SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  16
Télécharger pour lire hors ligne
Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral
Maria Teresa Thomaz
Instituto de Física, UFF
Versão revisada em 10 de Julho de 2013
Digitação feita por: João Pedro Boechat Florencio.
1. Noção de Limites
Antes de discutirmos o conceito de limite, vamos rever o significado de uma
função de um dado parâmetro.
Note que a função é a forma que temos para relacionar dois números: o número
dado pelo parâmetro x e o número associado a x pela função f(x).
Seja um parâmetro que representamos por x. Associamos a esse parâmetro
um outro número que chamamos de f(x):
Vejamos um tipo de função que estamos acostumados a tratar no nosso dia-a-dia:
o ônibus 47 sai do ponto final, ao lado das barcas, às 7 horas. Às 7h10 o ônibus está na
Rua Passo da Pátria, às 7h20 o ônibus está passando em frente ao supermercado Pão de
Açúcar...
Neste exemplo, a cada instante de tempo associamos a posição em que o ônibus
se encontra. Criamos na verdade, uma função do tempo, que relaciona, em cada
instante, a posição em que o ônibus se encontra: x(t) e o instante de tempo t em que
isto ocorre. A Matemática nos permite mostrar essa correlação através de uma frase
com símbolos, que é muito mais curta de se escrever:
Consideremos agora, um exemplo simples, a função:
Através dessa relação matemática, estamos representando de forma mais
simples e compacta todo o conjunto de números:
x f(x)
-4 32
-1 2
0 0
2 8
5 50
Na verdade, o conjunto (x, f(x)) representa não só o conjunto de números acima,
mas qualquer número x que está no intervalo (-∞,∞) e o número f(x) associado a ele.
Uma forma diferente de se representar esses pontos é através de um gráfico:
Consideremos x = 2 e o valor da função f(x) para x=2:
Vejamos o que acontece quando consideramos valores de x próximos ao valor
x=2:
Vemos que à medida que a variável x se aproxima de número 2, a função f(x) se
aproxima do valor 8. Dizemos então que no limite em que x tende a 2, por valores
menores e maiores que 2, a função f(x) tende ao valor de f(2) = 8. Podemos reescrever
esta última frase através de símbolos matemáticos:
Em resumo, o limite de uma dada função f(x) é o valor para o qual ela se
aproxima à medida em que x se aproxima de um valor estipulado.
2. Noções de Derivadas
Para discutirmos a definição de derivada, necessitamos do conceito de limite
que discutimos na seção 1. A derivada corresponde a determinarmos o limite de uma
divisão bem definida.
Antes de discutirmos a derivada, relembramos algumas relações trigonométri -
cas. Seja um triângulo retângulo ABC, como desenhado a seguir:
x f(x)
1,9 7,22
1,99 7,9202
1,999 7,992002
1,9999 7,99920002
1,99999 7,99992
x f(x)
2,1 8,082
2,01 8,0802
2,001 8,0080002
2,0001 8,00080002
2,00001 8,00008
a: hipotenusa
As seguintes relações trigonométricas são escritas em termos dos lados de um
triângulo retângulo:
Lembrando que
Para fixarmos a ideia da definição de derivada, continuamos a considerar a
função:
Fixamos o ponto x = 2 para continuar a nossa discussão sobre a derivada desta
função. Definimos a derivada da função f(x) = 2x² no ponto x = 2 como sendo:
Note que à medida que x se aproxima de 2, a reta que liga os dois pontos em
que a reta corta a função: f(x) 2 x2
, se aproxima também à tangente da função f(x) no
ponto x = 2. Lembre-se que a tangente no ponto x é a reta que toca na curva f(x)
uma única vez e o ponto em que ela toca tem coordenadas (x, f(x)).
