O documento discute o Movimento Moderno na arquitetura, destacando seus princípios fundamentais como prioridade do planejamento urbano, economia no uso do solo, racionalidade das formas, industrialização e produção como fatores do progresso. Também apresenta as principais linhas de pensamento do movimento e biografias de arquitetos pioneiros como Le Corbusier, Gropius e Mies van der Rohe.
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O Movimento Moderno na Arquitetura
1.
2. MOVIMENTO MODERNO
O Modernismo ganha força após a 1ª Guerra Mundial.
Princípios:
• prioridade do planeamento urbano sobre projeto
arquitectónico;
• máxima economia na utilização do solo e na construção;
• rigorosa racionalidade das formas arquitectónicas;
• industrialização da produção, padronização e pré-
fabricação;
• arquitectura e produção industrial consideradas factores
condicionantes do progresso.
3. MOVIMENTO MODERNO
Linhas de pensamento:
• racionalismo formal – Le Corbusier, França
• racionalismo metodológico didáctico – Walter Gropius,
Alemanha (Bauhaus)
• racionalismo ideológico – Construtivismo Russo
• racionalismo formalista – Neoplasticismo Holandês
• racionalismo empírico – Alvar Aalto, países escandinavos
• racionalismo organicista – Frank Lloyd Wright, EUA
4. Philip WEBB
Red House
1859 – Bexley Heath
As primeiras décadas do
séc. XX ficaram, quer na
arquitectura, quer no
design, marcadas por
polémicas que
envolveram engenheiros,
arquitectos e artistas que
mantiveram acesa a
discussão sobre as
relações entre “Arte e
técnica” e “Forma e
função”. Esta ampla
discussão foi reflexo da
primeira grande crise de
valores das sociedades
ocidentais, presas ainda
a concepções mentais e
valores éticos e estéticos
do passado, impostos
pela tradição e pelo
academicismo.
5. Charles MACKINTOSH
Escola de Arte
1896/1909 – Glasgow
A Arte Nova logrou,
equilibrar tensões entre a
tradição e a inovação,
mas o Modernismo que
criou, gerou ele mesmo,
as raízes da ruptura.
As concretizações
arquitectónicas e a
concepção de objectos
da Escola de Chicago,
de Mackintosh em
Glasgow e dos jovens da
Secessão Vienense
foram herdeiras da
arquitectura industrial do
séc. XIX e afirmaram a
eficácia dos novos
materiais (que manteram
à vista – “honestidade
construtiva”), métodos e
meios construtivos
resultantes do
desenvolvimento técnico
e científico desse tempo.
6. Charles MACKINTOSH
Escola de Arte
1896/1909 – Glasgow
Para além disso,
aplicaram-se critérios
cada vez mais
racionalistas e
funcionalistas (corrente
que expurgou dos
objectos e construções
todos os elementos
que não tivessem
utilidade prática) e
caminharam no sentido
da planta de
organização livre, da
depuração formal e da
desornamentação dos
edifícios, explorando as
potencialidades da
parede sólida, lisa, sem
decoração, como
símbolo da nova era da
máquina.
7. ADLER & SULLIVAN
Auditorium Building
1887/89 – Chicago
Iniciou-se assim uma
nova aruqitectura que
procurou responder
de forma técnica,
racional e funcional ao
modo de vida de um
tempo novo, que
levantou à construção
exigências de maior
pragamatismo
(higiente, luz,
ventilação, conforto,
…), onde o interesse
das massas se
sobrepôs ao interesse
individual
12. Adolf LOOS
Brno (Rep.Tcheca) – 1870
Viena (Áustria) – 1933
Na Áustria, o melhor
representante das
novas tendências foi
Adolf Loos, cujos
postulados geraram
vigorosa polémica
entre os arquitectos do
seu tempo. Nele, Loos
combate o
academiscismo, o
ecletismo e a Arte
Nova, propondo uma
arquitectura lúcida,
pragmática, racional e
funcional que utilizasse
os processos e os
materiais do seu tempo
e que vivesse
sobretudo da pureza
das suas formas
arquitecturais, sem
máscara de qualquer
ornamento.
13. Adolf LOOS
Villa Karma
1904 – Montreaux
Defendendo um
arquitectura urbana,
adaptada à sua
época, económica e
acessível às
massas, Loos
criticou o
individualismo
tradicional,
sobrepondo o culto
da originalidade, a
ética da discrição e
da essencialidade.
21. Auguste PERRET
Exelles – 1874
Paris – 1954
Na França, a obra
de Auguste Perret
tivera já estruturas
de betão armado.
Este tipo de
construção iniciada
com a arquitectura
industrial do séc.
XIX.
