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~ ROSEVALDO OLIVEIRA MENEZES

                         ~.    ---
A Vera.
Esposa, amiga e companheira

A Leandro e Larissa
Filhos queridos de nossa realização

A meus pais.
que lia simplicidade transformaram os
momentos de suas vicias em lições de
vivência para nós filhos.
.• Sábios são os que no meio do mundo
   descobrem o mundo do próprio eu.


.•   No caminhar, há momento de vagos
     espaços que traduzem a vida, reflitindo
     na consciência a sensibilidade do
     mundo interior e revelando o próprio eu.
Agradecimentos                                a:

•.   Dr. JOSÉ HENRIQUE MORAIS DE OLIVEIRA
     Administrador exímio que faz da
     Prefeitura a casa do povo .

•.   IBICARA/ ..
     Terra sal/ta que amo desde a Infância. .. -

•.   POVO DE IBICARA[
     Minha [ani ília e fO/1te de inspiração.
Pensamentos

 1.   Nos caminhos 'tortuosos da vida
      Faz-se reta a estrada para morte.


2.    Se procurássemos ouvir o quanto falamos,
      entenderíamos melhor e aceitaríamos mais
      as verdades que não gostamos de ouvir.


3.    Sábios são os que no meio do mundo
      descobrem o mundo do próprio eu.


4.    Se a humanidade procurasse descobrir
      o valor inerente a todo ser humano,
      descobriria verdadeiros homens.


 5.   Na reticência ... Vida
      Ponto Final.
      Morte


 6.   No trabalho dos homens, a justiça de Deus.


 7.   A vingança dos adultos, é a arma que
      destrói as crianças.



 8.   Antes de pensar em faze~ guerra, olhe uma
      criança e sinta a verdadeira paz.


                            9
~-------------*
  íNDICE ...
 9   * pensamentos
13   * apresentação
15   * dados biográficos
19   _dados históricos
25     * P O E S I AS:
27   * momento de reflexão
29   *eu e meus amigos
30   * julguem-me
31   * ib ic a ra í
32   *retirante
35   *tributo     ao rio
                    (salgado)
            11
37 ilO diarista
38 -teguerra
39 .0 velhoe       a seca
40 -tevend-edor menino
41 .0 viciado
42 --a morte
43 -temeus caminhos .
              .
44 .• sou mais um par..;
45 .eterno     lar
46 .enchente
49 .ancião
50 .análise
51 ilretrdto    da infância
52 <Iembr ancas
53 ildecepção

55     * O UT R OS:
57 * quantos jovens ...
58 * natal com muriçocas
59 * i nst rucão
              ,
63 *confissão

          12
...•
APRESENTACAO                    I




                           Carmine Carnuso


                     ***
    Superando toda e qualquer dificuldade, graças ao nosso
Mecena, Dr. José Henrique Morais de Oliveira, Prefeito pela
2a. vez de Ibicaraí, pudemos publicar este pequeno livreto de
poesias de um filho desta terra: Rosevaldo Oliveira Menezes.
    Mesmo cientes de uma literatura sem muita expressão
e com pouco valor literário, achamos conveniente tornar
público os sentimentos íntimos do nosso poeta expressos em
versos, exemplarizando tanta juventude e inúmeros poetas
natos que, ou por falta de oportunidades ou obstados por
condições econômicas, deixam a expressão da própria arte,
sua literatura, que poderá esconder uma época, uma língua,
ideais e até mensagens para todos nós, escondida no baú de
trastes velhos ou no esquecitório da memória.

    Rosevaldo jamais teve a ufania de se arvorar a escritor ou
mesmo poeta profissional, mas com uma cultura mediana, /I
Grau profissionalizante, tenta expressar em versos os
sentimentos do cidadão ibicaraisense, do homem


                             13
notoriamente voltado aos interesses da comunidade, social e
politicamente. Seus versos não têm a pretensão literária, pois
fogem a todos os esquemas da métrica, denotando porém
situações e sentimentos de uma vivência oprimida dentro de
uma sociedade materialista, egoísta e alheia aos verdadeiros
valores, suscitando uma ira incontida em seu coração anelante
de verdades entre situações adversas que o rodeiam.
     Publicando estes versos, não pretendemos visar uma obra
literária ou uma obra notável para concorrer ao Prêmio
Nobel de Literatura, mas fazer com que o nosso poeta
desenvolva o dom da poesia recebido de Deus e para que a
exemplo dele outros sejam encorajados a manifestarem suas
próprias virtudes literárias, engrandecendo culturalmente a
cidade de lbiceret. O desenvolvimento de uma região sempre
depende da capacidade cultural dos habitantes.
     Toda obra literária, por mais simples que possa ser,
apresenta, via de regra, em seu conteúdo, uma conceituação
positiva e humanitária, influenciando as pessoas a cederem
em seus orgulhos e serem mais irmãos e tolerantes, com mais
largueza de vista e compreensão. Isto é possível porque o
escritor com sua tentesie sempre transpassaas fronteiras da
família, dos amigos, da cidade, aportando indiferentemente
no passado, no presente e no futuro.
     O presente livro, que com toda a sua singeleza demonstra,
sob diversos aspectos, a personalidade de autor, certamente
seria descartado pela Crítica Literária, mas, visem que será
um pedestal de onde o nosso jovem poeta partirá para obras
mais promissoras.
     Se hoje devêssemos esperar que um livro seja escrito
somente por especialistas qualificados, jamais
conseguiríamos atingir o âmago dos sentimentos de uma
sociedade, a evolução literária teria pernas de tartarugas e a
educação de um povo condenada ao ostracismo.
     Com a colaboração pessoal de uma miríade de pequenos
escritores e pequenos poetas sempre poderemos determinar
as características de um povo mais ou menos civilizado.




                              14
,
DADOS BIOGRAFICOS


                           Carmine            Carnuso


                       ***
     Em 4 de maio de 1953, a fazenda São Joaquim, em Pouso
Alegre, atual Almadina, viveu um dia festivo, pois acabara de
nascer um menino: Rosevaldo Oliveira Menezes, para júbilo
do Sr. Raimundo Moraes Menezes e Dona Marieta Costa
Oliveira. O pequeno garoto, terceiro entre oito irmãos,
transcorreu sua primeira infância na Fazenda Boa Vista, na
região dos Miúdos, neste municipio de lbicerei.



                       ***
    Lá pelos idos de 1959, já garoto de 6 anos, acompanhou
o Sr. Raimundo, montado num burrico, entre dois caçuás,
chegando pela primeira vez em Palestina.
     Era um dia de feira, sábado.
     Amarrando os animais ao pé de uma carambola, num
terreno baldio, cruzamento das ruas Padre João do Prado
com a Barão do Rio Branco, seguiram rua adentro. Tudo era
estranho e novidade para o garoto roçariano, parecendo vagar
num abismo profundo entre aquelas tuas tortas e compridas,
como monstros gigantescos. A sensação de medo fez com que



                            15
segurasse firme a mão ao pai que, seguro e com largas
passadas, seguia em frente. Toda vez que o velho parava,
cumprimentando       alguém, o garoto escondia-se por entre as
pernas dele, como cachorrinho medroso diante de um perigo
iminente.
     Na feira, localizada onde hoje está constru/da a Fundação
SESP, a imensidão das pessoas, parecendo um formigueiro,
assustavam o menino que só ficou aliviado ao retomar onde
tinham deixado os animais. Ali, esperando os outros afazeres
do pai, contemplava um grupo de garotos a brincar de
esconde-esconde. Teve inveja da naturalidade daqueles
coetâneos e medo de se aproximar e imitá-Ios.
     Era diferente, retraído, era menino da roça ...


                   ***
     Em 1962, deu-se o retorno à cidade, onde foi trazido para
ser encaminhado nos estudos e preparado para cumprir sua
missão de cidadão honrado e respeitado dentro da sociedade
em que se encaixou desde essa época.
     Aprendeu as primeiras letras no Salão Paroquial da antiga
Igreja Católica com a Professora Edith Castro. Daí por diante
tudo transcorria normalmente.    Um dia, a Profa. Castro
terminou a aula mais cedo e o menino permanecendo na
escola entrou por acaso na sala ao lado, onde a Profa.
Belizene estava explicando a seus alunos que o nome da
cidade era Ibicaraí e não mais Palestina, nome ainda usado
oelos mais velhos por hábito.



                    ***
      Em seu primeiro ano de vida na cidade, o garoto vivia
 alegre e contente, parecendo estar no paraíso. A vida pacata
 da fazenda aos poucos foi definhando de sua memória,
 entrosando-se cada vez mais com os meninos da rua e
 aprendendo com eles os hábitos e as brincadeiras. À medida
 que o tempo ia passando o rol de amigos inseparáveis
 aumentava: Vicente Silva Correia, José Certos Teixeire, José
 Raimundo, Zé Durico, todos moradores, na época, á rua da
 Aréia.
      Este grupo de amigos em suas brincadeiras f~ziam do
 Cristo, lá no alto da Bela Vista, o ponto de pertide de suas
 mais diversas peripécias.

