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Escola Secundária Infanta D. Maria
Filosofia
Ensaio filosófico
TERÁ A ARTE VALOR INTRÍNSECO?
Prof.ª Maria Fátima Cabral
COIMBRA, 1 DE JUNHO DE 2013
Francisco Martins Ferreira
João Pedro Martins
João Pedro Mendes
João Pedro Rocha
OleksandrYakovlyev
10ºA
Introdução
Com este ensaio pretende-se provar que arte possui valor intrínseco, que tem
valor autónomo visto que está independente de quaisquer fins. Perspetiva também
conhecida por “esteticismo” que está inspirada na estética kantiana. Também é uma
teoria formalista visto que valoriza unicamente as propriedades formais da arte –
unidade, intensidade e complexidade.
Defenderemos esta tese suportando-nos nos pontos de vista
deMalcolmBudd,EduardHanslick e Clive Bell ou seja, validar os argumentos da tese
respondendo da melhor maneira possível às objeções que lhes foram atribuídas.
Recusar-se-á, portanto, o valor instrumental – hedonismo, moralismo,
instrumentalismo estético ou cognitivismo – apesar de arte ter sido, ser e continuar a ser
imensamente utilizada como meio para atingir certo fim.
Mas qual é a importância de tratar este problema? É puramente justificar o
valor artístico da arte e não o económico, isto é, responderao porquê de arte ser
digna de atenção.
A tese defendida neste ensaio – a arte tem valor intrínseco – afirma que arte
não visa satisfazer quaisquer necessidades práticas ou teóricas. Foi defendida por Clive
Bell (1914) no âmbito da pintura e por EduardHanslick (1854) na obra Do Belo Musical
relativamente à música. O que aqui se defende é que se arte não possuísse valor
intrínseco não teria valor com a arte mas sim com qualquer outra coisa, sendo assim
está em causa explicar o valor artístico da arte e não o económico.
Na obra de Hanslick argumenta-se sobretudo a favor de uma tese negativa.
Esta afirma a não instrumentalidade da música dada a sua incapacidade de
representar algo de extramusical, raciocinando-se do seguinte modo:
Se a música tem valor instrumental, representa algo extramusical e se tal
acontecerepresenta objetos físicos ou emoções. Ora a música não representa objetos
físicos - éevidente que os ouvintes são capazes de identificar o som do cuco da
Sinfonia Pastoral de Beethoven, o tiro dos canhões da Abertura 1812 de Tchaikovsky ou
as buzinas dos automóveis em Um Americano em Paris de Gershwin. Mas isso não é,
segundo Hanslick, suficiente para estabelecer a representacionalidade da música, A
representação musical reduz-se, assim, à semelhança entre os sons musicais e os sons
produzidos pelos objectos físicos.
A música também não representa emoções e por conseguinte não representa
algo extramusical. Conclui-se, portanto, que a música não tem valor instrumental.
Já Bell argumenta a favor do valor intrínseco. Apesar de a pintura representar
algo frequentemente e estar ao serviço de vários fins isso é esteticamente irrisório. Bell
defende a forma significante da arte – a arte apenas desperta em nós emoções
estéticas se apenas tiver forma significante sendo irrelevante se uma obra representa
alguma coisa e qual aintenção do artista que a criou–apenas as características
formais de uma obra fazem dela uma obra de arte e que as obras de arte devem ser
avaliadas apenas em função de tais características.
Contra-argumentos:
o conteúdo de algumas obras de arte prejudica seriamente o seu valor;
o resposta: a mensagem possivelmente transmitida pelas obras de
arte pode não ser de todo dispensável para a sua apreciação,
contudo, aquilo que é de facto valioso é a experiência para a
qual a mensagem contribui.
ao situar o valor nos efeitos da arte – nas experiências por ela
proporcionadas – acaba por se chamar intrínseco – ao que seria mais
correto chamar extrínseco.
o resposta: Segundo Budd a experiência proporcionada pela arte,
ao contrário dos formalistas, não deve ser reduzida à apreciação
das suas propriedades formais. A arte não se pode apreciar a si
própria. Desperta emoções no espetador dado isso ser inevitável.
