O documento descreve os diferentes níveis de organização do corpo humano, desde o nível químico até o nível sistêmico e do organismo. Também aborda os processos vitais necessários para a vida, como a obtenção de energia e matéria, homeostase, excreção e reprodução. Explica o que é o meio interno e homeostase, além dos sistemas de controle do corpo, incluindo retroalimentação negativa e positiva.
1. Sistema organizacional do corpo
Sistema organizacional do corpo
Como o corpo se organiza
1 Fisiologia 1.1 – Movimento dos íons
2 1.2 Bases iônicas do potencial de repouso
Níveis de organização do corpo
3 Processos vitais a – potencial de equilíbrio
4 Meio interno b – permeabilidade iônica relativa ao potencial de repouso
5 Homeostasia 2 Propriedades do potencial de ação
6 3 do organismo do potencial de ação
Sistemas de controle Condução
a- Componentes do sistema de retroalimentação
b- Tipos de sistemas de retroalimentação
7 Comportamento
1 - Fisiologia (do grego physis = natureza e logos = palavra ou estudo)
Para estudar o corpo humano é necessário compreender de que forma seus
componente, macroscópicos e microscópicos interagem. A Fisiologia é definida como o
estudo do funcionamento normal do organismo e suas funções. É através do estudo dos
fatores físicos e químicos que conseguimos compreender a origem, o desenvolvimento e
a permanência da vida.
2 – Níveis de organização estrutural do corpo
O corpo humano se organiza em diferentes níveis estruturais associados entre si.
- nível químico: inclui todas as substâncias químicas necessárias para a manutenção da
vida. As substâncias químicas são formadas por átomos (carbono (C), o hidrogênio (H),
o oxigênio (O), o nitrogênio (N), o cálcio (Ca), o potássio (K) e o sódio (Na)), que se
combinam formando as
moléculas (água, DNA,
proteínas). Essas moléculas
por sua vez se combinam para
formar o próximo nível: o
nível celular.
- nível celular: as células são
as unidades estruturais e
funcionais básicas de um
organismo. Entre os muitos
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tipos de células existentes estão células musculares, nervosas e sanguíneas. Cada uma
tem uma estrutura diferente e cada uma desenvolve uma função diferente.
- nível tecidual: os tecidos são formados por grupos de células semelhantes, que
realizam uma função particular. Os tecidos básicos do organismo são: tecido epitelial,
tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. A união e organização dos tecidos
forma o próximo nível, o orgânico.
- nível orgânico: os órgãos são compostos por vários tipos distintos de tecido,
apresentam função e forma específicas. Temos como exemplo o fígado, o coração, o
pulmão, o intestino, o estômago.
- nível sistêmico: o sistema consiste de órgãos relacionados que desempenham uma
função comum. O sistema digestório, que funciona na digestão e na absorção dos
alimentos, é composto por vários órgãos com funções diferentes, mas que juntos
apresentam a função de digestão e absorção.
- organismo: é o nível mais alto de organização estrutural. Todos os sistemas
funcionando compõe o organismo, que tem como função a manutenção da vida desse
organismo e da espécie a que ele pertence.
3 – Processos vitais
A vida depende das transformações energéticas que se realizam de forma
controlada numa infinidade de pequenas fases. Esse conjunto de transformações é
chamado de processos vitais e reúne as seguintes atividades:
1. adquirir energia e matéria do meio ambiente externo e garantir o seu estado
organizacional e funcional (obter e processar o alimento);
2. manter estavelmente regulado o meio ambiente interno mesmo diante das oscilações
do meio ambiente externo (homeostasia);
3. eliminar os produtos finais do metabolismo e outras substâncias indesejáveis para o
organismo (excreção);
4. fazer reparos contra injúrias teciduais e infecciosas e defender-se de predadores
naturais;
5. de se reproduzir;
Todas essas funções são exercidas por meio de processos comportamentais e
fisiológicos. Os seres vivos são formados de matéria orgânica (proteínas, lipídios,
polissacarídeos, etc.) cuja organização estrutural é bastante complexa e para construí-la,
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mantê-la e, além disso, para realizar trabalho precisam gastar energia. A fonte primária
de energia encontra-se no ambiente externo, fora do corpo. As plantas verdes, por
exemplo, captam diretamente a energia radiante do sol e a armazenam nas ligações
químicas de vários combustíveis orgânicos. Entretanto, todas as espécies de animais,
sem exceção, precisam obter energia alimentando-se de plantas ou de outros animais.
