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Resumo
Reconto
Síntese
Resumo


 é um exercício que combina a capacidade de síntese e a objectividade.
 é um texto que apresenta as ideias ou factos essenciais desenvolvidos num
outro texto, expondo-os de um modo abreviado
 expõe os factos essenciais pela ordem pela qual surgem.
 é condensar e apresentar um raciocínio objectivamente, escolher o essencial
sem nenhum comentário.
 é uma técnica que encara o texto como um todo, não é uma sequência de
frases autónomas; pelo contrário, é um conjunto de ideias ordenadas, numa
totalidade, formal e significativa.
 trata-se de um exercício de inteligência, exigindo a redacção de um novo
texto, com base no texto-fonte.
Para elaborar um resumo, consideram-se duas fases:
1 - Compreensão da estrutura do texto a resumir
2 - Redacção de um novo texto


1. Compreensão do texto original:
leitura global
leitura para descoberta da organização do texto:
         - levantamento das ideias ou factos essenciais;
         - detecção do seu encadeamento

Após uma primeira leitura de lápis na mão deve-se:
       - dividir o texto em partes
       - dar um título a cada uma das partes
       - assinalar as palavras chave
       - sublinhar os articuladores do discurso
       - esquematizar as ideias expostas/construir o plano do texto
       - detectar informações dadas pelo título, pela introdução, pelo
desenvolvimento e pela conclusão.
2. Construção do novo texto (resumo)
• Seleccionar as ideias ou factos essenciais
• Suprimir:
       - palavras ou frases referentes a ideias ou factos secundários
        - repetições e redundâncias
       - interjeições e tudo o que contribua para um estilo particular do texto
        - pormenores desnecessários, exemplos, citações, pequenas histórias a
propósito;
• Manter o fio condutor do texto a resumir.

• Redigir o resumo em linguagem clara e concisa
• Não exprimir opiniões pessoais
• Não repetir frases do autor do texto original
• Omitir/ou transformar discurso directo em discurso indirecto
• Respeitar a ordem pela qual as ideias ou factos são apresentados no texto-
base
• Articular os parágrafos e as frases
• Reduzir a extensão do texto a cerca de 2/3 do texto base, ou ao número de
palavras ou de linhas proposto.
Exercício de aplicação I
Lê o texto A e faz o resumo.                           Destaca a informação fundamental.

Texto – fonte A                                        Texto – fonte A
Em Portugal, sabe (o escritor) que não houve só boas   Em Portugal, sabe (o escritor) que não houve só
reacções ao Prémio Nobel (ou "Nobél", como diz José    boas reacções ao Prémio Nobel (ou "Nobél", como
Saramago seguindo a fonética sueca).                   diz José Saramago seguindo a fonética sueca).
Houve quem confundisse a grandeza do prémio com        Houve quem confundisse a grandeza do prémio com
o comprometimento político do escritor. Mas disso      o comprometimento político do escritor. Mas disso
Saramago prefere não falar. “ A inveja é o             Saramago prefere não falar. “ A inveja é o
sentimento mais mesquinho que existe" diz. " Não       sentimento mais mesquinho que existe" diz. " Não
devemos perder tempo a falar de sentimentos            devemos perder tempo a falar de sentimentos
maus, falemos antes dos bons sentimentos" frisa o      maus, falemos antes dos bons sentimentos" frisa o
autor.                                                 autor.
É para falar de coisas boas que o escritor vai estar   É para falar de coisas boas que o escritor vai estar
em Lisboa e depois no Porto, onde tal como já estava   em Lisboa e depois no Porto, onde tal como já
combinado antes, vai participar num encontro de        estava combinado antes, vai participar num
escritores ibero-americanos. "Porque os escritores     encontro de escritores ibero-americanos. "Porque os
não fazem cimeiras, encontram-se para falar".          escritores não fazem cimeiras, encontram-se para
                  in Diário de Notícias, 98.10.13      falar".
                                                                      in Diário de Notícias, 98.10.13