                                 16
Faz pena e até vergonha olharmos o estado de abandono
desumano a que foi condenado o Cristo e arredores; um
 verdadeiro Cristo abandonado. Isso denota indiferença
humana e fraca fé, deturpando até a verdadeira imagem do
 Cristo que, com seus braços abertos, ainda tenta esconder a
sujeira e imundície ali deixada. A cada parede que rui, a cada
pé de mato que cresce é como se estivéssemos vendo morrer
as melhores lembrancas da infância de tanta juventude, a
juventude de inúme;os cidadãos que viram e vêem uma
história inacabada.



 definitivamente
                      ***
       Em 1966 a família Moraes Menezes mudou-se
                    da fazenda Boa Vista para a rua do
oMatadouro, atual 10. de Janeiro, posteriormente    para a Praça
 Regis Pacheco, onde até hoje a família reside, transformando
a velha casa em santuário de encontros dos que já se
 libertaram pelos laços do casamento.
       O aprendizado do antigo primário, époce de interessantes
 e belas recordações, deu-se no Ana Nery e no Eduardo
 Espinola. Em 1969, mediante exame de admissão, ingressou
na Academia de Educação Montenegro, saindo diplomado
Auxiliar de Contabilidade em 1973.
      A medida que os anos estudantis foram passando a mente
do jovem foi adquirindo uma visão do mundo sempre mais
ampla, aprimorando o caráter e burilando a personalidade.
      Nessa fase a cada dia o cerco de amigos aumentava:
 verdadeiros seres humanos que jamais serão esquecidos,
porque todos colaboraram para o crescimento do amor que
aprendeu a ter por esta terra e pelas pessoas: Antonia Abreu
de MeIo, amiga e irmã, Dilton Teixeire, companheiro
inseparável, Elizia, Nide, Domingos Sávio, Carlos Rui,
Aliomar Vieira, Moreirinha, Nerivaldo, José Antendr, Wilson
P.C., Gilberto Esker, Tonho Durinho.
      Entre as pessoas que marcaram a pesseqem do nosso
jovem pelo colégio Academia destacaram-se: Prota. Maria
 Glória, Prof. Osvaldo Cunha, Prof. Julival e Prote. Waldir
Pinto Montenegro, grande e admirada mestra.
      Pela ânsia de caminhar e crescer com esta cidade de
 Ibicaraí, Rosevaldo matriculou-se no Centro Educacional e
lá novas experiências, novos amigos: Jorge Ceu, Reimundo
Ribeiro, Profa. Eleonora, Profa. Tercinbe, Prof. Dermicio,


                                 17
Profa. Maria Sena, Profa. l.icie, Baby, Eliana, Zuina, Tia
Lila, Urânia, Cristine, Profa. Hilda, Profa. Aldaei e tantos
outros.

                    ***
     Ibicerei não é mais aquele monstro: o formigueiro
transformou-se em ninho de amor que acalenta seus sonhos,
suas ilusões, tristezas e alegrias. Aprendeu a amar esta terra
porque foi adotado por ela como filho natural e a divisar em
cada morador um verdadeiro irmão.
     O medo, a timidez daquele garoto vindo da roça foram
dando lugar à esperteza e interesse no coração do jovem que
passou a lutar pela comunidade como Diretor de grêmios
estudantis, como suplente a Vereador eleito em 1976, como
coordenador do grupo jovem, como Diretor dos Clubes,
Comerciários, dos 40, e da Liga Ibicaraiense de Futebol.
Como Coordenador da Campanha Nacional "Esportes para
Todos". Escrevia para jornais de tbicsrei e Itabuna e hoje
como bom tilho desta Região dedica cada verso desta obra a
todos indistintamente, inspiradores e colaboradores das
fantasias e vtvêncies ao longo dessesanos decorridos.
lbicerei espera de cada jovem obras como esta e até bem mais
elaboradas para o enriquecimento cultural da nossa terra.



                    ***




                                18
DADOS HISTÓRICOS


                           Carrnine Camuso

                     ***
     Ibicaraí, terra santa abençoada por Deus, e uma prospera
cidade cortada pela B R-415, //héus- Vitória da Conquista.
Cidade do Cacau e Pecuária, onde sua gente vive seus
costumes e sua cultura na mais refinada sutileza. Gente
acolhedora e de fino trato que sempre deixa marcas de
saudade nos corações dos que, vez ou outra, passam ou vêm
a este torrão.
     Localiza-se fisiograficamente na Zona Ceceueire, para
Leste, estendendo suas terras ubertosas ao longo de vasta
região da fertil íssima bacia do Rio Colônia.
     Seu clima temperado possibilita a principal atividade
econômica: Cacau/Agropecuária, o que justifica a
permanência ainda de uma boa parte da população na zona
rural. A fonte principal da economia municipal continua
sendo a cultura do Cacau seguida de uma pecuerie bem
desenvolvida e da implantação de inúmeras casas comerciais.
     O inicio histórico de tbicere/ remonta a 1916, quando
Manoel Marques adquiriu uma roça ele Cetixto Primo e para
lá transferiu-se com os parentes, estobetecendo-sc A l77i1'"yem
esquerda do Rio Salgadc. O eno seguinte, 1917, nu tras


                                 19
fam//ias chegaram, formando um pequeno povoado ao qual
deram o nome de Palestra, devido aos bate-papos diários
entre os moradores no barracão Central, tratando de negócios
ou simplesmente matando o tempo. Em 1920 por sugestões
do Dr. Aurélio Caldas, um dos que mais colaboraram para o
desenvolvimento do lugar, foi o topônimo primitivo
substituído pelo de Palestina, que vigorou até 31 de
dezembro de 1941, quando mudava-se definitivamente         o
nome para o atual IBICARA(        que em língua Tupi significa
"Terra Sagrada".
      Por força de Lei Estadual nO 491, de 22 de Outubro de
 1952, o território de lbicere/ foi desmembrado de Itabuna e
elevado à categoria de munic/pio, instalando-se a 7 de abril
de 1955. Desta data até os dias de hoje, várias administrações
sucederam-se:
      Dr. Henrique Pimentel Sampaio
      Almir Menezes
      Dr. Diney Faria
      Dr. Manoel de Carvalho Batista
      Dr. Raimundo Cordeiro de Almeida
      Dr. José Henrique Morais de Oliveira
      Abdias Pedro dos Santos
      Dr. José Henrique Morais de Oliveira (2a. Gestão).
      Segundo o saudoso Dr. Justino Marques, "A vida pol/tice
deste municipio     tem sido um verdadeiro e constante
maremoto. A conquista do curul municipal tem despertado
paixões, lutas e entrechoques altos e, por vezes, perigosos e
profundamente      chocantes. Poucos têm sabido manter a
serenidade e a descrição que o momento politico exigia de
um politico de escola e educação, dando ao povo lições
marcantes de equilíbrio, de respeito e de dignidade pessoal".
(Rev. 8ahia Hoje, p.3J.
      Entre todos os administradores destacamos Dr. José
Henrique Morais de Oliveira "Filho estrênuo de tbicerei,
muito cedo desde a vida estudantil, engajado nas lides
políticas, sabendo esgrimir com segurança, habilidade e
destreza a espada de ouro da batalha politica".   [lbidem)
      Conduziu sua primeira administração com firmeza, arte
e sutileza. Em sua segunda gestão trouxe mais experiência,
mais intuição levando seu governo com inteligência e saber,
com denodo, prudência e humanidade, beneficiando toda a


                             20
gama administrativa: Cacauicultura, indústria e comércio,
       ensino público e privado, comunicações, transportes,
       urbanização, saúde, etc.
           Or. .José Henrique Morais de Oliveira é um verdadeiro
       governante que já tem seu nome inscrito no livro das grandes
       personalidades e grandes administradores desta comunidade
       de Ibicaraí.
           Continue Or. Henrique a seguir a sua estrela luminosa,
       pois seus munícipes o estimam e lhe reconhecem o nome de
       Grande Governante.




                          ***




                                    23

,.--
•                     I

        POESIAS
    *-----
       •

1f ROSEVALDO   OLIVEIRA MENEZES
...,...
MOMENTO      DE REFLEXÃO




Saio do estado do Materialismo e
viajo até a cidade do meu Esp írito
a procura de minha irmã Sensibilidade
e meus pais, Sr. e Sra. Sentimentos.
Decolamos na aeronave Fé/Pensamento      e
seguimos para a Capital do Coração
para libertar meu irmão Amor
que estava preso e condenado
por tentativa de homic ídio
contra o poderoso Sr. Orgulho,
esposo da Senhora Vaidade,que
juntamente com sua irmã Inveja,
tentaram seduzir nosso Amor.
 Com muito trabalho o libertamos e
 à casa da irmã Consciência o levamos.
 Jantamos ai í à base de esperança, e
 seguimos pela estrada do destino,
 rumo ao planeta da Realidade.
 Não demorou muito tempo:
 avistando o aeroporto da Miséria
 fomos seguidos pela nave Poluição,
 pilotada pelo ousado Progresso.
 Preparando-nos para o pouso,
 e com trabalho o conseguimos,
 quase éramos atropelados


                         27
pela esquadrilha Menor Abandonado,
tendo ao comando osenhor Desemprego,
A nos esperar. o ministro da Economia
apontando uma indigesta Inflação 84.
Escoltados até o palácio ela Desumanidade,
a Sra. Fome, primeira Ministra,
apresentou-nos Sua Excia, o Presidente
do Pa ís da Realidade, Sr. Máquina Humana.
Este, juntamente com seu ministério:
Desorganização, ministro do planejamento,
Analfabetismo,     ministro da educação,
nos passaram a triste nova:
o 20 Ministro Geral internado de indiretas,
doença que se alastra no país da Realidade.
Neste momento entra o ministro do Trabalho,
Gel. Salário Mínimo, operado de unificação,
que noticiou a ausência de Sr. Dinheiro.
vice hospitalizado, vítima de assalto
praticado pelo soldado, vulgo Assaltante,
Dona Paciência, companheira de viagem,
temerosa e precavida gesticulava a
todo momento como quisesse dizer:
nada aqui está me agradando.
Nesse vai/vem de pensamentos e temores
dona Decepção faz-se presente, convidando
a comitiva a outra sala para o Presidente
mostrar, em filmes, os projetos do futuro
seu governo. Apagam-se as Iuzes, aparece a
Realidade:
     Homens destruindo homens,
     máquinas destruindo máquinas,
     campos e florestas devastados,
     rios e lagos esvaziando-se,
     a terra transformando-se em deserto,
     o dia tornando-se noite.
Neste exato momento uma forte explosão, ..
Assustei ... era alguém batendo a minha porta
pedindo esmola. Não estava sonhando,
eu também fazia parte do planeta da realidade
porque neguei-lhe a esmola.


