1. O documento discute vários aspectos relacionados a cofragens, incluindo reutilizações, materiais comuns em cofragens (como betão, aço e madeira), e tipos de cofragens.
2. É destacada a importância do planejamento das reutilizações dos componentes das cofragens para reduzir custos.
3. Diferentes materiais são discutidos, com a madeira maciça sendo apontada como o material mais comum na superfície cofrante devido a vantagens como trabalhabilidade e
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Índice
1. COFRAGENS......................................................................................... 5
1.1 Reutilizações ............................................................................................................. 6
1.2 Materiais em cofragens ............................................................................................ 7
1.3 Tipos de cofragens ................................................................................................... 8
1.4 Componentes .......................................................................................................... 10
1.5 Sequência dos trabalhos ....................................................................................... 10
1.6 O que diz o Regulamento?..................................................................................... 14
1.7 Dimensionamento ................................................................................................... 16
2. PADIEIRAS .......................................................................................... 22
3. REDES DE PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA ....................... 31
4. DRENAGEM PREDIAL DE ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS E
PLUVIAIS .................................................................................................... 31
5. MOVIMENTO DE TERRAS .................................................................. 32
6. SISTEMAS DE CONTENÇÃO DE TERRAS........................................ 35
6.1 Taludes..................................................................................................................... 35
6.2 Contenções provisórias ......................................................................................... 36
6.3 Contenções definitivas........................................................................................... 39
7. FUNDAÇÕES ....................................................................................... 42
7.1 Tipos de fundações ................................................................................................ 42
8. ALVENARIAS ...................................................................................... 54
9. COBERTURAS .................................................................................... 55
9.1 Coberturas inclinadas ............................................................................................ 55
9.2 Coberturas planas (i < 8%)..................................................................................... 55
10. PAVIMENTOS ...................................................................................... 63
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10.1 Exigências funcionais de revestimentos de piso ................................................ 63
10.2 Classificação UPEC dos revestimentos/locais .................................................... 65
10.3 Principais causas de anomalias em revestimentos de piso............................... 68
11. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................72
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Índice de ilustrações
Ilustração 1 – Alteração da inclinação de um talude............................................................... 35
Ilustração 2 – Revestimento de um talude.............................................................................. 36
Ilustração 3 – Projecção de betão sobre um talude................................................................ 36
Ilustração 4 – Sequência construtiva de contenção em duas faces opostas.......................... 37
Ilustração 5 – Sistema de contenção numa face com escoramento....................................... 37
Ilustração 6 – Estacas prancha cravadas ............................................................................... 38
Ilustração 7 – Esquema de parede de estacas tangentes ...................................................... 39
Ilustração 8 – Esquema de parede de estacas secantes ....................................................... 39
Ilustração 9 – Parede tipo “Berlim" ......................................................................................... 40
Ilustração 10 – Equipamento de realização de paredes moldadas......................................... 40
Ilustração 11 – Realização de ancoragens em paredes moldadas, após a escavação.......... 41
Ilustração 12 – Muros pregados ............................................................................................. 41
Ilustração 13 – Sapatas isoladas............................................................................................ 43
Ilustração 14 – Sapatas contínuas.......................................................................................... 43
Ilustração 15 – Ensoleiramento geral ..................................................................................... 43
Ilustração 16 – Exemplo de sapatas isoladas. Colocação de betão de limpeza..................... 44
Ilustração 17 – Exemplo de sapatas isoladas. Posicionamento da cofragem de acordo com a
implantação, colocação da armadura, posicionamento da armadura do pilar ............... 45
Ilustração 18 – Exemplo de sapatas isoladas. Betonagem e compactação .......................... 45
Ilustração 19 – Ensoleiramento geral ..................................................................................... 46
Ilustração 20 – Bate estacas .................................................................................................. 48
Ilustração 21 – Nega............................................................................................................... 49
Ilustração 22 – Limpeza da cabeça das estacas .................................................................... 49
Ilustração 23 – Preparação do maciço de coroamento........................................................... 49
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Ilustração 24 – Maciço de coroamento ................................................................................... 50
Ilustração 25 – Processo construtivo da estaca moldada com trado contínuo........................ 51
Ilustração 26 – Equipamento empregue na execução de estacas moldadas com trado
contínuo ......................................................................................................................... 51
Ilustração 27 – Equipamento usado na execução de estacas moldadas com lamas
bentoníticas.................................................................................................................... 52
Ilustração 28 – Cobertura plana tradicional acessível para peões sem isolante térmico.
6.Acabamento, 5.Dessolidarização, 3. e 4. Impermeabilização, 2.Pendentes, 1. Suporte
....................................................................................................................................... 57
Ilustração 29 – Cobertura plana tradicional acessível para peões com isolante térmico. 5.
Acabamento, 4. Argamassa armada, 3. Impermeabilização, 2. Isolamento térmico, 1.
Suporte........................................................................................................................... 58
Ilustração 30 – Cobertura plana tradicional acessível a veículos. 7. Pavimento, 6. Argamassa
armada, 3. , 4. e 5.Impermeabilização, 2. Pendentes, 1. Suporte.................................. 58
Ilustração 31 – Cobertura plana tradicional não acessível. 6. Acabamento, 5. Separador, 3. e
4.Impermeabilização, 2. Pendentes, 1. Suporte............................................................. 58
Ilustração 32 – Cobertura plana invertida acessível. 8. Acabamento, 7. Separador, 6.
Isolamento, 5. Separador, 3. e 4. Impermeabilização, 2. Pendentes, 1. Suporte........... 59
Ilustração 33 – Cobertura plana invertida não acessível. 8. Acabamento, 7. Separador, 6.
Isolamento, 5.Separador, 3. e 4. Impermeabilização, 2. Pendentes, 1. Suporte............ 60
Ilustração 34 – Cobertura plana invertida. Remate com elementos emergentes. 1.Sistema
impermeabilizante, 2.Banda de reforço em ângulo (largura 0,48 m), 3.Membrana
impermeabilizante no elemento emergente, 4.Acabamento final do elemento emergente
/ Chapa de remate.......................................................................................................... 60
Ilustração 35 – Cobertura plana invertida. Juntas de dilatação. 1.Banda de reforço (largura
0,48 m, 2.Sistema impermeabilizante, 3.Perfil de junta, 4.Selagem elástica / Banda de
reforço (largura 0,48 m), 5.Banda de reforço (largura 0,48 m). ...................................... 60
Ilustração 36 – Cobertura plana invertida. Tubos de queda. 1.Sistema impermeabilizante,
2.Reforço, 3.Saída de água............................................................................................ 61
Ilustração 37 – Cobertura ajardinada. ..................................................................................... 62
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1. Cofragens
São poucas as pessoas que, ao verem uma peça de betão armado, pensam no molde que
lhe deu a forma, porque não existe nela o mais pequeno vestígio de material lenhoso que a
leve a recordar que, na sua execução, interveio um carpinteiro de cofragens. Apenas o
técnico se recordará da mão hábil do moldador daquela peça acabada, no trabalho
fundamental do carpinteiro, a quem poucas vezes se reconhece mérito, mas que, contudo, ali
tem a sua obra mesmo que no final o que reste do seu trabalho seja apenas a forma.
Actualmente, o carpinteiro de cofragens deve saber como se comporta mecanicamente o
betão ao ser colocado no molde, já que desse conhecimento dependerá a escolha certa e
adequada dimensão dos elementos que compõem a cofragem, o desconhecimento de tal
mecânica pode provocar desastres irreparáveis.
O domínio da mecânica por parte do carpinteiro pode, obviamente, ser questionada pelo
leitor, e com razão, porque este domínio deveria ser exclusivo dos técnicos responsáveis pela
obra, com as qualificações necessárias para o fazer. No entanto, habitualmente não se
incluem planos de cofragens nas obras de betão armado, deixando essa responsabilidade
nas mãos do carpinteiro.
Na técnica das cofragens entram quase em partes iguais a ciência e a arte; a ciência, no que
toca ao dimensionamento dos elementos que compõem a cofragem, ao comportamento
estrutural dos mesmos, a organização dos trabalhos com vista à facilidade de desmontagem,
etc; a arte, está patente na execução das diversas partes e o domínio da carpintaria aplicada
às necessidades que aqui aparecem.
No que respeita a este texto, como não somos artistas, mas técnicos, apenas nos
debruçaremos na ciência que está na “base” das cofragens, utilizando-a como fundamento
para o correcto dimensionamento, tendo sempre em conta a economia do processo, visto que
as cofragens podem facilmente atingir elevadas percentagens do custo total do betão
armado.
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1.1 Reutilizações
Dada a importância da cofragem como elemento definidor da forma e acabamento da face de
peças de betão armado, acrescida ainda da elevada incidência que apresenta no custo final
das peças executadas com este material, torna-se importante dedicar alguma atenção às
reutilizações.
