SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  8
Télécharger pour lire hors ligne
RENE DESCARTES




Trabalho realizado por: João Costa;

                       Pedro Cardoso;

                       Rui Pereira.

Professora: Luísa Valente




                            Porto, 19 de Março de 2012



                                                         1
Introdução


       O presente trabalho tem como objectivo aprofundar o nosso
conhecimento sobre o filósofo e matemático René Descartes; com base na sua
vida e obra.

No âmbito da disciplina de Filosofia.




                                                                         2
Vida



      René Descartes foi um filósofo, físico e matemático francês que nasceu
a 31 de Março de 1596 e morreu a 11 de Fevereiro de 1650. Durante a Idade
Moderna também era conhecido por seu nome latino Renatus Carteios.

      Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na
ciência, mas também reconhecimento matemático por sugerir a fusão da
álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de
coordenadas que hoje leva o seu nome. Foi uma das figuras chave na
Revolução Científica.

      Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o
"pai da matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais
importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou
contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da
filosofia escrita a partir de então foi uma reacção às suas obras ou a autores
supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir
de Descartes inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna. Décadas mais
tarde, surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma,
seria o seu oposto - o empirismo, com John Locke e David Hume.




                                                                               3
A Metafísica
      No Discurso sobre o Método, Descartes pensa sobretudo na ciência.
Para bem compreender sua metafísica, é necessário ler as Meditações.

      1. - Todos sabem que Descartes inicia seu itinerário espiritual com a
dúvida. Mas é necessário compreender que essa dúvida tem um outro alcance
que a dúvida metódica do cientista. Descartes dúvida voluntária e
sistematicamente de tudo, desde que possa encontrar um argumento, por mais
frágil que seja. Por conseguinte, os instrumentos da dúvida nada mais são do
que os auxiliares psicológicos, de uma ascese, os instrumentos de um
verdadeiro "exército espiritual". Duvidemos dos sentidos, uma vez que eles
frequentemente nos enganam, pois, diz Descartes, nunca tenho certeza de
estar sonhando ou de estar desperto! (Quantas vezes acreditei-me vestido com
o "robe de chambre", ocupado em escrever algo junto à lareira; na verdade,
"estava despido em meu leito").

      Duvidemos também das próprias evidências científicas e das verdades
matemáticas! Mas quê? Não é verdade - quer eu sonhe ou esteja desperto -
que 2 + 2 = 4? Mas se um génio maligno me enganasse, se Deus fosse mau e
me iludisse quanto às minhas evidências matemáticas e físicas? Tanto quanto
duvido do Ser, sempre posso duvidar do objecto (permitam-me retomar os
termos do mais lúcido intérprete de Descartes, Ferdinand Alquié).

      2. - Existe, porém, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o
demónio queira sempre me enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso,
resta a certeza de que eu penso. Nenhum objecto de pensamento resiste à
dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável. "Penso, cogito, logo existo,
ergo sum". Não é um raciocínio (apesar do logo, do ergo), mas uma intuição, e
mais sólida que a do matemático, pois é uma intuição metafísica e
metamatemática. Ela não se trata de um objecto, mas sim de um ser. Eu
penso, Ego cogita (e o ego, sem aborrecer Brunschvicg, é muito mais que um
simples acidente gramatical do verbo cogitare). O cogito de Descartes,
portanto, não é, como já se disse, o acto de nascimento do que, em filosofia,
chamamos de idealismo (o sujeito pensante e suas ideias como o fundamento
de todo conhecimento), mas a descoberta do domínio ontológico (estes


                                                                              4
objectos que são as evidências matemáticas remetem a este ser que é meu
pensamento).

      3. - Nesse nível, entretanto, nesse momento de seu itinerário espiritual,
Descartes é solipsista. Ele só tem certeza de seu ser, isto é, de seu ser
pensante (pois, sempre duvido desse objecto que é meu corpo; a alma, diz
Descartes nesse sentido, "é mais fácil de ser conhecida que o corpo").

