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Marta Mendes Gouveia
   Cavalheiro Jales
Dissertação orientada por:
Professor Doutor Manuel
       Frias Martins




  Mestrado em Cultura e
      Comunicação

          2011
Estrutura



       PARTE I                                       PARTE II




 Objectivo: explorar possibilidades do pós-humanismo através da análise
 da arte de Stelarc.
Estrutura


    Histórias de auto-
                                                Stelarc: a possibilidade
  superação: o caminho
                                                  de uma imagem do
     para um corpo
                                                         futuro?
       aumentado




 Objectivo: explorar possibilidades do pós-humanismo através da análise
 da arte de Stelarc.
Parte I
Histórias de Auto-                                                   Parte I
Superação
Perspectiva histórica




    •Hoje: aproximação do tecnológico e biológico.

    •O ser humano utilizou sempre a técnica como forma de se auto-
 superar.
Mitos                                  Parte I




Grécia antiga produziu mitos sobre a
relação do ser humano com a técnica.

Prometeu: exemplo de um
aviso face aos perigos da busca
do conhecimento.

Erik Davis: Tecnologia enquanto
forma de reencontrar a
espiritualidade.
Corpo                                                                        Parte I




The deities of the organized body are not sacred to the new designers of
evolutionary stable strategies. (Donna Haraway, “Simians Cyborgs and
Women”, 1991:67)



   •Modificação da percepção sobre o corpo humano e os seus limites;
   •Hoje: inúmeras possibilidades para levar a cabo modificações no corpo.

   Monstros:

   •Identificação e não-identificação;
   •Fascínio e temor.
Arte e Ciência                                                          Parte I




   Proximidade histórica entre Arte e Ciência:

   •Arte coloca questões sobre a comunidade científica e ciência cria
   objectos próximos da arte;

   •Ambas nos apresentam possibilidades;

   •Os monstros criados pela ciência ganham vida na literatura e no
   cinema.
Prostética                                                                 Parte I




  The posthuman view thinks of the body as the original prosthesis we
  all learn to manipulate… (Katherine Hayles, “How we became
  posthuman: virtual bodies in cybernetics, literature and informatics”,
  1999:3)



  Na prostética, a tecnologia apresenta-se enquanto extensão do ser
  humano, modificando a percepção sobre o próprio corpo.
Transhumanismo e Pós-humanismo
                                                                   Parte I




 Tranhumanismo:                      Pós-humanismo:


 •Profetismo de possibilidade        •Distanciação da visão humanista
                                     do ser humano
 •Utopia formada a partir da ideia
 de que o mundo chegará à            •Corpo é híbrido e mutável
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 desenvolvimento científico e        •O corpo nem sempre é
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 •Humanidade está num estado         •Ciborgue: figura central
 transitório
Ciborgue                                Parte I




   •Híbrido, monstro, figura
mitológica do pós-humanismo.

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    •Donna Haraway: anomalia pode
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The Ballad of Genesis and Lady Jaye
                                          Parte I




The body is a flesh suitcase. (Genesis)

•Tecnologia é libertação.

•Pandroginia: o fim dos dois sexos.
Parte II
Será esta…

              …uma imagem


…do futuro?
Parte2
Suspensions                                                       Parte 2




   “The body is obsolete” - corpo em suspenso face a concepções
   tradicionais.

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Prosthetic Head e Movatar                                             Parte 2




     •Prótese como excesso;
     •Brian Massumi: objecto e corpo existem na medida em que estão
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                                                                          Parte 2




  Nova arquitectura do corpo

  Nova organização do corpo. No entanto, existe dificuldade em tornar o
  corpo receptivo a novas ligações.
fomos encontrar as características doe monstro e do enquanto híbrido contemporâneo, representante máximo do pós- do pós-
              características do monstro do ciborgue, ciborgue, enquanto híbrido contemporâneo, representante máximo
humanismo.
        humanismo.
Exoskeleton
                                                                             Parte 2




   O Monstro/Ciborgue

   Híbrido contemporâneo, representa a criação de seres resultantes da
   união entre corpo e tecnologia.

   “Efeito monstro”: em união com toda a maquinaria à sua volta, o artista
   é um monstro, um ciborgue e um híbrido.
Comunicação                                                Parte 2




        LIGAÇÃO                DISRUPÇÃO



   1 - Participação nas      1 – Métodos de
        performances             afastamento do público
   2 - Identificação com o   2 – Não identificação com o
        artista                  artista
CONCLUSÕES
Conclusões



    •O ciborgue entrou na esfera da sociedade, desafiando fronteiras e
 categorizações;

    •O corpo está permanentemente interligado com a tecnologia;

    •The Ballad of Genesis and Lady Jaye: a tecnologia como libertação.
Conclusões



    Stelarc

    •Leva ao limite a interligação entre tecnologia e corpo;

    •Importância do aspecto de ligação presente na questão
 tecnológica;