                           28
EU E MEUS AMIGOS




 Eu sou Católico e o            Eu tiro pedaço e o
 Henrique Batista.              Vicente Corràa.
 Eu leio Lucas e o
                                Eu crio galinha e o
Arlindo Mateus.
                                João Pinto.
 Eu corro do Diabo e o
                                Eu sou a rosa e o
Manoel da Cruz.
                                Virgílio Lyrio.
Eu vivo anos e o
                                Eu sou Cruzeiro e o
José Dias.
                                Abel Lira.
Eu sou filho e o
                                Eu vivo a dirigir e o
João Neto.
                                Aloizio Aguiar.
Eu apaixono-me e o
                                Eu sou frango e o
Ordival Gama.
                                Rui Galo.
Eu sou da roça e o
Júlio da Mata.
                                Moral da História:
Eu sou cabeludo e o
João Careca.
                                A todos sujo e o
Eu vendo flores e o
                                Nivaldo Meio
Rafael Ramos.
                                depois jogo fora e o
Eu lavo pratos e o
                                Alpias Guarda.
Lauro Pires.
                                Se eu não o fizesse o
Eu como carne e o
                                Dinev Faria.
Antonio Pimenta.


                         29
JULGUEM-ME




Nasci no leito de uma quimera,
Na estrutura um projeto de nobreza,
Pelos olhos venerados, ciência mera,
Jardim, esperança, irnaqern decerteza.

De alicerces profundos, és-me agora:
No obl ívio ca Ido, de imund ície flagelado,
Pelos arquitetos da nobreza jogado fora,
Pelos donos da certeza abandonado.

Vivo apenas como engalhada ruina,
Um retrato que o passado revelou,
Mostro aos homens de hoje uma sina:
A realidade em sonhos se acabou.

De braços abertos vivo a esperar
Pelas verdades deste ingrato sono:
Tantos pobres que clamam por um lar,
A meu redor construções ao abandono.

Minha paz vive dos seus atritos,
Minha luz são as suas escuridões,
Julguem-me mesmo em seus conflitos
E dêem-me um pouco de suas atenções.

          Cristo abandonado    de [bicara í.


                           30
IBICARAf


Cantando a tua história
uma lembrança inesquecida
Revivida e bem notória
na memória sempre vivida.

No além do ano passado
Um vasto roçado surgiu
às margens do R ia Salgado
Uma vida fértil ressurgiu.

Primeiro nome, era a vez
De Palestra, após Palestina.
Seu encanto belo') e fez
Insigne corpo de menina.

A linhagem no tempo formada,
Saudosa e jovial, vi ram crescer.
Deram o nome de Terra Sagrada
Onde nós aprendemos a viver.

Tu és Iuz que se propaga
entre todas as gerações,
 És o símbolo que se afaga
No reino de nossos corações.

o  teu seio é leito querido,
O cacau é teu fruto a nos dar
Alegria de termos nascido
Na terra que hei de amar.

Hoje bela como lindo     dia
Portentosa, célebre e   viril
Encanto desta meiga     Bahia
Pedaço deste querido     Brasil.


                     31
RETIRANTE




Passos incertos na estrada da vida
Segue o caminho num rumo sem porvir,
Recorda os tempos da saudade vivida
Na mente pasma a vontade de seguir.

Obnubilante cansaço segue caminhando,
Companheira, a idade mostra o passado
No rosto uma esperança de vida brilhando
Revela o dia nos passos desordenados.

Na viagem ao alento a natureza reanima
Dos momentos esquece, envolvido na pureza,
O calor do dia o corpo aquece e anima
Gota de suor desliza e mostra a nobreza.

Mas a verdade é a vontade de vencer,
De um dia encontrar a certeza sim.
Os tempos passam em cada dia sonhado
e cada vez mais chega o seu fim.


                      32
RETIRANTE
TRIBUTO AO RIO (SALGADO)




Numa tarde ...
deparei por acaso em tuas margens ...
pareceu-me por ti reconhecido e
quisesse me dizer alguma coisa.
Não entend i. ..
Parei alguns instantes ...
fiquei a te olhar ...
Agachando-me, catava umas pedras e
as atirava em teu corpo despido.
Tais pedrinhas deslizavam,
ferindo tuas águas e
mansamente se alojando em teu leito.
Refletindo, aflorou-me um pensamento:
inúmeras pedras são atiradas
em teu leito,
como sendo alimento diário, e
tudo ingeres sem nada dizer.
Entre as recordações assomaram
as do tempo de criança ...
de minha convivência contigo,
quando tuas águas eram meu deleite
nas manhãs de domingo.
Amigo inseparável dos meus verdes anos
... E hoje, aí tu estás maltrapilho P. suio.

                            35
Sinto vergonha de mim mesmo ...
 Não posso entender como o
tempo me fez mudar e
 porque em todos estes anos
 nada fiz para te ajudar ...
Saí cabisbaixo ...
fugi mais uma vez da realidade,
como sempre fazemos, e
pela estrada foi entendendo o
teu orgulho ...
A tua beleza dantes
transformada em ódio.
 Enfurecido, às vezes, destrói
tudo que encontras em teu caminho.
I: neste momento que te sentes aliviado,
porque vomitas toda sujeira
que .diariam~nte j.ogamos em ti:
E tnste, rnurto triste,
ouvir as pessoas definir
o sabor de tuas águas
pelo nome que levas e
sentir nojo em tocá-Ias.
Rio Salgado,
se um dia trilhar teu caminho e
for devorado por tua fúria,
entenderei, pois fui cúmplice a te enfurecer




                       36
o   DIARISTA




o amanhã desponta
acorda a alma
levanta o corpo
remexe a pança.
Corre ao canto,
apanha o facão
e no tempo se vai
ganhar o dia
do seu patrão,
que de ordem na língua
vive a mandar
e o igual a escravizar.
Para o diarista
só resta a espera
e nela apega-se
com unhas e dentes.
Volta de novo
pega no batente
Lá vão-sé os dias
Lá vão-se os anos
de esperanças
e desenganos.


             37
GUERRA




Vai-te em chamas como lava cadente
De um funesto e sempre atravido vulcão.
Destruindo flores que vegetam na vertente
E causando aos homens profunda aflição.

~s a desgraça que entristece o mundo,
~s o túmulo de uma verdadeira paz,
Deixas dores e suspiros profundos,
Não deixas crenças em amores, jamais.

Nos campos    onde pastas a fome te segue,
Como peste    no mundo, no ódio descansas.
Há homens    na terra que não te renegam,
Buscam em    ti seus poderes como vingança.

~s cega e guiada por olhos doentes,
Que não vêem sua própria estupidez.
Nasces de homens fracos e dementes
Que não sentem sua própria insensatez.

Nas gerações como infame te revelas,
A mentira e à desgraça tu conduz,
~s a febre que os povos aniquilas
Onde só a ignorância te traduz.



                       38
o VELHO    E A SECA




A manhã desponta prenunciando mais um dia,
Nuvens lindas no clarão do sol nascente
Salpicando as paisagens do horizonte em agonia
Onde se cruza~ as rajadas dos ventos incoerentes.

Sobrepujam folhas secas pelo espaço enfermo
Exaltando o clarão dos raios do sol ardente
Que no sobrevir da noite revive o medo
Da agonia do sono dos dias descrentes.

Trepida o corpo, acolhendo o sono
Reanima a alma, recupera forças perdidas
Aquece o rosto pálido quase sem dono
Nos olhos revê as paisagens aborrecidas.

Inclina-se a Deus, a fé o reanima
A esperança volta e de joelho se curva,
Ao criador entrega os dias de ru ína
e dorme na lembrança de um dia de chuvas.




                   39
VENDEDOR      MEflINf'




Pés despidos, rua inquieta
Certeza, coragem, precisão:
     Vendedor Menino.
Mundo na cabeça. olhar tímido,
Na certeza batendo às portas
Não cruel, resposta certa.
Tristeza, mau pensamento
Incerteza, mau momento.
Lá se vai oprimido
Pelos olhares desprezado
Menino envergonhado,
Envolvido na timidez
Coagido pela estupidez.
Oh! Vendedor sem freguês
A vida é um destino.
Nesta estrada eu passei
Hoje vejo na sua jornada
Uma esperança acalentada
De quem pensa em crescer.



            40
o VICIADO


Num andar remexente
Com gestos diferentes
Dizendo que é prá frente
Lá se vai todo contente
De olhos reluzentes
Dos momentos enlouquecentes.

o mundo    em sua mente
Vai todo contente
Caricatura de gente
Carrega inconsciente
No corpo todo dormente
Drogas e aguardentes.

             41
A MORTE



Vou a seu encontro
Nesta vida desordenada
Em meus caminhos tortuosos
Se faz reta a sua estrada.

A minha é ufania, a sua coerência
Sigo como tosco a sua nobreza
O meu tédio obstina a sua verdade
Mas minha vida é sua certeza.




               VIVENDO A VIDA



Sem nada no tempo, sem medo
Do nada me faço indiferente
No tempo faço meu segredo
E na vida me faço inocente.

Na paz, na fé ou na dor
Vivo e cresço de repente.
A sorte que a vida me doou
Deixo como própria semente.

Seguindo   pela estrada da vida
Sem nada    no tempo vivo a correr
Canto ao   mundo as horas vividas
Morro no   tempo e volto a viver.


