- O documento descreve a história da necropsia desde 4000 a.C. até o século 20, com destaque para contribuições de figuras como Leonardo da Vinci, Vesalio e Virchow.
- São descritas as diferenças entre necropsia anátomo-clínica e necropsia forense, sendo a primeira realizada para fins médicos e a segunda para fins legais.
- O Serviço de Verificação de Óbitos tem como objetivo realizar investigações clínicas de causas desconhecidas de morte para fins de el
1. NECROPSIAMÉDICO LEGAL
Alexandre Sarmento de Oliveira
Danilo Queiroga Gadelha Batista
Desireé Louise Souza Santos Batista
José Dias de Oliveira Neto
Nadson José F. de Carvalho
Thayse Fernandes Borba
Julho de 2014
Tutor: Prof. Álvaro Ferreira
UFPB
2. • 4000 a.C - Lições anatômicas a partir das observações
de animais mortos.
• Antigos hebreus - Não era permitido comer nenhum
animal que morresse por si mesmo.
• Antigo Egito - Interesse de relacionar feridas e fraturas
com o estudo anatômico.
Realizam embalsamamentos, mas suas observações não
registradas nem relacionadas às doenças.
• Antiga Índia – Sushruta (séculos IV e V) descreve
diversas manipulações preparatórias e práticas sobre o
cadáver.
3. • 1ª necropsia: Agripina, mãe de Nero, datada de 59 d.C
• Entre 1201 e 1302 - Duas necropsias forenses: Willian de
Saliceto e Azolino.
• Século XV - Leonardo da Vinci e Andrés Vesalio.
• Século XVIII - Necropsia começa a contribuir com a Medicina.
Destaque para Giovanni Batista Morgagni (1682-1771) e Karl
Rokitansky.
• Século XIX - Rudolf Virchow (1821-1902).
• Século XX - William Osler (América do Norte) e Flexer (EUA).
4. • Necropsia
- Nekrós (morte)
- Ópsis (vista)
• Exame necroscópico
• Autópsia
- Autos (de si próprio)
- Ópsis (vista)
• Necroscopia
• Tanatoscopia
- Tanatos (morte)
- Ópsis (vista)
• Necrotomopsia (estudar o morto por cortes)
5. “É a série de observações e intervenções efetuadas no
cadáver com o objetivo de esclarecer a causa da morte
(causa mortis), quer sob o ponto de vista médico, quer
jurídico.”
6.
7. Necropsia anátomo-clínica ou anatomopatológica ou não judicial
versus
Necropsia forense ou médico legal ou judicial
8. • Realizada por um médico anatomopatologista.
• Visa obter informações sobre a natureza, a
extensão, as complicações da patologia e
suas conseqüências.
• Maior fonte de ensino em Patologia.
9. Mortes sem uma devida explicação durante a internação
Enfermidades raras
Pacientes que se submeteram a protocolos de pesquisa clínica
Mortes perinatais e infantis precoces
Sem diagnóstico clínico confiável
10. • Realizada por um médico legista
• Incluem-se as circunstâncias que precederam e circundaram
a morte, além da inspeção e coleta de provas no local.
• Componente primordial na investigação criminal.
11. Morte violenta Morte de
causa suspeita
Morte natural/
antecedentes
patológicos
Mortes
evidencidas
NECROPSIA
12. Necropsia anátomo-clínica Necropsia forense
Quem solicita Médico Autoridade judicial
Quem faz Médico anatomo-patologista Médico legista
Ingresso Certame público Certame público
Formação Residência médica (3 anos) Curso de formação (3 a 4 meses)
Como se faz Estudo do corpo Estuda o corpo e o que o rodeia
Finalidade Científica Judicial
Técnicas Ghon, Virchow, Letulle, Rokistansky e suas variantes Ghon, Virchow, Letulle, Rokistansky e suas
variantes
Pessoal de apoio Técnicos e auxiliares Técnicos e auxiliares
Duração das necropsias Até sete horas Variando de minutos a dias
Exames complementares Histológico, citológico, imunohistoquímico,
histoquímico, bacteriocópico e RX
Histológico, toxicológico, DNA e RX.
Material cirúrgico Bisturi, pinças, tesouras, afastadores, serra elétrica,
agulhas de sutura, costótomo, enterótomo,
cerebrótomo, facas, réguas, balanças e seringas.