Vejamos numericamente qual o limite desta divisão no ponto x = 2. Temos:
x f (x)
3 18
2,5 12,5
2,1 8,82
2,01 8,0802
2,001 8,008002
2,00001 8,00008
2,000001 8,000008
Verificamos numericamente que:
Note que uma maneira diferente de escrever a expressão da derivada é notar que
se x tende a 2, x → 2, então isso quer dizer que podemos escrever:
e o pedacinho Δx tem que se aproximar de zero para que x se aproxime de 2. Então,
a expressão da derivada fica sendo:
Logo,
onde Δx é um valor muito pequeno, muito próximo de zero. O valor de Δx é MUITO
próximo de zero mas nunca é igual a zero.
Calculamos numericamente a derivada no ponto x = 2. Se quisermos calcular a
derivada em outro ponto x, por exemplo x = 5, será que temos que sempre fazer esta
análise numérica, ou temos uma outra maneira sistemática de realizar o cálculo da
derivada em qualquer ponto x?
Para ver isso, utilizamos a definição de derivada para a função f(x) = 2x² .
Então,
Mas,
Assim, para f(x) = 2x², temos que:
Logo, a derivada da função f(x) = 2x² em qualquer ponto x é:
Lembramos que a derivada no ponto x é igual ao valor da inclinação da reta
neste ponto x.
Se considerarmos agora a função:
= 2
Qual o valor da derivada da função g(x) no ponto x que escolhemos? Usando a
definição de derivada,
temos então que:
Note que a derivada da função g(x) = 4x não depende do valor x que escolhemos
para calcular a derivada desta função. Isto porque a função g(x) é uma reta que se
confunde com a sua tangente em todos os pontos x.
Na verdade, a derivada de qualquer polinônio:
é,
como obtivemos anteriormente nos casos: n= 1 e n= 2.
Propriedades importantes de derivadas, cujas demonstrações deixamos
como exercícios:
1)
onde a é uma constante qualquer.
2)
onde f(x) e g(x) são duas funções quaisquer.
3)
onde f(x) e g(x) são duas funções quaisquer.
3. Noções de Integral
Consideramos a curva y = f(x) representada pelo gráfico abaixo,
Queremos calcular a área que fica compreendida abaixo dessa curva, y = f(x), e
o eixo horizontal e que está entre as retas verticais: x = a e x = b. Como fazer esse
cálculo?
Se não sabemos calcular a área abaixo da curva y = f(x), sabemos pelo menos
calcular a área de retângulos:
área do retângulo = f(xi) Δx
Se escolhemos um valor para Δx muito grande, a soma da área dos retângulos na
figura anterior é igual a:
é diferente da área sob a curva que queremos calcular e o número que obtemos é muito
diferente do que procuramos. No entanto, a medida que diminuímos a base de cada
retângulo, Δx vai diminuindo, a área coberta pelos retângulos se aproxima da área
localizada entre a curva f(x) e o eixo horizontal. O intervalo total que temos no eixo
dos x é (b – a). Escolhemos todos os intervalos Δx iguais, de forma que
sendo N um número inteiro. N é igual ao número de retângulos que estamos usando
para calcular aproximadamente a área abaixo da curva y = f(x) e acima do eixo
horizontal.
Como a diferença (b-a) é fixa, então dizer que Δx diminui é equivalente a dizer
que N aumenta, de forma que para N muito grande (N→∞ ), a área sob a curva y =
f(x) é igual a,
∫ f(x).dx com os limites de integração a e b, é chamada de integral definida, no
entanto antes de nos apavorarmos ante essa nova notação, temos que lembrar que a
integral não é nada mais nem nada menos que uma soma e que o seu resultado é a
área fica entre a curva e o eixo horizontal.
A integral tem várias propriedades, mas vamos considerar apenas aquelas que
