SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  8
Télécharger pour lire hors ligne
XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

Tecnologia CAD/CAM - Definições e estado da arte visando auxiliar
sua implantação em um ambiente fabril
Adriano Fagali de Souza (EESC-USP) afagali@sc.usp.br
Reginaldo Teixeira Coelho (EESC-USP) rtcoelho@sc.usp.br

Abstract
Embora os sistemas CAD/CAM já estejam em um elevado grau de desenvolvimento, nota-se
que a falta de compreensão correta desta tecnologia é freqüente, mesmo por profissionais
que atuam diretamente nesta área, acarretando em improdutividades e investimentos
inadequados. Este trabalho apresenta os conceitos fundamentais para a implementação
destes sistemas e a vanguarda atual desta tecnologia. São apresentados exclusivamente
conceitos tecnológicos gerais e não a utilização de determinada ferramenta CAD/CAM em
particular. Oferece uma visão clara e genérica desta tecnologia, podendo ser adaptada a
cada ambiente de trabalho específico. Estão demonstrados também, conceitos, classificações
e técnicas de trabalho, utilizadas pelos sistemas CAD/CAM atuais, além de abordar a
inserção do CAD para auxiliar etapas subseqüentes da cadeia produtiva.
Palavras chave: CAD/CAM; Integração de projeto e manufatura; Modeladores CAD.
1. Introdução
As primeiras aplicações de computadores para auxiliar as etapas de engenharia tiveram início
na década de 50, quando o Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) iniciou a discussão
sobre a tecnologia CAD/CAM. Os sistemas CAD desta geração se limitavam à descrição de
entidades geométricas em duas dimensões, à criação e manipulação de desenhos em terminais
gráficos monocromáticos (BÉZIER, 1993).
Contudo, nesta época estes sistemas CAD já propiciavam várias vantagens, tais como:
♦
♦
♦
♦

Possibilidade de envio, ou recebimento de desenhos por processos eletrônicos;
Melhor gerenciamento dos desenhos;
Precisão do dimensionamento;
Maior rapidez na recuperação, modificação ou atualização de desenhos.

A utilização de sistemas CAD/CAM foi, por anos, limitada a aplicação em grandes empresas,
como aeroespacial e automobilística. Isto ocorria, direta ou indiretamente, pelos custos
envolvidos, desde software/hardware até a qualificação da mão de obra, requerendo usuários
com maior grau de instrução. Ao final da década de 90, com o desenvolvimento de um
sistema operacional robusto para aplicação em PCs (Windows NT), houve uma migração das
empresas que desenvolviam seus sistemas CAD/CAM baseados em sistema operacional
UNIX. Este fato, além de reduzir o custo de Hardware, reduziu também a necessidade de
usuários extremamente especializados (KONG, 2003). A interface padrão Windows é
bastante interativa, tornando mais intuitiva a utilização destes sistemas.
Por sua vez, os custos relacionados diretamente aos softwares CAD/CAM também estão
bastante accessíveis atualmente, tornando sua utilização viável mesmo para pequenas
empresas. Isto devido à concorrência de mercado e a própria evolução desta tecnologia.

ENEGEP 2003

ABEPRO

1
XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

A década de 70 marcou uma nova geração dos sistemas CAD – o desenvolvimento de
técnicas computacionais para a representação de objetos tridimensionais. Os sistemas CAD
atuais não se restringem apenas à geração e manipulação de desenhos em duas dimensões.
Este recurso é considerado somente uma funcionalidade destes sistemas e representa apenas
uma pequena parcela dos possíveis benefícios a serem obtidos com a utilização desta
tecnologia. Hoje, um software CAD, pode representar uma potente e indispensável ferramenta
para a indústria moderna, permitindo, além da geração de desenhos 2D:
♦
♦
♦
♦
♦

modelar produtos tridimensionais com formas complexas;
realizar análise de forma geométrica para auxiliar a manufatura;
realizar analise de interferências entre peças e conjuntos-montado;
definir volume e centro de massa do produto;
Comunicação com outros softwares, através de interfaces padronizadas.

Com a evolução da tecnologia necessária para o desenvolvimento dos sistemas CAD/CAM
atingindo seu ápice, a facilidade de utilização destes sistemas, devido à qualidade de sua
interface, passa a ser um foco importante na concorrência entre diferentes fornecedores. O
presente trabalho objetiva apresentar os conceitos básicos necessários ao potencial usuário das
modernas tecnologias de trabalho em ambientes integrados de projeto e manufatura.
2. Associação com outros sistemas para auxiliar as etapas produtivas
A partir da década de 80, outros sistemas computacionais tiveram ênfase e foram
desenvolvidos para suprir as necessidades de engenharia, com o objetivo de integrar o
processo de manufatura por sistemas computacionais (CIM) (ROZENFELD, 1996).
Entretanto, algumas limitações restringiam a utilização prática destes sistemas, como a
integração entre eles, custo, gerenciamento e implementação em um ambiente real de
trabalho. Atualmente, com o decorrido desenvolvimento de software e hardware, esta
integração se tem de forma mais efetiva, embora ainda não atingindo o ciclo total de
produção. A Figura 1 ilustra, de forma genérica, alguns softwares de auxilio às etapas de
planejamento, manufatura, cálculos e inspeção. Observe-se que o CAD é responsável pela
integração desta cadeia.

Figura 1: Comunicação entre sistemas de auxilio as etapas produtivas por um software CAD

Para a obtenção da tecnologia CIM, outros sistemas computacionais devem estar integrados.
Com exemplo prático, a Figura 2 ilustra a fabricação de um molde para injeção de
termoplástico, com a finalidade de produzir o corpo de uma furadeira manual. Utilizaremos
um software CAD para o design do produto, para geração e detalhamento do molde. Após as
ENEGEP 2003

ABEPRO

2
XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

etapas de modelamento do produto, um sistema CAE será utilizado para verificar se o projeto
do molde, como pontos de injeção e refrigeração, estão corretos. A próxima etapa será a
utilização de um software CAM para gerar os programas NC que serão executados em um
centro de usinagem CNC, para a manufatura do ferramental. Para verificar se a geometria
usinada esta condizente com o modelo do CAD, dados geométricos do molde (nuvem de
pontos cartesianos no espaço) serão adquiridos por uma máquina de medir por coordenadas.
As informações capturadas neste processo serão comparadas com o modelo CAD através de
um sistema CAI, que irá gerar um relatório quantificando e posicionando os desvios de forma
ocorridos no processo de usinagem. Com o atual desenvolvimento destes sistemas, este ciclo
pode ser executado sem grandes restrições.