No estudo das cofragens para uma dada obra, devemos contemplar não só a economia e a
resistência mecânica, mas também a facilidade de montagem e desmontagem dos elementos
que a constituem, quer no que respeita à economia de mão-de-obra e rapidez de execução,
quer no que concerne à sequência das operações de desmoldagem.
As técnicas que facilitam as operações de montagem e desmontagem contribuem geralmente
para a menor depreciação dos elementos que constituem uma cofragem, resultando assim
num aumento das reutilizações, factor este que, naturalmente, apresenta grande peso no que
respeita à diminuição dos custos finais do trabalho.
O menor número de componentes diferentes num sistema de cofragens facilita o estudo do
planeamento das respectivas reutilizações numa dada obra, estudo que importa sempre fazer
para que seja contínua e integral a permanência em serviço de todos, ou de quase todos os
seus elementos. A cada elemento acabado de desmontar deverá estar prevista uma idêntica
ou nova função na constituição dos moldes correspondentes a outro troço do plano de
betonagens, com o intervalo programado para a limpeza e eventuais reparações e/ou
tratamentos.
A meta a atingir com o planeamento das reutilizações será pois: cumprindo os mínimos
regulamentares quanto a tempo de presa de betão, que todos os componentes do sistema de
cofragem se encontrem em serviço, sem se verificarem descontinuidade na betonagem por
falta de elementos disponíveis, para a montagem dos moldes que a sequência de trabalhos
exige, ou, por outro lado, haja excesso desses elementos.
Finalmente, o estudo dos elementos constituintes de um sistema de cofragem deverá ainda
atender à facilidade de limpeza, de conservação, de armazenamento e de identificação de
todos os seus componentes.
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1.2 Materiais em cofragens
1.2.1 Betão
O betão pode ser utilizado em cofragens para concretizar estruturas de apoio. Utiliza-se
frequentemente na realização de descargas no terreno quando este, por si só, não tem
capacidade resistente suficiente, mesmo recorrendo a elementos auxiliares apara atenuar o
contacto da carga no solo.
Também pode ser utilizado como elemento resistente, isto é, como cofragem definitiva
quando existe dificuldade em efectuar a estrutura de suporte, como por exemplo, em
situações de pé-direito elevado. Correntemente, aplica-se em lajes pré-fabricadas ou em pré-
lajes.
As lajes pré-fabricadas nas várias marcas, das quais se destacam as lajes alveolares tipo
“Maprel”, já contêm as armaduras finais. As pré-lajes também são pré-fabricadas, contêm
armaduras finais, geralmente com contra-flechas, procedendo-se à colocação de armaduras
e betonagem complementares “in situ”.
1.2.2 Aço
Quando aplicado na superfície cofrante para betão à vista, os painéis metálicos não são
recomendáveis, porque a superfície lisa não é esteticamente aceitável.
Aparece com grande aplicabilidade em elementos de ligação, grampos, pregos, quadros
rígidos ajustáveis para servirem de suporte, escoramento e outros elementos necessários à
completa estabilização dos painéis de cofragem.
Paralelamente aos elementos de ligação, a sua aplicabilidade estende-se também aos
elementos em compressão em escoramentos, tais como torres “PAL”, prumos extensíveis e
escoras metálicas.
O aço surge também como solução em chapas para pavimentos mistos aço-betão,
materializando a superfície aparente, não só em elementos estruturais horizontais como em
elementos verticais.
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Também é muito utilizado em tubos para materializar a superfície cofrante em pilares
podendo, ou não, ser aproveitado como armadura perdida ou simplesmente como molde
recuperável.
1.2.3 Madeira maciça
É o material usado, por excelência, na superfície cofrante devido às suas inúmeras
vantagens, das quais se destacam a trabalhabilidade, o preço e as boas “performances”
mecânicas.
Também é muito utilizável em vigas secundárias pré-fabricadas tipo “Doka” ou “Peri”, e em
vigas de madeira maciça de pinho corrente de várias dimensões.
Tem menor aplicabilidade nos elementos à compressão (tais como escoras de madeira)
porque, apesar do seu baixo peso específico, possui fraca capacidade resistente à
compressão, o que exige grandes secções relativamente a soluções que recorrem ao aço ou
ao alumínio. Os elementos de compressão nos materiais em ligas leves têm, aliado ao seu
baixo peso próprio, uma grande capacidade resistente e de ajuste para várias alturas. Nos
elementos de madeira, deparamo-nos com essa desvantagem, aliada à dificuldade de
realização de emendas.
1.2.4 Contraplacados e aglomerados
Estes materiais surgiram como resultado da necessidade de aproveitamento dos
desperdícios da madeira maciça e dos pequenos diâmetros. Estes últimos são limitativos nas
dimensões das peças que daí provêm.
O fabrico destes materiais faz-se com prensagem das partículas e/ou camadas coladas que
podem assumir vários tamanhos. Em função destas e do modo de fabrico obtêm-se painéis
de aparas (aglomerados de partículas), painéis de fibras (aglomerados de fibras) e
contraplacados.
1.3 Tipos de cofragens
Existem dois tipos de cofragens geralmente usados na prática da construção em Portugal:
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Os sistemas convencionais;
E os sistemas especiais.
1.3.1 Sistemas convencionais
Estes sistemas de cofragem consistem numa armação, composta por uma superfície
cofrante, associada a uma estrutura de suporte, constituída por vigas e prumos ajustáveis.
A superfície cofrante ou forro pode ser materializada por madeira de pinho (já pouco usual),
derivados de madeira (tais como painéis de contraplacados), painéis de madeira maciça e
painéis pré-fabricados.
A estrutura de suporte é constituída por barrotes, vigas pré-fabricadas, perfis metálicos, e
outros suportes análogos. Estas vigas são designadas por vigas da 2ª e 3ª camadas e os
prumos para suporte são ligas metálicas de variadas capacidades resistentes.
Estas cofragens são caracterizadas pela sua flexibilidade, geralmente são montadas com
contra flechas de 1 a 2 cm em função das alturas e das cargas envolvidas.
1.3.2 Sistemas especiais
O sistema de cofragem especial é específico para determinadas estruturas não
convencionais, também designadas por estruturas especiais. Estes sistemas são usados, por
exemplo, em pilares de grande porte, torres, silos e túneis.
Nos sistemas especiais são de salientar as cofragens deslizantes ou trepadoras e semi-
deslizantes.
Existem também soluções construtivas que justificam a utilização de cofragens pneumáticas,
muito especializadas para fim a que se destinam, geralmente são tubos de borracha.
Podemos ainda referir as cofragens perdidas no betão que utilizam vários tipos de materiais
tais como cartão, moldes metálicos e moldes perdidos ou recuperados de aligeiramento de
lajes.
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1.4 Componentes
Os componentes de cofragens podem resumir-se a três já descritos anteriormente:
A superfície cofrante;
Os elementos de suporte;
Os elementos de transmissão de esforços ao solo.
Podemos considerar como principal componente da cofragem a superfície cofrante, pois é a
partir desta que se define o acabamento da superfície final pretendida. Para tal, temos duas
soluções, painéis pré-fabricados e painéis à base de derivados de madeira.
A escolha da superfície cofrante é largamente, e quase exclusivamente, influenciada pelo
custo de produção que se associa ao número de utilizações e ao tempo de colocação,
desmontagem e limpeza em obra.
O sistema de contraventamento dos diversos elementos de suporte assume um papel
importante para evitar a ruína do conjunto.
Para estrutura de suporte do forro ou vigas da 2ª e 3ª camadas existem várias soluções no
mercado. Estas vigas, por sua vez, vão descarregar nos elementos verticais de escoramento
que irão conduzir as cargas ao solo.
Nos elementos verticais ou escoramentos poderemos ter prumos individuais ou acoplados,
com várias capacidades de cargas. Estes elementos podem ser materializados por torres
“PAL” ou torres de tubos.
1.5 Sequência dos trabalhos
1.5.1 Armazenamento dos componentes
O armazenamento ordenado dos componentes dum sistema de cofragens – prumos, vigas,
painéis, acessórios, etc. – é uma operação essencial para que na altura da sua utilização os
trabalhos de montagem decorram com regularidade e sem atrasos.
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Os painéis, individualmente identificados, devem ser armazenados em pilhas horizontais no
sistema de face com face, de tal forma que cada pilha só contenha painéis de um dado tipo e
de iguais dimensões.
Os componentes com uma dimensão predominante em relação às outras – prumos, vigas,
escoras, etc. – deverão igualmente ser empilhados, respeitando-se a selecção de tipos,
secções e comprimentos.
Antes dos armazenamentos, todos os elementos metálicos deverão ser protegidos com óleo
antiferrugem, e os elementos de pequenas dimensões, tais como porcas, anilhas, chaves,
etc., devem ser separadamente arrumados em caixotes.
Para um armazenamento de longa duração, e no caso deste não ser feito sob coberto,
deverão as pilhas ser protegidas com encerado ou tela plástica que totalmente as envolva.
1.5.2 Tratamento das superfícies dos moldes
As faces dos moldes que ficam em contacto com o betão devem ser tratadas com produto
que facilite a descofragem, geralmente com o aspecto de um óleo ou pasta cremosa.