A perspetiva de Budd enfrenta outra objeção: há parâmetros que tornam a arte
valiosa (originalidade, inovação, etc.) que só se podem esclarecer se tiverem em
consideração mais alguma coisa do que a experiência proporcionada pelas obras de
arte. Em resposta a esta objeção pode dizer-se que a uma obra de arte não nasce do
nada. Inevitavelmente, o artista está sujeito ao contexto em que vive, e visto issotem
de se ter em conta este contra-argumento como algo à parte.
No entanto, teorias como hedonismo,moralismo ou o cognitivismo, são também
objetadas:
hedonismo – a arte tem valor pelo prazer que proporciona;
o objeção: muita arte não tem como objetivo agradar. O prazer
pode atribuir valor à arte, contudo não o justifica.
moralismo – a arte tem de contribuir para o crescimento moral;
o objeção: grande parte das obras existentes não possuem qualquer
ensinamento moral e sendo assim há que excluir grandes obras de
arte o que constitui um contra-argumento ao moralismo.
cognitivismo – a arte tem de transmitir conhecimento.
o como podem alguns tipos de arte transmitir conhecimento? (e.g.
pintura abstrata).
Conclusão
Neste ensaio abordou-se o problema: Terá a arte valor intrínseco? No sentido de
justificar a atenção atribuída à arte. A resposta é: sim.
Tentámos, da melhor forma possível, defender os argumentos que nos
permitiram responder afirmativamente e recusar as perspetivas instrumentalistas de ver
a arte, respondendo às objeções que lhes foram apontadas. Estas são bastante
plausíveis mas os seus pontos fracos são também evidentes.
Consideramos, portanto, que a arte é um fim em si mesma e não um meio para
atingir determinado fim. Mas este problema encontra-se longe de ser solucionado
todavia ao longo do tempo têm sido apresentadas várias respostas incluindo a
contida neste ensaio em ordem a solucioná-lo.
Bibliografia
ALMEIDA, Aires (2005), O Valor Cognitivo da Arte, Lisboa
ALMEIDA, Aires (2012),Estética e Filosofia da Arte, Lisboa, Edições 70
PAIVA, Marta, TAVARES, Orlanda, & BORGES, José Ferreira (2012),Contextos 10, Porto,
Porto Editora

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  • 1. Escola Secundária Infanta D. Maria Filosofia Ensaio filosófico TERÁ A ARTE VALOR INTRÍNSECO? Prof.ª Maria Fátima Cabral COIMBRA, 1 DE JUNHO DE 2013 Francisco Martins Ferreira João Pedro Martins João Pedro Mendes João Pedro Rocha OleksandrYakovlyev 10ºA
  • 2. Introdução Com este ensaio pretende-se provar que arte possui valor intrínseco, que tem valor autónomo visto que está independente de quaisquer fins. Perspetiva também conhecida por “esteticismo” que está inspirada na estética kantiana. Também é uma teoria formalista visto que valoriza unicamente as propriedades formais da arte – unidade, intensidade e complexidade. Defenderemos esta tese suportando-nos nos pontos de vista deMalcolmBudd,EduardHanslick e Clive Bell ou seja, validar os argumentos da tese respondendo da melhor maneira possível às objeções que lhes foram atribuídas. Recusar-se-á, portanto, o valor instrumental – hedonismo, moralismo, instrumentalismo estético ou cognitivismo – apesar de arte ter sido, ser e continuar a ser imensamente utilizada como meio para atingir certo fim. Mas qual é a importância de tratar este problema? É puramente justificar o valor artístico da arte e não o económico, isto é, responderao porquê de arte ser digna de atenção.