      É pelo aprofundamento de sua solidão que Descartes escapará dessa
solidão. Dentre as ideias do meu cogito existe uma inteiramente extraordinária.
É a Ideia de perfeição, de infinito. Não posso tê-la tirado de mim mesmo, visto
que sou finito e imperfeito. Eu, tão imperfeito, que tenho a ideia de Perfeição,
só posso tê-la recebido de um Ser perfeito que me ultrapassa e que é o autor
do meu ser. Por conseguinte, eis demonstrada a existência de Deus. E nota-se
que se trata de um Deus perfeito, que, por conseguinte, é toda bondade. Eis o
fantasma do génio maligno exorcizado. Se Deus é perfeito, representa toda a
bondade, não pode ter querido enganar-me e todas as minhas ideias claras e
distintas são garantidas pela veracidade divina. Uma vez que Deus existe, eu
então posso crer na existência do mundo. O caminho é exactamente o inverso
do seguido por São Tomás. Compreenda-se que, para tanto, não tenho o
direito de guiar-me pelos sentidos (cujas mensagens permanecem confusas e
que só têm um valor de sinal para os instintos do ser vivo). Só posso crer no
que me é claro e distinto (por exemplo: na matéria, o que existe
verdadeiramente é o que é claramente pensável, isto é, a extensão e o
movimento). Alguns acham que Descartes fazia um círculo vicioso: a evidência
me conduz a Deus e Deus me garante a evidência! Mas não se trata da mesma
evidência. A evidência ontológica que, pelo cogito, me conduz a Deus
fundamenta a evidência dos objectos matemáticos. Por conseguinte, a
metafísica tem, para Descartes, uma evidência mais profunda que a ciência. É
ela que fundamenta a ciência (um ateu, dirá Descartes, não pode ser
geómetra!).

      4. - A Quinta meditação apresenta uma outra maneira de provar a
existência de Deus. Não mais se trata de partir de mim, que tenho a ideia de
Deus, mas antes da ideia de Deus que há em mim. Apreender a ideia de
perfeição e afirmar a existência do ser perfeito é a mesma coisa. Pois uma

                                                                              5
perfeição não-existente não seria uma perfeição. É o argumento ontológico, o
argumento de Santo Anselmo que Descartes (que não leu Santo Anselmo)
reencontra: trata-se, ainda aqui, mais de uma intuição, de uma experiência
espiritual (a de um infinito que me ultrapassa) do que de um raciocínio.




                                 O Método
      Descartes quer estabelecer um método universal, inspirado no rigor
matemático e em suas "longas cadeias de razão".

      1. A primeira regra é a evidência: não admitir "nenhuma coisa como
verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal". Em outras palavras,
evitar toda "precipitação" e toda "prevenção" (preconceitos) e só ter por
verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não tenho a menor
oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidência é o que salta aos olhos,
é aquilo de que não posso duvidar, apesar de todos os meus esforços, é o que
resiste a todos os assaltos da dúvida, apesar de todos os resíduos, o produto
do espírito crítico. Não, como diz bem Jankélévitch, "uma evidência juvenil,
mas quadragenária".

      2. A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades
em tantas parcelas,quanto forem possíveis".

      3. A terceira, é a regra da síntese: "concluir por ordem meus
pensamentos, começando pelos objectos mais simples e mais fáceis de
conhecer para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos
mais complexos".

      4. A última á dos "desmembramentos tão complexos... a ponto de estar
certo de nada ter omitido".




                                                                              6
Obras importantes

   Regras para a direcção do espírito (1628) - obra da juventude inacabada
    na qual o método aparece em forma de numerosas regras;
   O Mundo ou Tratado da Luz (1632-1633) - obra contém algumas das
    conquistas definitivas da física clássica: a lei da inércia, a da refracção
    da luz e, principalmente, as bases epistemológicas contrárias ao que
    seria denominado de princípio da ciência escolástica, radicada no
    aristotelismo;
   Discurso sobre o método (1637);
   Geometria (1637);
   Meditações Metafísicas (1641).




                                                                             7
Conclusão

      Com este trabalho ficamos a perceber melhor quem era René
Descartes, o que é que tinha feito, bem como tinha sido a sua vida, ficamos a
entender melhor as ideias que defendia e como as defendia.

      Ou seja, este trabalho serviu para aprofundar-mos os nossos
conhecimentos a cerca de Descartes, o que é que ele tinha “feito” de
importante para a nossa vidas de hoje em dia.