Bisturi, pinças, tesouras, afastadores, serra
elétrica, agulhas de sutura, costótomo,
enterótomo, cerebrótomo, facas, réguas,
balanças e seringas.
Outros procedimentos Registro fotográfico Registro fotográfico
26. • Réguas métricas metálicas, paquímetro, agulha de
sutura, linha crua
27.
28. • Se houve Morte?
• Qual a causa da morte?
• Qual o instrumento ou meio que
produziu a morte?
Veneno, fogo, explosivo,
asfixia ou tortura, ou por outro
meio indicioso ou cruel.
32. Interna VestesExterna
Conjuto
Grandes Segmentos
Cavidade craniana
Cavidades torácica
e Abdominal
Cavidade vertebral
Órgãos do pescoço
Cavidades aces-
sorias da cabeça
Conjunto
Peça por Peça
Bolso
Manchas
Solução de
continuidade
37. • Infiltrações hemorrágicas da
tela subcutânea e da
musculatura
• Carótidas (Sinal de Friedberg,
Sinal de Amussat e Marcas de
França)
• Osso hioide
• Corpos estranhos na laringe
ÓRGÃOS DO PESCOÇO
38. • Orbitas, fossas nasais, ouvidos e
seios da face
CAVIDADES ACESSÓRIAS
DA CABEÇA
39. Interna VestesExterna
Conjuto
Grandes Segmentos
Cavidade craniana
Cavidades torácica
e Abdominal
Cavidade vertebral
Órgãos do pescoço
Cavidades aces-
sorias da cabeça
Conjunto
Peça por Peça
Bolso
Manchas
Solução de
continuidade
40. • Conjunto:
• Aspecto, desalinho, disposição e
arranjo, integridade ou rotura,
secas ou úmidas
• Peça por peça:
• Cuidadoso
• Cor, feitio, disposição dos botões,
etiquetas, tipos de tecido, estado
de conservação
41. • Bolsos:
• Objetos, documentos, cartas
• Manchas:
• Dimensões, número, tonalidades,
localizações, formas
• Soluções de continuidade:
• Localização, forma, dimensões
42.
43. Estuda as alterações morfológicas
dos órgãos e tecidos
Patologia
Natureza Extensão Complicações
44. Realizada por um patologista
Solicitada por Médicos que atenderam ao
paciente
É necessário autorização dos representantes
legais para a prática em caso de morte natural.
45. Devem ser realizadas em centros que reúnam as
condições adequadas de local, meios físicos e de pessoal
Hospitais com
serviços de
anatomia patológica
Hospitais com sala
de necropsia
apropriada, pessoal
médico e técnicos
qualificados
Serviço de
verificação de
óbitos
46. Qualidade de diagnóstico e de tratamento
Ensino e pesquisa
Estatísticas precisas quanto às mortes e patologias
Novas doenças e padrões de lesão
Esclarecer os casos sem diagnóstico clínico firmado
48. Verificar sinais relacionados com a
identificação
Buscar achados com significados clínicos
úteis para elucidar o diagnóstico ou
afastar causas externas.
Avaliação minuciosa da pele e orifícios
naturais
Sexo
Idade
Altura
Peso
Diâmetro e a cor
das pupilas
Comprimento e o
aspecto do cabelo
Distribuição dos
pelos
Estado geral de
nutrição
Arcada dentária
Incisões
Cicatrizes
Tatuagens
Deformidades
Presença de
fenômenos
cadavéricos
Presença de
secreções
49. Palpação da região cervical na busca de nódulos,
variações morfológicas na tireóide e da traquéia
Palpação das mamas e das regiões axilares, bem
como o exame da genitália externa.
Caso sejam observadas alterações morfológicas,
lesões externas ou internas, é necessário o registro
fotográfico que será objeto de pesquisa ou estudo
50. Lettuce > Monobloco
Ghon > 4 monoblocos
Virchow > dissecção e remoção dos
órgãos um a um
Rokitansky > órgãos são examinados e
abertos individualmente “em situs”
Técnicaspararetiradadosórgãos
51.
52. • Serviço com finalidade de efetuar investigação clínica de
causas de mortes desconhecidas, para elucidação
diagnóstica, a fim de oferecer subsídios para
implementação de políticas públicas de saúde.