Figura 2: Sistemas computacionais trabalhando de forma integrada

Desta forma, as geometrias construídas com softwares CAD representam agora um elo de
ligação entre outros sistemas computacionais de auxilio a engenharia. São as informações
geométricas provenientes do CAD que estes sistemas utilizam como base de cálculo.
Portanto, a correta escolha do software CAD, a ser implantado em um ambiente de trabalho,
tem uma importância significativa, não apenas para as etapas de desenho e projeto mas
também para as etapas que se sucedem.
3. Principais características dos softwares CAD tridimensionais
Existe atualmente uma grande variedade de softwares CAD tridimensionais disponíveis no
comércio, e estes podem ser caracterizados, principalmente, pela forma utilizada para gerar as
ENEGEP 2003

ABEPRO

3
XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

geometrias, que estão relacionadas com o seu modelador geométrico (Kernel), que é o núcleo
do software. Este núcleo pode ser caracterizado como:
a-) Modeladores de Sólidos
Sistemas CAD modeladores de Sólidos são capazes de gerar objetos tridimensionais, sólidos,
possuindo centro de gravidade e volume. Para o modelamento de produtos são capazes de
realizar operações booleanas (soma, intersecção e subtração, como ilustra a Figura 3) entre
geometrias, o que torna bastante ágil o trabalho com estes softwares, e em geral, são de baixo
custo (BEDWORTH, 1991).

Figura 3: Operações booleanas

Desta maneira, a peça final (neste exemplo, o objeto A) possui um “histórico” das operações
realizadas para sua construção, chamado de árvore topológica, e que contém entre outras, as
informações das operações booleanas realizadas e as características geométricas de cada
objeto utilizado na criação do produto final. Em alguns softwares, esta árvore topológica pode
ser disponível ao usuário. Alterações nesta árvore representam a possibilidade de uma fácil
modificação da peça modelada. Tomemos como exemplo ainda a Figura 3. Se for necessária
uma alteração dos diâmetros dos furos realizados pela operação de subtração dos cilindros
(objeto C), o usuário deverá apenas alterar o diâmetro destes cilindros na arvore topológica, e
o software automaticamente recopila as informações anteriores, gerando o novo objeto
modificado. Esta função representa um significativo auxilio para o modelamento de produtos,
com esta classe de sistemas CAD. Entretanto, softwares modeladores sólidos não são
adequados para o modelamento de formas geométricas complexas.
b-) Modeladores de Superfícies
Esta classe de sistemas CAD faz uso de formulações matemáticas complexas, conhecidas
como funções Spline. Esta metodologia permite o modelamento tridimensional de formas
geométricas complexas, que é a característica principal desta classe de sistemas
CAD (CHANG, 1998). As geometrias criadas são superfícies e não possuem espessura.
Qualquer ponto de uma superfície pode ser editado. As posições (direções X, Y, Z) de cada
ponto, podem ser alteradas, mantendo o objeto tridimensional, como ilustra a Figura 4. Isto
possibilita o modelamento de formas complexas.
A Figura 4 também ilustra que o ponto selecionado possui quatro vetores, laterais e
longitudinais à superfície. As edições ainda podem ser realizadas por estes vetores, com duas
possibilidades:
♦ alterações da magnitude do vetor (Figura 5A);
♦ alterações angulares do vetor (Figura 5B).
ENEGEP 2003

ABEPRO

4
XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

Figura 4: Superfície editada pela alteração da coordenada Z de um ponto

Figura 5: Modificação da superfície através de vetores adjacentes a seus pontos

Um sistema CAD modelador de superfícies não permite a utilização de operações booleanas
para a intersecção entre geometrias, fato que torna o trabalho mais penoso. Em geral, os
softwares desta classe possuem custo mais elevado, devido à complexidade destes sistemas,
se comparado aos modeladores de objetos sólidos. Contudo, estes softwares permitem a
geração formas complexas, que são requeridas em determinadas aplicações.
c-) Modeladores Híbridos
São sistemas CAD robustos tendo como principal característica, a utilização de complexos
algoritmos matemáticos, possibilitando usufruir os recursos das duas classes anteriores, de
forma direta e integrada, aplicando o modelamento mais adequado para cada situação
específica. Isto representa uma grande versatilidade de trabalho. As partes ou componentes do
produto que não requeiram o modelamento de formas complexas, pode-se empregar o módulo
de modelamento sólido, de forma análoga, pode-se utilizar o modelador de superfícies, isto no
mesmo software. Em geral, são sistemas de maior custo e requerem usuários mais treinados.
4. Classificação de softwares CAD
Embora exista uma grande variedade de sistemas CAD atualmente disponíveis no comércio
(2D e 3D), estes softwares nem sempre são concorrentes diretos. Isto significa que sistemas
CAD desenvolvidos por diferentes fornecedores podem ser aplicados em diferentes
segmentos de mercado, representando maior versatilidade de trabalho. Generalizando,
podemos dizer que vários sistemas são capazes de realizar uma gama ampla de tarefas,
entretanto, cada sistema CAD se adequa, ou foi desenvolvido especificadamente para atender
determinada aplicação com maior ênfase. Este fato ocorre também com sistemas CAM.
Para se tomar explicito e facilitar esta classificação, temos:
a-) Sistemas CAD de pequeno porte (Low-end):
Esta classe de softwares CAD é composta por sistemas que apenas utilizam representações
geométricas em duas dimensões. Como características principais:

ENEGEP 2003

ABEPRO

5
XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

♦ Baixo custo de software e hardware;
♦ Aplicação genérica: Mecânica, elétrica, civil, arquitetura, etc.;
♦ Comunicação de baixa ordem com outros sistemas.
Em geral, são sistemas utilizados para suprir as necessidades de desenhos 2D sem a
necessidade de comunicar com outros softwares (CAM, CAI, etc.), substituindo diretamente a
prancheta de desenho. Em determinados seguimentos, esta pode ser a melhor opção.
b-) Sistemas CAD de médio porte (Meddle-end):
Esta é considerada a classe de software CAD que está em maior ascensão no mercado atual. É
composta por sistemas capazes, principalmente, de representar objetos tridimensionais, e entre
outras características podemos citar:
♦
♦
♦
♦

Modelamento tridimensional – Em geral Sólidos ou superfícies;
Objetos com volume, massa, centro de gravidade;
Possibilidade de comunicação com outros sistemas;
Geração de desenhos 2D diretamente do modelo 3D.