                                                                                8

Contenu connexe

Tendances

Mapa conceitual de Rene descartes
Mapa conceitual de Rene descartesMapa conceitual de Rene descartes
Mapa conceitual de Rene descartesIsabella Silva
 
3ano 2bi filosofia_ex
3ano 2bi filosofia_ex3ano 2bi filosofia_ex
3ano 2bi filosofia_extakahico
 
O pensamento cartesiano descartes e suas contribuições para educação
O pensamento cartesiano  descartes e suas contribuições para educaçãoO pensamento cartesiano  descartes e suas contribuições para educação
O pensamento cartesiano descartes e suas contribuições para educaçãoChris Trarbach
 
Ppt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartesPpt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartesAnaKlein1
 
Princípios da Filosofia de Descartes
 Princípios da Filosofia de Descartes Princípios da Filosofia de Descartes
Princípios da Filosofia de Descartesmartinho_nuno
 
O pensamento cartesiano descartes e suas contribuições.pptx pronto
O pensamento cartesiano  descartes e suas contribuições.pptx prontoO pensamento cartesiano  descartes e suas contribuições.pptx pronto
O pensamento cartesiano descartes e suas contribuições.pptx prontoSuelen Alexandre
 
Descartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo IIIDescartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo IIImluisavalente
 
Teoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de DescartesTeoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de DescartesElisabete Silva
 
Racionalismo em Descartes
Racionalismo em DescartesRacionalismo em Descartes
Racionalismo em DescartesJoaquim Melro
 
Racionalismo - Filosofia
Racionalismo - FilosofiaRacionalismo - Filosofia
Racionalismo - FilosofiaCarson Souza
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
RacionalismoPelo Siro
 

Tendances (19)

Mapa conceitual de Rene descartes
Mapa conceitual de Rene descartesMapa conceitual de Rene descartes
Mapa conceitual de Rene descartes
 
3ano 2bi filosofia_ex
3ano 2bi filosofia_ex3ano 2bi filosofia_ex
3ano 2bi filosofia_ex
 
O pensamento cartesiano descartes e suas contribuições para educação
O pensamento cartesiano  descartes e suas contribuições para educaçãoO pensamento cartesiano  descartes e suas contribuições para educação
O pensamento cartesiano descartes e suas contribuições para educação
 
Ppt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartesPpt o racionalismo de descartes
Ppt o racionalismo de descartes
 
Princípios da Filosofia de Descartes
 Princípios da Filosofia de Descartes Princípios da Filosofia de Descartes
Princípios da Filosofia de Descartes
 
O pensamento cartesiano descartes e suas contribuições.pptx pronto
O pensamento cartesiano  descartes e suas contribuições.pptx prontoO pensamento cartesiano  descartes e suas contribuições.pptx pronto
O pensamento cartesiano descartes e suas contribuições.pptx pronto
 
Deus na filosofia de descartes
Deus na filosofia de descartesDeus na filosofia de descartes
Deus na filosofia de descartes
 
Descartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo IIIDescartes - Trab grupo III
Descartes - Trab grupo III
 
3 Descartes
3 Descartes 3 Descartes
3 Descartes
 
Descartes
DescartesDescartes
Descartes
 
RENÉ DESCARTES
RENÉ DESCARTESRENÉ DESCARTES
RENÉ DESCARTES
 
Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes  Racionalismo - Descartes
Racionalismo - Descartes
 
Descartes
DescartesDescartes
Descartes
 
Teoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de DescartesTeoria racionalista de Descartes
Teoria racionalista de Descartes
 
Racionalismo em Descartes
Racionalismo em DescartesRacionalismo em Descartes
Racionalismo em Descartes
 
René Descartes
René DescartesRené Descartes
René Descartes
 
Racionalismo - Filosofia
Racionalismo - FilosofiaRacionalismo - Filosofia
Racionalismo - Filosofia
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
 
Descartes
DescartesDescartes
Descartes
 

En vedette

René Descartes e JohnLocke
René Descartes e JohnLockeRené Descartes e JohnLocke
René Descartes e JohnLockeGaabi0
 
Dúvida metódica
Dúvida metódicaDúvida metódica
Dúvida metódicaOzhier
 
O racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesianoO racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesianoguest165a7dc
 