nos auxiliam no estudo da Mecânica.
Sejam f(x) e g(x) duas funções de x. Queremos calcular a integral da soma de
duas funções: f(x) + g(x). Mostraremos que
Usando a definição de integral,
sendo que
Então
Assim,
Um outro teorema importante para nós é o que trata de intervalos em que
definimos as integrais.
Teorema: se a função f(x) é integrável nos intervalos fechados [a,b], [a,c] e [c,b],
então
onde as constantes a, b e c satisfazem a desigualdade: a<c<b.
Não vamos demonstrar mas apenas ver o significado dessa soma de integrais:
Esse teorema nos permite partir o nosso intervalo de integração segundo a nossa
conveniência.
Essas demonstrações que estamos apresentando não são rigorosas como as que
são feitas nas aulas de Cálculo. Neste momento, estamos interessados em tornar os
resultados plausíveis para vocês.
Para terminamos com esse passeio pela Matemática vamos ver o chamado
Teorema Fundamental do Cálculo.
Teorema Fundamental do Cálculo: Seja f uma função contínua no intervalo [a,b] e
x é um número qualquer que está dentro do intervalo [a,b]. Se F é uma função
definida por
onde t é chamada de variável muda, a é um valor fixo e F(a) uma constante que
depende o valor de a que escolhemos, então,
Note que quando x=a, obtemos que a integral é igual a zero. Isto porque neste caso, a
curva se reduz a um único ponto, e a área debaixo de um único ponto é igual a zero.
É através dessa relação que vamos ser capazes de descobrir quem é F(x)!!!
Afinal, derivar nós sabemos.
Para mostrar de maneira plausível esse resultado, vamos pegar o ponto x e outro
ponto muito perto de x, ou seja, x + Δx, então,
Calculando a diferença F(x+ Δx) – F(x), obtemos:
Devemos observar que
a medida que Δx → 0.
No limite em que Δx → 0, a diferença anterior dividida por Δx fica:
Qual a importância do Teorema Fundamental do Cálculo? A gente sabe que
a integral é igual a área sob a curva, mas e daí se não sabemos calcular a expressão da
área para qualquer curva? Então a gente adivinha quem é a função F(x) e a deriva, de
forma a verificar se ela é a expressão certa. F(x) é a função correta no caso de sua
derivada ser igual a função g(x).
Vamos ver um caso importante para nós é a integral indefinida
onde A é uma constante determinada pelos valores de a e b do intervalo de integração
definida. Para ver que o resultado anterior está correto, basta ver que,
Exercício: Calcule a integral indefinida: ∫(t²+1) dt.
0
Usando a ideia de integral de uma função da variável tempo, vamos obter as
equações de movimento uniformemente acelerado em uma dimensão espacial (D=1).
Pela definição de velocidade instantânea,
O Teorema Fundamental do Cálculo nos dá
Além disso, como pela definição de aceleração instantânea temos que
No caso em que a aceleração é constante:
onde estamos usando a notação: v0 = v(t0 ). Note que v0 é a velocidade do corpo no
instante inicial t = t0.
Escolhendo o instante inicial como sendo 0, ou seja, t0 = 0, a expressão anterior
para a velocidade instantânea de um corpo sujeito a uma aceleração constante a fica
Para calcular a posição x(t), temos que
e usando a expressão acima, e usando a notação x0 = x(t0), temos que
Logo,
que é a equação de movimento de uma partícula ao longo de uma reta quando está sob
a ação de uma aceleração constante a tendo como posição inicial x0 e velocidade
inicial v0. Estamos assumindo que começamos a observar o movimento do corpo ao
longo da reta no instante inicial em que t0 = 0.