               42
MEUS CAMINHOS




Caminhos   que    sigo, de uma estrada
Caminhos   que    caminho, ae vida marcada
Caminhos   que    ando sem rumo e sem nada
Caminhos   das      e
                 idas das chegadas.

Caminhos   que   desmereço por não ir
Caminhos   que   me perco por os seguir
Caminhos   que   vou só para conseguir
Caminhos   que   vivo querendo fugir.

Caminho    certo onde caminho errado
Caminho    com o mundo lado a lado
Caminho    nos caminhos do pecado
Caminhos    dos tempos fracassados

Caminho no caminho       da esperança
Caminho onde deixo      minha vingança
Caminho das minhas      andanças
Caminho da vida que     não me cansa.



                        43
SOU MAIS UM PAI. ..




Oh filho! por Que aqui tu viestes,
Neste desabrido mundo sem "fim?
Oh filho! por que aqui tu viésres,
Neste mundo escravizado por mim?

Oh filho! veja o nosso espelho:
guerras, fome, peste a refletir!
Oh fílhol por que aqui tu.viestes
Neste mundo de homens sem sornrr

Oh filho! este mundo   é um deserto
onde os irmãos vivem   a mendigar
Batendo à porta com    respeito
Pedindo um pão para    fome mitigar.

Aqui as mentiras são verdades
E as injustiças vivemos a ensinar.
Há filhos que só conhecem maldades
Cultivando as sementes do matar.

Oh filho! como ensinar-te a viver
Se eu mesmo construo o mundo assim?
Oh filho! Sem nome tu viestes
onde trabalha-se muito e o ganho é pouco.
Oh filho! sou apenas mais um par!
E tu? uma vida a crescer nesta escuridão.
Oh filho! tu cheqastes!
Apenas posso dar
A força destas trêmulas mãos ...


                  44
ETERNO LAR




Aqui estou, casa multicores
Em mim reina toda natureza
Vivem tipos afanados em dores,
Outros em esplendores de beleza.

Tudo e todos que em mim habitam
Dou-Ihes o meio de subir na vida
Há uns que riem e outros se irritam,
A cada um dou força na subida.

Sempre acolhendo os que vivem,
Os que morrem tem o seu lugar,
Vidas que vão, vidas que vem,
Serei de cada um o seu altar.

Todos em mim nascem e crescem,
De mim tornam-se eternos donos,
Onde suas vidas sempre constroem
Vivendo seus sonhos em meu sono.

Por mim há muitas estradas asequir
E cada qual seguindo seus caminhos,
Os sustentarei por onde quiserem ir
Em multidões, ou mesmo sozinhos.

A servi-tos sempre estarei
Minha bondade não se encerra,
Aqui sempre viverei
sendo o seu planeta terra.


                        45
ENCHENTE




No espaço inflamado, revolto
Núvens carregadas revestem o ar
Emudecido o sol sem brilho
O vento depravado a soprar.

As chuvas no espaço desgarradas
Decorrem dos montes aos leitos
Transbordando os níveis de costumes
Num destroço da agonia eleito.

Crescem os níveis, inundando,
A cada segundo desbandando
Avanças nas encostas salpicadas
E das núvens o veu desl izando.

Estranhos movi mentos, assustados
Moradores das margens em aflição
Seus pobres barracos desmoronando
No desenrolar, homens em confusão.

E cada momento suspeito
O desespero vemos aumentar
Invasão das águas fu riosas
Heranças tendem a se acabar.

Aviso de ruínas, uma certeza
Choros, gritos pelos ares
E a cada momento aumentando
As águas em nossos lares.


                   46
ENCHENTE
ANCIÃO




Nos olhos o brilho sem luz
Do verde apagado na cor
Os passos lentos produz
A insônia que o tempo deixou.

Cansado carrega sua cruz
Na jornada longínqua da dor
No semblante amargo reluz
A mancha que o passado marcou

Na realidade vive a solidão
Os sonhos faz sempre reviver
O pensamento da sua decepção
Na mente a vontade de viver

Querendo iludir a escuridão
Apegado à existência do ser
Ferido vive seu pobre coração
Fazendo os outros padecer.


                  49
ANÃLlSE




E preciso sermos amigos.
Amigos verdadeiros.
Será que somos?
Será que temos?
Somos ou temos apenas companheiros?
Será que para o amigo nós vivemos,
O quanto queremos que ele viva para nós?
O que já fizemos para sermos presença nele,
O quanto queremos que ele seja presença em nós?
E preciso sermos amigos
E não apenas companheiros.
Fazer do am,igo a nossa imagem
E não o nosso mensageiro.
Será que estamos sendo amigos
Ou apenas vivemos a iludir?
Para sermos amigos
Sejamos antes amigos de nós mesmos.



                 50
RETRATO DA INFÃNCIA



Dos momentos resta a lembrança
Como moldura a saudade que ficou
Pensamentos, retrato da infância
Que os dias ainda não amarrotou.

Gravado na parede da recordação
'}ue o tempo apressado o faz mudar
-= só revela no meu imenso coração
A foto que jamais posso ampliar.

o meu   ser suspira a distância
Pelas lembranças ainda posso rever
O negativo da minha meiga infância
Que a realidade, não me deixa viver.



                     51
LEMBRANÇAS




Do fundo de minha alma ressae
A sombra esquecida da madrugada
No silêncio triste a noite vai
Em lembranças da mulher amada.

Meu coração bate sempre apressado
Em dores e saudades, recosto ao leito
Meus pensamentos saem embaralhados
A dor dilacera e fere o meu peito

Sinto em mim uma vontade forte
De novamente poder te abraçar
Ah, querida! Se eu tivesse a sorte
E a liberdade de sempre te amar!

Lembranças dos     seus lábios ardentes
Sua face rosada,   cheia de calor
Lembranças dos     teus beijos quentes
Adormeço neste     supl ício de Amor.


                    52
DECEPÇÃO




Dor ...
Ironia
força estranha
Lúgubre
Insônia sem pudor
Incerteza irrealidade
Vergonha
Pasmam os sonhos
Horas sem credor
Angústia estranha sem cor
Sofrer
Fere a alma
a ufania desses momentos
Intimida
Coage o presente
Até o ser
Entristece a alegria
dos momentos.


             53
.                   -~
       OUTROS:
   *
              •
*ernesto   gonçal ves moreira
            *arlindo  m a teus
"QUANTOS JOVENS ... "




              Ernesto Gonçalves Moreira



Ouantos jovens vi na praça
Mostrando o fraco da raça
Nas espumas de mil taças!

   Ouantos risos e chalaças
   Provocados das cachaças
   Que destróem mais que as traças!

Ouantos jovens já sem graça
Todos chorando a desgraça
Disfarçados na fumaça!

   Ouantos jovens já carcaças
   Metidos em arruaças
   E nas piores trapaças!

E a voz do mal diz sempre: faça !
E o jovem tal qual a caça,
Na rede suja se enlaça.

    E a voz de Deus, suave qual vôo da garça
    Clama em socorro dizendo: filho, renasça!
    Buscai em mim toda glória, é de graça!



                   57
NATAL COM MURIÇOCAS



                            E. Moreira


 Era Natal!
 As muriçocas infestavam
 Uma cidade em festa
 E aquela orquestra
 Estranho hiato em coro
Tinha como palco o pobre couro
Dos nossos bons irmãos
      E ainda que nos déssemos as mãos
Num pacto, declarando guerra,
O gesto solidário cairia por terra
Tal era a ingente epidemia
Mas ao meio àquela correria
Em busca de defesa
Traça lá do Céu a Natureza
Urgente solução:
Abre as eclusas siderais
Varrendo com torrentes marciais
A grande infernação



                  58
INSTRUÇAO LEONfSTICA



Meus prezados Companheiros,
Não nego o meu compromisso,
Uma Instrução Leon ística,
E mesmo um grande serviço;
Mas não sendo de improviso
Por que me fazer omisso?

Ainda mais que há muito tempo,
Logo cêdo descobrí,
Que não se julga os Leões
Pelo valor do Q.I.;
Mas pelo valor de seus atos
Nem demais pelo status
Se o objetivo é SERVIR

Por isso, caros confrades,
Nosso assunto é leonismo.
Movimento mundial
De profundo realismo.
Fundado por Melvin Jones ...
Que eternamente ressone
Exemplos de altruismo.

Sabemos que este universo
De grandes transformações,
Vem se alterando estruturas
Impongindo corações
Aviltando a consciência
Minando a condescendência
Causando mil mutações.




                   59
Poristo e por muito mais
Neste mundo de conflitos,
Legionários do Bem
Pela paz lutam contritos.
Amenizando o tormento
Dos nossos irmãos aflitos.

São muitos os voluntários
Que pelo amor de Jesus,
Põem de lado o egoismo
Que só ao mal nos conduz
E clamando ao Criador,
São tocados pela Luz.

Se a Educação Moral e Cívica
Não imperar com bravura,
Os problemas sociais
Crescem ganhando estrutura,
E mais difícil se torna
Melhorar nossa cultura .

Ah, minha pobre geração
Qual seria minha alegria
Se eu pudesse ainda ver
Por processo de eugenia
Ou por outra invervenção
Sua formação sad ia!.

Nem o crescer demográfico
Nem hecatombes em massa,
Vão resolver os problemas
Existentes numa raça
Como nem sempre é amigo
Aquele que nos abraça.

Mas viva a Deus nas alturas
E nossas convicções
Para cerrar mais fileiras
Formando congregações
Empenhadas pela paz
No contexto das nações.


                60
Nesta batalha sem lógica
Ganha o bem que não descança
Porque a voz do Senhor,
E raio que parte a lança
E faz ferir toda a terra
Restaurando-lhe a bonança.

Levantemos nosso olhar
Rogando paz ao Senhor
Em concentração de fé
Como extrato de amor
Para que nosso serviço
Possa amenizar a dor.