Para materiais diferentes aplicados nas superfícies dos moldes, tais como madeira, ferro ou
plástico, deverão ser usados produtos descofrantes diferentes, sendo muito importante que
se utilize o que lhe é apropriado.
O produto descofrante não deverá ser aplicado se não estiver acondicionado na embalagem
de origem e claramente identificado. Na sua aplicação seguir-se-ão as instruções do
respectivo fabricante, procurando sempre formar sobre o molde, a trincha, com rolo ou a
pistola, uma película contínua fina e de espessura uniforme. O defeito mais frequente na
aplicação deste tipo de produtos consiste no exagero da quantidade aplicada, facto que dá
origem a formação de manchas nas superfícies moldadas das peças de betão.
Os produtos descofrantes de diferentes fabricantes nunca deverão ser misturados entre si,
nem no caso de uma superfície tratada com um dado produto deverá ser renovado o
tratamento com produto diferente, sem que essa superfície seja objecto de uma limpeza a
fundo.
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1.5.3 Montagem
Embora a cofragem seja uma estrutura provisória, dado ter que suportar as solicitações que
ocorrem durante a betonagem, importa que, para além de um correcto dimensionamento, não
se descure a perfeição dos trabalhos de montagem, sem descurar a facilidade do trabalho de
colocação do betão nos moldes.
Se bem que cada caso apresente os seus problemas próprios, convirá ter sempre presente
as seguintes regras gerais:
Cada painel deverá ser colocado na correcta posição, tendo em atenção a posição relativa
dos parâmetros de identificação;
Todas as escoras, travessas, separadores, tirantes, cunhas, etc., deverão ser aplicadas
com os correctos intervalos de afastamento relativo;
Todos os prumos e escoras da entivação deverão ser rigidamente ligados entre si para que
trabalhem em conjunto e não como elementos isolados;
Os elementos verticais da entivação apoiarão sempre em elementos horizontais de maior
dimensão com o fim de melhorar a distribuição das respectivas reacções e garantir a
fixação dos pés daqueles elementos;
Os moldes deverão ser estanques, para tal usar-se-ão tiras de plástico esponjoso em
topos, curvas, juntas, etc., para evitar perdas de betão;
Todos os elementos de aperto (parafusos, esticadores, cunhas, etc.) deverão ser
inspeccionados antes do começo dos trabalhos de betonagem;
Em betonagens sucessivas em altura, o canto inferior do molde deverá ser bem apertado
contra o betão já endurecido da betonagem anterior;
Todas as peças do interior dos moldes, assim como painéis de topo, devem ser fixados à
cofragem principal sem danificar, procurando evitar-se a furação ou corte de painéis
normalizados;
Os furos feitos na cofragem deverão ser posteriormente tampados;
Os moldes devem ser limpos de restos de esticadores, pregos, etc., para evitar que
manchem a cofragem e consequentemente o betão, caso sejam afectados pela corrosão;
Nas grandes secções pré-fabricadas de cofragem deve assinalar-se o seu peso, para que,
ao serem içadas, se utilizem os órgãos de elevação com capacidade de carga suficiente;
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O estaleiro deve ser amplo, plano e desimpedido de obstáculos para facilitar a montagem
das secções de cofragem, melhorar a segurança dos trabalhos e contribuir para a redução
dos custos;
Quando se usarem sistemas de cofragem patenteados, devem seguir-se as instruções do
respectivo fabricante.
1.5.4 Descofragem
De igual forma, também se torna conveniente ter presente algumas regras de base
relativamente aos trabalhos de desmontagem dos moldes:
O tempo de endurecimento até à descofragem é função das dimensões do elemento
betonado, do tipo de betão e das condições de ambiente (temperatura e humidade relativa
do ar), devendo o betão ter adquirido a resistência suficiente, não só para que seja
satisfeita a segurança em relação à rotura da peça desmoldada, mas também para que
não se verifiquem deformações excessivas, tanto a curto como a longo prazo;
Os elementos de aperto e de apoio (parafusos, tirantes, cunhas, prumos, etc.) deverão ser
aliviados ou retirados intervaladamente sem choques bruscos;
Nunca deverão ser utilizadas alavancas metálicas entre o betão e a cofragem, se um
painel precisar de ser arrancado, poderão ser utilizadas cunhas de madeira rija;
As arestas das peças acabadas de descofrar, no caso de poderem vir a ser danificadas
pelo tráfego de pessoas ou de materiais, deverão ser protegidas de sarrafos.
1.5.5 Limpeza
Depois da descofragem, deve ter-se presente que:
As faces dos moldes deverão ser limpas imediatamente após a sua utilização e não só
passado um longo período de tempo;
Os elementos de madeira deverão ser limpos com escovas duras para remoção de todas
as crostas de betão que a eles tenham ficado aderentes; os rapadores metálicos só
poderão ser utilizados em cofragens metálicas; no caso de moldes de plástico, usar-se-ão
escovas e panos molhados;
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Depois de limpos, os componentes de um sistema de cofragem, se não se destinarem a
imediata utilização, deverão ser armazenados com os cuidados já anteriormente referidos.
1.6 O que diz o Regulamento?
REGULAMENTO DE ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO E PRÉ-ESFORÇADO Decreto-
Lei n.º 349-C/83
B – Moldes e Cimbres
Artigo 152.º - Características gerais dos moldes e cimbres
Os moldes e cimbres devem ser concebidos e construídos de modo a satisfazer as seguintes
condições:
a) Suportarem com segurança satisfatória as acções a que vão estar sujeitos, em
particular as resultantes do impulso do betão fresco durante a sua colocação e
compactação;
b) Terem rigidez suficiente para não sofrerem deformações excessivas, de modo que a
forma da estrutura executada corresponda, dentro de tolerâncias previstas, à
estrutura projectada;
c) Serem suficientemente estanques para não permitirem a fuga da pasta ligante; no
caso de serem constituídas por materiais absorventes de água, devem ser
abundantemente molhados antes da betonagem, tendo-se o cuidado, no entanto, de
remover toda a água em excesso;
d) Permitirem fácil desmontagem, que não provoque danos no betão e tenha em conta
o plano de desmoldagem previsto, podendo ser necessária a utilização de
dispositivos especiais (cunhas, caixa de areia, parafusos, macacos, etc.);
e) Permitirem a aplicação correcta dos pré-esforços, sem contrariar os deslocamentos
ou as deformações correspondentes;
f) Disporem, se necessário, de aberturas que permitam a sua conveniente limpeza e
inspecção antes da betonagem e facilitem a colocação e compactação do betão;
g) Terem superfícies de moldagem com características adequadas ao aspecto
pretendido para a peça desmoldada.
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Artigo 153.º - Desmoldagem e descimbramento
153.1 – As operações de desmoldagem e de descimbramento somente devem ser realizadas
quando a estrutura tiver adquirido resistência suficiente (pelo endurecimento do betão e,
quando for o caso, pela aplicação do pré-esforço) não só para que seja satisfeita a segurança
em relação aos estados limites últimos mas também para que não se verifiquem deformação
e fendilhação inconvenientes. Tais operações devem ser conduzidas com os necessários
cuidados, de modo a não provocar esforços prejudiciais, choques ou fortes vibrações.
153.2 – Nos casos correntes e a menos de justificação especial, em condições normais de
temperatura e humidade e para betões com coeficientes de endurecimento correntes, os
prazos mínimos para a retirada dos moldes e dos escoramentos, contados a partir da data de
conclusão de betonagem, são os indicados no quadro XVIII.
QUADRO XVIII
Prazos mínimos de desmoldagem e descimbramento
Moldes e escoramentos Tipo de elemento Prazo (dias)
Moldes de faces laterais Vigas, pilares e paredes 3 (1)
l≤6m 7
Lajes (3)
Moldes de faces inferiores l>6m 14
Vigas 14
l≤6m 14 (2)
Lajes (3)
Escoramentos l>6m 21 (2)
Vigas 21 (2)
(1) Este prazo pode ser reduzido para 12 horas se forem tomadas precauções especiais para evitar
danificações das superfícies.
(2) Este prazo deve ser aumentado para 28 dias no caso de lajes e vigas que, na ocasião do
descimbramento, fiquem sujeitas a acções de valor próximo do que, satisfeita a segurança,
correspondente à sua capacidade resistente.
(3) No caso de lajes em consola, deve tomar-se como vão, l, o dobro do balanço teórico.
Aos prazos de desmoldagem e descimbramento indicados no quadro deverá adicionar-se o
número de dias em que a temperatura do ar, no local da obra, se tenha mantido inferior a
5ºC, durante e depois da betonagem.