Contenu connexe

Tendances

Introdução ao estudo das funções
Introdução ao estudo das funçõesIntrodução ao estudo das funções
Introdução ao estudo das funçõesEverton Moraes
 
EQUAÇÃO EXPONENCIAL - Conceito e resolução
EQUAÇÃO EXPONENCIAL - Conceito e resoluçãoEQUAÇÃO EXPONENCIAL - Conceito e resolução
EQUAÇÃO EXPONENCIAL - Conceito e resoluçãobetontem
 
Circunferência e círculo
Circunferência e círculoCircunferência e círculo
Circunferência e círculoDean Costa Silva
 
Aula 2 - Indicadores, taxas e coeficientes.pdf
Aula 2 - Indicadores, taxas e coeficientes.pdfAula 2 - Indicadores, taxas e coeficientes.pdf
Aula 2 - Indicadores, taxas e coeficientes.pdfssuser35d440
 
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E SobrejetorasFunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetorasandreabelchol
 
Trigonometria Triangulos Quaisquer
Trigonometria Triangulos QuaisquerTrigonometria Triangulos Quaisquer
Trigonometria Triangulos QuaisquerMayra Henrique
 
Inequações do 2°grau
Inequações do 2°grauInequações do 2°grau
Inequações do 2°grauLSKY
 
Função exponencial
Função exponencialFunção exponencial
Função exponencialLorena Fontes
 

Tendances (20)

Funções
FunçõesFunções
Funções
 
Introdução ao estudo das funções
Introdução ao estudo das funçõesIntrodução ao estudo das funções
Introdução ao estudo das funções
 
Funções
FunçõesFunções
Funções
 
EQUAÇÃO EXPONENCIAL - Conceito e resolução
EQUAÇÃO EXPONENCIAL - Conceito e resoluçãoEQUAÇÃO EXPONENCIAL - Conceito e resolução
EQUAÇÃO EXPONENCIAL - Conceito e resolução
 
Sistemas de equações so 1º grau apresentação
Sistemas de equações so 1º grau apresentaçãoSistemas de equações so 1º grau apresentação
Sistemas de equações so 1º grau apresentação
 
Aula 05 Gráficos Estatísticos
Aula 05   Gráficos EstatísticosAula 05   Gráficos Estatísticos
Aula 05 Gráficos Estatísticos
 
Função quadrática
Função quadráticaFunção quadrática
Função quadrática
 
Função polinomial do 1º grau
Função polinomial do 1º grauFunção polinomial do 1º grau
Função polinomial do 1º grau
 
Circunferência e círculo
Circunferência e círculoCircunferência e círculo
Circunferência e círculo
 
Aula 2 - Indicadores, taxas e coeficientes.pdf
Aula 2 - Indicadores, taxas e coeficientes.pdfAula 2 - Indicadores, taxas e coeficientes.pdf
Aula 2 - Indicadores, taxas e coeficientes.pdf
 
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E SobrejetorasFunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
FunçOes Injetoras, Sobrejetoras E Sobrejetoras
 
Motor Stirling
Motor StirlingMotor Stirling
Motor Stirling
 
Trigonometria Triangulos Quaisquer
Trigonometria Triangulos QuaisquerTrigonometria Triangulos Quaisquer
Trigonometria Triangulos Quaisquer
 
Inequações do 2°grau
Inequações do 2°grauInequações do 2°grau
Inequações do 2°grau
 
Homotetia.pptx
Homotetia.pptxHomotetia.pptx
Homotetia.pptx
 
Função do 1º grau em ppt
Função do 1º grau em pptFunção do 1º grau em ppt
Função do 1º grau em ppt
 
Matemática – função paridade 01 – 2014
Matemática – função paridade 01 – 2014Matemática – função paridade 01 – 2014
Matemática – função paridade 01 – 2014
 
Função exponencial
Função exponencialFunção exponencial
Função exponencial
 
Função exponencial
Função exponencialFunção exponencial
Função exponencial
 
Numeros complexos
Numeros complexosNumeros complexos
Numeros complexos
 

En vedette

Factsheet gevolgen aanbestedingswet
Factsheet gevolgen aanbestedingswetFactsheet gevolgen aanbestedingswet
Factsheet gevolgen aanbestedingswetRichard Lennartz
 
HolidayIQ.com hiq!PAD Program
HolidayIQ.com hiq!PAD ProgramHolidayIQ.com hiq!PAD Program
HolidayIQ.com hiq!PAD ProgramHolidayIQ
 
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca portafolio periodístico...
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca   portafolio periodístico...Situación actual del penal de huacaris de cajamarca   portafolio periodístico...
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca portafolio periodístico...Tony Alvarado A
 
Portland public schools
Portland public schoolsPortland public schools
Portland public schoolsAIA Portland
 
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesita
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesitaTrabajo word oceanworld. el planeta te necesita
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesitaIria López Barro
 
Insurance Info for Entertainment Attorneys
Insurance Info for Entertainment AttorneysInsurance Info for Entertainment Attorneys
Insurance Info for Entertainment Attorneyscjohns83
 