Parabéns ao LIONS CLUBE
De minha IBICARAI~
Que há doze anos vem
Servindo, sem se servir
Através de seus Leões
Que marcham para o porvir.




              61
CONFISSAO




                         Arlindo    Mateus



Recebes mulher bela, delicada
Esta confissão que vinha guardada
Do pobre trovador no coração
Recebes pois mas não zombes tanto
Da pobreza dos meus pobres cantos
Porque deles foste tu a inspiração.

Da minha insônia és tu a razão
Porisso escutas o que meu coração
Está sentindo e que tê quer dizer
Que te desejo bela, boa e santa
Que tua boca pequenina encanta
A minha vida, o meu próprio ser.

Eu sinto no íntimo desejo infindo
De sentir, de beijar os seios lindos
Até sentir desse beijar o prazer,
Sentir dos róseos e pequenos botões
O estremecer de mil palpitações
Que seduz e me faz de amor morrer

Ter do teu corpo delgado santo,
O cheiro, o tato, o calor, o encanto,
Que despertam e descontrolam os nervos meus
Mirar-te oh mulher bela semi nua!
Sentir minha face roçar à face tua
Sentir o sabor de mel dos lábios teus!


                       ·63
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CAMINHANDO - Rosevaldo Oliveira Menezes

  • 1. ~ ROSEVALDO OLIVEIRA MENEZES ~. ---
  • 2. A Vera. Esposa, amiga e companheira A Leandro e Larissa Filhos queridos de nossa realização A meus pais. que lia simplicidade transformaram os momentos de suas vicias em lições de vivência para nós filhos.
  • 3. .• Sábios são os que no meio do mundo descobrem o mundo do próprio eu. .• No caminhar, há momento de vagos espaços que traduzem a vida, reflitindo na consciência a sensibilidade do mundo interior e revelando o próprio eu.
  • 4. Agradecimentos a: •. Dr. JOSÉ HENRIQUE MORAIS DE OLIVEIRA Administrador exímio que faz da Prefeitura a casa do povo . •. IBICARA/ .. Terra sal/ta que amo desde a Infância. .. - •. POVO DE IBICARA[ Minha [ani ília e fO/1te de inspiração.
  • 5.
  • 6. Pensamentos 1. Nos caminhos 'tortuosos da vida Faz-se reta a estrada para morte. 2. Se procurássemos ouvir o quanto falamos, entenderíamos melhor e aceitaríamos mais as verdades que não gostamos de ouvir. 3. Sábios são os que no meio do mundo descobrem o mundo do próprio eu. 4. Se a humanidade procurasse descobrir o valor inerente a todo ser humano, descobriria verdadeiros homens. 5. Na reticência ... Vida Ponto Final. Morte 6. No trabalho dos homens, a justiça de Deus. 7. A vingança dos adultos, é a arma que destrói as crianças. 8. Antes de pensar em faze~ guerra, olhe uma criança e sinta a verdadeira paz. 9
  • 7.
  • 8. ~-------------* íNDICE ... 9 * pensamentos 13 * apresentação 15 * dados biográficos 19 _dados históricos 25 * P O E S I AS: 27 * momento de reflexão 29 *eu e meus amigos 30 * julguem-me 31 * ib ic a ra í 32 *retirante 35 *tributo ao rio (salgado) 11
  • 9. 37 ilO diarista 38 -teguerra 39 .0 velhoe a seca 40 -tevend-edor menino 41 .0 viciado 42 --a morte 43 -temeus caminhos . . 44 .• sou mais um par..; 45 .eterno lar 46 .enchente 49 .ancião 50 .análise 51 ilretrdto da infância 52 <Iembr ancas 53 ildecepção 55 * O UT R OS: 57 * quantos jovens ... 58 * natal com muriçocas 59 * i nst rucão , 63 *confissão 12
  • 10. ...• APRESENTACAO I Carmine Carnuso *** Superando toda e qualquer dificuldade, graças ao nosso Mecena, Dr. José Henrique Morais de Oliveira, Prefeito pela 2a. vez de Ibicaraí, pudemos publicar este pequeno livreto de poesias de um filho desta terra: Rosevaldo Oliveira Menezes. Mesmo cientes de uma literatura sem muita expressão e com pouco valor literário, achamos conveniente tornar público os sentimentos íntimos do nosso poeta expressos em versos, exemplarizando tanta juventude e inúmeros poetas natos que, ou por falta de oportunidades ou obstados por condições econômicas, deixam a expressão da própria arte, sua literatura, que poderá esconder uma época, uma língua, ideais e até mensagens para todos nós, escondida no baú de trastes velhos ou no esquecitório da memória. Rosevaldo jamais teve a ufania de se arvorar a escritor ou mesmo poeta profissional, mas com uma cultura mediana, /I Grau profissionalizante, tenta expressar em versos os sentimentos do cidadão ibicaraisense, do homem 13
  • 11. notoriamente voltado aos interesses da comunidade, social e politicamente. Seus versos não têm a pretensão literária, pois fogem a todos os esquemas da métrica, denotando porém situações e sentimentos de uma vivência oprimida dentro de uma sociedade materialista, egoísta e alheia aos verdadeiros valores, suscitando uma ira incontida em seu coração anelante de verdades entre situações adversas que o rodeiam. Publicando estes versos, não pretendemos visar uma obra literária ou uma obra notável para concorrer ao Prêmio Nobel de Literatura, mas fazer com que o nosso poeta desenvolva o dom da poesia recebido de Deus e para que a exemplo dele outros sejam encorajados a manifestarem suas próprias virtudes literárias, engrandecendo culturalmente a cidade de lbiceret. O desenvolvimento de uma região sempre depende da capacidade cultural dos habitantes. Toda obra literária, por mais simples que possa ser, apresenta, via de regra, em seu conteúdo, uma conceituação positiva e humanitária, influenciando as pessoas a cederem em seus orgulhos e serem mais irmãos e tolerantes, com mais largueza de vista e compreensão. Isto é possível porque o escritor com sua tentesie sempre transpassaas fronteiras da família, dos amigos, da cidade, aportando indiferentemente no passado, no presente e no futuro. O presente livro, que com toda a sua singeleza demonstra, sob diversos aspectos, a personalidade de autor, certamente seria descartado pela Crítica Literária, mas, visem que será um pedestal de onde o nosso jovem poeta partirá para obras mais promissoras. Se hoje devêssemos esperar que um livro seja escrito somente por especialistas qualificados, jamais conseguiríamos atingir o âmago dos sentimentos de uma sociedade, a evolução literária teria pernas de tartarugas e a educação de um povo condenada ao ostracismo. Com a colaboração pessoal de uma miríade de pequenos escritores e pequenos poetas sempre poderemos determinar as características de um povo mais ou menos civilizado. 14
  • 12. , DADOS BIOGRAFICOS Carmine Carnuso *** Em 4 de maio de 1953, a fazenda São Joaquim, em Pouso Alegre, atual Almadina, viveu um dia festivo, pois acabara de nascer um menino: Rosevaldo Oliveira Menezes, para júbilo do Sr. Raimundo Moraes Menezes e Dona Marieta Costa Oliveira. O pequeno garoto, terceiro entre oito irmãos, transcorreu sua primeira infância na Fazenda Boa Vista, na região dos Miúdos, neste municipio de lbicerei. *** Lá pelos idos de 1959, já garoto de 6 anos, acompanhou o Sr. Raimundo, montado num burrico, entre dois caçuás, chegando pela primeira vez em Palestina. Era um dia de feira, sábado. Amarrando os animais ao pé de uma carambola, num terreno baldio, cruzamento das ruas Padre João do Prado com a Barão do Rio Branco, seguiram rua adentro. Tudo era estranho e novidade para o garoto roçariano, parecendo vagar num abismo profundo entre aquelas tuas tortas e compridas, como monstros gigantescos. A sensação de medo fez com que 15
  • 13. segurasse firme a mão ao pai que, seguro e com largas passadas, seguia em frente. Toda vez que o velho parava, cumprimentando alguém, o garoto escondia-se por entre as pernas dele, como cachorrinho medroso diante de um perigo iminente. Na feira, localizada onde hoje está constru/da a Fundação SESP, a imensidão das pessoas, parecendo um formigueiro, assustavam o menino que só ficou aliviado ao retomar onde tinham deixado os animais. Ali, esperando os outros afazeres do pai, contemplava um grupo de garotos a brincar de esconde-esconde. Teve inveja da naturalidade daqueles coetâneos e medo de se aproximar e imitá-Ios. Era diferente, retraído, era menino da roça ... *** Em 1962, deu-se o retorno à cidade, onde foi trazido para ser encaminhado nos estudos e preparado para cumprir sua missão de cidadão honrado e respeitado dentro da sociedade em que se encaixou desde essa época. Aprendeu as primeiras letras no Salão Paroquial da antiga Igreja Católica com a Professora Edith Castro. Daí por diante tudo transcorria normalmente. Um dia, a Profa. Castro terminou a aula mais cedo e o menino permanecendo na escola entrou por acaso na sala ao lado, onde a Profa. Belizene estava explicando a seus alunos que o nome da cidade era Ibicaraí e não mais Palestina, nome ainda usado oelos mais velhos por hábito. *** Em seu primeiro ano de vida na cidade, o garoto vivia alegre e contente, parecendo estar no paraíso. A vida pacata da fazenda aos poucos foi definhando de sua memória, entrosando-se cada vez mais com os meninos da rua e aprendendo com eles os hábitos e as brincadeiras. À medida que o tempo ia passando o rol de amigos inseparáveis aumentava: Vicente Silva Correia, José Certos Teixeire, José Raimundo, Zé Durico, todos moradores, na época, á rua da Aréia. Este grupo de amigos em suas brincadeiras f~ziam do Cristo, lá no alto da Bela Vista, o ponto de pertide de suas mais diversas peripécias. 16
