram a suas casas
foram de novo patinar no lago que já não estava muito gelado, Geladinho
disse:
- Seria melhor vestirmos aquelas capas de chuva para não derretermos
com dizia o pai daquele menino - disse Geladinho.
- Acho boa ideia - disse o Sorvete.
- Eu que estou com muito frio e sou o mais gordo, quero a maior- disse o
Bolinha.
Os três vestiram as capas e foram para os seus lugares na praça.
De manhã quando os meninos foram vê-los, acompanhados dos pais,
ficaram todos admirados ao vê-los vestidos com as capas.
- Quem é que se lembrou de vestir estas capas aos bonecos? - perguntou
o pai do Tiago.
- Eles assim ainda duram muito menos, as capas aquecem e a neve
derrete.
E trataram de despir as capas.
Os meninos voltaram a arranjar os bonecos que muito dificilmente
aguentavam a sua forma.
- Amanhã já não vai haver bonecos de neve - disse o pai de Tiago.
10

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Geladinho, Bolinha e Sorvete ouviram estas palavras horrorizados. Tinham
que fazer qualquer coisa, não se queriam desfazer.
À noite quando se encontravam sozinhos, Geladinho foi buscar um trenó igual
ao do Pai Natal e atrelou o burro do Sr. Zacarias, porque renas, que era o
animal mais apropriado, não havia naquela aldeia.
- Geladinho qual é a tua ideia? - perguntou o Sorvete.
- Vamos para a terra onde a neve não derrete que fica atrás daquelas
montanhas - disse Geladinho.
- E vamos deixar estes meninos que gostam tanto de nós? - protestou o
Bolinha.
- Para o ano voltamos de novo - disse o Geladinho.

11

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
Antes de entrarem para o trenó puxado pelo burro,
tiraram os cachecóis e as luvas, Geladinho pôs o
chapéu e a vassoura no chão, Bolinha deixou o
chapéu azul e o Sorvete espetou a raquete de ténis
no chão, e largaram em direção à terra onde a neve
não derrete

12

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
13

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
De manhã quando os meninos voltaram à praça, já não existia
neve, viram que os bonecos tinham desaparecido e no local onde
eles tinham estado havia três poças de água, uma com a
vassoura, outra tinha um chapéu azul e a outra uma raquete de
ténis.
- Eu não dizia que hoje já não havia bonecos, derreteram-se todos
- disse o pai de Tiago.
Os meninos pegaram, muito tristes nas coisas dos bonecos de
neve para no próximo ano os fazerem de novo.
Tiago reparou que preso à vassoura estava um bilhete que dizia: “
Vamos ter com o Pai Natal, para o ano voltamos. Um grande
abraço. Geladinho, Bolinha e Sorvete”.
Tiago guardou bem dobradinho o bilhete no bolso e não disse
nada a ninguém. Talvez fosse verdade o que o pai disse mas não
custava nada acreditar.

14

Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores

Contenu connexe

Tendances

O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escolaO boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
Maria Ferreira
 
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escolaO boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
Maria Ferreira
 
Um sonho de neve
Um sonho de neveUm sonho de neve
Um sonho de neve
lenatubal
 
A castanha lili-
A castanha lili-A castanha lili-
A castanha lili-
labeques
 
O palhaco-tristoleto
O palhaco-tristoletoO palhaco-tristoleto
O palhaco-tristoleto
Silvares
 
Jogo das palavras do inverno
Jogo das palavras do invernoJogo das palavras do inverno
Jogo das palavras do inverno
Aldalu
 
A magia da estrela do outono
A magia da estrela do outonoA magia da estrela do outono
A magia da estrela do outono
Carla Ferreira
 

Tendances (20)

Um bocadinho inverno
Um bocadinho invernoUm bocadinho inverno
Um bocadinho inverno
 
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escolaO boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
 
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escolaO boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
O boneco-de-neve-que-queria-ir-para-a-escola
 
A velhinha que comeu os símbolos do natal
A velhinha que comeu os símbolos do natalA velhinha que comeu os símbolos do natal
A velhinha que comeu os símbolos do natal
 
O ciclo do leite
O ciclo do leiteO ciclo do leite
O ciclo do leite
 
Um sonho de neve
Um sonho de neveUm sonho de neve
Um sonho de neve
 
História da Maria Castanha
História da Maria CastanhaHistória da Maria Castanha
História da Maria Castanha
 