Trabalho oral de Os Maias
Trabalho oral de Os MaiasTrabalho oral de Os Maias
Trabalho oral de Os MaiasJoana_bessa
 
T 2002 teste de avaliação
T 2002 teste de avaliaçãoT 2002 teste de avaliação
T 2002 teste de avaliaçãomluisavalente
 
O cogito cartesiano
O cogito cartesianoO cogito cartesiano
O cogito cartesianoLídia Neves
 
T 2003 teste de avaliação - 11º ano - conhecimento científico
T 2003   teste de avaliação - 11º ano - conhecimento científicoT 2003   teste de avaliação - 11º ano - conhecimento científico
T 2003 teste de avaliação - 11º ano - conhecimento científicomluisavalente
 
Teoria Explicativa do Conhecimento - R. Descartes
Teoria Explicativa do Conhecimento - R. DescartesTeoria Explicativa do Conhecimento - R. Descartes
Teoria Explicativa do Conhecimento - R. DescartesJorge Barbosa
 
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida RomânticaTrabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida RomânticaLuisMagina
 

En vedette (20)

Os maias
Os maiasOs maias
Os maias
 
Os Maias - intriga
Os Maias - intrigaOs Maias - intriga
Os Maias - intriga
 
Os Maias - espaço
Os Maias - espaçoOs Maias - espaço
Os Maias - espaço
 
Os Maias - simbolismo
Os Maias - simbolismoOs Maias - simbolismo
Os Maias - simbolismo
 
Rene descartes
Rene descartesRene descartes
Rene descartes
 
René Descartes e JohnLocke
René Descartes e JohnLockeRené Descartes e JohnLocke
René Descartes e JohnLocke
 
Dúvida metódica
Dúvida metódicaDúvida metódica
Dúvida metódica
 
O projeto de descartes – versão 1
O projeto de descartes – versão 1O projeto de descartes – versão 1
O projeto de descartes – versão 1
 
O racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesianoO racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesiano
 
A função da dúvida
A função da dúvidaA função da dúvida
A função da dúvida
 
T 2004
T 2004T 2004
T 2004
 
Trabalho oral de Os Maias
Trabalho oral de Os MaiasTrabalho oral de Os Maias
Trabalho oral de Os Maias
 
O projeto de descartes – versão 2
O projeto de descartes – versão 2O projeto de descartes – versão 2
O projeto de descartes – versão 2
 
T 2002 teste de avaliação
T 2002 teste de avaliaçãoT 2002 teste de avaliação
T 2002 teste de avaliação
 
O cogito cartesiano
O cogito cartesianoO cogito cartesiano
O cogito cartesiano
 
T 2003 teste de avaliação - 11º ano - conhecimento científico
T 2003   teste de avaliação - 11º ano - conhecimento científicoT 2003   teste de avaliação - 11º ano - conhecimento científico
T 2003 teste de avaliação - 11º ano - conhecimento científico
 
Teoria Explicativa do Conhecimento - R. Descartes
Teoria Explicativa do Conhecimento - R. DescartesTeoria Explicativa do Conhecimento - R. Descartes
Teoria Explicativa do Conhecimento - R. Descartes
 
Da dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogitoDa dúvida ao cogito
Da dúvida ao cogito
 
Os Maias - análise
Os Maias - análiseOs Maias - análise
Os Maias - análise
 
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida RomânticaTrabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
 

Similaire à O Filósofo René Descartes

Filósofos modernos e seus pensamentos 2º ma
Filósofos modernos e seus pensamentos   2º maFilósofos modernos e seus pensamentos   2º ma
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º maProfMario De Mori
 
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º mb
Filósofos modernos e seus pensamentos   2º mbFilósofos modernos e seus pensamentos   2º mb
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º mbProfMario De Mori
 
René Descartes, de John Cottingham
René Descartes, de John CottinghamRené Descartes, de John Cottingham
René Descartes, de John CottinghamJaimir Conte
 
Resumos de Filosofia- Racionalismo e Empirismo
Resumos de Filosofia- Racionalismo e EmpirismoResumos de Filosofia- Racionalismo e Empirismo
Resumos de Filosofia- Racionalismo e EmpirismoAna Catarina
 