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153.3 – Nos casos especiais, ou nos casos tratados no número anterior em que se pretenda
não cumprir o ali especificado, os prazos de desmoldagem e descimbramento serão
estabelecidos e justificados tendo em atenção o preceituado em 153.1 e atendendo à
evolução das propriedades mecânicas do betão, convenientemente determinadas por
ensaios. Não poderá, no entanto, proceder-se à retirada dos moldes de faces inferiores e dos
escoramentos de lajes e vigas antes que o betão atinja uma resistência à compressão
superior ao dobro da tensão máxima resultante das acções a que a peça ficará sujeita, com
mínimo de 10 MPa.
Chama-se a atenção para que, segundo o estipulado em 173.4, as datas de desmoldagem e descimbramento
dos diversos elementos devem ser devidamente anotadas no livro de registo da obra juntamente com todos os
elementos de informação pertinentes às correspondentes decisões.
1.7 Dimensionamento
1.7.1 Cálculo dos Impulsos do betão
Verticais
- correspondem ao peso do betão: 25 kN/m3.
Horizontais
- peso volúmico do betão: 24 kN/m3;
- altura da cofragem;
- velocidade da betonagem em altura;
- trabalhabilidade do betão (slump);
- temperatura do betão;
- espessura do elemento a betonar;
- tipo de colocação do betão.
1.7.2 Método de cálculo desenvolvido pela Construction Industry
Research & Information Association (C.I.R.I.A.)
Para calcular os impulsos do betão (I) dispomos de 3 fórmulas, de cujos resultados se adopta
o menor valor;
I = γb × H ;
16 Bom estudo...
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É a situação mais desfavorável, na medida em que, quando a betonagem é rápida, o betão
comporta-se como um fluído e cria-se um impulso hidrostático.
e
I = 3×V + + 15 ;
10
Esta fórmula apenas será utilizada quando as paredes tiverem uma espessura inferior a 500
mm.
I = γb × V × K1 × K 2 ;
Tem em conta diversos factores que podem ser desfavoráveis, tais como, a temperatura do
betão, o slump e o tipo de colocação.
O impulso do betão diminui com a velocidade, a altura, a espessura e o abaixamento e
aumenta com a temperatura.
K1
Temperatura do betão (ºC)
Slump
5 10 15 20 25 30
26 mm 1,45 1,10 0,80 0,60 0,45 0,35
50 mm 1,90 1,45 1,10 0,30 0,60 0,45
75 mm 2,35 1,80 1,35 1,00 0,75 0,55
100 mm 2,75 2,10 1,60 1,15 0,90 0,65
K2
5 - betonagem c/ tubo ou calha
10 - condições médias de betonagem
Até 15 - descarga livre acima de 2 m
em que (para as fórmulas anteriores):
17 Bom estudo...
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I - Impulso máximo do betão [kN/m2];
γb - Peso volúmico do betão [24 kN/m3];
H - Altura de betão acima da secção em estudo;
V - Velocidade de betonagem [m/h];
E - Espessura da parede a betonar [mm];
K1 - Factor que depende da temperatura e do slump test do betão;
K2 - Factor que depende das condições de betonagem.
1.7.3 Elementos sujeitos à flexão
Verificação da segurança à tensão normal
Momento flector:
P × L2
M= (vãos extremos)
8
P × L2
M= (vãos intermédios)
10
Tensão normal:
M
σ=
w
Para secções rectangulares e considerando os barrotes simplesmente apoiados, o módulo de
flexão (w) será:
b × h2
w=
6
Para estas condições, o vão máximo será igual a:
4×σ×b
L=h
3×P
em que:
M - Momento flector [kN×m];
18 Bom estudo...
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P - Carga uniformemente distribuida [kN/m];
L - Vão entre eixos de apoios [m];
σ - Tensão normal [kPa];
W - Módulo de flexão [m3];
B - Largura da peça [m];
H - Altura da peça [m].
Verificação da segurança à tensão tangencial
Esforço transverso:
P ×L
V=
2
Tensão tangencial:
V ×S
τ=
Ι×t
Para secções rectangulares, o momento estático é igual a:
b × h2
S=
8
O vão máximo será então:
4× τ×b×h
L=
3×P
em que:
V - Esforço transverso [kN]
P - Carga uniformemente distribuida [kN/m];
L - Vão entre eixos de apoios [m];
τ - Tensão tangencial no plano neutro [kPa];
S - momento estático da área situada acima ou abaixo do plano neutro, em relação a este
plano [m3];
I - Momento de inéricia da secção [m4];
19 Bom estudo...
21. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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t - Largura do elemento no plano neutro [m];
B - Largura da peça [m];
H - Altura da peça [m].
Verificação do esmagamento nos apoios
Tensão de esmagamento:
V
σe =
A
em que:
σe - Tensão de esmagamento (compressão transversal) [kN/m2];
V - Carga transmitida (reacção de apoio) [kN];
A - Área de transmissão de carga ou de apoio do elemento resistente [m2].
O valor da tensão de esmagamento deverá ser inferior à tensão máxima de serviço de
transversal, no caso da madeira de pinho igual a 2000 kPa.
Nos elementos laminares dispensa-se esta verificação uma vez que a sua largura é muito
grande.
Verificação à deformação (flecha)
Impõe-se um valor máximo para a flecha e determina-se o vão. Este valor pode ser fixo, 3
mm; ou variar com o vão:
3×L
fmáx =
1000
20 Bom estudo...
22. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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O vão máximo será:
384 × fmáx × E × Ι
L=4
5×P
em que:
fmáx - Flecha máxima [m]
P - Carga uniforme [kN/m]
L - Vão máximo [m]
E - módulo de elasticidade[kPa]
Ι - Momento de inércia [m4]
Verificação da carga nos prumos verticais
Carga no prumo vertical:
Pp = P × A inf
em que:
Pp - Carga no prumo [kN]
P - Carga uniforme [kN/m2]
Ainf - Área de influência [m2]
21 Bom estudo...
23. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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2. Padieiras
Quando há necessidade de abrir um “buraco” numa parede existente torna-se imprescindível
proceder ao cálculo de uma padieira que resista às solicitações que anteriormente (antes da
abertura do buraco), eram suportadas pela parcela de parede entretanto demolida.
Tendencialmente, formar-se-á um arco natural, tal como ilustrado na fig 1, que por motivos
relacionados com a simplificação dos cálculos, se estudará como se de um triângulo se
tratasse, fig 2.
Fig 1 Fig 2
No que respeita à formação deste arco natural, verificar-se-á, invariavelmente, uma das duas
seguintes situações:
Se não houver descontinuidades – buracos, janelas, etc -, esse arco será suficiente
para resistir às solicitações;
A existência de singularidades poderá limitar a largura do arco de tal forma que a sua
capacidade resistente seja inferior à necessária;
Aproximando o arco natural a um triângulo teremos o ângulo α a depender da
qualidade da alvenaria:
Qualidade das
α
alvenarias
Boa 60º
Fraca 75º
22 Bom estudo...
24. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Não havendo qualquer tipo de descontinuidades forma-se o arco natural. Resta dimensionar
a padieira para suportar a parede sob o arco.
Padieira
Existindo singularidades será necessário verificar se o arco se consegue ou não formar.
Não se forma arco! O arco é interceptado por um “buraco”. É necessário dimensionar a
padieira para resistir a todas as cargas acima do seu plano.
janela janela
Forma-se arco! Embora se conclua que pode haver formação do arco natural é necessário
verificar se a sua largura “L” permitirá ao arco atingir uma capacidade resistente suficiente
para suportar as cargas acima de si. Para efectuar tal verificação calculam-se o somatório de
todas as cargas acima do arco.
janela janela
L L
23 Bom estudo...
25. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Nota: Distribuição das Cargas
Cargas a
considerar
Cargas a
considerar
24 Bom estudo...
26. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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O arco resiste!
C1
janela C2 janela
C3
L
C4
Metade do somatório das cargas ( C1 + C2 + C3 ) / 2 é inferior à capacidade resisteste do
arco com a largura “L”. Dimensiona-se a padieira para resistir apenas à carga C4.
O arco não resiste!
C1
janela C2 janela
C5
Dimensiona-se a padieira para resistir à totalidade das cargas acima do seu plano:
C1 + C2 + C5
25 Bom estudo...
27. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Exemplo:
2.30m
1.50m 2.50m 1.50m
1.00m
2.60m
3.0m
2.10m
γalv = 18kN/m3 γbetão = 25kN/m3
1.2Mpa cargas concentradas
σrot, alv
1.8Mpa cargas distribuídas
Alvenaria de boa qualidade, α = 60º, espessura 20cm
Carga transmitida pela laje 30kN/m (já majorada)
Pode haver formação de arco natural?
y
tg 60º = ⇒ y = 2.60m
1.50
y
60º
1.50m
26 Bom estudo...
28. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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RESOLUÇÃO:
P1
Q1
P2
= 4.00m x carga laje = 4.00 x 2.30 x γalv x espessura x = 2.50x1.00x γalv xespessurax1.50
1.50
= 4.00 x 30kN/m = 120kN = 2.50x1.00x18x0.20x1.50 = 13.5kN
= 4.00 x 2.30 x 18 x 0.20 x 1.50 =
49.7kN
Σcargas = 183.2kN
1.25m
1.25m
x x
30º 60º
x
60º
cos30º = x / 1.25
sin60º = x / 1.25
x = 1.08m
27 Bom estudo...
29. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Q
1.08m
183.2
Q= = 366.4kN / m2
2.50 * 0.20
30º
FI
FI FI
F/2
FH FH
1.08m
FH
As forças FH anulam-se!