Casamento diospiro noz
Casamento diospiro nozCasamento diospiro noz
Casamento diospiro noz
 
A castanha lili-
A castanha lili-A castanha lili-
A castanha lili-
 
Frutos do outono
Frutos do outonoFrutos do outono
Frutos do outono
 
Chegou a Primavera
Chegou a PrimaveraChegou a Primavera
Chegou a Primavera
 
Natal, história
Natal, históriaNatal, história
Natal, história
 
O boneco de_neve_do_chapeu_azul
O boneco de_neve_do_chapeu_azulO boneco de_neve_do_chapeu_azul
O boneco de_neve_do_chapeu_azul
 
O palhaco-tristoleto
O palhaco-tristoletoO palhaco-tristoleto
O palhaco-tristoleto
 
Jogo das palavras do inverno
Jogo das palavras do invernoJogo das palavras do inverno
Jogo das palavras do inverno
 
A Bruxa Mimi
A Bruxa MimiA Bruxa Mimi
A Bruxa Mimi
 
O Palhaco Tristoleto[1]
O Palhaco Tristoleto[1]O Palhaco Tristoleto[1]
O Palhaco Tristoleto[1]
 
Boneco de Neve Sorridente
Boneco de Neve SorridenteBoneco de Neve Sorridente
Boneco de Neve Sorridente
 
A magia da estrela do outono
A magia da estrela do outonoA magia da estrela do outono
A magia da estrela do outono
 
O dia em que a barriga rebentou josé fanha
O dia em que a barriga rebentou  josé fanhaO dia em que a barriga rebentou  josé fanha
O dia em que a barriga rebentou josé fanha
 

En vedette

Leitura recreativa do livro «os sapatos do pai natal», de josé fanha, pelo 5.º h
Leitura recreativa do livro «os sapatos do pai natal», de josé fanha, pelo 5.º hLeitura recreativa do livro «os sapatos do pai natal», de josé fanha, pelo 5.º h
Leitura recreativa do livro «os sapatos do pai natal», de josé fanha, pelo 5.º h
becreluisdeloureiro
 
Historia. sara tomã© boneco de neve
Historia. sara tomã© boneco de neveHistoria. sara tomã© boneco de neve
Historia. sara tomã© boneco de neve
Maria Pereira
 
A menina do capuchinho vermelho no século xxi luísa ducla soares
A menina do capuchinho vermelho no século xxi   luísa ducla soaresA menina do capuchinho vermelho no século xxi   luísa ducla soares
A menina do capuchinho vermelho no século xxi luísa ducla soares
marceurama
 
Livro dos jogos tradicionais portugueses
Livro dos jogos tradicionais portuguesesLivro dos jogos tradicionais portugueses
Livro dos jogos tradicionais portugueses
marferreira1971
 
Ninguém da prendas ao pai natal
Ninguém da prendas ao pai natalNinguém da prendas ao pai natal
Ninguém da prendas ao pai natal
Ana PAtrícia Lima
 

En vedette (17)

Leitura recreativa do livro «os sapatos do pai natal», de josé fanha, pelo 5.º h
Leitura recreativa do livro «os sapatos do pai natal», de josé fanha, pelo 5.º hLeitura recreativa do livro «os sapatos do pai natal», de josé fanha, pelo 5.º h
Leitura recreativa do livro «os sapatos do pai natal», de josé fanha, pelo 5.º h
 
Biblioteca das Lameiras
Biblioteca das LameirasBiblioteca das Lameiras
Biblioteca das Lameiras
 
Historia. sara tomã© boneco de neve
Historia. sara tomã© boneco de neveHistoria. sara tomã© boneco de neve
Historia. sara tomã© boneco de neve
 
Bolas de Natal
Bolas de NatalBolas de Natal
Bolas de Natal
 
Ficha formativa 1
Ficha formativa 1Ficha formativa 1
Ficha formativa 1
 
Floresta de agua
Floresta de aguaFloresta de agua
Floresta de agua
 
A menina do capuchinho vermelho no século xxi luísa ducla soares
A menina do capuchinho vermelho no século xxi   luísa ducla soaresA menina do capuchinho vermelho no século xxi   luísa ducla soares
A menina do capuchinho vermelho no século xxi luísa ducla soares
 