Duas características importantes encontradas, em geral, a partir desta classe de sistemas CAD,
são:
♦ Paramétrica: Esta característica permite que todas as dimensões de um produto modelado
por um sistema CAD estejam relacionadas entre si, através de um parâmetro. Quando se altera
o valor numérico deste parâmetro, todos os valores atrelados a ele se alteram
automaticamente. Sistemas com esta característica podem ser aplicados na elaboração de uma
família de peças, como por exemplo, em um jogo de chave-fixa, onde se atrela o valor da
abertura da chave com as outras dimensões.
♦ Associativa: Os sistemas CAD com característica associativa permitem a geração
automática de desenhos de engenharia 2D, com vistas e cotas para dimensionamento, partindo
do modelo 3D. Qualquer alteração posterior no modelo 3D, o sistema altera automaticamente
o desenho 2D.
c-) Sistemas CAD de grande porte (High-end):
São os sistemas mais robustos e englobam todos os recursos dos sistemas anteriores,
acrescentando:
♦ Capacidade de modelamento híbrido;
♦ Recursos de visualização fotográfica;
♦ Integrados com diversos módulos, CAM, CAE, CAI, etc, em um único software.
Esta é uma classificação genérica, e por se tratar de uma área em constante evolução, poderá
sofrer alterações de acordo com o desenvolvimento tecnológico. Entretanto, esta classificação
auxilia a compreensão correta desta tecnologia, e conseqüentemente, em uma tomada de
decisão, quando houver a necessidade de se dimensionar um sistema CAD para determinada
aplicação.
5. Transferência geométrica do CAD para o CAM
Finalizado o processo de modelamento do produto no sistema CAD, tem-se a transferência
desta geometria para o sistema CAM, visando a geração de programas NC para a manufatura.
Na transferência de dados do sistema CAD para o sistema CAM, alguns sistemas utilizam
uma malha de triângulos gerada sobre a geometria original do CAD e que aproxima da
representação geométrica real através de um valor de tolerância (CAVALHEIRO, 1998). As
ENEGEP 2003

ABEPRO

6
XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

empresas que fazem uso deste método em seus sistemas CAD/CAM, encontraram nesta
técnica uma maneira eficiente de se trabalhar. Esta metodologia permite uma comunicação
simples e conveniente entre sistemas CAD e CAM, pois são apenas transferidas informações
por coordenadas cartesianas, permitindo assim uma fácil comunicação entre sistemas de um
mesmo fornecedor ou de fornecedores diferentes que, normalmente, são baseados em
diferentes modeladores geométricos. Desta maneira é introduzida uma tolerância no processo
de manufatura, como mostra a Figura 6. Quanto menor a tolerância para a triangularização,
melhor descrita será a geometria; proporcionalmente, aumenta-se o tamanho dos arquivos e o
tempo para cálculo de programas NC, podendo influir também no processo de usinagem.

Figura 6: Geometria original e malha de triângulos gerada para a transferência de dados

Para manter a tolerância ao final da usinagem, a tolerância para triangularização deverá ser
inferior a tolerância utilizada para cálculo dos programas NC em um software CAM. Em
alguns sistemas CAD/CAM, esta metodologia utilizada para comunicação entre os sistemas
pode não ser transparente ao usuário (DÜRR, 1999).
6. Geração de programas NC através de um sistema CAM
Atualmente, os sistemas CAM permitem a geração de programas NC para operações de
torneamento, eletro-erosão e fresamento, que corresponde a sua principal aplicação. Nas
operações de fresamento podemos destacar softwares CAM para geração de usinagens
simples com 2½ eixos de movimentação, usinagens com três eixos, e usinagens mais
complexas com até cinco eixos programáveis. A possibilidade de usinagem por diferentes
trajetórias de ferramenta, assim como a interface para operação destes sistemas tem se tornado
o diferencial na competição entre fornecedores.
Em geral, os sistemas CAM geram os programas NC através segmentos de retas, utilizando os
comandos G01, de acordo com a norma DIN 66025. Na usinagem de formas complexas, o
comprimento destes segmentos está relacionado com a tolerância utilizada no CAM para
cálculo dos programas, associado ao grau de curvatura da superfície [SOUZA, 2001]. A
Figura 7 ilustra uma trajetória de ferramenta calculada sobre um modelo geométrico.

Figura 7: Tolerância de trajetória para usinagem

ENEGEP 2003

ABEPRO

7
XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

Este outro valor de tolerância é necessário para o software CAM calcular as trajetórias de
ferramentas contidas em um programa NC. Esta tolerância está relacionada com a exatidão
com que a trajetória da ferramenta irá seguir o modelo geométrico proveniente do CAD.
Para que se tenha uma qualidade satisfatória e um processo efetivo, o usuário deve estar
plenamente ciente destas tolerâncias citadas acima.
7. Conclusões
A grande diversidade de sistemas CAD/CAM disponíveis comercialmente torna a tarefa de
definir o sistema mais adequado para determinada aplicação, uma tarefa árdua, mas bastante
representativa. É freqüente observar empresas realizando investimentos equivocados nesta
tecnologia por falta de esclarecimento. Demonstrou-se neste artigo, que para a representação
de formas geométricas complexas, um sistema CAD modelador de superfícies é o mais
indicado. Para o modelamento de partes contendo geometrias que não possuam formas
complexas, um sistema CAD modelador sólido poderá ser empregado com maior êxito. Ainda
é importante considerar, que em determinadas atividades, um simples sistema CAD 2D é a
opção mais adequada.
Questões corporativas da empresa, a relação cliente/fornecedor, a qualidade de representação
e suporte técnico no país, além de um estudo sobre a política de desenvolvimento e
perspectivas futuras da empresa que desenvolve o sistema CAD/CAM a ser adquirido, são
fatores que também devem ser levados em consideração para um investimento seguro.
Considerando que a tecnologia utilizada para o desenvolvimento de sistemas CAD/CAM
esteja atingindo seu ápice, a interface homem-máquina passará a ser o diferencial na
concorrência entre os fornecedores de softwares.
8. Agradecimentos
Os autores agradecem à FAPESP pelo fomento financeiro através de uma bolsa de doutorado
e pelo Projeto Temático em andamento no Lab. OPF/NUMA - EESC-USP.
Referencias
BEDWORTH, D. D.; HENDERSON, M. R.; WOLPE, P. M (1991) - Computer - Integrated Design and
Manufacturing. New York.
BÉZIER, P. (1993) – Curvas e Superfícies em CAD/CAE/CAM. Aleph. São Paulo.
CAVALHEIRO, A.Z. (1998) – Sistematização do Planejamento da Programação via CAM do Fresamento de
Cavidades de Moldes para Peças Injetadas. Universidade federal de Santa Catarina. Dissertação de mestrado.
CHANG, T.-C; WYSK, R. A.; WANG, H-P. (1998) - Computer-Aided Manufacturing. Prentice Hall. New
Jersey.
DÜRR, H.; SCHÜNEMMAN, R. (1999) - Industrial Aplication of new Approaches of the CAD/CAM process
chain for High Speed Machining of Sculptured Surfaces. In: International German and French Conference. 2nd,
1999, Darmstadt. Procedings: Darmstadt: PTW, p. 117-120.
KONG, L.; FUH J. Y. H.; LEE, X. L.; LING, L. S. (2003) – A Windows-native 3D plastic injection mold design
system. Journal of Materials Processing Technology. p. 1-9
ROZENFELD, H. (1996) - Integração de Empresas /CIM - CAPP(Computer Aided Process Planning).
Disponível em: <http://www.numa.org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/index.html>.
SOUZA, A. F.; SCHUTZER, K. (2001) - Interpolating Free Form Tool path for High Speed Cutting
Technology. In: 7th International Scientific Conference on Production Engineering-CIM 2001. Zagreb, Croatia.
p. i146-i154.

