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A Fada Palavrinha e o gigante das bibliotecas

RESUMO
A Fada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas
Era um rei muito rico. Ele queria gastar o seu dinheiro. Pediu a opinião dos filhos e da rainha
sobre como deveria gastar o dinheiro. A rainha queria um palácio, a filha queria tecidos para fazer
vestidos e o filho queria um batalhão. O rei não aceitou nenhuma das ideias.
O que o rei queria era uma biblioteca. Os vassalos e os familiares acharam uma ideia disparatada
mas o rei não lhes deu importância. Ele mandou construir a biblioteca. Encomendou livros de muito
longe. A biblioteca começou a funcionar. As pessoas ficaram curiosas e iam à biblioteca.
Certo dia apareceram umas traças que queriam comer os livros. O rei tentou resolver o problema
contratando soldados, cientistas e por fim um morcego que lhe veio pedir emprego. O morcego
conseguiu acabar com as traças. Todas menos uma. Esta não comia os livros devorava-os a ler. Ela era a
Fada Palavrinha.
A Fada Palavrinha com os seus “pozinhos” de perlimpimpim fez com que todas as pessoas
gostassem de ler. No fim todos gostavam de ler. O morcego e a traça cuidavam da biblioteca.

TEXTO A LER

A Fada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas
1-Era uma vez uma vez um rei

2-Uma fortuna guardada

Que tinha enorme tesouro:

merecia aplicação

Esmeraldas, diamantes

Ali, fechada num cofre,

E muitas moedas de ouro.

Ainda chamava um ladrão.

3-Que hei-de fazer, digam lá?-

4- A rainha então lhe disse:

Perguntou ele ao serão.

- Podias comprar para mim

- Antes de me decidir

um palácio com dez torres

Quero a vossa opinião.

E telhado de marfim.
5- A princesa sua filha
Lhe falou desta maneira:
- Quero mil metros de sedas
Para levar à costureira.

7– O rei franziu o nariz,
Não ficou nada contente.
Ele tinha outra ideia
Há tempos na sua mente.

9-Vieram livros de barco,

6– E o príncipe real
não se conseguiu conter:
- Ó meu pai, dê-me um batalhão,
Que eu gosto de combater.

8– Ergueu um grande edifício,
Forrou-o todo com estantes
mandou vir imensos livros
No dorso de elefantes.

10- - Que lembrança tão maluca,

De cavalo, de camelo,

que não lembra a um careca,

Das terras quentes com sol,

ir gastar tanto dinheiro

Das terras frias com gelo.

Assim, numa biblioteca!

11- Isto dizia a família

12– O rei não quis dar ouvidos

E diziam os vassalos.

A gente tão ignorante,

- Ficar sentadinho a ler

tinha gosto de aprender

No rabo até faz calos.

Como se fosse um estudante.

13– Na nova biblioteca
Ganhou tal sabedoria
Que melhor rei neste mundo
Aposto que não havia.

15– Leu os livros de aventuras,

14– Cheio de curiosidade,
o povo desse país
quis todo aprender a ler
Para lá meter o nariz.

16– Na biblioteca estudou,

De ciências naturais,

nela se fartou de rir,

Os de banda desenhada,

porque os livros também servem,

E ainda leu muitos mais.

Afinal, para divertir.

17– Mas o pior foi que as traças,

18- - Aqui é que se está bem!-
Ao verem tal corrupio,
Entraram na biblioteca
Num dia cinzento e frio.

19-Encheram bem a barriga
Roendo aqui, além.

disseram todos em coro.
- Vamos comer os livrinhos
encadernados em couro.

20– O rei, ao ver os insectos
Por toda a sala a voarem,

Um banquete de papel

mandou vir vinte soldados

É mesmo o que lhes convém.

Armados para os matarem.

21– Os tiros não acertaram

22– Sete sábios prepararam

Em bichos tão pequeninos

terrível insecticida.

Que comiam dicionários

Os leitores da biblioteca

E livros para meninos.

23– Mas as traças resistiram.

Quase iam perdendo a vida.