F 183.2
cos 30º = 2 ⇒ FI = 2 = 105.8kN
FI cos 30º
FI 105.8
σ= = = 490kPa Comparar com σrot, alv = 1.8Mpa, verifica!
1.08 * 0.20 1.08 * 0.20
- Cálculo da Padieira:
2.60 x γalv x espessura x 1.50= 2.60 x 18 x 0.20 x 1.50 = 14kN
2.60m
Q
3.00m
10.5kN 10.5kN
28 Bom estudo...
30. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Q = (b x h)/2 = (3.00 x 14)/2 = 21kN
1.5m
10.5kN
M1/2vão = 10.5 x 1.5 – 10.5 x 0.5 = 10.5kNm
10.5kN
Utilizando perfis INP em aço Fe360, fsyd = 235Mpa
M 10.5 I
σ= ⇔ 235 E 3 = ⇒ = 4.5E − 5m3 = 45cm3
I I v
v v
Verificação da entrega na parede:
Perfil INP
N N 10.5kN
σ= ⇔ σ alv = ⇒ A =
A A 1200kPa
sendo a espessura da parede 20cm, vamos usar uma chapa com 18cm
10.5 10.5
Lchapa * 0.18 ≥ ⇒ Lchapa ≥ ≈ 5cm
σ rot ,alv 0.18 *1200
29 Bom estudo...
31. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Espessura da chapa:
σrot, alv
Mc
M M 6M c
σ= ⇔ f syd = c ⇒ h =
I bh 2
1.0 * 235 E 3
v 6
P * l 2 σ rot ,alv * l
2
Mc = =
2 2
30 Bom estudo...
32. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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3. Redes de prediais de distribuição de água
Este capítulo deve ser estudado por:
Pedroso, Vitor M. R., “Manual dos sistemas prediais de distribuição e drenagem de águas”,
LNEC;
Regulamento geral dos sistemas públicos e prediais de distribuição de águas e de
drenagem de águas residuais (RGSPPDADAR);
Diapositivos das aulas.
4. Drenagem predial de águas residuais domésticas e
pluviais
Este capítulo deve ser estudado por:
Pedroso, Vitor M. R., “Manual dos sistemas prediais de distribuição e drenagem de águas”,
LNEC;
Regulamento geral dos sistemas públicos e prediais de distribuição de águas e de
drenagem de águas residuais (RGSPPDADAR);
Diapositivos das aulas.
31 Bom estudo...
33. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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5. Movimento de terras
Consideram-se movimentos de terras todas as alterações intencionais realizadas na forma
dos terrenos, naturais ou já anteriormente sujeitas à intervenção humana. Neste contexto são
movimentos de terras os trabalhos relativos à escavação de solo e/ou colocação de aterro
para a execução de uma superfície plana e os referentes a abertura de valas ou poços para a
realização de fundações.
Na definição dos meios e processos a utilizar na movimentação de terras devem ser
ponderados os seguintes aspectos:
a planimetria e altimetria do terreno;
a natureza e hidrologia do terreno;
a existência de edificações próximas do local a escavar;
a presença de maciços rochosos;
a existência de terrenos alagados ou pantanosos.
a época do ano prevista para a realização dos trabalhos;
Uma obra constituída por um maciço artificial de terras provenientes de uma zona de
escavação ou de uma zona de empréstimo designa-se por aterro.
Os solos utilizados na realização de um aterro devem ter capacidade suficiente para suportar
a carga prevista, estar isentos de ramos, folhas, troncos, raízes, ervas, lixo ou qualquer tipo
de detritos orgânicos e ser colocados por camadas sucessivamente melhores.
Na execução de aterros devem ser cumpridas algumas regras fundamentais para que se
obtenha um bom resultado, são elas: os aterros devem ser realizados por camadas de
espessura não superior a 20cm; devem ser compactados até se verificar que o equipamento
de compactação deixa de produzir efeito; devem ser regados para lubrificar as partículas,
mas não de uma forma excessiva; junto dos tubos ou cabos eléctricos só se deve aplicar
areia ou terra sem pedras.
O processo utilizado para romper a compacidade do solo através de ferramentas cortantes,
desagregando-o e tornando possível o seu manuseio designa-se por escavação.
32 Bom estudo...
34. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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A escavação pode classificar-se em três grandes categorias: 1ª - solos que podem ser
escavados com o auxílio de equipamentos comuns, tais como, tractor de lâmina,
motoscraper; 2ª - materiais que exigem um desmonte prévio feito com escarificador ou
emprego de explosivos de baixa potência; 3ª - materiais de elevada resistência mecânica em
que são necessários explosivos de elevada potência para o seu desmonte.
Quando a profundidade de escavação é pequena e existe espaço para executar talude
estável, realiza-se a escavação sem contenção, em todos os outros casos, em que não é
possível a execução de talude estável, deve ser prevista a realização de contenção. Alguns
tipos de contenção existentes serão apresentados mais à frente.
A tarefa de escavação é complexa e deve ser ponderada antes do seu início, nomeadamente
no que diz respeito à quantidade de solo a movimentar, à localização da escavação, às
dimensões da escavação, ao tipo de solo a escavar, e ao destino do solo sobrante.
A definição do tipo de escavação e o modo de a realizar é influenciado por vários factores,
nomeadamente:
- Sondagem do terreno - A sondagem fornece indicadores fundamentais sobre a natureza
do terreno que irá receber a edificação, como: características do subsolo, espessuras das
camadas, posição do nível freático, além de prover informações sobre o tipo de
equipamento a ser utilizado para a escavação e retirada do solo, bem como ajuda a definir
qual o tipo de fundação que melhor se adaptará ao terreno de acordo com as
características da estrutura. Além disso, através dos dados da sondagem é possível
identificar, quando necessário, o tipo de contenção mais adequada.
O tipo de sondagem a ser utilizada é escolhido em função do vulto e das características da
edificação que será implantada no terreno e das características deste.
- Cota de fundo da escavação - É um parâmetro de projecto pois define em que momento
se deve parar a escavação do terreno. Para isto, é preciso conhecer: a cota do pavimento
mais baixo; o tipo de fundação a ser utilizada; e ainda, as características das estruturas de
transmissão de cargas do edifício para as fundações.
33 Bom estudo...
35. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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- Processo construtivo da edificação - Para que se possa definir as frentes de trabalho para
a realização das escavações e para a execução das contenções.
- Tipo de construções da vizinhança - Esta informação, aliada à sondagem do terreno,
permite identificar o nível de interferência do movimento de terra com as construções
vizinhas e ainda as possíveis contenções a serem utilizadas.
- Projecto do estaleiro -Deve-se compatibilizar as necessidades do estaleiro (posição de
rampas de acesso, instalação de alojamentos, sanitários, etc.) com as necessidades da
escavação (posição de taludes, rampas, entrada de equipamentos, entre outros).
34 Bom estudo...
36. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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6. Sistemas de contenção de terras
Os sistemas de contenção de terras devem ser previstos sempre que o movimento de terras
implicar o risco de desmoronamento e/ou o abalo das construções ou terrenos vizinhos.
Os sistemas de contenção podem ser classificados pela existência ou não da contenção em
si, e nesse caso serão contidos ou em talude. Podem ainda ser classificados pela sua
transitoriedade em provisórios ou definitivos, pelo funcionamento estrutural em flexíveis ou
rígidos ou pela forma de obtenção do equilíbrio em escoradas e não-escoradas.
6.1 Taludes
Os movimentos de taludes são originados pelo seu ângulo de inclinação maior que o ângulo
do talude natural, pelo aumento de peso devido a sobrecargas ou à presença de água
infiltrada, pela diminuição de resistência, devida, por exemplo, a presença de água infiltrada,
pela alteração da geometria de taludes naturais, pelas vibrações devidas a máquinas ou
veículos ou pela existência de sobrecargas vizinhas.
A protecção dos taludes pode ser realizada a quatro níveis: alterando sua inclinação; evitando
a infiltração de água com a execução de drenagens e/ou com o revestimento do talude com
materiais impermeabilizantes (vegetação ou asfaltos); melhorando as características
resistentes através de injecções de caldas de cimento ou betão projectado; evitando a
presença de vibrações e de sobrecargas.