Planificacion docente cómputo gc104
Planificacion docente cómputo gc104Planificacion docente cómputo gc104
Planificacion docente cómputo gc104Rolando Bedoya
 
Aquecimento global o que é
Aquecimento global   o que éAquecimento global   o que é
Aquecimento global o que éSarmentoMiguel
 
Chapter 02
Chapter 02Chapter 02
Chapter 02mgamache
 
Classe dos verbos
Classe dos verbosClasse dos verbos
Classe dos verbosluciamcp
 
Brother bear by manta and aino 6 b
Brother bear by manta and aino 6 bBrother bear by manta and aino 6 b
Brother bear by manta and aino 6 bskallio
 

En vedette (18)

ραψωδία κ
ραψωδία κραψωδία κ
ραψωδία κ
 
Factsheet gevolgen aanbestedingswet
Factsheet gevolgen aanbestedingswetFactsheet gevolgen aanbestedingswet
Factsheet gevolgen aanbestedingswet
 
HolidayIQ.com hiq!PAD Program
HolidayIQ.com hiq!PAD ProgramHolidayIQ.com hiq!PAD Program
HolidayIQ.com hiq!PAD Program
 
Planilla de notas si anidados
Planilla de notas si anidadosPlanilla de notas si anidados
Planilla de notas si anidados
 
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca portafolio periodístico...
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca   portafolio periodístico...Situación actual del penal de huacaris de cajamarca   portafolio periodístico...
Situación actual del penal de huacaris de cajamarca portafolio periodístico...
 
Portland public schools
Portland public schoolsPortland public schools
Portland public schools
 
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesita
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesitaTrabajo word oceanworld. el planeta te necesita
Trabajo word oceanworld. el planeta te necesita
 
Insurance Info for Entertainment Attorneys
Insurance Info for Entertainment AttorneysInsurance Info for Entertainment Attorneys
Insurance Info for Entertainment Attorneys
 
Award mercedez
Award mercedezAward mercedez
Award mercedez
 
Manuela
ManuelaManuela
Manuela
 
Reportaje 1
Reportaje 1Reportaje 1
Reportaje 1
 
Planificacion docente cómputo gc104
Planificacion docente cómputo gc104Planificacion docente cómputo gc104
Planificacion docente cómputo gc104
 
Aquecimento global o que é
Aquecimento global   o que éAquecimento global   o que é
Aquecimento global o que é
 
Chapter 02
Chapter 02Chapter 02
Chapter 02
 
8SC SCJ Maintenance Manual
8SC SCJ Maintenance Manual8SC SCJ Maintenance Manual
8SC SCJ Maintenance Manual
 
Classe dos verbos
Classe dos verbosClasse dos verbos
Classe dos verbos
 
Brother bear by manta and aino 6 b
Brother bear by manta and aino 6 bBrother bear by manta and aino 6 b
Brother bear by manta and aino 6 b
 
ecologia
ecologiaecologia
ecologia
 

Similaire à Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral

Similaire à Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral (20)

Apostila calculo
Apostila calculoApostila calculo
Apostila calculo
 
Apostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integraisApostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integrais
 
Derivadas apresent definiç_2016
Derivadas apresent definiç_2016Derivadas apresent definiç_2016
Derivadas apresent definiç_2016
 
625639 a-teoria-dos-limites-calculo
625639 a-teoria-dos-limites-calculo625639 a-teoria-dos-limites-calculo
625639 a-teoria-dos-limites-calculo
 
Introdução ao cálculo
Introdução ao cálculoIntrodução ao cálculo
Introdução ao cálculo
 
Precalculo
PrecalculoPrecalculo
Precalculo
 
Cálculo usando MatLab
Cálculo usando MatLabCálculo usando MatLab
Cálculo usando MatLab
 
Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8
 
Lista de exercícios 2 - Cálculo
Lista de exercícios 2 - CálculoLista de exercícios 2 - Cálculo
Lista de exercícios 2 - Cálculo
 