  • 14. Faz pena e até vergonha olharmos o estado de abandono desumano a que foi condenado o Cristo e arredores; um verdadeiro Cristo abandonado. Isso denota indiferença humana e fraca fé, deturpando até a verdadeira imagem do Cristo que, com seus braços abertos, ainda tenta esconder a sujeira e imundície ali deixada. A cada parede que rui, a cada pé de mato que cresce é como se estivéssemos vendo morrer as melhores lembrancas da infância de tanta juventude, a juventude de inúme;os cidadãos que viram e vêem uma história inacabada. definitivamente *** Em 1966 a família Moraes Menezes mudou-se da fazenda Boa Vista para a rua do oMatadouro, atual 10. de Janeiro, posteriormente para a Praça Regis Pacheco, onde até hoje a família reside, transformando a velha casa em santuário de encontros dos que já se libertaram pelos laços do casamento. O aprendizado do antigo primário, époce de interessantes e belas recordações, deu-se no Ana Nery e no Eduardo Espinola. Em 1969, mediante exame de admissão, ingressou na Academia de Educação Montenegro, saindo diplomado Auxiliar de Contabilidade em 1973. A medida que os anos estudantis foram passando a mente do jovem foi adquirindo uma visão do mundo sempre mais ampla, aprimorando o caráter e burilando a personalidade. Nessa fase a cada dia o cerco de amigos aumentava: verdadeiros seres humanos que jamais serão esquecidos, porque todos colaboraram para o crescimento do amor que aprendeu a ter por esta terra e pelas pessoas: Antonia Abreu de MeIo, amiga e irmã, Dilton Teixeire, companheiro inseparável, Elizia, Nide, Domingos Sávio, Carlos Rui, Aliomar Vieira, Moreirinha, Nerivaldo, José Antendr, Wilson P.C., Gilberto Esker, Tonho Durinho. Entre as pessoas que marcaram a pesseqem do nosso jovem pelo colégio Academia destacaram-se: Prota. Maria Glória, Prof. Osvaldo Cunha, Prof. Julival e Prote. Waldir Pinto Montenegro, grande e admirada mestra. Pela ânsia de caminhar e crescer com esta cidade de Ibicaraí, Rosevaldo matriculou-se no Centro Educacional e lá novas experiências, novos amigos: Jorge Ceu, Reimundo Ribeiro, Profa. Eleonora, Profa. Tercinbe, Prof. Dermicio, 17
  • 15. Profa. Maria Sena, Profa. l.icie, Baby, Eliana, Zuina, Tia Lila, Urânia, Cristine, Profa. Hilda, Profa. Aldaei e tantos outros. *** Ibicerei não é mais aquele monstro: o formigueiro transformou-se em ninho de amor que acalenta seus sonhos, suas ilusões, tristezas e alegrias. Aprendeu a amar esta terra porque foi adotado por ela como filho natural e a divisar em cada morador um verdadeiro irmão. O medo, a timidez daquele garoto vindo da roça foram dando lugar à esperteza e interesse no coração do jovem que passou a lutar pela comunidade como Diretor de grêmios estudantis, como suplente a Vereador eleito em 1976, como coordenador do grupo jovem, como Diretor dos Clubes, Comerciários, dos 40, e da Liga Ibicaraiense de Futebol. Como Coordenador da Campanha Nacional "Esportes para Todos". Escrevia para jornais de tbicsrei e Itabuna e hoje como bom tilho desta Região dedica cada verso desta obra a todos indistintamente, inspiradores e colaboradores das fantasias e vtvêncies ao longo dessesanos decorridos. lbicerei espera de cada jovem obras como esta e até bem mais elaboradas para o enriquecimento cultural da nossa terra. *** 18
  • 16. DADOS HISTÓRICOS Carrnine Camuso *** Ibicaraí, terra santa abençoada por Deus, e uma prospera cidade cortada pela B R-415, //héus- Vitória da Conquista. Cidade do Cacau e Pecuária, onde sua gente vive seus costumes e sua cultura na mais refinada sutileza. Gente acolhedora e de fino trato que sempre deixa marcas de saudade nos corações dos que, vez ou outra, passam ou vêm a este torrão. Localiza-se fisiograficamente na Zona Ceceueire, para Leste, estendendo suas terras ubertosas ao longo de vasta região da fertil íssima bacia do Rio Colônia. Seu clima temperado possibilita a principal atividade econômica: Cacau/Agropecuária, o que justifica a permanência ainda de uma boa parte da população na zona rural. A fonte principal da economia municipal continua sendo a cultura do Cacau seguida de uma pecuerie bem desenvolvida e da implantação de inúmeras casas comerciais. O inicio histórico de tbicere/ remonta a 1916, quando Manoel Marques adquiriu uma roça ele Cetixto Primo e para lá transferiu-se com os parentes, estobetecendo-sc A l77i1'"yem esquerda do Rio Salgadc. O eno seguinte, 1917, nu tras 19
  • 17. fam//ias chegaram, formando um pequeno povoado ao qual deram o nome de Palestra, devido aos bate-papos diários entre os moradores no barracão Central, tratando de negócios ou simplesmente matando o tempo. Em 1920 por sugestões do Dr. Aurélio Caldas, um dos que mais colaboraram para o desenvolvimento do lugar, foi o topônimo primitivo substituído pelo de Palestina, que vigorou até 31 de dezembro de 1941, quando mudava-se definitivamente o nome para o atual IBICARA( que em língua Tupi significa "Terra Sagrada". Por força de Lei Estadual nO 491, de 22 de Outubro de 1952, o território de lbicere/ foi desmembrado de Itabuna e elevado à categoria de munic/pio, instalando-se a 7 de abril de 1955. Desta data até os dias de hoje, várias administrações sucederam-se: Dr. Henrique Pimentel Sampaio Almir Menezes Dr. Diney Faria Dr. Manoel de Carvalho Batista Dr. Raimundo Cordeiro de Almeida Dr. José Henrique Morais de Oliveira Abdias Pedro dos Santos Dr. José Henrique Morais de Oliveira (2a. Gestão). Segundo o saudoso Dr. Justino Marques, "A vida pol/tice deste municipio tem sido um verdadeiro e constante maremoto. A conquista do curul municipal tem despertado paixões, lutas e entrechoques altos e, por vezes, perigosos e profundamente chocantes. Poucos têm sabido manter a serenidade e a descrição que o momento politico exigia de um politico de escola e educação, dando ao povo lições marcantes de equilíbrio, de respeito e de dignidade pessoal". (Rev. 8ahia Hoje, p.3J. Entre todos os administradores destacamos Dr. José Henrique Morais de Oliveira "Filho estrênuo de tbicerei, muito cedo desde a vida estudantil, engajado nas lides políticas, sabendo esgrimir com segurança, habilidade e destreza a espada de ouro da batalha politica". [lbidem) Conduziu sua primeira administração com firmeza, arte e sutileza. Em sua segunda gestão trouxe mais experiência, mais intuição levando seu governo com inteligência e saber, com denodo, prudência e humanidade, beneficiando toda a 20
  • 18. gama administrativa: Cacauicultura, indústria e comércio, ensino público e privado, comunicações, transportes, urbanização, saúde, etc. Or. .José Henrique Morais de Oliveira é um verdadeiro governante que já tem seu nome inscrito no livro das grandes personalidades e grandes administradores desta comunidade de Ibicaraí. Continue Or. Henrique a seguir a sua estrela luminosa, pois seus munícipes o estimam e lhe reconhecem o nome de Grande Governante. *** 23 ,.--
  • 19.
  • 20. I POESIAS *----- • 1f ROSEVALDO OLIVEIRA MENEZES
  • 22. MOMENTO DE REFLEXÃO Saio do estado do Materialismo e viajo até a cidade do meu Esp írito a procura de minha irmã Sensibilidade e meus pais, Sr. e Sra. Sentimentos. Decolamos na aeronave Fé/Pensamento e seguimos para a Capital do Coração para libertar meu irmão Amor que estava preso e condenado por tentativa de homic ídio contra o poderoso Sr. Orgulho, esposo da Senhora Vaidade,que juntamente com sua irmã Inveja, tentaram seduzir nosso Amor. Com muito trabalho o libertamos e à casa da irmã Consciência o levamos. Jantamos ai í à base de esperança, e seguimos pela estrada do destino, rumo ao planeta da Realidade. Não demorou muito tempo: avistando o aeroporto da Miséria fomos seguidos pela nave Poluição, pilotada pelo ousado Progresso. Preparando-nos para o pouso, e com trabalho o conseguimos, quase éramos atropelados 27