Ciclo da água
Ciclo da águaCiclo da água
Ciclo da água
 
Ciclo do ovo- livro
Ciclo do ovo- livroCiclo do ovo- livro
Ciclo do ovo- livro
 
Ciclo do arroz
Ciclo do arrozCiclo do arroz
Ciclo do arroz
 
O ciclo do mel
O ciclo do melO ciclo do mel
O ciclo do mel
 
Ciclo do pão
Ciclo do pãoCiclo do pão
Ciclo do pão
 
Ciclo do chocolate
Ciclo do chocolateCiclo do chocolate
Ciclo do chocolate
 
Livro dos jogos tradicionais portugueses
Livro dos jogos tradicionais portuguesesLivro dos jogos tradicionais portugueses
Livro dos jogos tradicionais portugueses
 
Ninguém da prendas ao pai natal
Ninguém da prendas ao pai natalNinguém da prendas ao pai natal
Ninguém da prendas ao pai natal
 
Ciclo do livro- livro em pdf
Ciclo do livro- livro em pdfCiclo do livro- livro em pdf
Ciclo do livro- livro em pdf
 
A oficina do pai natal- pdf
A oficina do pai natal- pdfA oficina do pai natal- pdf
A oficina do pai natal- pdf
 

Plus de Maria Das Dores Oliveira (8)

Sara e o gigante das histórias(pp)
Sara e o gigante das histórias(pp)Sara e o gigante das histórias(pp)
Sara e o gigante das histórias(pp)
 
A floresta zangada
A floresta zangadaA floresta zangada
A floresta zangada
 
Adivinhas formas geométricas
Adivinhas   formas geométricasAdivinhas   formas geométricas
Adivinhas formas geométricas
 
Animais que hibernam pp
Animais que hibernam ppAnimais que hibernam pp
Animais que hibernam pp
 
História desculpa ....
História desculpa ....História desculpa ....
História desculpa ....
 