Ilustração 1 – Alteração da inclinação de um talude
35 Bom estudo...
37. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Ilustração 2 – Revestimento de um talude
Ilustração 3 – Projecção de betão sobre um talude
6.2 Contenções provisórias
Os sistemas de contenção provisória podem classificar-se da seguinte forma:
contenção em duas faces opostas - a estrutura de suporte pretende repor o equilíbrio entre
as duas faces expostas da escavação;
36 Bom estudo...
38. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Ilustração 4 – Sequência construtiva de contenção em duas faces opostas
contenção numa face com escoramento - utilizam-se dois tipos de escoramento ou escoras
dispostas para o interior da área a escavar ou ancoragens instaladas para o interior do
terreno adjacente à escavação;
Ilustração 5 – Sistema de contenção numa face com escoramento
37 Bom estudo...
39. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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contenção numa face com elementos autoportantes - os elementos verticais da contenção
apresentam elevada rigidez à flexão, mas é possível que se deformem devido às elevadas
cargas que suportam, o que conduz a deslocamentos que podem por em risco as
construções próximas. A utilização de escoras ou ancoragens é uma solução para limitar o
problema anterior.
No sistema de contenção numa face com elementos autoportantes as estacas prancha são
possivelmente as mais utilizadas. Este sistema consiste na cravação, no solo, de pranchas,
normalmente, metálicas. As estacas metálicas têm sistemas de ligação com os elementos
contíguos o que garante elevada estanquidade da estrutura e grande estabilidade.
A escolha do tipo de estacas a utilizar depende das características do terreno, do tipo de
ancoragem que permite e da resistência que confere aos esforços instalados. As principais
desvantagens deste tipo de contenção são: o custo de cravação é elevado, a cravação é um
processo, geralmente, ruidoso, o custo das estacas é elevado embora estas possam ser
reutilizadas e os equipamentos de cravação e extracção são caros.
Ilustração 6 – Estacas prancha cravadas
38 Bom estudo...
40. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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6.3 Contenções definitivas
Os sistemas de contenção definitiva mais usados são:
Parede de estacas tangentes - Conduz à ocorrência de frestas entre estacas vizinhas da
ordem de 50 a 100 mm o que pode conduzir a problemas em solos com pouca
consistência ou na presença de água;
1 2 3 4 5
Ilustração 7 – Esquema de parede de estacas tangentes
Paredes de estacas secantes – Na primeira fase de execução a distância livre entre duas
estacas é menor do que o seu diâmetro, como na segunda fase se executam estacas
nesse intervalo obtêm-se uma parede de betão sem frestas;
1 4 2 5 3
Ilustração 8 – Esquema de parede de estacas secantes
Parede tipo “berlim” – é um sistema de contenção de grandes volumes de terras que
requer pouco espaço para equipamento. A sequência de operações é bastante morosa e,
ocasionalmente, pode originar infiltrações. Exige uma coordenação muito estreita entre a
escavação e a execução das betonagens e ancoragens. Não se deve usar quando o nível
freático é muito elevado;
Paredes moldadas – Utilizado para a contenção de grandes volumes de terras e necessita
de bastante espaço para equipamento. A sequência de operações é rápida mas de custo
elevado. Tem bom comportamento do ponto de vista da resistência. Primeiro realiza-se o
betão armado, que, normalmente, encastra 2 a 3 m abaixo da cota do piso da última cave,
e só depois a escavação;
39 Bom estudo...
41. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Ilustração 9 – Parede tipo “Berlim"
Ilustração 10 – Equipamento de realização de paredes moldadas
40 Bom estudo...
42. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Ilustração 11 – Realização de ancoragens em paredes moldadas, após a escavação
Muros pregados – Realiza a contenção e revestimento do talude sem interferência com as
construções vizinhas. É um sistema de fácil e rápida execução com custo reduzido quando
comparado com outros sistemas. Para que seja eficaz deve ser previsto um sistema de
drenagem.
Ilustração 12 – Muros pregados
41 Bom estudo...
43. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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7. Fundações
As fundações são elementos estruturais de ligação entre a super estrutura e o solo, cuja
função é transmitir as cargas da super estrutura ao terreno onde ela se apoia. Devem ter
resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes.
O solo necessita de resistência e rigidez apropriadas para não sofrer ruptura, não apresentar
deformações exageradas e não apresentar deformações diferenciais significativas.
O custo da fundação aumenta quando as características de resistência do solo são
incompatíveis com os esforços que serão a ele transmitidos. Nestas situações são
necessários elementos de fundação mais complexos. O custo de umas fundações bem
projectadas ronda os 3% a 10% do custo total do edifício, enquanto que fundações mal
projectadas representam 5 a 10 vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso.
Para escolher a fundação mais adequada deve-se conhecer os esforços actuantes sobre a
edificação, as características do subsolo e as características dos elementos estruturais que
formam as fundações.
A avaliação das características do subsolo pode ser realizada através de sondagem à
percussão, de poços exploratórios, ensaio de penetração contínua ou ensaio de palheta.
Estas sondagens devem dar origem a um relatório que contem a localização dos furos de
sondagem, a determinação dos tipos de solo até à profundidade de interesse do projecto, a
determinação das condições de compacidade, consistência e capacidade de carga de cada
tipo de solo, a determinação da espessura das camadas e avaliação da orientação dos
planos que as separam e a informação do nível freático.
7.1 Tipos de fundações
As fundações podem ser divididas em três grandes grupos: as fundações directas, quando o
terreno com a capacidade de carga suficiente se encontra próximo da superfície (< 3m); as
fundações semi-directas, situação entre as fundações directas e as indirectas com
profundidades de 3 a 4 m e as fundações indirectas, que se utilizam-se sempre que as
soluções anteriores não são viáveis.
42 Bom estudo...
44. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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7.1.1 Fundações directas
As fundações directas são aquelas em que as solicitações são transmitidas ao solo apenas
pela face inferior do elemento de fundação. Podem ser consideradas deste tipo as sapatas
isoladas, as sapatas contínuas e o ensoleiramento geral.
Ilustração 13 – Sapatas isoladas
Ilustração 14 – Sapatas contínuas
Ilustração 15 – Ensoleiramento geral
43 Bom estudo...
45. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Designam-se sapatas isoladas aos elementos de fundação de planta quadrada ou rectangular
pouco alongada, com uma menor dimensão horizontal que em regra excede o dobro ou o
triplo da profundidade. São a opção ideal no caso das cargas serem concentradas e
afastadas.
Estas sapatas devem ser ligadas por lintéis de travamento, peças de dimensão arbitrada, não
sendo incluídas na substância do cálculo estrutural e contribuindo com efeitos de
solidarização não quantificados, mas que na prática têm mostrado serem muito benéficos
para um bom comportamento do conjunto.
O processo construtivo de sapatas isoladas consiste nas seguintes etapas: limpeza do fundo
e colocação do betão de limpeza, posicionamento da cofragem de acordo com a implantação,
colocação da armadura, posicionamento da armadura do pilar e betonagem e compactação.
As sapatas corridas devem ser adoptadas sempre que se esteja em presença de cargas
distribuídas. São elementos de fundação de planta alongada que acompanham a super
estrutura. São aplicadas por exemplo nas fundações de paredes resistentes.
O processo construtivo deste tipo de sapatas é em tudo semelhante ao das sapatas isoladas.
Ilustração 16 – Exemplo de sapatas isoladas. Colocação de betão de limpeza
44 Bom estudo...
46. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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Ilustração 17 – Exemplo de sapatas isoladas. Posicionamento da cofragem de acordo com a implantação,
colocação da armadura, posicionamento da armadura do pilar
Ilustração 18 – Exemplo de sapatas isoladas. Betonagem e compactação
45 Bom estudo...
47. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
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O ensoleiramento geral é um peça de fundação única de grande desenvolvimento e pequena
espessura. Cobre a totalidade da área de implantação da edificação. Os ensoleiramentos
podem ser de espessura constante ou nervurados e procura-se que as zonas mais
carregadas e as nervuras sejam coincidentes, embora não exista nenhuma correspondência
obrigatória.
Sempre que a área de implantação de sapatas isoladas ou contínuas seja superior a 50% da
área total da edificação, então, é economicamente aconselhável a opção pelo ensoleiramento
geral.
O ensoleiramento geral é realizado em betão armado e é dimensionado por forma a resistir a
esforços de compressão, a momentos provenientes dos pilares diferencialmente carregados
e ocasionalmente a pressões hidrostáticas provenientes do nível freático.
Este tipo de solução de fundação é uma peça inteiriça com elevada rigidez que evita
assentamentos diferenciais e cria uma plataforma de trabalho para os serviços posteriores.
Em termos de compatibilização com os trabalhos posteriores, impõe a execução precoce de
todos os serviços enterrados na área do ensoleiramento (ex: instalações sanitárias).
Ilustração 19 – Ensoleiramento geral
7.1.2 Fundações semi-directas
As fundações semi-directas têm profundidades de 3 a 4m e realizam-se em situações
intermédias entre as fundações directas e as indirectas. Este tipo de fundação é normalmente
designado por poços ou pegões.
46 Bom estudo...
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Deve-se ter cuidados, específicos, na execução deste tipo de fundação, nomeadamente com
a localização do centro do poço, com a cota do fundo da base do poço, com a verticalidade
da escavação, com o alargamento da base, o posicionamento da armadura, quando houver,
e da armadura de ligação, com as dimensões (diâmetro) do poço e não misturar o solo com o
betão e evitar a formação de vazios na base alargada.
