O documento discute as principais causas da crise monárquica no Brasil: (1) Conflitos entre militares e governo sobre falta de reconhecimento político após a Guerra do Paraguai, (2) Disputa entre Igreja Católica e Imperador sobre autoridade papal, (3) Rebelião de fazendeiros com a abolição da escravatura sem indenização.
2. Questão Militar (Importante)
A questão militar compreende diversos conflitos entre os militares e o governo
monárquico entre os anos de 1884 e 1889. De uma forma geral, a grande
reclamação dos militares é que lhes faltava espaço de atuação política no governo.
Principalmente após a Guerra do Paraguai (1864-1870), os militares se deram conta
de que tinham grande força e faziam muito pelo país. Porém não eram reconhecidos
pela monarquia com promoções e cargos políticos, pois como já vimos, essas
regalias eram somente para os privilegiados.
3. Questão Religiosa (Importante)
Desde o período colonial, a Igreja Católica era uma instituição submetida ao Estado. Isso significava, entre outras
coisas, que nenhuma ordem do Papa poderia vigorar no Brasil sem que fosse aprovada pelo Imperador
(Padroado). Ocorre que, em 1872, D. Vidal e D. Macedo, bispos de Olinda e Belém respectivamente, resolvem
seguir as ordens do Papa Pio IX, punindo religiosos ligados à maçonaria. D. Pedro II (1840-1889), influenciado
pelos maçons, decidiu intervir na questão, solicitando aos bispos que suspendessem as punições. Estes se
recusaram a obedecer ao imperador, sendo condenados a quatro anos de prisão. Em 1875, graças à intervenção
do Duque de Caxias, os bispos receberam o perdão imperial e foram colocados em liberdade. Contudo, o império
foi perdendo a simpatia da Igreja.
4. Questão abolicionista (Importante)
A extinção do tráfico negreiro com a Lei Eusébio de Queirós em 1850 teve um duplo
efeito: de um lado aumentou o surto de progresso com seus investimentos em
outras áreas que não o tráfico e, de outro, criou a necessidade de outra forma de
trabalho.
Depois houve a instituição da Lei do Ventre Livre em 1871, na qual todos os filhos de
mulheres escravas nascidos a partir da data da lei eram considerados livres. Tal lei
causou um reboliço no Parlamento e entre os senhores fazendeiros, que temiam
perder a sua força trabalhadora estável e lucrativa.
A campanha chegou ao fim em 1888, com a Lei Áurea, sem que os senhores de
escravos fossem indenizados por isso. Muitos fazendeiros sofreram grandes perdas e
alguns até se arruinaram devido à Abolição. Esse grupo descontente passa então a
fazer parte da oposição à Monarquia.
5. Questão ideológica
No dia 3 de dezembro de 1870 surge no Rio de Janeiro o jornal A República,
trazendo o manifesto do Partido Republicano, com o intuito de esclarecer a
sociedade quanto aos defeitos do regime monárquico e as virtudes da República.
Para os republicanos a Monarquia era um regime de “privilégios em todas as suas
relações com a sociedade” (privilégio de religião, de raça, de sabedoria, de posição).
Por isso, a Monarquia levava o país a uma “decadência moral”, a uma
“desorganização administrativa e a perturbações econômicas”. Mas os principais
problemas apontados pelos republicanos era o excessivo poder do Imperador, um
“poder onipotente, perpétuo, superior à lei e à opinião” e a falta de representação.