CUSC.pptx
CUSC.pptxCUSC.pptx
CUSC.pptx
 
Fourier
FourierFourier
Fourier
 
Material sobre a Derivada
Material sobre a DerivadaMaterial sobre a Derivada
Material sobre a Derivada
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
Calculo limites de funcoes
Calculo limites de funcoesCalculo limites de funcoes
Calculo limites de funcoes
 
Aula4 derivadas integrais
Aula4 derivadas integraisAula4 derivadas integrais
Aula4 derivadas integrais
 
Lista de exercícios 5 - Cálculo
Lista de exercícios 5 - CálculoLista de exercícios 5 - Cálculo
Lista de exercícios 5 - Cálculo
 
Lista 2 - FUV - Resolução
Lista 2   - FUV - ResoluçãoLista 2   - FUV - Resolução
Lista 2 - FUV - Resolução
 
Função Quadrática
Função QuadráticaFunção Quadrática
Função Quadrática
 
Teste Derivadas
Teste DerivadasTeste Derivadas
Teste Derivadas
 

Dernier

aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...andreiavys
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosLucianoPrado15
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPaulaYaraDaasPedro
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 

Dernier (20)

aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 

Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral

  • 1. Apostila: Introdução a Limite, Derivada e Integral Maria Teresa Thomaz Instituto de Física, UFF Versão revisada em 10 de Julho de 2013 Digitação feita por: João Pedro Boechat Florencio. 1. Noção de Limites Antes de discutirmos o conceito de limite, vamos rever o significado de uma função de um dado parâmetro. Note que a função é a forma que temos para relacionar dois números: o número dado pelo parâmetro x e o número associado a x pela função f(x). Seja um parâmetro que representamos por x. Associamos a esse parâmetro um outro número que chamamos de f(x): Vejamos um tipo de função que estamos acostumados a tratar no nosso dia-a-dia: o ônibus 47 sai do ponto final, ao lado das barcas, às 7 horas. Às 7h10 o ônibus está na Rua Passo da Pátria, às 7h20 o ônibus está passando em frente ao supermercado Pão de Açúcar...
  • 2. Neste exemplo, a cada instante de tempo associamos a posição em que o ônibus se encontra. Criamos na verdade, uma função do tempo, que relaciona, em cada instante, a posição em que o ônibus se encontra: x(t) e o instante de tempo t em que isto ocorre. A Matemática nos permite mostrar essa correlação através de uma frase com símbolos, que é muito mais curta de se escrever: Consideremos agora, um exemplo simples, a função: Através dessa relação matemática, estamos representando de forma mais simples e compacta todo o conjunto de números: x f(x) -4 32 -1 2 0 0 2 8 5 50 Na verdade, o conjunto (x, f(x)) representa não só o conjunto de números acima, mas qualquer número x que está no intervalo (-∞,∞) e o número f(x) associado a ele. Uma forma diferente de se representar esses pontos é através de um gráfico: Consideremos x = 2 e o valor da função f(x) para x=2:
  • 3. Vejamos o que acontece quando consideramos valores de x próximos ao valor x=2: Vemos que à medida que a variável x se aproxima de número 2, a função f(x) se aproxima do valor 8. Dizemos então que no limite em que x tende a 2, por valores menores e maiores que 2, a função f(x) tende ao valor de f(2) = 8. Podemos reescrever esta última frase através de símbolos matemáticos: Em resumo, o limite de uma dada função f(x) é o valor para o qual ela se aproxima à medida em que x se aproxima de um valor estipulado. 2. Noções de Derivadas Para discutirmos a definição de derivada, necessitamos do conceito de limite que discutimos na seção 1. A derivada corresponde a determinarmos o limite de uma divisão bem definida. Antes de discutirmos a derivada, relembramos algumas relações trigonométri - cas. Seja um triângulo retângulo ABC, como desenhado a seguir: x f(x) 1,9 7,22 1,99 7,9202 1,999 7,992002 1,9999 7,99920002 1,99999 7,99992 x f(x) 2,1 8,082 2,01 8,0802 2,001 8,0080002 2,0001 8,00080002 2,00001 8,00008 a: hipotenusa