27. Peter BEHRENS
1909/10 – Cartaz para
as Lâmpadas da AEG
Na Alemanha, a
arquitectura
modernista mergulha
as suas raízes nas
obras da Deutscher
Werkbund, espécie de
Associação Alemã
para o Trabalho,
fundada em 1907 por
industriais, arquitectos
e artistas com a
finalidade de debater
os problemas ligados à
manufactura e à
normalização do
fabrico e de promover
a qualidade dos
produtos industriais,
destinados ao uso das
grandes massas
populacionais.
28. Peter BEHRENS
Fábrica de Turbinas
1908/09 – Berlim
A Werkbund alemã,
aceitando a
mecanização do
processo de
produção dos
objectos, gerou
uma nova
concepção de
desenho industrial
– assente na
racionalização dos
processos e
destinado à
estandardização –
que situou a
produção industrial
alemã na
vanguarda
europeia.
29. Peter BEHRENS
Fábrica de Turbinas
1908/09 – Berlim
A Deutscher
Werkbund actuou
também no âmbito
da arquitectura,
onde se destacou o
pintor e arquitecto
Peter Behrens com
construções de
carácter utilitário.
No atelier de
Behrens
trabalharam entre
outros, Le
Corbusier, Max
Berg, Adolf Meyer e
Walter Gropius.
35. Frank Lloyd
WRIGHT
A partir dos anos 30
começou a esboçar-se
uma primeira reacção
ao funcionalismo
racionalista da
arquitectura europeia e
ao seu formalismo
implícito. Como
consequência e
resposta a uma
evolução demasiado
tecnológica, a arte e a
arquitectura
procuraram novas vias
mais humanas e
sensíveis que
evidenciassem
preocupações com o
ambiente circundante e
respeitassem as
tradições locais, ao
nível do uso dos
materiais e das
técnicas construtivas.
36. Frank Lloyd
WRIGHT
1867 – 1959
É neste contexto que
se insere o trabalho
arquitecto americano
Frank Lloyd Wright,
que iniciou actividade
em 1890 na Escola de
Chicago.
Contrariamente aos
arquitectos da sua
geração, Wright
desenvolveu desde a
sua fase das casas da
pradaria, uma
arquitectura
organicista, onde as
divisões eram
determinadas de uma
forma autónoma,
integrando-se umas
nas outras, como num
sistema vivo coerente.
37. Frank Lloyd
WRIGHT
Casa Robie,1909
Influenciado pelas
concepções
construtivas japonesas,
Wright associou a
estas ideias a recusa
do maquinismo
tecnológico, enquanto
estandardização; o
apego ao
individualismo; a
relação íntima entre
artesanato e indústria e
a utilização de
materiais tradicionais
de cada região;
concepções espaciais
e estéticas baseadas
na pureza das linhas
horizontais, no
equilíbrio das massas e
volumes construídos e
na perfeita integração
do edifício no meio
envolvente.
43. Walter GROPIUS
1883 - 1969
Walter Adolf Gropius.
Nasceu a 18 de Maio de
1883, em Berlim.
Estudou arquitectura em
Munique e Berlim.Entre
1907 e 1919, Gropius
trabalhou nos
escritórios do arquitecto
funcionalista Peter
Beherns, em Berlim. Em
1911, juntou-se à
Deutsche Werkbund. Em
1911 começa a edificar a
fábrica Fagus-Werken
Alfeld e em 1919 é
nomeado director do
Conselho de Arte de
Berlim.
44. Walter GROPIUS
1883 - 1969
A convite de entidades
oficiais da cidade de
Weimar, fundou a
Bauhaus em 1919, com o
objectivo de combinar o
ensino artístico e técnico
num só lugar. Convidou
os melhores artistas da
época para integrarem o
corpo docente da escola,
tais como : Lyonel
Feininger, Gerhard
Marcks, Johannes Itten,
and Adolf Meyer (1919);
Georg Muche (1920); Paul
Klee and Oskar
Schlemmer (1921);
Wassily Kandinsky (1922);
and Laszlo Moholy-nagy
(1923).
Fábrica Fagus-Werken Alfeld, 1911
45. Walter GROPIUS
1883 - 1969
Dirige a Escola até ao
ano de 1928 e durante
essa época projecta o
edifício da Bauhaus
em Dessau.
46. BAUHAUS
1919 - 1933
Após a Primeira Guerra
Mundial, a situação da
Alemanha era muito
precária. Nesse
contexto, em busca da
implantação da social-
democracia, surge o
movimento
denominado Bauhaus.
Centro de estudos
democrático por
excelência —
desenvolveu uma
ideologia que defendia
a escola como o centro
da educação para
formar uma sociedade
mais justa.
47. BAUHAUS
1919 - 1933
O próprio nome
escolhido, casa em
construção, denota a
utopia de que,
construindo uma
cidade bem idealizada,
a própria sociedade se
construiria de forma
funcional, democrática
e não hierárquica.
Pretendia-se a
integração das artes
aplicadas e as belas-
artes. Havia liberdade
de criação, mas dentro
de convicções
filosóficas comuns.