Resumo do texto A
Em Portugal, não houve só boas reacções ao Prémio Nobel. Ligaram-no ao comprometimento
político de Saramago. Mas o escritor recusa-se a falar dessas reacções que atribui à inveja.
É para falar de coisas boas que virá a Lisboa e ao Porto, onde participará num encontro de
escritores ibero-americanos.
Exercício de aplicação II
                                              O Lobo e o cordeiro
  Como naquele Verão fazia muito calor, um lobo dirigiu-se a um ribeirinho. Quando se preparava para
  mergulhar o focinho na água, ouviu um leve rumor de erva a mexer-se. Virou a cabeça nessa
  direcção e viu, mais adiante, um cordeirinho que bebia tranquilamente. “Vem mesmo a propósito!”
  – pensou o lobo de si para si. - “ Vim aqui para beber e encontro também o que comer...”Aclarou a
  voz, pôs um ar severo e exclamou:
  -Eh! Tu aí!
  -É comigo que está a falar, senhor? - respondeu o cordeiro. – Que deseja?
  - O que é que desejo? Mas é evidente, meu malcriado! Não vês que ao beber me turvas a água?
  Nunca ninguém te ensinou a respeitar os mais velhos?
  - Mas... senhor? Como pode dizer isso? Olhe como bebo com a ponta da língua... Além disso, com
  sua licença, eu estou mais abaixo e o senhor mais acima. A água passa primeiro por si e só depois
  por mim. Não é possível que esteja a incomodá-lo! – respondeu o cordeirinho com voz trémula.
  - Histórias! Com a tua idade já me queres ensinar para que lado corre a água?
  - Não, não é isso... só queria que reparasse...
  - Qual reparar nem meio reparar! Olha que não me enganas! Pensas que te escapas, como no ano
  passado, quando andavas por aí a dizer mal da minha família? “Os lobos são assim... os lobos são
  assado...” Tiveste muita sorte por eu nunca te ter encontrado, senão já te tinha mostrado como são
  os lobos!
  - Não sei quem lhe terá contado tal coisa, senhor, mas olhe que é falso, acredite. A prova é que no
  ano passado eu ainda não tinha nascido.
  - Pois se não foste tu, foi o teu pai! - rosnou o lobo e saltou-lhe à goela, comendo o pobre inocente.

  Moral
  Para alguém decidido a fazer o mal a todo o custo, qualquer razão serve, ainda que seja uma mentira.
                                                                                   Esopo
O Lobo e o cordeiro
Como naquele Verão fazia muito calor, um lobo dirigiu-se a um ribeirinho. Quando se preparava para
mergulhar o focinho na água, ouviu um leve rumor de erva a mexer-se. Virou a cabeça nessa
direcção e viu, mais adiante, um cordeirinho que bebia tranquilamente. “Vem mesmo a propósito!”
– pensou o lobo de si para si. - “ Vim aqui para beber e encontro também o que comer...”Aclarou a
voz, pôs um ar severo e exclamou:
-Eh! Tu aí!
-É comigo que está a falar, senhor? - respondeu o cordeiro. – Que deseja?
- O que é que desejo? Mas é evidente, meu malcriado! Não vês que ao beber me turvas a água?
Nunca ninguém te ensinou a respeitar os mais velhos?
- Mas... senhor? Como pode dizer isso? Olhe como bebo com a ponta da língua... Além disso, com
sua licença, eu estou mais abaixo e o senhor mais acima. A água passa primeiro por si e só depois
por mim. Não é possível que esteja a incomodá-lo! – respondeu o cordeirinho com voz trémula.
- Histórias! Com a tua idade já me queres ensinar para que lado corre a água?
- Não, não é isso... só queria que reparasse...
- Qual reparar nem meio reparar! Olha que não me enganas! Pensas que te escapas, como no ano
passado, quando andavas por aí a dizer mal da minha família? “Os lobos são assim... os lobos são
assado...” Tiveste muita sorte por eu nunca te ter encontrado, senão já te tinha mostrado como são
os lobos!
- Não sei quem lhe terá contado tal coisa, senhor, mas olhe que é falso, acredite. A prova é que no
ano passado eu ainda não tinha nascido.
- Pois se não foste tu, foi o teu pai! - rosnou o lobo e saltou-lhe à goela comendo o pobre inocente.