Resumo Descartes e David Hume - 11º Filosofia
Resumo Descartes e David Hume - 11º FilosofiaResumo Descartes e David Hume - 11º Filosofia
Resumo Descartes e David Hume - 11º FilosofiaMatilde Silva
 
Slide de filosofia adriele 22 mp
Slide de filosofia adriele 22 mpSlide de filosofia adriele 22 mp
Slide de filosofia adriele 22 mpalemisturini
 
O racionalismo de Descartes.pptx
O racionalismo de Descartes.pptxO racionalismo de Descartes.pptx
O racionalismo de Descartes.pptxIaraCaldeira2
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
RacionalismoPelo Siro
 
Aula 1 a obra de kant como síntese do nascente pensamento burguês
Aula 1   a obra de kant como síntese do nascente pensamento burguêsAula 1   a obra de kant como síntese do nascente pensamento burguês
Aula 1 a obra de kant como síntese do nascente pensamento burguêsLeandro Alano
 

Similaire à O Filósofo René Descartes (20)

O racionalismo
O racionalismoO racionalismo
O racionalismo
 
Apresentação- René Descartes
Apresentação- René DescartesApresentação- René Descartes
Apresentação- René Descartes
 
Aula 07 - Descartes e o Racionalismo
Aula 07 - Descartes e o RacionalismoAula 07 - Descartes e o Racionalismo
Aula 07 - Descartes e o Racionalismo
 
René Descartes
René DescartesRené Descartes
René Descartes
 
Descartes
Descartes Descartes
Descartes
 
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º ma
Filósofos modernos e seus pensamentos   2º maFilósofos modernos e seus pensamentos   2º ma
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º ma
 
RENÉ DESCARTES.pdf
RENÉ DESCARTES.pdfRENÉ DESCARTES.pdf
RENÉ DESCARTES.pdf
 
Aula 5-descartes-e-o-racionalismo
Aula 5-descartes-e-o-racionalismoAula 5-descartes-e-o-racionalismo
Aula 5-descartes-e-o-racionalismo
 
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º mb
Filósofos modernos e seus pensamentos   2º mbFilósofos modernos e seus pensamentos   2º mb
Filósofos modernos e seus pensamentos 2º mb
 
Cap.10.pptx
Cap.10.pptxCap.10.pptx
Cap.10.pptx
 
1 ano razao empirismo
1 ano razao empirismo1 ano razao empirismo
1 ano razao empirismo
 
René Descartes, de John Cottingham
René Descartes, de John CottinghamRené Descartes, de John Cottingham
René Descartes, de John Cottingham
 
Resumos de Filosofia- Racionalismo e Empirismo
Resumos de Filosofia- Racionalismo e EmpirismoResumos de Filosofia- Racionalismo e Empirismo
Resumos de Filosofia- Racionalismo e Empirismo
 
Resumo Descartes e David Hume - 11º Filosofia
Resumo Descartes e David Hume - 11º FilosofiaResumo Descartes e David Hume - 11º Filosofia
Resumo Descartes e David Hume - 11º Filosofia
 
Cap 13 - O Grande Racionalismo
Cap 13 - O Grande RacionalismoCap 13 - O Grande Racionalismo
Cap 13 - O Grande Racionalismo
 
Slide de filosofia adriele 22 mp
Slide de filosofia adriele 22 mpSlide de filosofia adriele 22 mp
Slide de filosofia adriele 22 mp
 
O racionalismo de Descartes.pptx
O racionalismo de Descartes.pptxO racionalismo de Descartes.pptx
O racionalismo de Descartes.pptx
 
Racionalismo
RacionalismoRacionalismo
Racionalismo
 
Aula 1 a obra de kant como síntese do nascente pensamento burguês
Aula 1   a obra de kant como síntese do nascente pensamento burguêsAula 1   a obra de kant como síntese do nascente pensamento burguês
Aula 1 a obra de kant como síntese do nascente pensamento burguês
 
Resumos filosofia 2
Resumos filosofia 2Resumos filosofia 2
Resumos filosofia 2
 

Plus de mluisavalente

Trabalho filosofia_10ºD.pdf
Trabalho  filosofia_10ºD.pdfTrabalho  filosofia_10ºD.pdf
Trabalho filosofia_10ºD.pdfmluisavalente
 