Formação o pão
Formação o pãoFormação o pão
Formação o pão
 
Livro activo
Livro activoLivro activo
Livro activo
 
Eu e o meu papa
Eu e o meu papaEu e o meu papa
Eu e o meu papa
 

Os 3 bonecos de neve

  • 1. OS 3 BONECOS DE NEVE De: Isabel Correia 1 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 2. Tinha caído muita neve durante toda a noite. Estava um frio de rachar que até as palavras que saiam da boca, gelavam e transformavam-se em granizo. Os meninos vieram para a praça que estava cheiinha de neve, fazer bonecos. 2 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 3. Fizeram três bonecos. Num colocaram um cachecol vermelho, um chapéu de palha e uma vassoura na mão e chamaram-lhe Geladinho 3 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 4. Noutro colocaram um cachecol azul, um chapéu da mesma cor e umas luvas também azuis e chamaram-lhe Bolinha. 4 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 5. No último colocaram um cachecol verde, um boné, nas mãos, uma raquete de ténis e chamaram-lhe Sorvete. 5 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 6. Durante todo o dia brincaram à volta dos bonecos de neve, atirando com pedaços de neve, uns aos outros, numa saudável brincadeira. Já era quase noite quando tiveram que regressar a suas casas, porque estava a cair outra vez um grande nevão. 6 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 7. Era meia noite quando a neve deixou de cair. Na aldeia toda a gente estava a dormir. A lua cheia apareceu, brilhante como nunca. Junto à praça, onde os bonecos de neve estavam, havia um lago, que se encontrava, naquela altura do ano, todo gelado. Geladinho arranjou o chapéu, agitou a vassoura e mandou uma pancada no Bolinha que estava a dormitar. - Bolas..bolas...bolas, que até me acordaste - refilou o Bolinha. - Então! Com uma noite destas, estás a dormir? Parece impossível - disse o Geladinho. - Onde é que está o Sorvete? – Perguntou. - Antes de eu adormecer ele estava aqui à minha beira, até estava aborrecido porque não tinha nada 7 para fazer - disse o Bolinha. Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 8. Olharam para todos os lados e viram que o Sorvete, estava a patinar no lago gelado. - Olha que bela ideia que o Sorvete teve - disseram os dois ao mesmo tempo. E não se fizeram esperar, colocaram os seus patins e foram para o lago gelado brincar com o Sorvete. Patinaram até que a claridade da manhã começou a aparecer por cima dos montes. É melhor irmos para os nossos lugares porque se nos vêm, os três bonecos de neve, a andar por aí a patinar, não sei o que poderá acontecer - disse o Geladinho. Assim o Geladinho, o Sorvete e o Bolinha, voltaram para os seus lugares, naquela praça toda branca de neve, puseram-se nos seus lugares e ficaram muito quietinhos como se nada se tivesse passado. 8 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 9. Os meninos logo que tomaram o pequeno almoço foram para a praça ver os bonecos de neve. Acharam que eles estavam já um pouco desmanchados e apressaram-se a arranjá-los. Até parecia que tinham andado na brincadeira toda a noite. O sol nesse dia apareceu mais forte do que no dia anterior, e a neve parecia que queria deixar a aldeia. Os bonecos de neve ameaçavam derreter-se. Os meninos desgostosos iam pondo bocados de neve para os conservar. Os pais iam dizendo que os bonecos de neve não iam durar muito porque o sol os ia derreter. Os meninos não queriam acreditar, aqueles bonecos deram tanto trabalho. Geladinho, Bolinha e Sorvete ouviam estas conversas muito desconsolados. Não podia ser, não podiam acabar derretidos feitos em água do lago. 9 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 10. Quando a noite caiu e depois que as pessoas regressaram a suas casas foram de novo patinar no lago que já não estava muito gelado, Geladinho disse: - Seria melhor vestirmos aquelas capas de chuva para não derretermos com dizia o pai daquele menino - disse Geladinho. - Acho boa ideia - disse o Sorvete. - Eu que estou com muito frio e sou o mais gordo, quero a maior- disse o Bolinha. Os três vestiram as capas e foram para os seus lugares na praça. De manhã quando os meninos foram vê-los, acompanhados dos pais, ficaram todos admirados ao vê-los vestidos com as capas. - Quem é que se lembrou de vestir estas capas aos bonecos? - perguntou o pai do Tiago. - Eles assim ainda duram muito menos, as capas aquecem e a neve derrete. E trataram de despir as capas. Os meninos voltaram a arranjar os bonecos que muito dificilmente aguentavam a sua forma. - Amanhã já não vai haver bonecos de neve - disse o pai de Tiago. 10 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 11. Geladinho, Bolinha e Sorvete ouviram estas palavras horrorizados. Tinham que fazer qualquer coisa, não se queriam desfazer. À noite quando se encontravam sozinhos, Geladinho foi buscar um trenó igual ao do Pai Natal e atrelou o burro do Sr. Zacarias, porque renas, que era o animal mais apropriado, não havia naquela aldeia. - Geladinho qual é a tua ideia? - perguntou o Sorvete. - Vamos para a terra onde a neve não derrete que fica atrás daquelas montanhas - disse Geladinho. - E vamos deixar estes meninos que gostam tanto de nós? - protestou o Bolinha. - Para o ano voltamos de novo - disse o Geladinho. 11 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 12. Antes de entrarem para o trenó puxado pelo burro, tiraram os cachecóis e as luvas, Geladinho pôs o chapéu e a vassoura no chão, Bolinha deixou o chapéu azul e o Sorvete espetou a raquete de ténis no chão, e largaram em direção à terra onde a neve não derrete 12 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 13. 13 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores
  • 14. De manhã quando os meninos voltaram à praça, já não existia neve, viram que os bonecos tinham desaparecido e no local onde eles tinham estado havia três poças de água, uma com a vassoura, outra tinha um chapéu azul e a outra uma raquete de ténis. - Eu não dizia que hoje já não havia bonecos, derreteram-se todos - disse o pai de Tiago. Os meninos pegaram, muito tristes nas coisas dos bonecos de neve para no próximo ano os fazerem de novo. Tiago reparou que preso à vassoura estava um bilhete que dizia: “ Vamos ter com o Pai Natal, para o ano voltamos. Um grande abraço. Geladinho, Bolinha e Sorvete”. Tiago guardou bem dobradinho o bilhete no bolso e não disse nada a ninguém. Talvez fosse verdade o que o pai disse mas não custava nada acreditar. 14 Jardim de Infância de Vermil - Maria das Dores