ENEGEP 2003

ABEPRO

8

Contenu connexe

Tendances (7)

Planejamento 4D
Planejamento 4DPlanejamento 4D
Planejamento 4D
 
Bim
BimBim
Bim
 
Aula 14 cad - conceitos básicos
Aula 14   cad - conceitos básicosAula 14   cad - conceitos básicos
Aula 14 cad - conceitos básicos
 
Rastreabilidade e inovação tecnologica em cadeias produtivas na industria aut...
Rastreabilidade e inovação tecnologica em cadeias produtivas na industria aut...Rastreabilidade e inovação tecnologica em cadeias produtivas na industria aut...
Rastreabilidade e inovação tecnologica em cadeias produtivas na industria aut...
 
Palestra 8- Manufatura Digital: Tecnologia na melhoria do processo produtivo.
Palestra 8- Manufatura Digital: Tecnologia na melhoria do processo produtivo.Palestra 8- Manufatura Digital: Tecnologia na melhoria do processo produtivo.
Palestra 8- Manufatura Digital: Tecnologia na melhoria do processo produtivo.
 
Estudo de Caso Comil - Siemens PLM
Estudo de Caso Comil - Siemens PLMEstudo de Caso Comil - Siemens PLM
Estudo de Caso Comil - Siemens PLM
 
Gestão de Projetos
Gestão de ProjetosGestão de Projetos
Gestão de Projetos
 

En vedette (20)

Tema5
Tema5Tema5
Tema5
 
Tema6
Tema6Tema6
Tema6
 
Tema7
Tema7Tema7
Tema7
 
Tema3
Tema3Tema3
Tema3
 
3 lista de exercícios
3 lista de exercícios3 lista de exercícios
3 lista de exercícios
 
09 - mandriladoras
09  - mandriladoras09  - mandriladoras
09 - mandriladoras
 
Plano de aula
Plano de aulaPlano de aula
Plano de aula
 
1a lista de exercícios
1a lista de exercícios1a lista de exercícios
1a lista de exercícios
 
Usinagem prof daniel aula 10
Usinagem  prof daniel   aula 10Usinagem  prof daniel   aula 10
Usinagem prof daniel aula 10
 
02 -introducao_a_metrologia
02  -introducao_a_metrologia02  -introducao_a_metrologia
02 -introducao_a_metrologia
 
07 - plainas
07  - plainas07  - plainas
07 - plainas
 
Ensaios de usinabilidade dos metais
Ensaios de usinabilidade dos metaisEnsaios de usinabilidade dos metais
Ensaios de usinabilidade dos metais
 
10 - maquinas_de_serrar_e_serras
10  - maquinas_de_serrar_e_serras10  - maquinas_de_serrar_e_serras
10 - maquinas_de_serrar_e_serras
 
Fluido de corte
Fluido de corteFluido de corte
Fluido de corte
 
08 - furadeiras
08  - furadeiras08  - furadeiras
08 - furadeiras
 
Materiais e ferramentas_de_corte
Materiais e ferramentas_de_corteMateriais e ferramentas_de_corte
Materiais e ferramentas_de_corte
 
Introdução à usinagem_dos_metais
Introdução à usinagem_dos_metaisIntrodução à usinagem_dos_metais
Introdução à usinagem_dos_metais
 
12 - brochadeiras
12  - brochadeiras12  - brochadeiras
12 - brochadeiras
 
06 - fresagem
06  - fresagem06  - fresagem
06 - fresagem
 
05 -tornearia
05  -tornearia05  -tornearia
05 -tornearia
 

Similaire à Tema1

Tema 10 Automação Da Engenharia
Tema 10   Automação Da EngenhariaTema 10   Automação Da Engenharia
Tema 10 Automação Da Engenharia
bruno2003sp
 
Aula 15 computador, projeto e manufatura
Aula 15   computador, projeto e manufaturaAula 15   computador, projeto e manufatura
Aula 15 computador, projeto e manufatura
Renaldo Adriano
 
Aula 20 engenharia simultânea
Aula 20   engenharia simultâneaAula 20   engenharia simultânea
Aula 20 engenharia simultânea
Renaldo Adriano
 
Introdução a Engenharia Aula10
Introdução a Engenharia Aula10Introdução a Engenharia Aula10
Introdução a Engenharia Aula10
joeljuniorunivesp
 
Apresentação do Eng. Rodrigo Falcão
Apresentação do Eng. Rodrigo FalcãoApresentação do Eng. Rodrigo Falcão
Apresentação do Eng. Rodrigo Falcão
João Nogueira
 

Similaire à Tema1 (20)

CAD/CAE/CAM (CAD,CAE,CAM; CAD-CAE-CAM)
CAD/CAE/CAM (CAD,CAE,CAM; CAD-CAE-CAM)CAD/CAE/CAM (CAD,CAE,CAM; CAD-CAE-CAM)
CAD/CAE/CAM (CAD,CAE,CAM; CAD-CAE-CAM)
 
Tema 10 Automação Da Engenharia
Tema 10   Automação Da EngenhariaTema 10   Automação Da Engenharia
Tema 10 Automação Da Engenharia
 
CAD CAM CAE
CAD CAM CAECAD CAM CAE
CAD CAM CAE
 
Apostila do curso de cam ska
Apostila do curso de cam   skaApostila do curso de cam   ska
Apostila do curso de cam ska
 
Aula 15 computador, projeto e manufatura
Aula 15   computador, projeto e manufaturaAula 15   computador, projeto e manufatura
Aula 15 computador, projeto e manufatura
 
Apostila curso-autocad-2017
Apostila curso-autocad-2017 Apostila curso-autocad-2017
Apostila curso-autocad-2017
 
Desenvolvimento de Projetos com Auxilio de Ferramentas 3D
Desenvolvimento de Projetos com Auxilio de Ferramentas 3DDesenvolvimento de Projetos com Auxilio de Ferramentas 3D
Desenvolvimento de Projetos com Auxilio de Ferramentas 3D
 
Modelagem e elaboração de componentes
Modelagem e elaboração de componentesModelagem e elaboração de componentes
Modelagem e elaboração de componentes
 
O uso de softwares na engenharia civil
O uso de softwares na engenharia civilO uso de softwares na engenharia civil
O uso de softwares na engenharia civil
 
Assuntos de Interesse - Maio 2019
Assuntos de Interesse - Maio 2019Assuntos de Interesse - Maio 2019
Assuntos de Interesse - Maio 2019
 
Aula 20 engenharia simultânea
Aula 20   engenharia simultâneaAula 20   engenharia simultânea
Aula 20 engenharia simultânea
 