  • 23. pela esquadrilha Menor Abandonado, tendo ao comando osenhor Desemprego, A nos esperar. o ministro da Economia apontando uma indigesta Inflação 84. Escoltados até o palácio ela Desumanidade, a Sra. Fome, primeira Ministra, apresentou-nos Sua Excia, o Presidente do Pa ís da Realidade, Sr. Máquina Humana. Este, juntamente com seu ministério: Desorganização, ministro do planejamento, Analfabetismo, ministro da educação, nos passaram a triste nova: o 20 Ministro Geral internado de indiretas, doença que se alastra no país da Realidade. Neste momento entra o ministro do Trabalho, Gel. Salário Mínimo, operado de unificação, que noticiou a ausência de Sr. Dinheiro. vice hospitalizado, vítima de assalto praticado pelo soldado, vulgo Assaltante, Dona Paciência, companheira de viagem, temerosa e precavida gesticulava a todo momento como quisesse dizer: nada aqui está me agradando. Nesse vai/vem de pensamentos e temores dona Decepção faz-se presente, convidando a comitiva a outra sala para o Presidente mostrar, em filmes, os projetos do futuro seu governo. Apagam-se as Iuzes, aparece a Realidade: Homens destruindo homens, máquinas destruindo máquinas, campos e florestas devastados, rios e lagos esvaziando-se, a terra transformando-se em deserto, o dia tornando-se noite. Neste exato momento uma forte explosão, .. Assustei ... era alguém batendo a minha porta pedindo esmola. Não estava sonhando, eu também fazia parte do planeta da realidade porque neguei-lhe a esmola. 28
  • 24. EU E MEUS AMIGOS Eu sou Católico e o Eu tiro pedaço e o Henrique Batista. Vicente Corràa. Eu leio Lucas e o Eu crio galinha e o Arlindo Mateus. João Pinto. Eu corro do Diabo e o Eu sou a rosa e o Manoel da Cruz. Virgílio Lyrio. Eu vivo anos e o Eu sou Cruzeiro e o José Dias. Abel Lira. Eu sou filho e o Eu vivo a dirigir e o João Neto. Aloizio Aguiar. Eu apaixono-me e o Eu sou frango e o Ordival Gama. Rui Galo. Eu sou da roça e o Júlio da Mata. Moral da História: Eu sou cabeludo e o João Careca. A todos sujo e o Eu vendo flores e o Nivaldo Meio Rafael Ramos. depois jogo fora e o Eu lavo pratos e o Alpias Guarda. Lauro Pires. Se eu não o fizesse o Eu como carne e o Dinev Faria. Antonio Pimenta. 29
  • 25. JULGUEM-ME Nasci no leito de uma quimera, Na estrutura um projeto de nobreza, Pelos olhos venerados, ciência mera, Jardim, esperança, irnaqern decerteza. De alicerces profundos, és-me agora: No obl ívio ca Ido, de imund ície flagelado, Pelos arquitetos da nobreza jogado fora, Pelos donos da certeza abandonado. Vivo apenas como engalhada ruina, Um retrato que o passado revelou, Mostro aos homens de hoje uma sina: A realidade em sonhos se acabou. De braços abertos vivo a esperar Pelas verdades deste ingrato sono: Tantos pobres que clamam por um lar, A meu redor construções ao abandono. Minha paz vive dos seus atritos, Minha luz são as suas escuridões, Julguem-me mesmo em seus conflitos E dêem-me um pouco de suas atenções. Cristo abandonado de [bicara í. 30
  • 26. IBICARAf Cantando a tua história uma lembrança inesquecida Revivida e bem notória na memória sempre vivida. No além do ano passado Um vasto roçado surgiu às margens do R ia Salgado Uma vida fértil ressurgiu. Primeiro nome, era a vez De Palestra, após Palestina. Seu encanto belo') e fez Insigne corpo de menina. A linhagem no tempo formada, Saudosa e jovial, vi ram crescer. Deram o nome de Terra Sagrada Onde nós aprendemos a viver. Tu és Iuz que se propaga entre todas as gerações, És o símbolo que se afaga No reino de nossos corações. o teu seio é leito querido, O cacau é teu fruto a nos dar Alegria de termos nascido Na terra que hei de amar. Hoje bela como lindo dia Portentosa, célebre e viril Encanto desta meiga Bahia Pedaço deste querido Brasil. 31
  • 27. RETIRANTE Passos incertos na estrada da vida Segue o caminho num rumo sem porvir, Recorda os tempos da saudade vivida Na mente pasma a vontade de seguir. Obnubilante cansaço segue caminhando, Companheira, a idade mostra o passado No rosto uma esperança de vida brilhando Revela o dia nos passos desordenados. Na viagem ao alento a natureza reanima Dos momentos esquece, envolvido na pureza, O calor do dia o corpo aquece e anima Gota de suor desliza e mostra a nobreza. Mas a verdade é a vontade de vencer, De um dia encontrar a certeza sim. Os tempos passam em cada dia sonhado e cada vez mais chega o seu fim. 32
  • 29.
  • 30. TRIBUTO AO RIO (SALGADO) Numa tarde ... deparei por acaso em tuas margens ... pareceu-me por ti reconhecido e quisesse me dizer alguma coisa. Não entend i. .. Parei alguns instantes ... fiquei a te olhar ... Agachando-me, catava umas pedras e as atirava em teu corpo despido. Tais pedrinhas deslizavam, ferindo tuas águas e mansamente se alojando em teu leito. Refletindo, aflorou-me um pensamento: inúmeras pedras são atiradas em teu leito, como sendo alimento diário, e tudo ingeres sem nada dizer. Entre as recordações assomaram as do tempo de criança ... de minha convivência contigo, quando tuas águas eram meu deleite nas manhãs de domingo. Amigo inseparável dos meus verdes anos ... E hoje, aí tu estás maltrapilho P. suio. 35
  • 31. Sinto vergonha de mim mesmo ... Não posso entender como o tempo me fez mudar e porque em todos estes anos nada fiz para te ajudar ... Saí cabisbaixo ... fugi mais uma vez da realidade, como sempre fazemos, e pela estrada foi entendendo o teu orgulho ... A tua beleza dantes transformada em ódio. Enfurecido, às vezes, destrói tudo que encontras em teu caminho. I: neste momento que te sentes aliviado, porque vomitas toda sujeira que .diariam~nte j.ogamos em ti: E tnste, rnurto triste, ouvir as pessoas definir o sabor de tuas águas pelo nome que levas e sentir nojo em tocá-Ias. Rio Salgado, se um dia trilhar teu caminho e for devorado por tua fúria, entenderei, pois fui cúmplice a te enfurecer 36
  • 32. o DIARISTA o amanhã desponta acorda a alma levanta o corpo remexe a pança. Corre ao canto, apanha o facão e no tempo se vai ganhar o dia do seu patrão, que de ordem na língua vive a mandar e o igual a escravizar. Para o diarista só resta a espera e nela apega-se com unhas e dentes. Volta de novo pega no batente Lá vão-sé os dias Lá vão-se os anos de esperanças e desenganos. 37
  • 33. GUERRA Vai-te em chamas como lava cadente De um funesto e sempre atravido vulcão. Destruindo flores que vegetam na vertente E causando aos homens profunda aflição. ~s a desgraça que entristece o mundo, ~s o túmulo de uma verdadeira paz, Deixas dores e suspiros profundos, Não deixas crenças em amores, jamais. Nos campos onde pastas a fome te segue, Como peste no mundo, no ódio descansas. Há homens na terra que não te renegam, Buscam em ti seus poderes como vingança. ~s cega e guiada por olhos doentes, Que não vêem sua própria estupidez. Nasces de homens fracos e dementes Que não sentem sua própria insensatez. Nas gerações como infame te revelas, A mentira e à desgraça tu conduz, ~s a febre que os povos aniquilas Onde só a ignorância te traduz. 38
  • 34. o VELHO E A SECA A manhã desponta prenunciando mais um dia, Nuvens lindas no clarão do sol nascente Salpicando as paisagens do horizonte em agonia Onde se cruza~ as rajadas dos ventos incoerentes. Sobrepujam folhas secas pelo espaço enfermo Exaltando o clarão dos raios do sol ardente Que no sobrevir da noite revive o medo Da agonia do sono dos dias descrentes. Trepida o corpo, acolhendo o sono Reanima a alma, recupera forças perdidas Aquece o rosto pálido quase sem dono Nos olhos revê as paisagens aborrecidas. Inclina-se a Deus, a fé o reanima A esperança volta e de joelho se curva, Ao criador entrega os dias de ru ína e dorme na lembrança de um dia de chuvas. 39
  • 35. VENDEDOR MEflINf' Pés despidos, rua inquieta Certeza, coragem, precisão: Vendedor Menino. Mundo na cabeça. olhar tímido, Na certeza batendo às portas Não cruel, resposta certa. Tristeza, mau pensamento Incerteza, mau momento. Lá se vai oprimido Pelos olhares desprezado Menino envergonhado, Envolvido na timidez Coagido pela estupidez. Oh! Vendedor sem freguês A vida é um destino. Nesta estrada eu passei Hoje vejo na sua jornada Uma esperança acalentada De quem pensa em crescer. 40
  • 36. o VICIADO Num andar remexente Com gestos diferentes Dizendo que é prá frente Lá se vai todo contente De olhos reluzentes Dos momentos enlouquecentes. o mundo em sua mente Vai todo contente Caricatura de gente Carrega inconsciente No corpo todo dormente Drogas e aguardentes. 41
  • 37. A MORTE Vou a seu encontro Nesta vida desordenada Em meus caminhos tortuosos Se faz reta a sua estrada. A minha é ufania, a sua coerência Sigo como tosco a sua nobreza O meu tédio obstina a sua verdade Mas minha vida é sua certeza. VIVENDO A VIDA Sem nada no tempo, sem medo Do nada me faço indiferente No tempo faço meu segredo E na vida me faço inocente. Na paz, na fé ou na dor Vivo e cresço de repente. A sorte que a vida me doou Deixo como própria semente. Seguindo pela estrada da vida Sem nada no tempo vivo a correr Canto ao mundo as horas vividas Morro no tempo e volto a viver. 42
  • 38. MEUS CAMINHOS Caminhos que sigo, de uma estrada Caminhos que caminho, ae vida marcada Caminhos que ando sem rumo e sem nada Caminhos das e idas das chegadas. Caminhos que desmereço por não ir Caminhos que me perco por os seguir Caminhos que vou só para conseguir Caminhos que vivo querendo fugir. Caminho certo onde caminho errado Caminho com o mundo lado a lado Caminho nos caminhos do pecado Caminhos dos tempos fracassados Caminho no caminho da esperança Caminho onde deixo minha vingança Caminho das minhas andanças Caminho da vida que não me cansa. 43