  • 4. As seguintes relações trigonométricas são escritas em termos dos lados de um triângulo retângulo: Lembrando que Para fixarmos a ideia da definição de derivada, continuamos a considerar a função: Fixamos o ponto x = 2 para continuar a nossa discussão sobre a derivada desta função. Definimos a derivada da função f(x) = 2x² no ponto x = 2 como sendo:
  • 5. Note que à medida que x se aproxima de 2, a reta que liga os dois pontos em que a reta corta a função: f(x) 2 x2 , se aproxima também à tangente da função f(x) no ponto x = 2. Lembre-se que a tangente no ponto x é a reta que toca na curva f(x) uma única vez e o ponto em que ela toca tem coordenadas (x, f(x)). Vejamos numericamente qual o limite desta divisão no ponto x = 2. Temos: x f (x) 3 18 2,5 12,5 2,1 8,82 2,01 8,0802 2,001 8,008002 2,00001 8,00008 2,000001 8,000008
  • 6. Verificamos numericamente que: Note que uma maneira diferente de escrever a expressão da derivada é notar que se x tende a 2, x → 2, então isso quer dizer que podemos escrever: e o pedacinho Δx tem que se aproximar de zero para que x se aproxime de 2. Então, a expressão da derivada fica sendo: Logo, onde Δx é um valor muito pequeno, muito próximo de zero. O valor de Δx é MUITO próximo de zero mas nunca é igual a zero. Calculamos numericamente a derivada no ponto x = 2. Se quisermos calcular a derivada em outro ponto x, por exemplo x = 5, será que temos que sempre fazer esta análise numérica, ou temos uma outra maneira sistemática de realizar o cálculo da derivada em qualquer ponto x? Para ver isso, utilizamos a definição de derivada para a função f(x) = 2x² . Então,
  • 7. Mas, Assim, para f(x) = 2x², temos que: Logo, a derivada da função f(x) = 2x² em qualquer ponto x é: Lembramos que a derivada no ponto x é igual ao valor da inclinação da reta neste ponto x. Se considerarmos agora a função: = 2
  • 8. Qual o valor da derivada da função g(x) no ponto x que escolhemos? Usando a definição de derivada, temos então que: Note que a derivada da função g(x) = 4x não depende do valor x que escolhemos para calcular a derivada desta função. Isto porque a função g(x) é uma reta que se confunde com a sua tangente em todos os pontos x. Na verdade, a derivada de qualquer polinônio: é, como obtivemos anteriormente nos casos: n= 1 e n= 2. Propriedades importantes de derivadas, cujas demonstrações deixamos como exercícios: 1) onde a é uma constante qualquer. 2)
  • 9. onde f(x) e g(x) são duas funções quaisquer. 3) onde f(x) e g(x) são duas funções quaisquer. 3. Noções de Integral Consideramos a curva y = f(x) representada pelo gráfico abaixo, Queremos calcular a área que fica compreendida abaixo dessa curva, y = f(x), e o eixo horizontal e que está entre as retas verticais: x = a e x = b. Como fazer esse cálculo? Se não sabemos calcular a área abaixo da curva y = f(x), sabemos pelo menos calcular a área de retângulos: área do retângulo = f(xi) Δx
  • 10. Se escolhemos um valor para Δx muito grande, a soma da área dos retângulos na figura anterior é igual a: é diferente da área sob a curva que queremos calcular e o número que obtemos é muito diferente do que procuramos. No entanto, a medida que diminuímos a base de cada retângulo, Δx vai diminuindo, a área coberta pelos retângulos se aproxima da área localizada entre a curva f(x) e o eixo horizontal. O intervalo total que temos no eixo dos x é (b – a). Escolhemos todos os intervalos Δx iguais, de forma que sendo N um número inteiro. N é igual ao número de retângulos que estamos usando para calcular aproximadamente a área abaixo da curva y = f(x) e acima do eixo horizontal. Como a diferença (b-a) é fixa, então dizer que Δx diminui é equivalente a dizer que N aumenta, de forma que para N muito grande (N→∞ ), a área sob a curva y = f(x) é igual a, ∫ f(x).dx com os limites de integração a e b, é chamada de integral definida, no entanto antes de nos apavorarmos ante essa nova notação, temos que lembrar que a integral não é nada mais nem nada menos que uma soma e que o seu resultado é a área fica entre a curva e o eixo horizontal. A integral tem várias propriedades, mas vamos considerar apenas aquelas que nos auxiliam no estudo da Mecânica. Sejam f(x) e g(x) duas funções de x. Queremos calcular a integral da soma de duas funções: f(x) + g(x). Mostraremos que
