1. SARA E O
GIGANTE DAS
HISTÓRIAS
História adaptada pela
Educadora Maria das Dores
Oliveira
2. Era uma vez um gigante chamado Jerónimo que vivia com o seu
gato Belchior num castelo muito velhinho. As torres estavam quase
a cair e o teto deixava a chuva cair na sala. Para não estragar o
chão colocava baldes, bacias, pratos e panelas por todo o lado.
3. Jerónimo passava muito tempo sentado. Que fazia tão concentrado?
Nessa mesa havia uma pilha de imagens pequeninas. Jerónimo
pegava em cada uma delas com uma pinça e examinava-as com
uma lupa. Ele adorava olhar para aquelas imagens, principalmente a
do Pai-Natal. Será que existe?
4. Mas o facto de não ter a certeza preocupava-o muito. Por isso, um
dia decidiu aventurar-se e sair por esse mundo fora para descobrir a
verdade. Abriu o armário e tirou de lá o casaco e escovou-o. Tirou
as botas e engraxou-as.
- Toma bem conta do Castelo, Belchior. Em breve voltarei.
5. Parou numa aldeia pequenina. Ao espreitar pelas janelas descobriu
uma menina muito pequenina a dormir e no seu quarto havia dezenas
de imagens espalhadas.
- Ela gosta de imagens como eu!
6. Estendeu os braços e, com muito cuidado pegou na menina.
Aconchegou-a nas suas grandes mãos e regressou ao castelo.
7. Sara, assim se chamava a
menina, acordou, esfregou
os olhos e sentou-se. Não
estava na sua cama! Ficou
muito surpreendida e
assustada com o tamanho
do gigante, da mobília e
com os baldes e panelas
espalhadas por todo o lado.
- Bom dia menina. Dormiste
bem?
Sara gritou cheia de medo.
- Por favor, não tenhas
medo. Chamo-me
Jerónimo e este é o
Belchior e não é perigoso.
O gigante sorriu com muita
ternura e depressa Sara
percebeu que não tinha
nada a temer.
8. - Deves querer saber porque é que estás aqui?
Mostrou-lhe as imagens que tinha.
- Como vês coleciono imagens como tu. É o meu passatempo. Será
verdade aquilo que mostram?
Sara não sabia o que dizer. Até ontem acreditava que os gigantes não
existiam.
- Ninguém sabe exatamente se estas coisas são verdade ou não. Disse
a Sara.
O gigante fica dececionado.
AH! – disse o Jerónimo – olha, o que são estas marcas pretas ao pé da
imagem?
Sara ficou admirada Será que o gigante não sabia ler?
9. Isto é um livro – disse ela – e estas marcas são letras. São elas
que contam as histórias que existem dentro dos livros.
- Dentro? – exclamou o gigante – Mostra-me. Fala-me dessas
histórias!
E foi assim que Sara começou a ler histórias ao gigante que
ficava encantado a ouvi-la ler.
Os dias foram passando e Sara e Jerónimo ficaram grandes
amigos.
10. Jerónimo sabia que Sara não podia estar sempre com ele, pois tinha
a casa dela.
- Gostava de aprender a ler. Podes me ensinar? É difícil? – pergunta
ele.
- Não, não é nada difícil. – respondeu Sara
Como no castelo não havia papel, Jerónimo foi buscar lençóis e Sara
desenhou todas as letras do alfabeto.
Jerónimo aprendeu depressa, pois estava ansioso por ler as suas
histórias.
11. Em pouco tempo, com a
ajuda da lupa, o gigante
era já capaz de ler. Mas …
não conseguia virar as
páginas, pois tinha os
dedos muito compridos.
Isso deixava-o muito triste.
Sara teve uma ideia
brilhante.
Ele ficou muito
entusiasmado.
Foi buscar tábuas, pregos,
martelos, tesoura, fios e
panos.
12. E num instante, uma faixa comprida estava bem esticada nas torres do
castelo. Estava escrito BIBLIOTECA.
- Agora só temos que esperar. – disse Sara.
- Espero que não tenham medo de vir até ao castelo. – disse ele
- Vais ver que depressa as pessoas deixarão de ter medo de ti. Vê-se
logo que és um gigante bom. – disse Sara
13. No dia seguinte os primeiros visitantes chegaram. Era uma mãe
com os seus filhos que viram o letreiro quando voltavam de um
passeio.
Sara convidou-os a entrar. De início estavam um pouco receosos e
quando viram o gigante ficaram com medo.
Sara explicou que aquele gigante era muito bom e amigo das
crianças. O susto logo passou.
14. A partir daquele dia, Jerónimo saía todas as manhãs em direção à
aldeia para ir buscar as crianças.
No castelo todos se divertiam a ler as histórias do gigante e ele
ficava maravilhado a ouvi-los.
Ficou conhecido pelo gigante contador de histórias, pois de tanto
ler, sabia as histórias na ponta da língua.