Moral: Para alguém decidido a fazer o mal a todo o custo, qualquer razão serve, ainda que seja uma mentira.

                                                                                             Esopo
Autoavaliação do Resumo

                                        Aspectos a considerar                            Sim   Não


1. Referi apenas as ideias ou factos principais do texto original.


2. Omiti ou substituí as listas ou enumerações por uma designação mais geral.


3. Evitei o recurso a expressões explicativas do tipo "isto é", "como se sabe", etc.


4. Respeitei a ordem das ideias do texto original.


5. Transformei o discurso directo em discurso indirecto.


6. Excluí pormenores irrelevantes, exemplos, citações, pequenas histórias a propósito.


7. Evitei copiar frases ou expressões do texto.

8. Articulei bem os parágrafos e as frases.


9. O texto resumido não excede 1/3 do número de linhas do texto original.
Resumo                          Síntese
Ordem das ideias   Não pode ser alterada     Pode ser alterada
                   Mantém a forma            Mudança de forma gramatical; texto
Forma
                   gramatical                mais dirigido ao leitor
                   Informativa e objectiva   Apreciativa (destaque das intenções
Linguagem
                   (corrente)                do autor)
Reconto
       •. Reconstruir uma situação, respeitando o essencial ( do texto-fonte);
       •. Incluir pormenores que contribuam para enriquecer a apresentação;
       •. Incluir discurso directo, descrição e enumerações ou exemplificações.

Exercício de aplicação
 1. No exercício anterior resumiste um excerto de uma notícia, agora peço-te que
faças exactamente o contrário em relação a este texto. Desenvolve o TEXTO B, mas
não te esqueças de incluir:
- uma enumeração;
- o discurso directo;
- descrição do local e das personagens.
A ampliação do texto B deve ter, pelo menos, o triplo das linhas do texto original.

                    Texto B
                    Os ratos reuniram-se, para acabar com a perseguição dos
                    gatos, que os devoravam.
                    Decidiram pôr um chocalho no pescoço dos gatos, pois ao som
                    deste se poriam em fuga. Mas um rato mais vivido perguntou
                    qual deles se atreveria a pôr o chocalho.
                    Ficou    sem      resposta.    Passadas     umas horas    de
                    discussão, decidiram que iria o gato mais jovem.
Professora: Maria de Lurdes Augusto