Trab psic occipital zé
Trab psic occipital  zéTrab psic occipital  zé
Trab psic occipital zémluisavalente
 
Lana do cérebro tg cat campos
Lana do cérebro tg cat camposLana do cérebro tg cat campos
Lana do cérebro tg cat camposmluisavalente
 
Trab psicologia mar 12ºb
Trab psicologia mar  12ºbTrab psicologia mar  12ºb
Trab psicologia mar 12ºbmluisavalente
 
Sentido da existência humana 11º b andreia
Sentido da existência humana 11º b andreiaSentido da existência humana 11º b andreia
Sentido da existência humana 11º b andreiamluisavalente
 
Ficha de trabalho lógica proposicional 2 fotocopiar
Ficha de trabalho lógica proposicional 2 fotocopiarFicha de trabalho lógica proposicional 2 fotocopiar
Ficha de trabalho lógica proposicional 2 fotocopiarmluisavalente
 
Logica proposicional convertido
Logica proposicional convertidoLogica proposicional convertido
Logica proposicional convertidomluisavalente
 
Ficha de trabalho introdução lógica convertido
Ficha de trabalho introdução lógica convertidoFicha de trabalho introdução lógica convertido
Ficha de trabalho introdução lógica convertidomluisavalente
 
Psicologia escolar e Educacional
Psicologia escolar e EducacionalPsicologia escolar e Educacional
Psicologia escolar e Educacionalmluisavalente
 
Psicologia do Desporto - trabalho Psicologia B – 12ºano
Psicologia do Desporto - trabalho Psicologia B – 12ºanoPsicologia do Desporto - trabalho Psicologia B – 12ºano
Psicologia do Desporto - trabalho Psicologia B – 12ºanomluisavalente
 
Trabalho psicologia - Clínica e Forense
Trabalho  psicologia - Clínica e ForenseTrabalho  psicologia - Clínica e Forense
Trabalho psicologia - Clínica e Forensemluisavalente
 
Trabalho: Famílias e violência
Trabalho: Famílias e violência Trabalho: Famílias e violência
Trabalho: Famílias e violência mluisavalente
 

Plus de mluisavalente (20)

Trabalho filosofia_10ºD.pdf
Trabalho  filosofia_10ºD.pdfTrabalho  filosofia_10ºD.pdf
Trabalho filosofia_10ºD.pdf
 
Texto 1
Texto 1Texto 1
Texto 1
 
A liberdade
A liberdadeA liberdade
A liberdade
 
Trab psic occipital zé
Trab psic occipital  zéTrab psic occipital  zé
Trab psic occipital zé
 
Psicologia B
Psicologia  BPsicologia  B
Psicologia B
 
Lana do cérebro tg cat campos
Lana do cérebro tg cat camposLana do cérebro tg cat campos
Lana do cérebro tg cat campos
 
Trab psicologia mar 12ºb
Trab psicologia mar  12ºbTrab psicologia mar  12ºb
Trab psicologia mar 12ºb
 
Sentido da existência humana 11º b andreia
Sentido da existência humana 11º b andreiaSentido da existência humana 11º b andreia
Sentido da existência humana 11º b andreia
 
Ficha de trabalho lógica proposicional 2 fotocopiar
Ficha de trabalho lógica proposicional 2 fotocopiarFicha de trabalho lógica proposicional 2 fotocopiar
Ficha de trabalho lógica proposicional 2 fotocopiar
 
Logica proposicional convertido
Logica proposicional convertidoLogica proposicional convertido
Logica proposicional convertido
 
Ficha de trabalho introdução lógica convertido
Ficha de trabalho introdução lógica convertidoFicha de trabalho introdução lógica convertido
Ficha de trabalho introdução lógica convertido
 
Filosofia 11
Filosofia 11Filosofia 11
Filosofia 11
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
 
Tg ação humana
Tg ação humana  Tg ação humana
Tg ação humana
 
Filosofia jessica
Filosofia jessicaFilosofia jessica
Filosofia jessica
 
Psicologia escolar e Educacional
Psicologia escolar e EducacionalPsicologia escolar e Educacional
Psicologia escolar e Educacional
 
