2. Tu és o cálix; Eu, o orvalho! Se me não vales, Eu o que valho? Eu se em ti caio E me acolheste Torno-me um raio De luz celeste! Tu és o colloOnde me embalo, E acho consolo, Mimo e regalo A folha curva Que se aljofara, Não d'agoa turva, Mas d'agoa clara! Quando me passa Essa existencia, Que é toda graça, Toda innocencia,
3. Além da raia D'estehorizonte Sem uma faia, Sem uma fonte; E quem um dia Passou os mares É que avalia Esses pezares! O passarinho Não se consome Mais no seu ninho De frio e fome, Só quem lá anda Sem achar onde Sequer expanda A dôr que esconde; Se ella se ausenta, A boa amiga, Ah! que o sustenta E que o abriga! Longe do berço, Morrendo á mingoa, Paiz diverso... Diversa lingoa.. Sinto umas magoas Que se confundem Com as que as agoasDo mar infundem! Esse é que sabe O meu tormento, Mal se me acabe Aquelle alento!
4. assim que passes Mesmo de largo... Vê n'estas faces Se ha pranto amargo. Tu és o norte Que me desvias De ir dar á morte Todos os dias; A larga fita Que d'alto monte Cerca e limita O horizonte! Tu és a praia Que eu sollicito! Tu és a raia D'este infinito! Se ha uma gruta Onde me esconda Á força bruta Que traz a onda; Á força immensaD'esta corrente D'alma que pensa, Alma que sente Se ha uma véla, Se ha uma aragem, Se ha uma estrella, N'esta viagem...
5. É quem eu amo, A quem adoro! E por quem chamo! E por quem choro