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Resumo, Síntese vs Reconto

  • 2. Resumo  é um exercício que combina a capacidade de síntese e a objectividade.  é um texto que apresenta as ideias ou factos essenciais desenvolvidos num outro texto, expondo-os de um modo abreviado  expõe os factos essenciais pela ordem pela qual surgem.  é condensar e apresentar um raciocínio objectivamente, escolher o essencial sem nenhum comentário.  é uma técnica que encara o texto como um todo, não é uma sequência de frases autónomas; pelo contrário, é um conjunto de ideias ordenadas, numa totalidade, formal e significativa.  trata-se de um exercício de inteligência, exigindo a redacção de um novo texto, com base no texto-fonte.
  • 3. Para elaborar um resumo, consideram-se duas fases: 1 - Compreensão da estrutura do texto a resumir 2 - Redacção de um novo texto 1. Compreensão do texto original: leitura global leitura para descoberta da organização do texto: - levantamento das ideias ou factos essenciais; - detecção do seu encadeamento Após uma primeira leitura de lápis na mão deve-se: - dividir o texto em partes - dar um título a cada uma das partes - assinalar as palavras chave - sublinhar os articuladores do discurso - esquematizar as ideias expostas/construir o plano do texto - detectar informações dadas pelo título, pela introdução, pelo desenvolvimento e pela conclusão.
  • 4. 2. Construção do novo texto (resumo) • Seleccionar as ideias ou factos essenciais • Suprimir: - palavras ou frases referentes a ideias ou factos secundários - repetições e redundâncias - interjeições e tudo o que contribua para um estilo particular do texto - pormenores desnecessários, exemplos, citações, pequenas histórias a propósito; • Manter o fio condutor do texto a resumir. • Redigir o resumo em linguagem clara e concisa • Não exprimir opiniões pessoais • Não repetir frases do autor do texto original • Omitir/ou transformar discurso directo em discurso indirecto • Respeitar a ordem pela qual as ideias ou factos são apresentados no texto- base • Articular os parágrafos e as frases • Reduzir a extensão do texto a cerca de 2/3 do texto base, ou ao número de palavras ou de linhas proposto.
  • 5. Exercício de aplicação I Lê o texto A e faz o resumo. Destaca a informação fundamental. Texto – fonte A Texto – fonte A Em Portugal, sabe (o escritor) que não houve só boas Em Portugal, sabe (o escritor) que não houve só reacções ao Prémio Nobel (ou "Nobél", como diz José boas reacções ao Prémio Nobel (ou "Nobél", como Saramago seguindo a fonética sueca). diz José Saramago seguindo a fonética sueca). Houve quem confundisse a grandeza do prémio com Houve quem confundisse a grandeza do prémio com o comprometimento político do escritor. Mas disso o comprometimento político do escritor. Mas disso Saramago prefere não falar. “ A inveja é o Saramago prefere não falar. “ A inveja é o sentimento mais mesquinho que existe" diz. " Não sentimento mais mesquinho que existe" diz. " Não devemos perder tempo a falar de sentimentos devemos perder tempo a falar de sentimentos maus, falemos antes dos bons sentimentos" frisa o maus, falemos antes dos bons sentimentos" frisa o autor. autor. É para falar de coisas boas que o escritor vai estar É para falar de coisas boas que o escritor vai estar em Lisboa e depois no Porto, onde tal como já estava em Lisboa e depois no Porto, onde tal como já combinado antes, vai participar num encontro de estava combinado antes, vai participar num escritores ibero-americanos. "Porque os escritores encontro de escritores ibero-americanos. "Porque os não fazem cimeiras, encontram-se para falar". escritores não fazem cimeiras, encontram-se para in Diário de Notícias, 98.10.13 falar". in Diário de Notícias, 98.10.13 Resumo do texto A Em Portugal, não houve só boas reacções ao Prémio Nobel. Ligaram-no ao comprometimento político de Saramago. Mas o escritor recusa-se a falar dessas reacções que atribui à inveja. É para falar de coisas boas que virá a Lisboa e ao Porto, onde participará num encontro de escritores ibero-americanos.