  • 39. SOU MAIS UM PAI. .. Oh filho! por Que aqui tu viestes, Neste desabrido mundo sem "fim? Oh filho! por que aqui tu viésres, Neste mundo escravizado por mim? Oh filho! veja o nosso espelho: guerras, fome, peste a refletir! Oh fílhol por que aqui tu.viestes Neste mundo de homens sem sornrr Oh filho! este mundo é um deserto onde os irmãos vivem a mendigar Batendo à porta com respeito Pedindo um pão para fome mitigar. Aqui as mentiras são verdades E as injustiças vivemos a ensinar. Há filhos que só conhecem maldades Cultivando as sementes do matar. Oh filho! como ensinar-te a viver Se eu mesmo construo o mundo assim? Oh filho! Sem nome tu viestes onde trabalha-se muito e o ganho é pouco. Oh filho! sou apenas mais um par! E tu? uma vida a crescer nesta escuridão. Oh filho! tu cheqastes! Apenas posso dar A força destas trêmulas mãos ... 44
  • 40. ETERNO LAR Aqui estou, casa multicores Em mim reina toda natureza Vivem tipos afanados em dores, Outros em esplendores de beleza. Tudo e todos que em mim habitam Dou-Ihes o meio de subir na vida Há uns que riem e outros se irritam, A cada um dou força na subida. Sempre acolhendo os que vivem, Os que morrem tem o seu lugar, Vidas que vão, vidas que vem, Serei de cada um o seu altar. Todos em mim nascem e crescem, De mim tornam-se eternos donos, Onde suas vidas sempre constroem Vivendo seus sonhos em meu sono. Por mim há muitas estradas asequir E cada qual seguindo seus caminhos, Os sustentarei por onde quiserem ir Em multidões, ou mesmo sozinhos. A servi-tos sempre estarei Minha bondade não se encerra, Aqui sempre viverei sendo o seu planeta terra. 45
  • 41. ENCHENTE No espaço inflamado, revolto Núvens carregadas revestem o ar Emudecido o sol sem brilho O vento depravado a soprar. As chuvas no espaço desgarradas Decorrem dos montes aos leitos Transbordando os níveis de costumes Num destroço da agonia eleito. Crescem os níveis, inundando, A cada segundo desbandando Avanças nas encostas salpicadas E das núvens o veu desl izando. Estranhos movi mentos, assustados Moradores das margens em aflição Seus pobres barracos desmoronando No desenrolar, homens em confusão. E cada momento suspeito O desespero vemos aumentar Invasão das águas fu riosas Heranças tendem a se acabar. Aviso de ruínas, uma certeza Choros, gritos pelos ares E a cada momento aumentando As águas em nossos lares. 46
  • 43.
  • 44. ANCIÃO Nos olhos o brilho sem luz Do verde apagado na cor Os passos lentos produz A insônia que o tempo deixou. Cansado carrega sua cruz Na jornada longínqua da dor No semblante amargo reluz A mancha que o passado marcou Na realidade vive a solidão Os sonhos faz sempre reviver O pensamento da sua decepção Na mente a vontade de viver Querendo iludir a escuridão Apegado à existência do ser Ferido vive seu pobre coração Fazendo os outros padecer. 49
  • 45. ANÃLlSE E preciso sermos amigos. Amigos verdadeiros. Será que somos? Será que temos? Somos ou temos apenas companheiros? Será que para o amigo nós vivemos, O quanto queremos que ele viva para nós? O que já fizemos para sermos presença nele, O quanto queremos que ele seja presença em nós? E preciso sermos amigos E não apenas companheiros. Fazer do am,igo a nossa imagem E não o nosso mensageiro. Será que estamos sendo amigos Ou apenas vivemos a iludir? Para sermos amigos Sejamos antes amigos de nós mesmos. 50
  • 46. RETRATO DA INFÃNCIA Dos momentos resta a lembrança Como moldura a saudade que ficou Pensamentos, retrato da infância Que os dias ainda não amarrotou. Gravado na parede da recordação '}ue o tempo apressado o faz mudar -= só revela no meu imenso coração A foto que jamais posso ampliar. o meu ser suspira a distância Pelas lembranças ainda posso rever O negativo da minha meiga infância Que a realidade, não me deixa viver. 51
  • 47. LEMBRANÇAS Do fundo de minha alma ressae A sombra esquecida da madrugada No silêncio triste a noite vai Em lembranças da mulher amada. Meu coração bate sempre apressado Em dores e saudades, recosto ao leito Meus pensamentos saem embaralhados A dor dilacera e fere o meu peito Sinto em mim uma vontade forte De novamente poder te abraçar Ah, querida! Se eu tivesse a sorte E a liberdade de sempre te amar! Lembranças dos seus lábios ardentes Sua face rosada, cheia de calor Lembranças dos teus beijos quentes Adormeço neste supl ício de Amor. 52
  • 48. DECEPÇÃO Dor ... Ironia força estranha Lúgubre Insônia sem pudor Incerteza irrealidade Vergonha Pasmam os sonhos Horas sem credor Angústia estranha sem cor Sofrer Fere a alma a ufania desses momentos Intimida Coage o presente Até o ser Entristece a alegria dos momentos. 53
  • 49.
  • 50. . -~ OUTROS: * • *ernesto gonçal ves moreira *arlindo m a teus
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  • 52. "QUANTOS JOVENS ... " Ernesto Gonçalves Moreira Ouantos jovens vi na praça Mostrando o fraco da raça Nas espumas de mil taças! Ouantos risos e chalaças Provocados das cachaças Que destróem mais que as traças! Ouantos jovens já sem graça Todos chorando a desgraça Disfarçados na fumaça! Ouantos jovens já carcaças Metidos em arruaças E nas piores trapaças! E a voz do mal diz sempre: faça ! E o jovem tal qual a caça, Na rede suja se enlaça. E a voz de Deus, suave qual vôo da garça Clama em socorro dizendo: filho, renasça! Buscai em mim toda glória, é de graça! 57
  • 53. NATAL COM MURIÇOCAS E. Moreira Era Natal! As muriçocas infestavam Uma cidade em festa E aquela orquestra Estranho hiato em coro Tinha como palco o pobre couro Dos nossos bons irmãos E ainda que nos déssemos as mãos Num pacto, declarando guerra, O gesto solidário cairia por terra Tal era a ingente epidemia Mas ao meio àquela correria Em busca de defesa Traça lá do Céu a Natureza Urgente solução: Abre as eclusas siderais Varrendo com torrentes marciais A grande infernação 58
  • 54. INSTRUÇAO LEONfSTICA Meus prezados Companheiros, Não nego o meu compromisso, Uma Instrução Leon ística, E mesmo um grande serviço; Mas não sendo de improviso Por que me fazer omisso? Ainda mais que há muito tempo, Logo cêdo descobrí, Que não se julga os Leões Pelo valor do Q.I.; Mas pelo valor de seus atos Nem demais pelo status Se o objetivo é SERVIR Por isso, caros confrades, Nosso assunto é leonismo. Movimento mundial De profundo realismo. Fundado por Melvin Jones ... Que eternamente ressone Exemplos de altruismo. Sabemos que este universo De grandes transformações, Vem se alterando estruturas Impongindo corações Aviltando a consciência Minando a condescendência Causando mil mutações. 59
  • 55. Poristo e por muito mais Neste mundo de conflitos, Legionários do Bem Pela paz lutam contritos. Amenizando o tormento Dos nossos irmãos aflitos. São muitos os voluntários Que pelo amor de Jesus, Põem de lado o egoismo Que só ao mal nos conduz E clamando ao Criador, São tocados pela Luz. Se a Educação Moral e Cívica Não imperar com bravura, Os problemas sociais Crescem ganhando estrutura, E mais difícil se torna Melhorar nossa cultura . Ah, minha pobre geração Qual seria minha alegria Se eu pudesse ainda ver Por processo de eugenia Ou por outra invervenção Sua formação sad ia!. Nem o crescer demográfico Nem hecatombes em massa, Vão resolver os problemas Existentes numa raça Como nem sempre é amigo Aquele que nos abraça. Mas viva a Deus nas alturas E nossas convicções Para cerrar mais fileiras Formando congregações Empenhadas pela paz No contexto das nações. 60
  • 56. Nesta batalha sem lógica Ganha o bem que não descança Porque a voz do Senhor, E raio que parte a lança E faz ferir toda a terra Restaurando-lhe a bonança. Levantemos nosso olhar Rogando paz ao Senhor Em concentração de fé Como extrato de amor Para que nosso serviço Possa amenizar a dor. Parabéns ao LIONS CLUBE De minha IBICARAI~ Que há doze anos vem Servindo, sem se servir Através de seus Leões Que marcham para o porvir. 61
  • 57.
  • 58. CONFISSAO Arlindo Mateus Recebes mulher bela, delicada Esta confissão que vinha guardada Do pobre trovador no coração Recebes pois mas não zombes tanto Da pobreza dos meus pobres cantos Porque deles foste tu a inspiração. Da minha insônia és tu a razão Porisso escutas o que meu coração Está sentindo e que tê quer dizer Que te desejo bela, boa e santa Que tua boca pequenina encanta A minha vida, o meu próprio ser. Eu sinto no íntimo desejo infindo De sentir, de beijar os seios lindos Até sentir desse beijar o prazer, Sentir dos róseos e pequenos botões O estremecer de mil palpitações Que seduz e me faz de amor morrer Ter do teu corpo delgado santo, O cheiro, o tato, o calor, o encanto, Que despertam e descontrolam os nervos meus Mirar-te oh mulher bela semi nua! Sentir minha face roçar à face tua Sentir o sabor de mel dos lábios teus! ·63