  • 11. Usando a definição de integral, sendo que Então Assim,
  • 12. Um outro teorema importante para nós é o que trata de intervalos em que definimos as integrais. Teorema: se a função f(x) é integrável nos intervalos fechados [a,b], [a,c] e [c,b], então onde as constantes a, b e c satisfazem a desigualdade: a<c<b. Não vamos demonstrar mas apenas ver o significado dessa soma de integrais: Esse teorema nos permite partir o nosso intervalo de integração segundo a nossa conveniência. Essas demonstrações que estamos apresentando não são rigorosas como as que são feitas nas aulas de Cálculo. Neste momento, estamos interessados em tornar os resultados plausíveis para vocês. Para terminamos com esse passeio pela Matemática vamos ver o chamado Teorema Fundamental do Cálculo. Teorema Fundamental do Cálculo: Seja f uma função contínua no intervalo [a,b] e x é um número qualquer que está dentro do intervalo [a,b]. Se F é uma função definida por
  • 13. onde t é chamada de variável muda, a é um valor fixo e F(a) uma constante que depende o valor de a que escolhemos, então, Note que quando x=a, obtemos que a integral é igual a zero. Isto porque neste caso, a curva se reduz a um único ponto, e a área debaixo de um único ponto é igual a zero. É através dessa relação que vamos ser capazes de descobrir quem é F(x)!!! Afinal, derivar nós sabemos. Para mostrar de maneira plausível esse resultado, vamos pegar o ponto x e outro ponto muito perto de x, ou seja, x + Δx, então, Calculando a diferença F(x+ Δx) – F(x), obtemos: Devemos observar que
  • 14. a medida que Δx → 0. No limite em que Δx → 0, a diferença anterior dividida por Δx fica: Qual a importância do Teorema Fundamental do Cálculo? A gente sabe que a integral é igual a área sob a curva, mas e daí se não sabemos calcular a expressão da área para qualquer curva? Então a gente adivinha quem é a função F(x) e a deriva, de forma a verificar se ela é a expressão certa. F(x) é a função correta no caso de sua derivada ser igual a função g(x). Vamos ver um caso importante para nós é a integral indefinida onde A é uma constante determinada pelos valores de a e b do intervalo de integração definida. Para ver que o resultado anterior está correto, basta ver que, Exercício: Calcule a integral indefinida: ∫(t²+1) dt. 0
  • 15. Usando a ideia de integral de uma função da variável tempo, vamos obter as equações de movimento uniformemente acelerado em uma dimensão espacial (D=1). Pela definição de velocidade instantânea, O Teorema Fundamental do Cálculo nos dá Além disso, como pela definição de aceleração instantânea temos que No caso em que a aceleração é constante: onde estamos usando a notação: v0 = v(t0 ). Note que v0 é a velocidade do corpo no instante inicial t = t0. Escolhendo o instante inicial como sendo 0, ou seja, t0 = 0, a expressão anterior para a velocidade instantânea de um corpo sujeito a uma aceleração constante a fica
  • 16. Para calcular a posição x(t), temos que e usando a expressão acima, e usando a notação x0 = x(t0), temos que Logo, que é a equação de movimento de uma partícula ao longo de uma reta quando está sob a ação de uma aceleração constante a tendo como posição inicial x0 e velocidade inicial v0. Estamos assumindo que começamos a observar o movimento do corpo ao longo da reta no instante inicial em que t0 = 0.