54. Realizar necropsias de pessoas falecidas de morte natural sem ou
com assistência médica (sem elucidação diagnóstica), inclusive os
casos encaminhadas pelo Instituto Médico Legal (IML);
Transferir ao IML os casos:
-confirmados ou suspeitos de morte por causas externas,
verificados antes ou no decorrer da necropsia;
-em estado avançado de decomposição; e
-de morte natural de identidade desconhecida;
Comunicar ao órgão municipal competente os casos de corpos de
indigentes e/ou não-reclamados, após a realização da necropsia,
para que seja efetuado o registro do óbito (no prazo determinado
em lei) e o sepultamento;
55. Proceder às devidas notificações aos órgãos
municipais e estaduais de epidemiologia;
Garantir a emissão das declarações de óbito
dos cadáveres examinados no serviço, por
profissionais da instituição ou contratados
para este fim, em suas instalações;
Encaminhar, mensalmente, ao gestor da
informação de mortalidade local :
-Lista de necropsias realizadas;
-Cópias das Declarações de Óbito emitidas na
instituição; e
Atualização da informação da(s) causa(s) do
óbito por ocasião do seu esclarecimento,
quando este só ocorrer após a emissão deste
documento.
O SVO deve conceder absoluta prioridade ao
esclarecimento da causa mortis de casos de
interesse da vigilância epidemiológica e
óbitos suspeitos de causa de notificação
compulsória ou de agravo inusitado à saúde.
56. Médico Patologista:
• Responsável pela realização das necrópsias do serviço
• Determinação diagnóstica da “causa mortis”
• Estudo conjunto das alterações estruturais e funcionais dos tecidos e órgãos
Técnicos de necrópsia:
•Preparação de elementos e trabalhos operacionais complementares
•Auxiliam ainda no registro e identificação dos cadáveres
•Conservação e limpeza dos instrumentos
•Função de traslado dos corpos para a mesa de necrópsia
Laboratorista:
• Fixação de material análise morfológica
• Faz a coloração e montagem das lâminas
• Manutenção e regulagem dos microscópios
• Controla o estoque de reagentes e outros insumos utilizados no serviço
57. Secretária:
• Organização e controle das atividades administrativas
• Redação e digitação de documentos e encaminhamento
• Encaminhar as solicitações de Avaliação de Cadáveres e Fichas da Comissão de Revisão de
Óbitos
• Atender familiares fornecendo a Declaração de Óbito e orientações acerca das providências
quanto ao registro de falecimento no Cartório de Registro Civil
Coordenador do SVO:
• Assessorar, assistir e apoiar a Superintendência no planejamento, coordenação, execução,
supervisão e controle das atividades de interesse da Instituição no Serviço de Verificação de
Óbito (SVO)
• Zelar pelo cumprimento das normas legais e regulamentares internas
• Planejar, coordenar e controlar as atividades desenvolvidas no SVO
• Verificar e garantir que os impressos oficiais (Declarações de Óbito, Fichas da Comissão de
Revisão de Prontuários, Pedidos de Necrópsia e outras) sejam preenchidos em conformidade
58. Portaria nº 1405, de 29 de Junho de 2006
Art. 9º Os SVO, independentemente de seu Porte, deverão obrigatoriamente:
I - funcionar de modo ininterrupto e diariamente, para a recepção de corpos;
II - atender à legislação sanitária vigente;
III - adotar as medidas de biossegurança pertinentes para garantir a saúde dos trabalhadores e
usuários do serviço; e
IV - contar com serviço próprio de remoção de cadáver ou com um serviço de remoção contratado ou
conveniado com outro ente público, devidamente organizado, para viabilizar o fluxo e o cumprimento
das competências do serviço.
59. Ocorrida fora das dependências
de complexos assistenciais
Domicílios, outros
estabelecimentos ou via pública
Ocorrida no translado para o
serviço de atenção e que não
tenha história ou sinais de
violência ou de acidente.
Morte de paciente com menos
de 48 horas de internação em
Hospitais, da qual a equipe
médica assistente não tenha
condições clínicas de atestar a
causa do óbito com um mínimo
de acurácia
60. Óbito SEM história de
acidente ou violência
Ocorrido no hospital
com menos de 48
horas de internação e
que não foi possível
realizar um diagnóstico
SVO
Ocorrido no hospital
com 48 ou mais horas
de internação e que
não foi possível
realizar um diagnóstico
Serviço de Anatomia
Patológica
Ocorrido no domicílio,
sem assistência médica
SVO
Ocorrido em trânsito
para o hospital
SVO
61.