Aprototipagem
AprototipagemAprototipagem
Aprototipagem
 
Bim - Revit
Bim - RevitBim - Revit
Bim - Revit
 
BIMnet - Apresentação 08 Termosul
BIMnet - Apresentação 08 TermosulBIMnet - Apresentação 08 Termosul
BIMnet - Apresentação 08 Termosul
 
Introdução a Engenharia Aula10
Introdução a Engenharia Aula10Introdução a Engenharia Aula10
Introdução a Engenharia Aula10
 
As Tecnologias de Informação na Prática da Engenharia Civil
As Tecnologias de Informação na Prática da Engenharia CivilAs Tecnologias de Informação na Prática da Engenharia Civil
As Tecnologias de Informação na Prática da Engenharia Civil
 
Credes e CEsg
Credes e CEsgCredes e CEsg
Credes e CEsg
 
Uma visão da Manufatura Digital como parte do PLM - Evandro Gama - SAE 250614
Uma visão da Manufatura Digital como parte do PLM - Evandro Gama - SAE 250614Uma visão da Manufatura Digital como parte do PLM - Evandro Gama - SAE 250614
Uma visão da Manufatura Digital como parte do PLM - Evandro Gama - SAE 250614
 
Apresentação do Eng. Rodrigo Falcão
Apresentação do Eng. Rodrigo FalcãoApresentação do Eng. Rodrigo Falcão
Apresentação do Eng. Rodrigo Falcão
 
FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS PARA SIMULAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS PARA SIMULAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃOFERRAMENTAS COMPUTACIONAIS PARA SIMULAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS PARA SIMULAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO
 

Plus de Maria Adrina Silva

1 lista de exercícios 2014 (parte2)
1 lista de exercícios 2014 (parte2)1 lista de exercícios 2014 (parte2)
1 lista de exercícios 2014 (parte2)
Maria Adrina Silva
 
1 lista de exercícios 2014 (parte1)
1 lista de exercícios 2014 (parte1)1 lista de exercícios 2014 (parte1)
1 lista de exercícios 2014 (parte1)
Maria Adrina Silva
 
Processos de conformação parte iii
Processos de conformação   parte iiiProcessos de conformação   parte iii
Processos de conformação parte iii
Maria Adrina Silva
 
Processos de conformação parte ii
Processos de conformação   parte iiProcessos de conformação   parte ii
Processos de conformação parte ii
Maria Adrina Silva
 
Processos de conformação parte i
Processos de conformação   parte iProcessos de conformação   parte i
Processos de conformação parte i
Maria Adrina Silva
 
Capítulo 3 metalurgia da conformação
Capítulo 3 metalurgia da conformaçãoCapítulo 3 metalurgia da conformação
Capítulo 3 metalurgia da conformação
Maria Adrina Silva
 
8 métodos de cálculo de tensões e deformações
8 métodos de cálculo de tensões e deformações8 métodos de cálculo de tensões e deformações
8 métodos de cálculo de tensões e deformações
Maria Adrina Silva
 
Capítulo 2 mecânica da conformação
Capítulo 2 mecânica da conformaçãoCapítulo 2 mecânica da conformação
Capítulo 2 mecânica da conformação
Maria Adrina Silva
 
Capítulo 1 introdução à conformação plástica
Capítulo 1 introdução à conformação plásticaCapítulo 1 introdução à conformação plástica
Capítulo 1 introdução à conformação plástica
Maria Adrina Silva
 
Capítulo 4 processos de conformação plástica
Capítulo 4  processos de conformação plásticaCapítulo 4  processos de conformação plástica
Capítulo 4 processos de conformação plástica
Maria Adrina Silva
 
Capítulo 3 metalurgia da conformação
Capítulo 3  metalurgia da conformaçãoCapítulo 3  metalurgia da conformação
Capítulo 3 metalurgia da conformação
Maria Adrina Silva
 
Capítulo 2 mecânica da conformação plástica dos metais
Capítulo 2 mecânica da conformação plástica dos metaisCapítulo 2 mecânica da conformação plástica dos metais
Capítulo 2 mecânica da conformação plástica dos metais
Maria Adrina Silva
 
Capítulo 1 introdução à conformação plástica dos metais (1)
Capítulo 1 introdução à conformação plástica dos metais (1)Capítulo 1 introdução à conformação plástica dos metais (1)
Capítulo 1 introdução à conformação plástica dos metais (1)
Maria Adrina Silva
 

Plus de Maria Adrina Silva (20)

2a lista 2014
2a lista 20142a lista 2014
2a lista 2014
 
1 lista de exercícios 2014 (parte2)
1 lista de exercícios 2014 (parte2)1 lista de exercícios 2014 (parte2)
1 lista de exercícios 2014 (parte2)
 
1 lista de exercícios 2014 (parte1)
1 lista de exercícios 2014 (parte1)1 lista de exercícios 2014 (parte1)
1 lista de exercícios 2014 (parte1)
 
Tema8
Tema8Tema8
Tema8
 
1 lista de exercícios
1 lista de exercícios1 lista de exercícios
1 lista de exercícios
 
3a lista
3a lista3a lista
3a lista
 
Processos de conformação parte iii
Processos de conformação   parte iiiProcessos de conformação   parte iii
Processos de conformação parte iii
 
Processos de conformação parte ii
Processos de conformação   parte iiProcessos de conformação   parte ii
Processos de conformação parte ii
 
Processos de conformação parte i
Processos de conformação   parte iProcessos de conformação   parte i
Processos de conformação parte i
 
2a lista
2a lista2a lista
2a lista
 
1a lista de exercícios
1a lista de exercícios1a lista de exercícios
1a lista de exercícios
 
Capítulo 3 metalurgia da conformação
Capítulo 3 metalurgia da conformaçãoCapítulo 3 metalurgia da conformação
Capítulo 3 metalurgia da conformação
 
8 métodos de cálculo de tensões e deformações
8 métodos de cálculo de tensões e deformações8 métodos de cálculo de tensões e deformações
8 métodos de cálculo de tensões e deformações
 
Capítulo 2 mecânica da conformação
Capítulo 2 mecânica da conformaçãoCapítulo 2 mecânica da conformação
Capítulo 2 mecânica da conformação
 
Capítulo 1 introdução à conformação plástica
Capítulo 1 introdução à conformação plásticaCapítulo 1 introdução à conformação plástica
Capítulo 1 introdução à conformação plástica
 
Capítulo 4 processos de conformação plástica
Capítulo 4  processos de conformação plásticaCapítulo 4  processos de conformação plástica
Capítulo 4 processos de conformação plástica
 
Capítulo 3 metalurgia da conformação
Capítulo 3  metalurgia da conformaçãoCapítulo 3  metalurgia da conformação
Capítulo 3 metalurgia da conformação
 
Capítulo 2 mecânica da conformação plástica dos metais
Capítulo 2 mecânica da conformação plástica dos metaisCapítulo 2 mecânica da conformação plástica dos metais
Capítulo 2 mecânica da conformação plástica dos metais
 