Psicologia do Desporto - trabalho Psicologia B – 12ºano
Psicologia do Desporto - trabalho Psicologia B – 12ºanoPsicologia do Desporto - trabalho Psicologia B – 12ºano
Psicologia do Desporto - trabalho Psicologia B – 12ºano
 
Trabalho psicologia - Clínica e Forense
Trabalho  psicologia - Clínica e ForenseTrabalho  psicologia - Clínica e Forense
Trabalho psicologia - Clínica e Forense
 
O arauto de salazar
O arauto de salazarO arauto de salazar
O arauto de salazar
 
Trabalho: Famílias e violência
Trabalho: Famílias e violência Trabalho: Famílias e violência
Trabalho: Famílias e violência
 

O Filósofo René Descartes

  • 1. RENE DESCARTES Trabalho realizado por: João Costa; Pedro Cardoso; Rui Pereira. Professora: Luísa Valente Porto, 19 de Março de 2012 1
  • 2. Introdução O presente trabalho tem como objectivo aprofundar o nosso conhecimento sobre o filósofo e matemático René Descartes; com base na sua vida e obra. No âmbito da disciplina de Filosofia. 2
  • 3. Vida René Descartes foi um filósofo, físico e matemático francês que nasceu a 31 de Março de 1596 e morreu a 11 de Fevereiro de 1650. Durante a Idade Moderna também era conhecido por seu nome latino Renatus Carteios. Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Foi uma das figuras chave na Revolução Científica. Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reacção às suas obras ou a autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir de Descartes inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna. Décadas mais tarde, surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma, seria o seu oposto - o empirismo, com John Locke e David Hume. 3
  • 4. A Metafísica No Discurso sobre o Método, Descartes pensa sobretudo na ciência. Para bem compreender sua metafísica, é necessário ler as Meditações. 1. - Todos sabem que Descartes inicia seu itinerário espiritual com a dúvida. Mas é necessário compreender que essa dúvida tem um outro alcance que a dúvida metódica do cientista. Descartes dúvida voluntária e sistematicamente de tudo, desde que possa encontrar um argumento, por mais frágil que seja. Por conseguinte, os instrumentos da dúvida nada mais são do que os auxiliares psicológicos, de uma ascese, os instrumentos de um verdadeiro "exército espiritual". Duvidemos dos sentidos, uma vez que eles frequentemente nos enganam, pois, diz Descartes, nunca tenho certeza de estar sonhando ou de estar desperto! (Quantas vezes acreditei-me vestido com o "robe de chambre", ocupado em escrever algo junto à lareira; na verdade, "estava despido em meu leito"). Duvidemos também das próprias evidências científicas e das verdades matemáticas! Mas quê? Não é verdade - quer eu sonhe ou esteja desperto - que 2 + 2 = 4? Mas se um génio maligno me enganasse, se Deus fosse mau e me iludisse quanto às minhas evidências matemáticas e físicas? Tanto quanto duvido do Ser, sempre posso duvidar do objecto (permitam-me retomar os termos do mais lúcido intérprete de Descartes, Ferdinand Alquié). 2. - Existe, porém, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o demónio queira sempre me enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso, resta a certeza de que eu penso. Nenhum objecto de pensamento resiste à dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável. "Penso, cogito, logo existo, ergo sum". Não é um raciocínio (apesar do logo, do ergo), mas uma intuição, e mais sólida que a do matemático, pois é uma intuição metafísica e metamatemática. Ela não se trata de um objecto, mas sim de um ser. Eu penso, Ego cogita (e o ego, sem aborrecer Brunschvicg, é muito mais que um simples acidente gramatical do verbo cogitare). O cogito de Descartes, portanto, não é, como já se disse, o acto de nascimento do que, em filosofia, chamamos de idealismo (o sujeito pensante e suas ideias como o fundamento de todo conhecimento), mas a descoberta do domínio ontológico (estes 4