    •Forte presença da componente humana no trabalho de Stelarc.
FIM


      Obrigada

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O homem multiplicado

  • 1. Marta Mendes Gouveia Cavalheiro Jales
  • 2. Dissertação orientada por: Professor Doutor Manuel Frias Martins Mestrado em Cultura e Comunicação 2011
  • 3. Estrutura PARTE I PARTE II Objectivo: explorar possibilidades do pós-humanismo através da análise da arte de Stelarc.
  • 4. Estrutura Histórias de auto- Stelarc: a possibilidade superação: o caminho de uma imagem do para um corpo futuro? aumentado Objectivo: explorar possibilidades do pós-humanismo através da análise da arte de Stelarc.
  • 6. Histórias de Auto- Parte I Superação Perspectiva histórica •Hoje: aproximação do tecnológico e biológico. •O ser humano utilizou sempre a técnica como forma de se auto- superar.
  • 7. Mitos Parte I Grécia antiga produziu mitos sobre a relação do ser humano com a técnica. Prometeu: exemplo de um aviso face aos perigos da busca do conhecimento. Erik Davis: Tecnologia enquanto forma de reencontrar a espiritualidade.
  • 8. Corpo Parte I The deities of the organized body are not sacred to the new designers of evolutionary stable strategies. (Donna Haraway, “Simians Cyborgs and Women”, 1991:67) •Modificação da percepção sobre o corpo humano e os seus limites; •Hoje: inúmeras possibilidades para levar a cabo modificações no corpo. Monstros: •Identificação e não-identificação; •Fascínio e temor.
  • 9. Arte e Ciência Parte I Proximidade histórica entre Arte e Ciência: •Arte coloca questões sobre a comunidade científica e ciência cria objectos próximos da arte; •Ambas nos apresentam possibilidades; •Os monstros criados pela ciência ganham vida na literatura e no cinema.
  • 10. Prostética Parte I The posthuman view thinks of the body as the original prosthesis we all learn to manipulate… (Katherine Hayles, “How we became posthuman: virtual bodies in cybernetics, literature and informatics”, 1999:3) Na prostética, a tecnologia apresenta-se enquanto extensão do ser humano, modificando a percepção sobre o próprio corpo.
  • 11. Transhumanismo e Pós-humanismo Parte I Tranhumanismo: Pós-humanismo: •Profetismo de possibilidade •Distanciação da visão humanista do ser humano •Utopia formada a partir da ideia de que o mundo chegará à •Corpo é híbrido e mutável perfeição através do desenvolvimento científico e •O corpo nem sempre é tecnológico harmonioso e equilibrado •Humanidade está num estado •Ciborgue: figura central transitório
  • 12. Ciborgue Parte I •Híbrido, monstro, figura mitológica do pós-humanismo. •Sociedade: vários indivíduos tornaram a tecnologia parte integrante do Eu. •Donna Haraway: anomalia pode ser uma reacção positiva a tentativas totalitárias de poder.
  • 13. The Ballad of Genesis and Lady Jaye Parte I The body is a flesh suitcase. (Genesis) •Tecnologia é libertação. •Pandroginia: o fim dos dois sexos.
  • 15.
  • 16. Será esta… …uma imagem …do futuro?
  • 18. Suspensions Parte 2 “The body is obsolete” - corpo em suspenso face a concepções tradicionais. Fisicalidade - o corpo continua a ser central.
  • 19.
  • 20. Third Hand, Prosthetic Head e Movatar Parte 2 •Prótese como excesso; •Brian Massumi: objecto e corpo existem na medida em que estão implicados um no outro; •Extensão da presença.
  • 21.
  • 22. Stomach Sculpture e Extra Ear Parte 2 Nova arquitectura do corpo Nova organização do corpo. No entanto, existe dificuldade em tornar o corpo receptivo a novas ligações.
  • 23. fomos encontrar as características doe monstro e do enquanto híbrido contemporâneo, representante máximo do pós- do pós- características do monstro do ciborgue, ciborgue, enquanto híbrido contemporâneo, representante máximo humanismo. humanismo.
  • 24. Exoskeleton Parte 2 O Monstro/Ciborgue Híbrido contemporâneo, representa a criação de seres resultantes da união entre corpo e tecnologia. “Efeito monstro”: em união com toda a maquinaria à sua volta, o artista é um monstro, um ciborgue e um híbrido.
  • 25. Comunicação Parte 2 LIGAÇÃO DISRUPÇÃO 1 - Participação nas 1 – Métodos de performances afastamento do público 2 - Identificação com o 2 – Não identificação com o artista artista
  • 27. Conclusões •O ciborgue entrou na esfera da sociedade, desafiando fronteiras e categorizações; •O corpo está permanentemente interligado com a tecnologia; •The Ballad of Genesis and Lady Jaye: a tecnologia como libertação.
  • 28. Conclusões Stelarc •Leva ao limite a interligação entre tecnologia e corpo; •Importância do aspecto de ligação presente na questão tecnológica; •Forte presença da componente humana no trabalho de Stelarc.
  • 29. FIM Obrigada