24– Quando a noite desceu

Ainda roeram mais

apareceu um gigante

Os livros aos quadradinhos,

com longas asas, que vinha

As revistas, os jornais.

25- Ai!- gritou a multidão,
Que não tinha mais sossego.
- Este medonho gigante
Parece mesmo um morcego

27- - Não, eu venho, majestade,

De uma gruta distante.

26– Vens também comer os livros?
Perguntou, aflito, o rei.
- Se vieres com tal tenção
Já aqui te prenderei.

28– Logo então foi contratado

Apenas pedir emprego.

O simpático gigante

Comer traças é trabalho

e desatou a limpar

Ideal para um morcego.

Os bichos de cada estante.
29– Julgava já ter comido
Todas as traças, um dia,
Quando viu uma tracinha
Num livro de poesia.

31— Mas quem és tu borboleta?Perguntou ele, intrigado.
- Sou a Fada Palavrinha

30– Em vez de trincar as folhas
ela estava a devorar
o livro com os seus olhos.
Não conseguia parar.

32- - Ao agitar sobre os livros
A varinha de condão,
ponho todos a pensar

Que vivo aqui ao teu lado.

E a ter imaginação.

33- - Sobre as crianças eu deito

34– O gigante arregalou

Uns pós de perlimpimpim

os olhos com grande espanto

Para descobrirem que ler
É uma aventura sem fim.

35– Encantado, o soberano

e levou-a até ao rei
Que estava de coroa e manto.

36– Ficaram então os dois

Lhe pediu para ficar

a cuidar da biblioteca.

A ajudar o bom gigante,

Enquanto ela faz magias

Para ele poder descansar.

Ele faz uma soneca.

37– Depois acorda à noitinha
Para caçar os insectos
Que destroem belos livros
E tantos outros objectos.

38– Graças à fada, ao gigante
é mesmo uma loucura
ver tanta gente feliz
Presa à sua leitura.

39– Já deixaram de dizer

VITÓRIA, VITÓRIA

Uns ignorantes vassalos

ACABOU _ SE A HISTÓRIA.