  • 5. objectos que são as evidências matemáticas remetem a este ser que é meu pensamento). 3. - Nesse nível, entretanto, nesse momento de seu itinerário espiritual, Descartes é solipsista. Ele só tem certeza de seu ser, isto é, de seu ser pensante (pois, sempre duvido desse objecto que é meu corpo; a alma, diz Descartes nesse sentido, "é mais fácil de ser conhecida que o corpo"). É pelo aprofundamento de sua solidão que Descartes escapará dessa solidão. Dentre as ideias do meu cogito existe uma inteiramente extraordinária. É a Ideia de perfeição, de infinito. Não posso tê-la tirado de mim mesmo, visto que sou finito e imperfeito. Eu, tão imperfeito, que tenho a ideia de Perfeição, só posso tê-la recebido de um Ser perfeito que me ultrapassa e que é o autor do meu ser. Por conseguinte, eis demonstrada a existência de Deus. E nota-se que se trata de um Deus perfeito, que, por conseguinte, é toda bondade. Eis o fantasma do génio maligno exorcizado. Se Deus é perfeito, representa toda a bondade, não pode ter querido enganar-me e todas as minhas ideias claras e distintas são garantidas pela veracidade divina. Uma vez que Deus existe, eu então posso crer na existência do mundo. O caminho é exactamente o inverso do seguido por São Tomás. Compreenda-se que, para tanto, não tenho o direito de guiar-me pelos sentidos (cujas mensagens permanecem confusas e que só têm um valor de sinal para os instintos do ser vivo). Só posso crer no que me é claro e distinto (por exemplo: na matéria, o que existe verdadeiramente é o que é claramente pensável, isto é, a extensão e o movimento). Alguns acham que Descartes fazia um círculo vicioso: a evidência me conduz a Deus e Deus me garante a evidência! Mas não se trata da mesma evidência. A evidência ontológica que, pelo cogito, me conduz a Deus fundamenta a evidência dos objectos matemáticos. Por conseguinte, a metafísica tem, para Descartes, uma evidência mais profunda que a ciência. É ela que fundamenta a ciência (um ateu, dirá Descartes, não pode ser geómetra!). 4. - A Quinta meditação apresenta uma outra maneira de provar a existência de Deus. Não mais se trata de partir de mim, que tenho a ideia de Deus, mas antes da ideia de Deus que há em mim. Apreender a ideia de perfeição e afirmar a existência do ser perfeito é a mesma coisa. Pois uma 5
  • 6. perfeição não-existente não seria uma perfeição. É o argumento ontológico, o argumento de Santo Anselmo que Descartes (que não leu Santo Anselmo) reencontra: trata-se, ainda aqui, mais de uma intuição, de uma experiência espiritual (a de um infinito que me ultrapassa) do que de um raciocínio. O Método Descartes quer estabelecer um método universal, inspirado no rigor matemático e em suas "longas cadeias de razão". 1. A primeira regra é a evidência: não admitir "nenhuma coisa como verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal". Em outras palavras, evitar toda "precipitação" e toda "prevenção" (preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o que "eu não tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte, a evidência é o que salta aos olhos, é aquilo de que não posso duvidar, apesar de todos os meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da dúvida, apesar de todos os resíduos, o produto do espírito crítico. Não, como diz bem Jankélévitch, "uma evidência juvenil, mas quadragenária". 2. A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas,quanto forem possíveis". 3. A terceira, é a regra da síntese: "concluir por ordem meus pensamentos, começando pelos objectos mais simples e mais fáceis de conhecer para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos mais complexos". 4. A última á dos "desmembramentos tão complexos... a ponto de estar certo de nada ter omitido". 6
  • 7. Obras importantes  Regras para a direcção do espírito (1628) - obra da juventude inacabada na qual o método aparece em forma de numerosas regras;  O Mundo ou Tratado da Luz (1632-1633) - obra contém algumas das conquistas definitivas da física clássica: a lei da inércia, a da refracção da luz e, principalmente, as bases epistemológicas contrárias ao que seria denominado de princípio da ciência escolástica, radicada no aristotelismo;  Discurso sobre o método (1637);  Geometria (1637);  Meditações Metafísicas (1641). 7
  • 8. Conclusão Com este trabalho ficamos a perceber melhor quem era René Descartes, o que é que tinha feito, bem como tinha sido a sua vida, ficamos a entender melhor as ideias que defendia e como as defendia. Ou seja, este trabalho serviu para aprofundar-mos os nossos conhecimentos a cerca de Descartes, o que é que ele tinha “feito” de importante para a nossa vidas de hoje em dia. 8