62. A necropsia é a maior de
todas as pericias medico-
legais, por isso é chamada
de “a perícia das perícias”.
64. causa juridica de
morte (homicidio,
suicidio, acidente)
tempo estimado de
morte (cronotana-
todaignose)
identificação do
morto
outros
procedimentos que
exijam a prática
médico-legal corrente
65. • Deve ser feita pelo menos 6 horas após o óbito.
• Antes se o perito declarar no auto que pode ser feita devido a
sinais de morte apresentados.
• Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do
cadáver, quando não houver infração penal a apurar, ou quando as
lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para verificação de alguma
circunstância relevante.
• O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a
qualquer hora.
66. Código de Processo Penal, artigo 162
descrição
minuciosa de
lesões internas
e externas
confirmar óbito
causa jurídica
de morte
67. • Condicionamento
inconsequente dos corpos
pedidos sucessivos de
exumações
Precarização
dos Serviços
Medicina-
Legal;
Desinteresse e
desinformação
dos gestores
públicos
Necropsias
como ritual
burocrático.
68. • Especialistas capacitados e
habilitados
• Ambientes estruturados com
tecnologia e biossegurança
adequados
• Protocolos de registro
• Criação de banco de dados
69. Exame externo sumário ou omisso
Interpretações por intuição
Falta de ilustração
Entendimento errado dos fenômenos post mortem
Necropsia incompleta
70. Exames à noite
Falta de exames subsidiários
Imprecisão e dubiedade da causa mortis e das respostas
aos quesitos
Incisões desnecessárias
Obscuridade descritiva
71.
72. • Livro I do Processo em Geral
• Titulo VII: Da Prova
• Capítulo II: Do exame de corpo delito e Perícias em Geral
• Esse capítulo é constituído dos artigos 158 a 184.
73. • Art. 158. Quando a infração deixar vestígios,
será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo
supri-lo a confissão do acusado.
• Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo
pericial, onde descreverão minuciosamente
o que examinarem, e responderão aos
quesitos formulados. (Redação dada pela Lei
nº8.862, de 28.3.1994)
74. • Art. 161 e 162. O exame de corpo de delito
poderá ser feito em qualquer dia e a
qualquer hora e a autópsia será feita pelo
menos seis horas depois do óbito, salvo se
os peritos, pela evidência dos sinais de
morte, julgarem que possa ser feita antes
daquele prazo, o que declararão no auto
• Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo,
podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte
75. Parte:
Da Polícia, que pode ordenar a realização de quaisquer
outras perícias
Do Ministério Público.
Lembrando que a realização de autópsia é obrigatória
em casos de morte externa
76. • Se não houver indícios de morte externa (ou essa
suspeita), a família deve autorizar autópsia.
• Não existe legislação que obrigue a necropsia clínica
77. • É a retirada do corpo da sepultura para que seja realizada
uma perícia médico legal
• Análise dos ossos e outros restos mortais, assim como
exames de DNA e toxocológicos
• Dúvida quanto
à causa de morte
• A mandado judicial:
• Laudo inconclusivo
• Uma das partes achou o laudo
inconclusivo
78. • Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a
autoridade providenciará para que, em dia e hora
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se
lavrará auto circunstanciado.
• Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou
particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a
sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado
a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias,
o que tudo constará do auto.
79. • Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver
exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição
congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-
se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se
descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
80. • Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na
posição em que forem encontrados, bem como, na
medida do possível, todas as lesões externas e vestígios
deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei
nº 8.862, de 28.3.1994)
81. • Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos
guardarão material suficiente para a eventualidade de
nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão
ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas,
desenhos ou esquemas.
82. • FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 9. Ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan,
2011. P. 327- 404.
• Autopsy manual chapter 2 Technique of the autopsy. Department of The Army
Technical Manual AFIP. July 1960.
*todos os direitos reservados às imagens encontratas em pesquisa através do
“google”.
Notes de l'éditeur
Surgimento do exame necroscópico está diretamente relacionado à história da Anatomia Humana e da Medicina.