  • 6. Exercício de aplicação II O Lobo e o cordeiro Como naquele Verão fazia muito calor, um lobo dirigiu-se a um ribeirinho. Quando se preparava para mergulhar o focinho na água, ouviu um leve rumor de erva a mexer-se. Virou a cabeça nessa direcção e viu, mais adiante, um cordeirinho que bebia tranquilamente. “Vem mesmo a propósito!” – pensou o lobo de si para si. - “ Vim aqui para beber e encontro também o que comer...”Aclarou a voz, pôs um ar severo e exclamou: -Eh! Tu aí! -É comigo que está a falar, senhor? - respondeu o cordeiro. – Que deseja? - O que é que desejo? Mas é evidente, meu malcriado! Não vês que ao beber me turvas a água? Nunca ninguém te ensinou a respeitar os mais velhos? - Mas... senhor? Como pode dizer isso? Olhe como bebo com a ponta da língua... Além disso, com sua licença, eu estou mais abaixo e o senhor mais acima. A água passa primeiro por si e só depois por mim. Não é possível que esteja a incomodá-lo! – respondeu o cordeirinho com voz trémula. - Histórias! Com a tua idade já me queres ensinar para que lado corre a água? - Não, não é isso... só queria que reparasse... - Qual reparar nem meio reparar! Olha que não me enganas! Pensas que te escapas, como no ano passado, quando andavas por aí a dizer mal da minha família? “Os lobos são assim... os lobos são assado...” Tiveste muita sorte por eu nunca te ter encontrado, senão já te tinha mostrado como são os lobos! - Não sei quem lhe terá contado tal coisa, senhor, mas olhe que é falso, acredite. A prova é que no ano passado eu ainda não tinha nascido. - Pois se não foste tu, foi o teu pai! - rosnou o lobo e saltou-lhe à goela, comendo o pobre inocente. Moral Para alguém decidido a fazer o mal a todo o custo, qualquer razão serve, ainda que seja uma mentira. Esopo
  • 7. O Lobo e o cordeiro Como naquele Verão fazia muito calor, um lobo dirigiu-se a um ribeirinho. Quando se preparava para mergulhar o focinho na água, ouviu um leve rumor de erva a mexer-se. Virou a cabeça nessa direcção e viu, mais adiante, um cordeirinho que bebia tranquilamente. “Vem mesmo a propósito!” – pensou o lobo de si para si. - “ Vim aqui para beber e encontro também o que comer...”Aclarou a voz, pôs um ar severo e exclamou: -Eh! Tu aí! -É comigo que está a falar, senhor? - respondeu o cordeiro. – Que deseja? - O que é que desejo? Mas é evidente, meu malcriado! Não vês que ao beber me turvas a água? Nunca ninguém te ensinou a respeitar os mais velhos? - Mas... senhor? Como pode dizer isso? Olhe como bebo com a ponta da língua... Além disso, com sua licença, eu estou mais abaixo e o senhor mais acima. A água passa primeiro por si e só depois por mim. Não é possível que esteja a incomodá-lo! – respondeu o cordeirinho com voz trémula. - Histórias! Com a tua idade já me queres ensinar para que lado corre a água? - Não, não é isso... só queria que reparasse... - Qual reparar nem meio reparar! Olha que não me enganas! Pensas que te escapas, como no ano passado, quando andavas por aí a dizer mal da minha família? “Os lobos são assim... os lobos são assado...” Tiveste muita sorte por eu nunca te ter encontrado, senão já te tinha mostrado como são os lobos! - Não sei quem lhe terá contado tal coisa, senhor, mas olhe que é falso, acredite. A prova é que no ano passado eu ainda não tinha nascido. - Pois se não foste tu, foi o teu pai! - rosnou o lobo e saltou-lhe à goela comendo o pobre inocente. Moral: Para alguém decidido a fazer o mal a todo o custo, qualquer razão serve, ainda que seja uma mentira. Esopo
  • 8. Autoavaliação do Resumo Aspectos a considerar Sim Não 1. Referi apenas as ideias ou factos principais do texto original. 2. Omiti ou substituí as listas ou enumerações por uma designação mais geral. 3. Evitei o recurso a expressões explicativas do tipo "isto é", "como se sabe", etc. 4. Respeitei a ordem das ideias do texto original. 5. Transformei o discurso directo em discurso indirecto. 6. Excluí pormenores irrelevantes, exemplos, citações, pequenas histórias a propósito. 7. Evitei copiar frases ou expressões do texto. 8. Articulei bem os parágrafos e as frases. 9. O texto resumido não excede 1/3 do número de linhas do texto original.
  • 9. Resumo Síntese Ordem das ideias Não pode ser alterada Pode ser alterada Mantém a forma Mudança de forma gramatical; texto Forma gramatical mais dirigido ao leitor Informativa e objectiva Apreciativa (destaque das intenções Linguagem (corrente) do autor)
  • 10. Reconto •. Reconstruir uma situação, respeitando o essencial ( do texto-fonte); •. Incluir pormenores que contribuam para enriquecer a apresentação; •. Incluir discurso directo, descrição e enumerações ou exemplificações. Exercício de aplicação 1. No exercício anterior resumiste um excerto de uma notícia, agora peço-te que faças exactamente o contrário em relação a este texto. Desenvolve o TEXTO B, mas não te esqueças de incluir: - uma enumeração; - o discurso directo; - descrição do local e das personagens. A ampliação do texto B deve ter, pelo menos, o triplo das linhas do texto original. Texto B Os ratos reuniram-se, para acabar com a perseguição dos gatos, que os devoravam. Decidiram pôr um chocalho no pescoço dos gatos, pois ao som deste se poriam em fuga. Mas um rato mais vivido perguntou qual deles se atreveria a pôr o chocalho. Ficou sem resposta. Passadas umas horas de discussão, decidiram que iria o gato mais jovem.
  • 11. Professora: Maria de Lurdes Augusto