  • 3. A tese defendida neste ensaio – a arte tem valor intrínseco – afirma que arte não visa satisfazer quaisquer necessidades práticas ou teóricas. Foi defendida por Clive Bell (1914) no âmbito da pintura e por EduardHanslick (1854) na obra Do Belo Musical relativamente à música. O que aqui se defende é que se arte não possuísse valor intrínseco não teria valor com a arte mas sim com qualquer outra coisa, sendo assim está em causa explicar o valor artístico da arte e não o económico. Na obra de Hanslick argumenta-se sobretudo a favor de uma tese negativa. Esta afirma a não instrumentalidade da música dada a sua incapacidade de representar algo de extramusical, raciocinando-se do seguinte modo: Se a música tem valor instrumental, representa algo extramusical e se tal acontecerepresenta objetos físicos ou emoções. Ora a música não representa objetos físicos - éevidente que os ouvintes são capazes de identificar o som do cuco da Sinfonia Pastoral de Beethoven, o tiro dos canhões da Abertura 1812 de Tchaikovsky ou as buzinas dos automóveis em Um Americano em Paris de Gershwin. Mas isso não é, segundo Hanslick, suficiente para estabelecer a representacionalidade da música, A representação musical reduz-se, assim, à semelhança entre os sons musicais e os sons produzidos pelos objectos físicos. A música também não representa emoções e por conseguinte não representa algo extramusical. Conclui-se, portanto, que a música não tem valor instrumental. Já Bell argumenta a favor do valor intrínseco. Apesar de a pintura representar algo frequentemente e estar ao serviço de vários fins isso é esteticamente irrisório. Bell defende a forma significante da arte – a arte apenas desperta em nós emoções estéticas se apenas tiver forma significante sendo irrelevante se uma obra representa alguma coisa e qual aintenção do artista que a criou–apenas as características formais de uma obra fazem dela uma obra de arte e que as obras de arte devem ser avaliadas apenas em função de tais características.
  • 4. Contra-argumentos: o conteúdo de algumas obras de arte prejudica seriamente o seu valor; o resposta: a mensagem possivelmente transmitida pelas obras de arte pode não ser de todo dispensável para a sua apreciação, contudo, aquilo que é de facto valioso é a experiência para a qual a mensagem contribui. ao situar o valor nos efeitos da arte – nas experiências por ela proporcionadas – acaba por se chamar intrínseco – ao que seria mais correto chamar extrínseco. o resposta: Segundo Budd a experiência proporcionada pela arte, ao contrário dos formalistas, não deve ser reduzida à apreciação das suas propriedades formais. A arte não se pode apreciar a si própria. Desperta emoções no espetador dado isso ser inevitável. A perspetiva de Budd enfrenta outra objeção: há parâmetros que tornam a arte valiosa (originalidade, inovação, etc.) que só se podem esclarecer se tiverem em consideração mais alguma coisa do que a experiência proporcionada pelas obras de arte. Em resposta a esta objeção pode dizer-se que a uma obra de arte não nasce do nada. Inevitavelmente, o artista está sujeito ao contexto em que vive, e visto issotem de se ter em conta este contra-argumento como algo à parte. No entanto, teorias como hedonismo,moralismo ou o cognitivismo, são também objetadas: hedonismo – a arte tem valor pelo prazer que proporciona;
  • 5. o objeção: muita arte não tem como objetivo agradar. O prazer pode atribuir valor à arte, contudo não o justifica. moralismo – a arte tem de contribuir para o crescimento moral; o objeção: grande parte das obras existentes não possuem qualquer ensinamento moral e sendo assim há que excluir grandes obras de arte o que constitui um contra-argumento ao moralismo. cognitivismo – a arte tem de transmitir conhecimento. o como podem alguns tipos de arte transmitir conhecimento? (e.g. pintura abstrata).
  • 6. Conclusão Neste ensaio abordou-se o problema: Terá a arte valor intrínseco? No sentido de justificar a atenção atribuída à arte. A resposta é: sim. Tentámos, da melhor forma possível, defender os argumentos que nos permitiram responder afirmativamente e recusar as perspetivas instrumentalistas de ver a arte, respondendo às objeções que lhes foram apontadas. Estas são bastante plausíveis mas os seus pontos fracos são também evidentes. Consideramos, portanto, que a arte é um fim em si mesma e não um meio para atingir determinado fim. Mas este problema encontra-se longe de ser solucionado todavia ao longo do tempo têm sido apresentadas várias respostas incluindo a contida neste ensaio em ordem a solucioná-lo.
  • 7. Bibliografia ALMEIDA, Aires (2005), O Valor Cognitivo da Arte, Lisboa ALMEIDA, Aires (2012),Estética e Filosofia da Arte, Lisboa, Edições 70 PAIVA, Marta, TAVARES, Orlanda, & BORGES, José Ferreira (2012),Contextos 10, Porto, Porto Editora