4000 a.C os primeiros livros de medicina descreviam as lições anatômicas que foram feitas a partir das observações de animais mortos por caçadores, abertos por açougueiros e cozinheiros da antiguidade.
Os antigos hebreus guiados pela lei talmúdica apregoavam que não era permitido comer nenhum animal que morresse por si mesmo (sem causa definida), sendo necessário o exame dos mesmos, visando descobrir possíveis evidências de doenças relacionadas à morte.
No antigo Egito, havia o interesse de se relacionar feridas e fraturas com o estudo anatômico. No entanto, não se dava a devida importância aos efeitos de doenças não traumáticas (quadros patológicos); realizassem embalsamamentos, suas observações não eram registradas nem relacionadas às doenças.
Na antiga Índia, destacavam-se personalidades excepcionais no ramo da Medicina desde os tempos remotos, período no qual a dissecção já era conhecida e praticada. Sushruta, cujo nome aparece nos manuscritos médicos dos séculos IV e V, descreve diversas manipulações preparatórias e práticas sobre o cadáver facilitando assim a sua abertura e manipulação.
- Uma das primeiras necropsias realizadas a de Agripina mãe de Nero datada de 59 d.C. Este procedimento fora realizado devido à loucura
do imperador romano que ordenou que a mãe fosse morta e seu ventre aberto para visualizar o útero de onde havia nascido.
Entre 1201 e 1302 - Relatos da realização de duas necropsias (necropsias forenses); a primeira fora realizada pelo cirurgião bolonhês Willian de Saliceto e a segunda ordenada pela Corte Italiana com o intuito de se investigar a causa da morte de Azolino, nobre italiano que morreu subitamente com suspeita de envenenamento.
No século XV, merecem destaque Leonardo da Vinci que, em suas dissecções, introduziu como método, as secções viscerais em planos consecutivos obtendo perspectivas topográficas dos membros e vasos (artérias e veias). Neste período, sobressai-se também Andrés Vesalio que se tornou o principal representante desta nova forma de orientação, ensino e a atividade investigadora em anatomia humana.
No século XVIII, a necropsia começa a contribuir com a Medicina, correlacionando às condições clínicas com as patológicas. Neste momento, destaca-se Giovanni Batista Morgagni (1682-1771), estudioso da Universidade de Padua Itália, Bichat, em Paris e Baillie na Grã Bretanha. Em Viena, na Áustria, destacou-se Karl Rokitansky, que supervisionou 70.000 autópsias, realizando pessoalmente 30.000 em 45 anos de vida profissional.
No século XIX, surge na Alemanha, Rudolf Virchow (1821-1902) que, com sua teoria celular, tornou-se marco na história da Ciência.
No século XX, as personalidades se multiplicam com destaque para William Osler, na América do Norte e Flexer com o seu relatório sobre a educação médica nos EUA.
Necropsia, Exame necroscópico, Autópsia, Necroscopia, Tanatoscopia e Necrotomopsia são termos semelhantes na prática médico legal, embora a denominação necropsia nos dê um sentido mais aproximado de sua natureza e finalidade.
A palavra necropsia é oriunda do grego nekrós (significando morte) e ópsis (significando vista) exame este realizado após a morte de um indivíduo. O termo autópsia também é sinônimo, tendo esta por significado “ver por si mesmo”, derivando das palavras gregas autos (de si próprio) e opsis (vista). Ainda encontraremos uma terceira terminologia; tanatopsia, derivada das palavras gregas tanatos (morte) e ópsis (vista)
No entanto, a expressão necrotomopsia (estudar o morto por cortes) serioa a mais correta.
A mesma pode ser subdividida em dois tipos: a necropsia anátomo-clínica ou anatomopatológica ou ainda não judicial e a necropsia forense ou médico legal ou judicial.
Assim,podem ter a finalidade puramente medico-sanitaria, clinica ou anatomopatológica, ou a de esclarecer problemas de interesse da justiça.
Necropsia anátomo-clínica é realizada por um médico anatomopatologista e tem como principal finalidade estudar as alterações morfológicas dos órgãos e tecidos a fim de se obter informações sobre a natureza, a extensão, as complicações da patologia e suas conseqüências. Constitui também a maior fonte de ensino em Patologia, contribuindo para um eficaz controle de qualidade de diagnóstico e de tratamento, apontando possíveis erros e suas causas e buscando sua correção.