Que estar sentadinho a ler
No rabo até faz calos.
Texto- Luísa Ducla Soares
Ilustrações– Maria João Raimundo
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  • 1. A Fada Palavrinha e o gigante das bibliotecas RESUMO A Fada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas Era um rei muito rico. Ele queria gastar o seu dinheiro. Pediu a opinião dos filhos e da rainha sobre como deveria gastar o dinheiro. A rainha queria um palácio, a filha queria tecidos para fazer vestidos e o filho queria um batalhão. O rei não aceitou nenhuma das ideias. O que o rei queria era uma biblioteca. Os vassalos e os familiares acharam uma ideia disparatada mas o rei não lhes deu importância. Ele mandou construir a biblioteca. Encomendou livros de muito longe. A biblioteca começou a funcionar. As pessoas ficaram curiosas e iam à biblioteca. Certo dia apareceram umas traças que queriam comer os livros. O rei tentou resolver o problema contratando soldados, cientistas e por fim um morcego que lhe veio pedir emprego. O morcego conseguiu acabar com as traças. Todas menos uma. Esta não comia os livros devorava-os a ler. Ela era a Fada Palavrinha. A Fada Palavrinha com os seus “pozinhos” de perlimpimpim fez com que todas as pessoas gostassem de ler. No fim todos gostavam de ler. O morcego e a traça cuidavam da biblioteca. TEXTO A LER A Fada Palavrinha e o Gigante das Bibliotecas 1-Era uma vez uma vez um rei 2-Uma fortuna guardada Que tinha enorme tesouro: merecia aplicação Esmeraldas, diamantes Ali, fechada num cofre, E muitas moedas de ouro. Ainda chamava um ladrão. 3-Que hei-de fazer, digam lá?- 4- A rainha então lhe disse: Perguntou ele ao serão. - Podias comprar para mim - Antes de me decidir um palácio com dez torres Quero a vossa opinião. E telhado de marfim.
  • 2. 5- A princesa sua filha Lhe falou desta maneira: - Quero mil metros de sedas Para levar à costureira. 7– O rei franziu o nariz, Não ficou nada contente. Ele tinha outra ideia Há tempos na sua mente. 9-Vieram livros de barco, 6– E o príncipe real não se conseguiu conter: - Ó meu pai, dê-me um batalhão, Que eu gosto de combater. 8– Ergueu um grande edifício, Forrou-o todo com estantes mandou vir imensos livros No dorso de elefantes. 10- - Que lembrança tão maluca, De cavalo, de camelo, que não lembra a um careca, Das terras quentes com sol, ir gastar tanto dinheiro Das terras frias com gelo. Assim, numa biblioteca! 11- Isto dizia a família 12– O rei não quis dar ouvidos E diziam os vassalos. A gente tão ignorante, - Ficar sentadinho a ler tinha gosto de aprender No rabo até faz calos. Como se fosse um estudante. 13– Na nova biblioteca Ganhou tal sabedoria Que melhor rei neste mundo Aposto que não havia. 15– Leu os livros de aventuras, 14– Cheio de curiosidade, o povo desse país quis todo aprender a ler Para lá meter o nariz. 16– Na biblioteca estudou, De ciências naturais, nela se fartou de rir, Os de banda desenhada, porque os livros também servem, E ainda leu muitos mais. Afinal, para divertir. 17– Mas o pior foi que as traças, 18- - Aqui é que se está bem!-
  • 3. Ao verem tal corrupio, Entraram na biblioteca Num dia cinzento e frio. 19-Encheram bem a barriga Roendo aqui, além. disseram todos em coro. - Vamos comer os livrinhos encadernados em couro. 20– O rei, ao ver os insectos Por toda a sala a voarem, Um banquete de papel mandou vir vinte soldados É mesmo o que lhes convém. Armados para os matarem. 21– Os tiros não acertaram 22– Sete sábios prepararam Em bichos tão pequeninos terrível insecticida. Que comiam dicionários Os leitores da biblioteca E livros para meninos. 23– Mas as traças resistiram. Quase iam perdendo a vida. 24– Quando a noite desceu Ainda roeram mais apareceu um gigante Os livros aos quadradinhos, com longas asas, que vinha As revistas, os jornais. 25- Ai!- gritou a multidão, Que não tinha mais sossego. - Este medonho gigante Parece mesmo um morcego 27- - Não, eu venho, majestade, De uma gruta distante. 26– Vens também comer os livros? Perguntou, aflito, o rei. - Se vieres com tal tenção Já aqui te prenderei. 28– Logo então foi contratado Apenas pedir emprego. O simpático gigante Comer traças é trabalho e desatou a limpar Ideal para um morcego. Os bichos de cada estante.
  • 4. 29– Julgava já ter comido Todas as traças, um dia, Quando viu uma tracinha Num livro de poesia. 31— Mas quem és tu borboleta?Perguntou ele, intrigado. - Sou a Fada Palavrinha 30– Em vez de trincar as folhas ela estava a devorar o livro com os seus olhos. Não conseguia parar. 32- - Ao agitar sobre os livros A varinha de condão, ponho todos a pensar Que vivo aqui ao teu lado. E a ter imaginação. 33- - Sobre as crianças eu deito 34– O gigante arregalou Uns pós de perlimpimpim os olhos com grande espanto Para descobrirem que ler É uma aventura sem fim. 35– Encantado, o soberano e levou-a até ao rei Que estava de coroa e manto. 36– Ficaram então os dois Lhe pediu para ficar a cuidar da biblioteca. A ajudar o bom gigante, Enquanto ela faz magias Para ele poder descansar. Ele faz uma soneca. 37– Depois acorda à noitinha Para caçar os insectos Que destroem belos livros E tantos outros objectos. 38– Graças à fada, ao gigante é mesmo uma loucura ver tanta gente feliz Presa à sua leitura. 39– Já deixaram de dizer VITÓRIA, VITÓRIA Uns ignorantes vassalos ACABOU _ SE A HISTÓRIA. Que estar sentadinho a ler No rabo até faz calos. Texto- Luísa Ducla Soares Ilustrações– Maria João Raimundo