Capítulo 1 introdução à conformação plástica dos metais (1)
Capítulo 1 introdução à conformação plástica dos metais (1)Capítulo 1 introdução à conformação plástica dos metais (1)
Capítulo 1 introdução à conformação plástica dos metais (1)
 
Plano de aula
Plano de aulaPlano de aula
Plano de aula
 

Tema1

  • 1. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 Tecnologia CAD/CAM - Definições e estado da arte visando auxiliar sua implantação em um ambiente fabril Adriano Fagali de Souza (EESC-USP) afagali@sc.usp.br Reginaldo Teixeira Coelho (EESC-USP) rtcoelho@sc.usp.br Abstract Embora os sistemas CAD/CAM já estejam em um elevado grau de desenvolvimento, nota-se que a falta de compreensão correta desta tecnologia é freqüente, mesmo por profissionais que atuam diretamente nesta área, acarretando em improdutividades e investimentos inadequados. Este trabalho apresenta os conceitos fundamentais para a implementação destes sistemas e a vanguarda atual desta tecnologia. São apresentados exclusivamente conceitos tecnológicos gerais e não a utilização de determinada ferramenta CAD/CAM em particular. Oferece uma visão clara e genérica desta tecnologia, podendo ser adaptada a cada ambiente de trabalho específico. Estão demonstrados também, conceitos, classificações e técnicas de trabalho, utilizadas pelos sistemas CAD/CAM atuais, além de abordar a inserção do CAD para auxiliar etapas subseqüentes da cadeia produtiva. Palavras chave: CAD/CAM; Integração de projeto e manufatura; Modeladores CAD. 1. Introdução As primeiras aplicações de computadores para auxiliar as etapas de engenharia tiveram início na década de 50, quando o Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) iniciou a discussão sobre a tecnologia CAD/CAM. Os sistemas CAD desta geração se limitavam à descrição de entidades geométricas em duas dimensões, à criação e manipulação de desenhos em terminais gráficos monocromáticos (BÉZIER, 1993). Contudo, nesta época estes sistemas CAD já propiciavam várias vantagens, tais como: ♦ ♦ ♦ ♦ Possibilidade de envio, ou recebimento de desenhos por processos eletrônicos; Melhor gerenciamento dos desenhos; Precisão do dimensionamento; Maior rapidez na recuperação, modificação ou atualização de desenhos. A utilização de sistemas CAD/CAM foi, por anos, limitada a aplicação em grandes empresas, como aeroespacial e automobilística. Isto ocorria, direta ou indiretamente, pelos custos envolvidos, desde software/hardware até a qualificação da mão de obra, requerendo usuários com maior grau de instrução. Ao final da década de 90, com o desenvolvimento de um sistema operacional robusto para aplicação em PCs (Windows NT), houve uma migração das empresas que desenvolviam seus sistemas CAD/CAM baseados em sistema operacional UNIX. Este fato, além de reduzir o custo de Hardware, reduziu também a necessidade de usuários extremamente especializados (KONG, 2003). A interface padrão Windows é bastante interativa, tornando mais intuitiva a utilização destes sistemas. Por sua vez, os custos relacionados diretamente aos softwares CAD/CAM também estão bastante accessíveis atualmente, tornando sua utilização viável mesmo para pequenas empresas. Isto devido à concorrência de mercado e a própria evolução desta tecnologia. ENEGEP 2003 ABEPRO 1
  • 2. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 A década de 70 marcou uma nova geração dos sistemas CAD – o desenvolvimento de técnicas computacionais para a representação de objetos tridimensionais. Os sistemas CAD atuais não se restringem apenas à geração e manipulação de desenhos em duas dimensões. Este recurso é considerado somente uma funcionalidade destes sistemas e representa apenas uma pequena parcela dos possíveis benefícios a serem obtidos com a utilização desta tecnologia. Hoje, um software CAD, pode representar uma potente e indispensável ferramenta para a indústria moderna, permitindo, além da geração de desenhos 2D: ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ modelar produtos tridimensionais com formas complexas; realizar análise de forma geométrica para auxiliar a manufatura; realizar analise de interferências entre peças e conjuntos-montado; definir volume e centro de massa do produto; Comunicação com outros softwares, através de interfaces padronizadas. Com a evolução da tecnologia necessária para o desenvolvimento dos sistemas CAD/CAM atingindo seu ápice, a facilidade de utilização destes sistemas, devido à qualidade de sua interface, passa a ser um foco importante na concorrência entre diferentes fornecedores. O presente trabalho objetiva apresentar os conceitos básicos necessários ao potencial usuário das modernas tecnologias de trabalho em ambientes integrados de projeto e manufatura. 2. Associação com outros sistemas para auxiliar as etapas produtivas A partir da década de 80, outros sistemas computacionais tiveram ênfase e foram desenvolvidos para suprir as necessidades de engenharia, com o objetivo de integrar o processo de manufatura por sistemas computacionais (CIM) (ROZENFELD, 1996). Entretanto, algumas limitações restringiam a utilização prática destes sistemas, como a integração entre eles, custo, gerenciamento e implementação em um ambiente real de trabalho. Atualmente, com o decorrido desenvolvimento de software e hardware, esta integração se tem de forma mais efetiva, embora ainda não atingindo o ciclo total de produção. A Figura 1 ilustra, de forma genérica, alguns softwares de auxilio às etapas de planejamento, manufatura, cálculos e inspeção. Observe-se que o CAD é responsável pela integração desta cadeia. Figura 1: Comunicação entre sistemas de auxilio as etapas produtivas por um software CAD Para a obtenção da tecnologia CIM, outros sistemas computacionais devem estar integrados. Com exemplo prático, a Figura 2 ilustra a fabricação de um molde para injeção de termoplástico, com a finalidade de produzir o corpo de uma furadeira manual. Utilizaremos um software CAD para o design do produto, para geração e detalhamento do molde. Após as ENEGEP 2003 ABEPRO 2
  • 3. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 etapas de modelamento do produto, um sistema CAE será utilizado para verificar se o projeto do molde, como pontos de injeção e refrigeração, estão corretos. A próxima etapa será a utilização de um software CAM para gerar os programas NC que serão executados em um centro de usinagem CNC, para a manufatura do ferramental. Para verificar se a geometria usinada esta condizente com o modelo do CAD, dados geométricos do molde (nuvem de pontos cartesianos no espaço) serão adquiridos por uma máquina de medir por coordenadas. As informações capturadas neste processo serão comparadas com o modelo CAD através de um sistema CAI, que irá gerar um relatório quantificando e posicionando os desvios de forma ocorridos no processo de usinagem. Com o atual desenvolvimento destes sistemas, este ciclo pode ser executado sem grandes restrições. Figura 2: Sistemas computacionais trabalhando de forma integrada Desta forma, as geometrias construídas com softwares CAD representam agora um elo de ligação entre outros sistemas computacionais de auxilio a engenharia. São as informações geométricas provenientes do CAD que estes sistemas utilizam como base de cálculo. Portanto, a correta escolha do software CAD, a ser implantado em um ambiente de trabalho, tem uma importância significativa, não apenas para as etapas de desenho e projeto mas também para as etapas que se sucedem. 3. Principais características dos softwares CAD tridimensionais Existe atualmente uma grande variedade de softwares CAD tridimensionais disponíveis no comércio, e estes podem ser caracterizados, principalmente, pela forma utilizada para gerar as ENEGEP 2003 ABEPRO 3
