2. Natan
Filosofia
Hannah Arendt
(1906-1975)
• Alemã de família judia.
• Seus temas filosóficos são centrados acerca da
suas experiências de vida;
• Ingressa na Universidade de Marburg em 1924,
mas troca de instituição algumas vezes, até
finalizar sua titulação em Heidelberg em 1928.
• Foi aluna de Heidegger, Husserl e Jaspers,
grandes representantes da Hermenêutica e da
Fenomenologia.
3. Natan
Filosofia
Holocausto e suas
ideias filosóficas
• Devido a suas origens, teve que fugir da
Alemanha após a ascensão do Nazismo.
• As ações políticas do nazismo se tornam um
elemento central na obra de Arendt.
• Os principais temas que aborda é as origens
do poder, o totalitarismo e a condição humana
frente a essas questões políticas.
• Suas principais obras são “As Origens do
Totalitarismo” (1951), “A Condição Humana”
(1658) e “Eichmann em Jerusalém” (1963).
4. Natan
Sociologia
Ação Política
• A política é o espaço de vivência no mundo e para o mundo.
• Para ela, política é a expressão da nossa existência uns com os
outros, aquilo que nos promove a condição humana – a prática
do nosso ser-no-mundo.
• Espaço no qual as singularidades são vivenciadas uns perante
os outros, pois a política se da na esfera pública.
• Defende o pluralismo político, pois só ele geraria liberdade e
igualdade entre as pessoas. Para ela, a humanidade só se torna
livre, de fato, ao agir e decidir, em conjunto, o seu futuro comum.
Política, a
condição
humana
Pluralidade
Liberdades
Transformação
do real
5. Natan
Filosofia
Banalidade do Mal
• Eichmann em Jerusalém – Um relato sobre a banalidade do
Mal (1963): se a política é o antídoto para a produção do
mal total, o seu inverso o produz.
• O esvaziamento da política possibilita a banalidade do mal.
• Abre-se a porta para o desenvolvimento do Mal Total, logo,
a perda da Condição Humana, levando a destruição do Ser.
• Esse esvaziamento se dá pelo esquecimento de que a
política é o encontro das pluralidades.
• Assim, perdemos nossa Ação Política e nossa capacidade
de Transformação – Abre-se espaço para o Terror.
• Sem o espaço público, o mal se torna comum, banalizado.
7. Natan
Filosofia
Depois de assistir ao julgamento de Eichmann, cunhou banalidade do mal. Para ela, o mal não deveria
ser encarado pela moral, mas sim pela política. Os sistemas políticos opressivos tiram vantagem do
homem médio e fazem com que atos, a princípio, impensáveis pareçam normais. O mal, portanto, não
é um monstro absurdo, mas sim algo que acontece, pois a massificação da sociedade criou uma
multidão incapaz de fazer julgamentos morais, aceitando ideias e ordens sem questionamento próprio.
Banalidade do Mal
Uma das questões
fundamentais para o
desenvolvimento do seu
pensamento é:
Como a humanidade é capaz de
produzir tamanho terror?
8. Natan
Filosofia
Totalitarismo
• É um regime político de domínio
absoluto de uma pessoa ou partido
sobre uma Nação.
• Ele é unipartidário e exerce um elevado
nível de controle na vida pública e
privada dos indivíduos.
• É marcado pela forte presença do
militarismo na sociedade com ações de
doutrinação para promover sua
ideologia à população.
• Nesse sistema, utiliza-se o medo e o
terror para controlar a população.
• O autoritarismo no nível máximo.
9. Natan
Filosofia
Três características do Totalitarismo
• Desenvolve-se em sociedades industriais de massa:
facilidade de uma militância apolitizada (massa de
manobra), buscando a eliminação dos diferentes;
• Decorre da insegurança: promover o medo ao “inimigo
oculto”, a militarização e uniformização do corpo social;
• Depende da tecnologia: divulgação da propaganda e da
vigilância perante a sociedade, vigiar e controlar;
• O líder conserva a sua autoridade por meio da força
(terror) e de sua personalidade (carisma).
• O objetivo é o controle dos corpos e eliminação das
liberdades individuais – determinar quem é permitido e
quem não é – o isolamento e divisão das pessoas.
10. Natan
Sociologia
De acordo com Hanna Arendt, filósofa política
alemã de origem judaica, a diferença básica entre
os regimes acima é que o autoritarismo tenta
forçar o povo à apatia, à obediência passiva e a
despolitização, enquanto o totalitarismo busca
mobilizar uma obediência ativa ao povo, na qual
ocorre a adesão à ideologia oficial do Estado.
12. Natan
Sociologia
Entretenimento
(UEMG 2012) Leia, abaixo, o comentário que a filósofa Hannah Arendt fez sobre as ações do comandante do
Reich, Adolf Karl Eichmann, acusado de crimes contra o povo judeu:
“Os feitos eram monstruosos, mas o executante [...] era ordinário, comum, nem demoníaco nem monstruoso.”
Hannah Arendt, A vida do espírito. In: Eduardo Jardim de Moraes e Newton Bignotto. Hannah Arendt: diálogos, reflexões e memórias. Belo Horizonte: UFMG, p. 138.
Assinale a alternativa em que o fator cultural presente nas ações comentadas explica corretamente o fenômeno
histórico acima mencionado:
a) A execução de atos criminosos com requintes de crueldade, ordenada pelas autoridades, foi praticada por
pessoas comuns, afetadas principalmente pela falta de alimento e de emprego.
b) A banalidade na execução de crimes contra a humanidade se deve à burocratização do genocídio,
implementada pela cúpula nazista, para liberar as pessoas de preocupações com a moral comum e com as leis.
c) A participação da juventude hitlerista no processo de construção do nacionalismo reforçou o senso político de
oposição aos regimes socialistas autoritários.
d) A experiência nazista é um exemplo de fortalecimento da sociedade pelo Estado, criador de símbolos e
valores culturais, que reforçam os princípios autoritários de governo.
13. Natan
Sociologia
Entretenimento
(Enem 2019) Essa atmosfera de loucura e irrealidade, criada pela aparente ausência de propósitos, é a
verdadeira cortina de ferro que esconde dos olhos do mundo todas as formas de campos de
concentração. Vistos de fora, os campos e o que neles acontece só podem ser descritos com imagens
extraterrenas, como se a vida fosse neles separada das finalidades deste mundo. Mais que o arame
farpado, é a irrealidade dos detentos que ele confina que provoca uma crueldade tão incrível que
termina levando à aceitação do extermínio como solução perfeitamente normal.
ARENDT, H. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (adaptado).
A partir da análise da autora, no encontro das temporalidades históricas, evidencia-se uma crítica à
naturalização do(a):
a) ideário nacional, que legitima as desigualdades sociais.
b) alienação ideológica, que justifica as ações individuais.
c) cosmologia religiosa, que sustenta as tradições hierárquicas.
d) segregação humana, que fundamenta os projetos biopolíticos.
e) enquadramento cultural, que favorece os comportamentos punitivos.