7.1.3 Fundações indirectas
Elementos esbeltos, designados por estacas, caracterizados pelo grande comprimento e
pequena secção transversal. São implantados no terreno por equipamento situado à
superfície. São em geral utilizados em grupo, solidarizados por um bloco rígido ( maciço de
coroamento).
As estacas podem ser cravadas, micro-estacas ou moldadas no local, sendo que as últimas
podem ser moldadas com trado contínuo, com lamas bentoníticas ou com tubo moldador.
Estacas cravadas
Este tipo de estacas apenas pode ser aplicado se não houver nenhuma camada de rocha no
percurso da cravação, pois se existir é bastante provável que a estaca fique danificada. Já a
aplicação em solos arenosos pouco compactos é aconselhável no sentido que a sua
aplicação aumenta a densidade do solo. O processo de cravação das estacas pode ser
realizado por percussão, prensagem ou vibração.
Estacas cravadas de madeira
As estacas de madeira são troncos de árvore cravados por percussão com bate-estacas de
pequenas dimensões e martelos leves. Antes da utilização generalizada do betão, este tipo
de estacas eram empregues quando a camada de apoio às fundações se encontrava a
grande profundidade, actualmente a sua utilização é reduzida.
Para que a sua durabilidade seja grande é necessário que o nível da água não varie ao longo
do tempo, e de preferência, que a estaca seja mantida permanentemente submersa.
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Estacas cravadas metálicas
As estacas metálicas podem ser constituídas por peças de aço laminado ou soldado com as
mais variadas formas. Podem ser cravadas em quase todos os tipos de terreno; possuem
facilidade de corte e emenda; podem atingir grande capacidade de carga; trabalham bem à
flexão; e, se utilizadas em serviços provisórios, podem ser reaproveitadas várias vezes. A sua
aplicação necessita de alguns cuidados com a corrosão do material, no entanto, a corrosão é
relativamente baixa pela reduzida quantidade de oxigénio existente nos solos.
Estacas cravadas de betão
O betão é um dos melhores materiais para a aplicação em estacas cravadas pelo controlo de
qualidade que se pode exercer tanto na produção como na cravação.
As secções transversais mais utilizadas são: circular (maciça ou vazada), quadrada,
hexagonal e a octogonal. As dimensões das estacas de secção quadrada não deve
ultrapassas os 0,30x0,30m2 e as de secção circular 0,40m de diâmetro. Secções maiores
deverão ser vazadas.
Ilustração 20 – Bate estacas
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Ilustração 21 – Nega
Ilustração 22 – Limpeza da cabeça das estacas
Ilustração 23 – Preparação do maciço de coroamento
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Ilustração 24 – Maciço de coroamento
Estacas moldadas
As estacas moldadas utilizam-se quando são necessários grandes diâmetros e há uma boa
camada firme para o seu encastramento.
Estacas moldadas com trado contínuo
O trado contínuo, formado por uma hélice que se desenvolve ao longo de um tubo central
vazado de 100 mm de diâmetro, é introduzido, por rotação, no terreno de uma só vez.
Atingida a profundidade necessária, procede-se à betonagem a partir do fundo do furo,
empregando betão fluido bombeado através do tubo central do trado, à medida que este vai
subindo, transportando para cima o terreno contido na hélice. Terminada a betonagem da
estaca, proceder-se-á à introdução da armadura.
Estacas moldadas com lamas bentoníticas
A lama tem a finalidade da dar suporte a escavação.
O processo construtivo consiste na escavação e preenchimento simultâneo da estaca com
lama bentonítica previamente preparada; colocação da armadura dentro da escavação cheia
de lama e betonagem de baixo para cima através de tubo de betonagem.
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As condições do subsolo, o nível freático, a qualidade das lamas bentoníticas, o estado de
conservação do equipamento e a rigidez das armaduras a utilizar são factores que
influenciam o desenvolvimento da execução deste tipo de estacas.
Ilustração 25 – Processo construtivo da estaca moldada com trado contínuo
Ilustração 26 – Equipamento empregue na execução de estacas moldadas com trado contínuo
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Ilustração 27 – Equipamento usado na execução de estacas moldadas com lamas bentoníticas
Estacas moldadas com tubo moldador - Estaca Strauss
Este tipo de estacas usa um revestimento metálico recuperável.
Primeiro é realizado um furo no terreno até 1,0 a 2,0 m de profundidade, para colocação do
primeiro tubo, dentado na extremidade inferior, chamado “coroa”. Segue-se a perfuração e
colocação do tubo de revestimento recuperável. A betonagem é feita com apiloamento e
retirada do tubo com o auxilio de um guincho manual ou mecânico. Os diâmetros
habitualmente variam entre os 0,25 e os 0,60m.
Das vantagens salientam-se a ausência de trepidação, a facilidade de locomoção dentro da
obra e a possibilidade de verificar corpos estranhos no solo.
È de referir que só se devem executar, este tipo de estacas, se não houver água no furo. A
presença de argilas muitos moles e areias submersas também pode condicionar a sua
execução.
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Estacas moldadas com tubo moldador - Estaca Franki
O processo construtivo consiste na cravação de um tubo de revestimento com ponta obturada
por uma bucha de betão até à profundidade desejada. Posteriormente o tubo é preso e a
bucha expulsa por golpes de pilão. Executada a base e colocada a armadura, inicia-se a
betonagem por camadas fortemente apiloadas, extraindo-se o tubo à medida que se betona.
Estas estacas têm a capacidade de desenvolver elevada carga de trabalho e pequenos
assentamentos e podem ser executadas abaixo do nível freático. Os diâmetros usuais variam
entre 0,35 e 0,60m
Microestacas
Consistem na introdução de um tubo de aço num furo previamente executado, sendo
posteriormente selado no terreno. Após a selagem do tubo (preenchimento do espaço anelar
entre o tubo e o furo com calda de cimento) é necessário proceder à injecção da microestaca.
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8. Alvenarias
Este capítulo deve ser estudado por:
Manual de alvenaria do tijolo, CTCV;
Alves, Sérgio; Sousa, Hipólito, “Paredes exteriores de edifícios em pano simples”, Lidel;
Diapositivos das aulas.
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9. Coberturas
As coberturas quanto à sua inclinação podem ser do tipo planas, quando têm inclinação
inferior a 8% ou inclinadas se tiverem inclinação superior a 8%.
Quanto à estrutura podem ser de estrutura diferenciada, é o caso de asnas, vigas, arcos,
pórticos, treliças espaciais, estruturas de cabos, etc, ou de estrutura indiferenciada, em que
os próprios elementos estruturais são a cobertura fina, como exemplo temos as lajes, painéis
e cascas pré-esforçadas de betão.
9.1 Coberturas inclinadas
Este capítulo deve ser estudado por:
“Manual de aplicação de telhas cerâmicas”, CTCV;
Diapositivos das aulas.
9.2 Coberturas planas (i < 8%)
Como exemplos de coberturas planas têm-se:
Pavimentos intermédios (varandas)
Terraços não acessíveis
Terraços acessíveis
Cobertura ajardinada
Cobertura acessível a veículos (estacionamento)
Cobertura plana tradicional
Cobertura plana invertida
Os tipos de coberturas em função da camada de protecção da impermeabilização:
Coberturas sem protecção
Coberturas com protecção leve
Coberturas com protecção pesada
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As camadas existentes numa cobertura plana (lista não ordenada):
Estrutura de suporte: os tipos de material utilizados são o betão, metal ou madeira (muito
pouco usada em estruturas de coberturas planas)
Camada de regularização e forma: como o próprio nome indica, regulariza a camada de
suporte e atribui-lhe a forma final, com colocação de pendentes na cobertura.
Camadas de dessolidarização: permite reduzir a interacção entre a camada de
impermeabilização e a camada superior. Alguns tipos de revestimentos de
impermeabilização já integram esta camada. Esta camada pode ser um feltro geotêxtil, um
feltro ou película betuminosa ou feltros de fibra de vidro.
Barreiras de protecção térmica e de separação química: a barreira de protecção térmica
tem como função evitar a degradação do suporte do revestimento de impermeabilização
quando este é aplicado a quente. A barreira de separação química tem como função evitar
o contacto directo entre materiais quimicamente incompatíveis, do suporte e do
revestimento de impermeabilização.
Camadas de impermeabilização: os tipos de camadas de impermeabilização são pinturas
(tintas e emulsões), cimentos especiais, feltros betuminosos, membranas de borracha
butílica, polietileno de alta densidade (plástico - aterros sanitários) ou membranas em PVC
flexível em rolos. O seu suporte é constituído geralmente pela camada de isolamento
térmico ou pela de regularização e forma. Nas impermeabilizações com emulsões e
cimentos especiais integra-se na camada uma malha de armadura. Na realização da
camada de impermeabilização deve-se reduzir os efeitos do choque térmico - deve ser
assente sobre uma camada de material bom condutor de calor, para assim facilitar o
escoamento do fluxo de calor recebido - deve-se limitar ou impedir a acção fotoquímica da
radiação solar e ainda limitar ou impedir efeitos mecânicos de desgaste ou perfuração.