  • 4. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 geometrias, que estão relacionadas com o seu modelador geométrico (Kernel), que é o núcleo do software. Este núcleo pode ser caracterizado como: a-) Modeladores de Sólidos Sistemas CAD modeladores de Sólidos são capazes de gerar objetos tridimensionais, sólidos, possuindo centro de gravidade e volume. Para o modelamento de produtos são capazes de realizar operações booleanas (soma, intersecção e subtração, como ilustra a Figura 3) entre geometrias, o que torna bastante ágil o trabalho com estes softwares, e em geral, são de baixo custo (BEDWORTH, 1991). Figura 3: Operações booleanas Desta maneira, a peça final (neste exemplo, o objeto A) possui um “histórico” das operações realizadas para sua construção, chamado de árvore topológica, e que contém entre outras, as informações das operações booleanas realizadas e as características geométricas de cada objeto utilizado na criação do produto final. Em alguns softwares, esta árvore topológica pode ser disponível ao usuário. Alterações nesta árvore representam a possibilidade de uma fácil modificação da peça modelada. Tomemos como exemplo ainda a Figura 3. Se for necessária uma alteração dos diâmetros dos furos realizados pela operação de subtração dos cilindros (objeto C), o usuário deverá apenas alterar o diâmetro destes cilindros na arvore topológica, e o software automaticamente recopila as informações anteriores, gerando o novo objeto modificado. Esta função representa um significativo auxilio para o modelamento de produtos, com esta classe de sistemas CAD. Entretanto, softwares modeladores sólidos não são adequados para o modelamento de formas geométricas complexas. b-) Modeladores de Superfícies Esta classe de sistemas CAD faz uso de formulações matemáticas complexas, conhecidas como funções Spline. Esta metodologia permite o modelamento tridimensional de formas geométricas complexas, que é a característica principal desta classe de sistemas CAD (CHANG, 1998). As geometrias criadas são superfícies e não possuem espessura. Qualquer ponto de uma superfície pode ser editado. As posições (direções X, Y, Z) de cada ponto, podem ser alteradas, mantendo o objeto tridimensional, como ilustra a Figura 4. Isto possibilita o modelamento de formas complexas. A Figura 4 também ilustra que o ponto selecionado possui quatro vetores, laterais e longitudinais à superfície. As edições ainda podem ser realizadas por estes vetores, com duas possibilidades: ♦ alterações da magnitude do vetor (Figura 5A); ♦ alterações angulares do vetor (Figura 5B). ENEGEP 2003 ABEPRO 4
  • 5. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 Figura 4: Superfície editada pela alteração da coordenada Z de um ponto Figura 5: Modificação da superfície através de vetores adjacentes a seus pontos Um sistema CAD modelador de superfícies não permite a utilização de operações booleanas para a intersecção entre geometrias, fato que torna o trabalho mais penoso. Em geral, os softwares desta classe possuem custo mais elevado, devido à complexidade destes sistemas, se comparado aos modeladores de objetos sólidos. Contudo, estes softwares permitem a geração formas complexas, que são requeridas em determinadas aplicações. c-) Modeladores Híbridos São sistemas CAD robustos tendo como principal característica, a utilização de complexos algoritmos matemáticos, possibilitando usufruir os recursos das duas classes anteriores, de forma direta e integrada, aplicando o modelamento mais adequado para cada situação específica. Isto representa uma grande versatilidade de trabalho. As partes ou componentes do produto que não requeiram o modelamento de formas complexas, pode-se empregar o módulo de modelamento sólido, de forma análoga, pode-se utilizar o modelador de superfícies, isto no mesmo software. Em geral, são sistemas de maior custo e requerem usuários mais treinados. 4. Classificação de softwares CAD Embora exista uma grande variedade de sistemas CAD atualmente disponíveis no comércio (2D e 3D), estes softwares nem sempre são concorrentes diretos. Isto significa que sistemas CAD desenvolvidos por diferentes fornecedores podem ser aplicados em diferentes segmentos de mercado, representando maior versatilidade de trabalho. Generalizando, podemos dizer que vários sistemas são capazes de realizar uma gama ampla de tarefas, entretanto, cada sistema CAD se adequa, ou foi desenvolvido especificadamente para atender determinada aplicação com maior ênfase. Este fato ocorre também com sistemas CAM. Para se tomar explicito e facilitar esta classificação, temos: a-) Sistemas CAD de pequeno porte (Low-end): Esta classe de softwares CAD é composta por sistemas que apenas utilizam representações geométricas em duas dimensões. Como características principais: ENEGEP 2003 ABEPRO 5
  • 6. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 ♦ Baixo custo de software e hardware; ♦ Aplicação genérica: Mecânica, elétrica, civil, arquitetura, etc.; ♦ Comunicação de baixa ordem com outros sistemas. Em geral, são sistemas utilizados para suprir as necessidades de desenhos 2D sem a necessidade de comunicar com outros softwares (CAM, CAI, etc.), substituindo diretamente a prancheta de desenho. Em determinados seguimentos, esta pode ser a melhor opção. b-) Sistemas CAD de médio porte (Meddle-end): Esta é considerada a classe de software CAD que está em maior ascensão no mercado atual. É composta por sistemas capazes, principalmente, de representar objetos tridimensionais, e entre outras características podemos citar: ♦ ♦ ♦ ♦ Modelamento tridimensional – Em geral Sólidos ou superfícies; Objetos com volume, massa, centro de gravidade; Possibilidade de comunicação com outros sistemas; Geração de desenhos 2D diretamente do modelo 3D. Duas características importantes encontradas, em geral, a partir desta classe de sistemas CAD, são: ♦ Paramétrica: Esta característica permite que todas as dimensões de um produto modelado por um sistema CAD estejam relacionadas entre si, através de um parâmetro. Quando se altera o valor numérico deste parâmetro, todos os valores atrelados a ele se alteram automaticamente. Sistemas com esta característica podem ser aplicados na elaboração de uma família de peças, como por exemplo, em um jogo de chave-fixa, onde se atrela o valor da abertura da chave com as outras dimensões. ♦ Associativa: Os sistemas CAD com característica associativa permitem a geração automática de desenhos de engenharia 2D, com vistas e cotas para dimensionamento, partindo do modelo 3D. Qualquer alteração posterior no modelo 3D, o sistema altera automaticamente o desenho 2D. c-) Sistemas CAD de grande porte (High-end): São os sistemas mais robustos e englobam todos os recursos dos sistemas anteriores, acrescentando: ♦ Capacidade de modelamento híbrido; ♦ Recursos de visualização fotográfica; ♦ Integrados com diversos módulos, CAM, CAE, CAI, etc, em um único software. Esta é uma classificação genérica, e por se tratar de uma área em constante evolução, poderá sofrer alterações de acordo com o desenvolvimento tecnológico. Entretanto, esta classificação auxilia a compreensão correta desta tecnologia, e conseqüentemente, em uma tomada de decisão, quando houver a necessidade de se dimensionar um sistema CAD para determinada aplicação. 