48. Mies Van der ROHE
1886 - 1969
Mies Van der Rohe
mostra-se desde
cedo um adepto
incondicional da
industrialização. As
suas obras primam
por:
Edifícios que
seguem linhas
rígidas
padronizadas e
depuradas, testadas
inicialmente em
habitações,
pavilhões e no
projecto da escola
Bauhaus;
49. Mies Van der ROHE
1886 - 1969
Carácter funcionalista,
tendo em vista
satisfazer as
necessidades sociais e
utilitárias, com
preocupações técnicas,
funcionais e maquinais;
Flexibilidade da planta
livre;
Importância dos
materiais modernos
como o aço, vidro e
betão.
50. BAUHAUS
1919 - 1933
“A forma segue a
função.”
Tambini
“O Desenho Industrial
é uma manifestação
da capacidade do
espírito humano para
transcender as
suas limitações.”
George Nelson
O espírito que subjaz
a esta escola de
artes aplicadas é a
ideia de que todos os
objectos deverão ser
criados segundo uma
elegância de forma
submetida à função.
51. BAUHAUS
1919 - 1933
“O desenho
industrial deve ser
pensado como uma
actividade unificada
e global.”
Walter Gropius
Cadeira Wassily
1925 - Marcel Breuer
Ludwig Mies van
der Rohe
1929
Marcel Breuer
1928
52. BAUHAUS
1919 - 1933
1928 - 30 / direcção: Hannes Meyer
acentuação do Papel Social da Bauhaus incentivo a
cooperação com a indústria exercícios práticos com base nos
avanços teóricos modelos adequados às necessidades
populares (mobiliários e utensílios domésticos)
1930-33 / direcção: Mies van der Rohe
estabelecimento do Sistema Didáctico Tradicional
1932, Transferência para Berlim
1933, Nazi, rejeição ao trabalho “crítico-racional” da Bauhaus:
encerramento edifícios: Centro de formação para Chefes do
Partido Nazi
53. Le CORBUSIER
Charles-Édouard Jeanneret
1887 - 1965
Le Corbusier foi a imagem da racionalidade na
Arquitectura Modernista Europeia. Este seu
carácter racionalista do funcionalismo está
presente:
- No princípio de que cada elemento
arquitectónico de uma construção deverá
assumir a sua função;
- Na geometrização cubista da composição do
espaço da construção;
- Na concepção rectangular da planta e das
fachadas, com amplas janelas e coberturas
planas;
- Na concepção decorativa e sobriedade das
formas;
- Na preocupação em construir para resolver os
problemas da habitação nas cidades;
- Na integração de outras funções e actividades
complementares nos edifícios habitacionais.
57. Le CORBUSIER
Palácio dos Sovietes,
Le Corbusier, Moscovo. 1931
Le Corbusier tinha
como objectivo
encontrar normas
padronizadas para
desenhar e projectar
habitações
económicas,
acessíveis à maioria
das pessoas, mas
onde a vida pudesse
decorrer de acordo
com os altos padrões
de conforto, higiene,
salubridade e
funcionalidade da
modernidade.
58. Le CORBUSIER
Unidade de Habitação
de Marselha, 1947-53
Para isso, Le
Corbusier definiu “o
mínimo vital” e
optimizou meios e
recursos na sua
construção. Estas
concepções,
marcadas por uma
grande racionalidade
e pragmatismo,
levaram-no a definir
as habitações como
“máquinas para
viver”.
62. Le CORBUSIER
Igreja de Saint Pierre
As concepções de Le
Corbusier, de Gropius
e de Mies van der Rohe
foram divulgadas e
expandidas pelos CIAM
(Congressos
Internacionais de
Arquitectura Moderna)
que, a partir de 1928,
se realizaram em
várias cidades
europeias. Estes
congressos
contribuíram para
organizar as ideias do
Movimento Moderno da
Arquitectura, num
Estilo Internacional que
após 1930, se difundiu
71. Estilo
INTERNACIONAL
Rockefeller Center Building,
New York - 1929 / 1940
Estilo Internacional foi a designação atribuída
pelo historiador de arte Henri Russel Hitchcock
e pelo arquitecto Philip Jonhson, em 1932, para
abarcar as vanguardas aquitectónicas da
época. Estas apesar de muito diversificadas em
tipologias e estilos pessoais, correspondiam a
certos princípios comuns:
-Usaram a “estética da máquina” e os materiais
modernos (betão, aço, vidro), quase sempre
deixados na sua cor e textura naturais;
- Valorizaram a estrutura construtiva interna (o
esqueleto estrutural, princípio de toda a
construção), que permitia plantas flexíveis e um
planeamento lógico e funcional dos interiores;
- Projectaram fachadas em consola e paredes
panorâmicas, regularizadas geometricamente;
- deram ênfase às janelas com armações
metálicas leves e colocadas à face das
fachadas;
- preferiram as coberturas, planas, em terraço;
- excluíram toda a ornamentação aplicada.