Isolamento térmico: os materiais usualmente utilizados nesta camada são o poliestireno
expandido moldado – esferovite, o poliestireno expandido extrudido, a lã de rocha, a lã de
vidro, o aglomerado negro de cortiça, o granulado de cortiça a granel, espumas de
poliuretano projectado e a argila expandida a granel.
Camadas de drenagem
Barreiras pára-vapor: é aplicada sob a camada de isolamento térmico com o objectivo de
criar um obstáculo ao fluxo de vapor de água para as camadas sobrejacentes,
nomeadamente para a de isolamento térmico, onde a eventual condensação desse vapor
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reduziria a sua capacidade isolante. É dispensada nas coberturas invertidas. Membranas
revestidas com folhas metálicas de alumínio.
Camada de difusão de vapor: é aplicada, em geral, entre o revestimento de
impermeabilização e o seu suporte. Pretende igualar a pressão de vapor de água
confinada entre aquelas duas camadas. O vapor de água deve ser libertado para o exterior
através de chaminés de ventilação ou de remates específicos com elementos emergentes.
9.2.1 Cobertura plana tradicional
Há alguns anos atrás, o tipo de material utilizado para isolamento térmico (por exemplo as
mantas de lã de rocha) não podiam ser usadas por cima da impermeabilização, pois tinham
grande absorção de água.
A cobertura plana tradicional ou convencional comporta uma série de efeitos que aceleram o
desgaste do sistema de impermeabilização já que a membrana de impermeabilização, ao ser
aplicada por cima do isolamento térmico, está submetida a:
"Choque térmico", não só diário como também sazonal / anual;
danos mecânicos, em particular durante a fase de obra;
degradação por radiação ultravioleta;
degradação (também do isolamento térmico convencional) provocada por humidade
presente na parte inferior do sistema de impermeabilização e proveniente de chuva que
ocorra durante a execução, da própria humidade dos materiais de construção ou de
condensação intersticial.
Ilustração 28 – Cobertura plana tradicional acessível para peões sem isolante térmico. 6.Acabamento,
5.Dessolidarização, 3. e 4. Impermeabilização, 2.Pendentes, 1. Suporte
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Ilustração 29 – Cobertura plana tradicional acessível para peões com isolante térmico. 5. Acabamento, 4.
Argamassa armada, 3. Impermeabilização, 2. Isolamento térmico, 1. Suporte
Ilustração 30 – Cobertura plana tradicional acessível a veículos. 7. Pavimento, 6. Argamassa armada, 3. , 4. e
5.Impermeabilização, 2. Pendentes, 1. Suporte
Ilustração 31 – Cobertura plana tradicional não acessível. 6. Acabamento, 5. Separador, 3. e
4.Impermeabilização, 2. Pendentes, 1. Suporte
9.2.2 Cobertura plana invertida
Na cobertura plana invertida o isolamento térmico fica sobre a camada de impermeabilização,
ao inverter-se as posições relativas convencionais dos sistemas de impermeabilização e
isolamento térmico a durabilidade de qualquer sistema de impermeabilização aumenta
consideravelmente, ao serem suprimidos os efeitos prejudiciais já mencionados.
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Assim ocorre, por exemplo, com o "choque térmico". Pode-se confirmar que as variações da
temperatura da impermeabilização no sistema invertido são substancialmente inferiores às
que se verificam na cobertura tradicional.
Adicionalmente, numa cobertura invertida:
O sistema de impermeabilização desempenha também o papel de barreira pára-vapor,
uma vez que está situado sob o isolamento térmico (encostado à sua "face quente"),
evitando-se assim a execução de uma barreira pára-vapor como acontece na cobertura
tradicional;
O isolamento térmico pode ser aplicado sob qualquer condição meteorológica, o que
permite rapidez de execução;
A facilidade e rapidez de aplicação do isolamento térmico permite economias de mão-de-
obra;
O acesso à impermeabilização está facilitado, o que representa uma vantagem em
situações de reparação.
O conceito de cobertura invertida explicado depende absolutamente de um isolamento
térmico com propriedades excepcionais, não apenas térmicas, como também mecânicas e de
insensibilidade à humidade.
Um cobertura plana invertida implica não só a exposição do isolamento térmico à água da
chuva, como também uma situação de trabalho que o submete a duras condições, sem que
por esta razão possa perder a sua eficácia.
Ilustração 32 – Cobertura plana invertida acessível. 8. Acabamento, 7. Separador, 6. Isolamento, 5. Separador,
3. e 4. Impermeabilização, 2. Pendentes, 1. Suporte
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Ilustração 33 – Cobertura plana invertida não acessível. 8. Acabamento, 7. Separador, 6. Isolamento,
5.Separador, 3. e 4. Impermeabilização, 2. Pendentes, 1. Suporte
Ilustração 34 – Cobertura plana invertida. Remate com elementos emergentes. 1.Sistema impermeabilizante,
2.Banda de reforço em ângulo (largura 0,48 m), 3.Membrana impermeabilizante no elemento emergente,
4.Acabamento final do elemento emergente / Chapa de remate.
Ilustração 35 – Cobertura plana invertida. Juntas de dilatação. 1.Banda de reforço (largura 0,48 m, 2.Sistema
impermeabilizante, 3.Perfil de junta, 4.Selagem elástica / Banda de reforço (largura 0,48 m), 5.Banda de reforço
(largura 0,48 m).
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Ilustração 36 – Cobertura plana invertida. Tubos de queda. 1.Sistema impermeabilizante, 2.Reforço, 3.Saída de
água.
9.2.3 Cobertura ajardinada
Na estrutura resistente deste tipo de coberturas deve evitar-se lajes formadas por elementos
pré-fabricados cuja ligação em obra não preveja a aplicação de uma camada complementar
de betão armado, minimizar a ocorrência de fendas e a transmissão de movimentos à
camada de impermeabilização.
As pendentes da cobertura devem ser realizadas durante a execução da estrutura resistente
com 1 a 2% de inclinação . Não se deve realizar através da camada de forma, devido aos
problemas de retracção e consequente fissuração destas camadas.
O revestimento de impermeabilização deve conter barreiras químicas e mecânicas e no caso
de membranas betuminosas estas devem integrar produtos com acção repelente sobre as
raízes
A camada drenante tem a função de permitir o escoamento da água que circula na terra
vegetal até aos dispositivos de evacuação, terá uma espessura mínima de 100 mm. Pode ser
realizada com base em materiais granulares, como seixo rolado de granulometria 20 a 30mm,
aplicado sobre feltro sintético não-tecido com 100 a 150 g/m2.
A camada filtrante permite reter a terra vegetal evitando a obstrução dos vazios da camada
drenante. Os materiais habitualmente usados são geotexteis não-tecidos.
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Ilustração 37 – Cobertura ajardinada.
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10. Pavimentos
Os pavimentos e lajes são compostos por três partes distintas: estrutura de suporte,
revestimento inferior (tecto) e revestimento superior. A escolha de um tipo de revestimento
depende das características do suporte e das condicionantes de exploração do lugar. Os
materiais mais usados são os materiais sintéticos, a madeira, a pedra, os materiais
cerâmicos, os metálicos e as pinturas.
10.1 Exigências funcionais de revestimentos de piso
As exigências funcionais de revestimentos de piso mais importantes são as de segurança -
visam a integridade física dos habitantes, as de habitabilidade - condições de conforto e as de
durabilidade - manutenção da qualidade ao longo do tempo com um mínimo de custos, quer
iniciais, quer de manutenção, reparação e limpeza.
As resultantes da exigência de segurança:
Resistência mecânica: sempre que o revestimento tenha simultaneamente funções
resistentes; resistência a acções de choque provocadas pela queda de objectos.
Segurança na circulação (coeficiente de atrito maior do que 0,4): existem riscos de
escorregamento em função do tipo de manutenção e da velocidade de deslocação dos
utentes; risco acrescido com diferentes coeficientes de atrito entre compartimentos
contíguos; em função do tipo de utilização dos locais (locais húmidos, cozinhas colectivas);
com a existência de obstáculos ao nível do piso (os revestimentos de piso não devem
apresentar ressaltos de altura inferior à de degraus correntes, sendo tolerados pequenos
ressaltos, de altura não superior a 50 mm - soleiras de portas de entrada ou de varandas.
Segurança contra riscos de incêndio: conceito de reacção ao fogo - características dos
revestimentos quanto à combustibilidade, à inflamabilidade e à velocidade de propagação
das chamas.
Segurança contra riscos de electrocussão: a condutibilidade eléctrica dos revestimentos de
piso deve ser baixa.
Segurança contra riscos de explosão: revestimentos que permitam o escoamento das
cargas estáticas produzidas devido ao movimento de utentes - evitar a formação de faíscas
– explosão.
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