5. Transferência geométrica do CAD para o CAM Finalizado o processo de modelamento do produto no sistema CAD, tem-se a transferência desta geometria para o sistema CAM, visando a geração de programas NC para a manufatura. Na transferência de dados do sistema CAD para o sistema CAM, alguns sistemas utilizam uma malha de triângulos gerada sobre a geometria original do CAD e que aproxima da representação geométrica real através de um valor de tolerância (CAVALHEIRO, 1998). As ENEGEP 2003 ABEPRO 6
  • 7. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 empresas que fazem uso deste método em seus sistemas CAD/CAM, encontraram nesta técnica uma maneira eficiente de se trabalhar. Esta metodologia permite uma comunicação simples e conveniente entre sistemas CAD e CAM, pois são apenas transferidas informações por coordenadas cartesianas, permitindo assim uma fácil comunicação entre sistemas de um mesmo fornecedor ou de fornecedores diferentes que, normalmente, são baseados em diferentes modeladores geométricos. Desta maneira é introduzida uma tolerância no processo de manufatura, como mostra a Figura 6. Quanto menor a tolerância para a triangularização, melhor descrita será a geometria; proporcionalmente, aumenta-se o tamanho dos arquivos e o tempo para cálculo de programas NC, podendo influir também no processo de usinagem. Figura 6: Geometria original e malha de triângulos gerada para a transferência de dados Para manter a tolerância ao final da usinagem, a tolerância para triangularização deverá ser inferior a tolerância utilizada para cálculo dos programas NC em um software CAM. Em alguns sistemas CAD/CAM, esta metodologia utilizada para comunicação entre os sistemas pode não ser transparente ao usuário (DÜRR, 1999). 6. Geração de programas NC através de um sistema CAM Atualmente, os sistemas CAM permitem a geração de programas NC para operações de torneamento, eletro-erosão e fresamento, que corresponde a sua principal aplicação. Nas operações de fresamento podemos destacar softwares CAM para geração de usinagens simples com 2½ eixos de movimentação, usinagens com três eixos, e usinagens mais complexas com até cinco eixos programáveis. A possibilidade de usinagem por diferentes trajetórias de ferramenta, assim como a interface para operação destes sistemas tem se tornado o diferencial na competição entre fornecedores. Em geral, os sistemas CAM geram os programas NC através segmentos de retas, utilizando os comandos G01, de acordo com a norma DIN 66025. Na usinagem de formas complexas, o comprimento destes segmentos está relacionado com a tolerância utilizada no CAM para cálculo dos programas, associado ao grau de curvatura da superfície [SOUZA, 2001]. A Figura 7 ilustra uma trajetória de ferramenta calculada sobre um modelo geométrico. Figura 7: Tolerância de trajetória para usinagem ENEGEP 2003 ABEPRO 7
  • 8. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 Este outro valor de tolerância é necessário para o software CAM calcular as trajetórias de ferramentas contidas em um programa NC. Esta tolerância está relacionada com a exatidão com que a trajetória da ferramenta irá seguir o modelo geométrico proveniente do CAD. Para que se tenha uma qualidade satisfatória e um processo efetivo, o usuário deve estar plenamente ciente destas tolerâncias citadas acima. 7. Conclusões A grande diversidade de sistemas CAD/CAM disponíveis comercialmente torna a tarefa de definir o sistema mais adequado para determinada aplicação, uma tarefa árdua, mas bastante representativa. É freqüente observar empresas realizando investimentos equivocados nesta tecnologia por falta de esclarecimento. Demonstrou-se neste artigo, que para a representação de formas geométricas complexas, um sistema CAD modelador de superfícies é o mais indicado. Para o modelamento de partes contendo geometrias que não possuam formas complexas, um sistema CAD modelador sólido poderá ser empregado com maior êxito. Ainda é importante considerar, que em determinadas atividades, um simples sistema CAD 2D é a opção mais adequada. Questões corporativas da empresa, a relação cliente/fornecedor, a qualidade de representação e suporte técnico no país, além de um estudo sobre a política de desenvolvimento e perspectivas futuras da empresa que desenvolve o sistema CAD/CAM a ser adquirido, são fatores que também devem ser levados em consideração para um investimento seguro. Considerando que a tecnologia utilizada para o desenvolvimento de sistemas CAD/CAM esteja atingindo seu ápice, a interface homem-máquina passará a ser o diferencial na concorrência entre os fornecedores de softwares. 8. Agradecimentos Os autores agradecem à FAPESP pelo fomento financeiro através de uma bolsa de doutorado e pelo Projeto Temático em andamento no Lab. OPF/NUMA - EESC-USP. Referencias BEDWORTH, D. D.; HENDERSON, M. R.; WOLPE, P. M (1991) - Computer - Integrated Design and Manufacturing. New York. BÉZIER, P. (1993) – Curvas e Superfícies em CAD/CAE/CAM. Aleph. São Paulo. CAVALHEIRO, A.Z. (1998) – Sistematização do Planejamento da Programação via CAM do Fresamento de Cavidades de Moldes para Peças Injetadas. Universidade federal de Santa Catarina. Dissertação de mestrado. CHANG, T.-C; WYSK, R. A.; WANG, H-P. (1998) - Computer-Aided Manufacturing. Prentice Hall. New Jersey. DÜRR, H.; SCHÜNEMMAN, R. (1999) - Industrial Aplication of new Approaches of the CAD/CAM process chain for High Speed Machining of Sculptured Surfaces. In: International German and French Conference. 2nd, 1999, Darmstadt. Procedings: Darmstadt: PTW, p. 117-120. KONG, L.; FUH J. Y. H.; LEE, X. L.; LING, L. S. (2003) – A Windows-native 3D plastic injection mold design system. Journal of Materials Processing Technology. p. 1-9 ROZENFELD, H. (1996) - Integração de Empresas /CIM - CAPP(Computer Aided Process Planning). Disponível em: <http://www.numa.org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/index.html>. SOUZA, A. F.; SCHUTZER, K. (2001) - Interpolating Free Form Tool path for High Speed Cutting Technology. In: 7th International Scientific Conference on Production Engineering-CIM 2001. Zagreb, Croatia. p. i146-i154. ENEGEP 2003 ABEPRO 8