Pode-se ainda ressaltar outros objetivos da realização de necropsias: servir de fonte de material de ensino e pesquisa para médicos residentes, alunos e professores; contribuir para a elaboração de estatísticas precisas quanto às mortes e patologias; reconhecer quadros de novas doenças e padrões de lesão; revelar a eficácia do tratamento; esclarecer os casos sem diagnóstico clínico firmado ou no quais a morte do paciente foi inesperada.
Mortes sem uma devida explicação durante a internação
Enfermidades raras em que se buscam vantagens para a própria sociedade
Pacientes que se submeteram a protocolos de pesquisa clínica
Mortes perinatais e infantis precoces
Quando não se tem um diagnóstico clínico confiável
Mortes seguidas de complicações médicas
Mortes com menos de 24 horas de entrada no hospital
Mortes por doença ambiental ou do trabalho
Óbitos de origem obstétrica
A autópsia forense é um componente primordial na investigação criminal. Esta é realizada por um médico legista, que se concentra em determinar a causa, o tempo e como ocorreu a morte. Incluem-se ainda, as circunstâncias que precederam e circundaram a morte, além da inspeção e coleta de provas no local onde o cadáver foi encontrado.
Determina a causa jurídica da morte (homicídio,suicidio ou acidente), o tempo aproximado de morte (cronotana – todiagnose) e a identificação do morto.
Morte violenta: açao exogena e lesiva ou que agrave patologia existente, havendo relaçao de causa e efeito entre a agressão e a morte. Procura participaçao ativa ou passiva de alguem, que justifique a responsabilidade, mas pode ser acidental (motivos de força maior - furaçoes, inundamentos, ofidismo, aracnismo
). Pode ser tambem causada por descaso (omissao de socorro, por exemplo).
Morte natural ou por antecedentes patologicos: decorrentes de processos morbidos preexistentes e que não foram agravados por fator exogeno.
Morte de causa suspeita: inesperada e sem causa evidente.(entre elas, as de sala de cirurgia, principalmente quando o obito não é justificado pela doença)
Mortes evidencidas: Impossibilidade de estar vivo devido a multiplicidade de lesoes ou ou vultosa gravidade. (Acidente ferroviario, decaptaçao, secçao de corpo ao meio, carbonizaçao, esmagamento craniofacial)
para dividir cartilagem torácica
para “raspar ossos”
Hematomielia traumatica
implantação do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) possibilita ...
Objetivo de evidenciar causa mortis (sob ponto de vista médico e/ou jurídico) – mecanismo que originou o óbito (principalmente em morte violenta)
Tarefa de equipe e com paciencia!
Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal a apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para verificação de alguma circunstância relevante
A noite há pracariedade de instrumentos e a luz artificial gera sombras e angulos que podem camuflar lesoes e desvirtuar boa observação. Tudo isso pode ser usado para interesses proprios (alguem que quer ocultar um crime)
Alguns fenomenos são deformados pela luz artificial
O PERITO é o único que pode fazer o exame. Tudo feito para justificar seu raciocinio
Caso ocorra qlqr erro o questionamento, o perito sera questionado.
A noite so casos excepcionais e justificados, sendo responsabilidade do perito
Exumação: terrivel, ingrata e repugnante.
Precarizacao – sem novas tecnologias.
Especialistas capacitados e habilitados
Informaçoes para comunidade cientifica.
Informaçoes para comunidade cientifica.
Exame externo sumário ou omisso : importancia de descrever lesoes de tegumento detalhadamente, solucoes de continuidade, descrever vestes.
Ilustraçoes com esquemas ou fotografias. Trajetos de arma de fogo devem ter apresentaçao tridimensional
Entendimento errado dos fenomenos post mortem: exemplos: mancha verde abdominal como equimose, saida de liquido serossanguinolento dos putrefeitos como edema pulmonar.
Necropsia só é completa com abertura das tres cavidades, para interpretaçoes serias e seguras
Exames a noite: sombras e angulos. Luz artificial pode deformar certos fenomenos.
Falta de outros exames: de falta de recursos ate omissao. Faltam raios x, toxicologia, anatomopatologico, bioquimica, pesquisa bacteriana
Imprecisao ou dubidade:não responde as perguntas
Incisoes multiplas e exageradas
Linguagem simples, clara, objetiva e verdadeira.