O documento resume uma pesquisa sobre agências de comunicação no Rio Grande do Sul, Brasil. A pesquisa utilizou questionários e grupos focais para analisar as características, mercado, serviços e perfis profissionais das agências. Os principais resultados indicam que as agências são pequenas empresas que oferecem diversos serviços de comunicação como assessoria de imprensa, produção de conteúdo e mídias sociais. Os profissionais necessitam habilidades híbridas de jornalismo e relações públicas.
2. O mercado das agências
• Muitas assessorias hoje se autodenominam
AGÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO.
• De acordo com a Associação Brasileira das
Agências de Comunicação (ABRACOM), o Rio
Grande do Sul conta atualmente com 70
agências ativas e o mercado passa por um
momento de expansão.
4. Metodologia
• Realizar um mapeamento das agências de
comunicação corporativa atuantes no Rio
Grande do Sul, ao longo do ano de 2015, por
meio de técnicas de pesquisa quantitativa
(questionário online para as empresas) e
qualitativa (grupos focais com empresas da
capital e região metropolitana), além da
análise de documentos e pesquisa
bibliográfica sobre o tema da comunicação
corporativa.
5. Etapa quantitativa
• O questionário compreende a coleta de dados sobre
(a) composição e estrutura das empresas (número de
funcionários, formação profissional, gênero e idade,
faturamento anual, etc) e sobre (b) os serviços
prestados e a relação empresa-mercado. Sua
aplicação está ocorrendo desde 24 de agosto. O
prazo de fechamento da coleta foi ampliado até 22
de dezembro.
6. Resultados preliminares
• Não há plano de negócio na maioria das agências;
• São pequenas empresas, tanto no faturamento quanto na
estrutura funcional;
• Contratação por projeto ou fee mensal;
• O RS aparece como mercado predominante de atuação;
• Principais serviços prestados:
Assessoria de imprensa;
Produção de conteúdo para publicações impressas e eletrônicas, para
rádio e TV corporativa;
Desenvolvimento e manutenção de conteúdo em sites e portais
corporativos;
Treinamento de porta vozes (media trainning) e treinamentos de
comunicação;
Gestão de relacionamento com mídias sociais;
Comunicação interna.
7. Etapa qualitativa
• Os grupos focais foram realizados no dia 28 de agosto de
2015.
• Foram realizados dois grupos focais – um com empresas
filiadas à ABRACOM e outro com empresas não associadas.
• O grupo ABRACOM teve dois participantes (Enfato
Comunicação e Martha Becker Comunicação), com
mediação da pesquisadora Tânia Almeida.
• O grupo de não associados teve também dois participantes
(DivulgAção Assessoria e Moglia Comunicação), com
mediação da pesquisadora Laura Glüer.
10. “Eu acho que o trabalho de comunicação
corporativa está intimamente ligado à
questão de relacionamento e a comunicação
estratégica. Trabalhar a comunicação
estratégica focada na questão organizacional.
Mas, hoje, cada vez mais diversificado e
atuando em conjunto Relações Públicas e
Jornalismo”
11. “Hoje a gente também tem que entender
como vender melhor uma ideia e como ativar
uma ação diferenciada pra encantar públicos
que são de interesse do cliente, buscar
soluções de comunicação, atendendo da
melhor forma o cliente”
12. “Cada vez mais que, inicialmente, o pedido
que chegava era assessoria de imprensa. E o
mercado nos via como uma empresa de
assessoria de imprensa. Hoje, este conceito
está muito modificado. Já nos enxergam como
uma agência de comunicação corporativa”
14. “Tem que ser uma pessoa extremamente
segura, com bom texto, bastante criativa.
Tem que ser humilde para ouvir algumas
questões que o cliente ou o próprio colega
traz. Tem que ter facilidade de
relacionamento. Precisa também ser muito
ágil, comprometido. Hoje cada vez mais a
gente sente a necessidade do domínio da
língua, no mínimo um inglês. E, acima de
tudo, tem que gostar muito do que faz”
15. “Precisa ter uma visão macro da
comunicação, para poder desenvolver um
planejamento. Saber organizar e
acompanhar um projeto do início ao fim,
porque em geral o profissional que atua
no atendimento atende mais de uma
conta. A formação ideal mescla as
expertises de Relações Públicas e de
Jornalismo”
16. “Profissionais de RP chegam lá no escritório
com fragilidades bem grandes de texto,
dificuldade de detectar o que é notícia. Os
jornalistas são mais assertivos na questão da
construção de um lead, título, manchete. O RP,
no entanto, já tem um perfil mais
organizacional, de desenvolver processo, de
identificar oportunidades, de planejar. Então
não existe um perfil pronto”
18. “A demanda teve uma revolução nos últimos
anos, de adequação às novas mídias, e
também no impacto que as empresas hoje
percebem em relação à sua vulnerabilidade”
19. “Há uma série de novos serviços, desde a
preocupação com a questão da sustentabilidade,
de realizar projetos de impacto ambiental, que
precisam falar com a comunidade, que
esclareçam suas contrapartidas, tem uma
pressão popular muito maior. As ferramentas
ampliaram muito ”
20. “Antes, nós éramos os proativos neste
processo. Partia da agência pautar os veículos.
Nós que tínhamos que mandar release, fazer o
follow, mandar press kit, construir a pauta.
Hoje isso cresceu e os próprios veículos já nos
buscam. Tornou-se um caminho de duas vias”
21. “Eu acho que a gente ainda concorre com
as agencias digitais, por serem
especializadas nesse foco e já nasceram
como agências digitais. Porém, as novas
agencias focadas no digital não têm, sem
querer desmerecer, a vivencia da assessoria
de imprensa, da gestão de crise”
22. “Vejo uma tendência muito forte de
segmentação de nichos. Então, por exemplo,
há assessorias hoje só para esporte, só para
gastronomia. Especializações. Agências
focadas”
23. Conclusões
• Mercado multifacetado
• Profissional híbrido para atuar neste mercado
• Oportunidade para a área de Relações Públicas –
qualificar a formação na área de notícia
(jornalismo no nível da fonte)
• Oportunidade para a área de Jornalismo –
qualificar a formação na área de planejamento
• Necessidade de diálogo – convivência pacífica
entre Jornalistas e RPs
26. REFERÊNCIAS
• DUARTE, Jorge (org). Assessoria de Imprensa e relacionamento com
a mídia: teoria e técnica. São Paulo: Atlas, 2002.
• KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Relações públicas e
modernidade – Novos paradigmas na comunicação organizacional.
São Paulo: Summus Editorial, 1997.
• LOPES, Marilene. Quem tem medo de ser notícia? São Paulo:
Makron Books, 2000.
• PINHO, J. B. Relações Públicas na internet: técnicas e estratégias
para informar e influenciar públicos de interesse. São Paulo:
Summus, 2003.
• Sites consultados:
• http://perfildojornalista.ufsc.br/ Acessado em 14/04/2013.
• http://www1.abracom.org.br Acessado em 12/11/13.