4 – Meio interno
O corpo humano é composto de vários sistemas e órgãos, cada um consistindo
de milhões de células. Estas células necessitam de condições relativamente estáveis para
funcionar efetivamente e contribuir para a sobrevivência do corpo como um todo. Há
um líquido que banha as células e é chamado de líquido intersticial. Esse líquido vive
em constante troca com o líquido que está no interior da célula (líquido intracelular). O
líquido intersticial é chamado de meio interno e a manutenção de suas características
mantém as células vivas.
5 – Homeostasia
Como vimos, a manutenção de condições
relativamente estáveis é importante para o
funcionamento celular e consequentemente à vida.
Essa manutenção de constância do meio interno é
chamada de homeostasia. Cada sistema corporal
contribui de alguma forma para a homeostase. Ela é
estável e pode variar em um limite compatível
com a manutenção dos processos celulares vitais.
A Homeostase (do grego homeo = igual; stasis = ficar parado) é a capacidade que o
corpo possui de manter relativamente constante seu meio interno, ou seja, uma condição
na qual o meio interno do corpo permanece dentro de certos limites fisiológicos.
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6 – Os sistemas de controle
Para entendermos como funciona o sistema de controle biológico examinemos
os mecanismos de regulação da temperatura. Suponha que você deseja controlar a
temperatura do seu aquário no qual está criando peixes e o valor ideal da água deverá
ficar entre 25 a 29ºC. Para isso será necessária uma fonte de calor, um aquecedor que
vai gerador energia térmica. Você não poderá deixar o aquecedor ligado o tempo todo e
deverá aferir constantemente a temperatura através de um termômetro (sensor térmico).
Se a temperatura ficar além dos 29ºC desligará o aquecedor e se ficar aquém, ligará e
assim, sucessivamente. Nesse caso dizemos que a regulação da temperatura está sendo
baseada num sistema de alça aberta.
Mas será que não haveria um mecanismo alternativo e mais prático onde a
própria redução ou aumento da energia térmica servisse de informação para que o
aquecedor pudesse ser ligado ou desligado, formando uma alça de retroalimentação?
Sim, a inclusão de um termostato, ou seja, um interruptor que pode ser controlado pela
própria variação de energia térmica (temperatura) no sistema. O termostato possui um
fio condutor termo lábil que liga/desliga o aquecedor: todas as vezes que a temperatura
do aquário estiver abaixo de 25ºC, o fio condutor sofre contração física e liga o
aquecedor. Quando a água atingir temperaturas mais altas, o fio condutor dilata e
desliga o aquecedor. Note que o termostato é sensível à saída do sistema (quantidade de
calor produzida) e usa essa informação para controlar a própria entrada (quantidade de
calor necessária). Dizemos que esse mecanismo de controle funciona através de uma
alça fechada de retro-alimentação (feedback).
Repare que o sistema funciona sempre agindo contra a variação e, por isso, é
chamado de mecanismo de retro-alimentação negativa. A precisão com que o efeito é
controlado depende da potência e da velocidade de como o controlador atua, da
sensibilidade e da inércia do sistema.
Será que nos sistemas biológicos podemos encontrar forma semelhante de
controle?
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5. Sistema organizacional do corpo
a- Componentes do sistema de retroalimentação
Qualquer que seja o mecanismo de regulação ou controle são necessários no
mínimo três componentes fundamentais:
a) Órgãos sensoriais: altamente sensíveis à detecção de mudanças específicas dos meios
interno ou externo.
b) Órgãos de processamento e de integração: local de recebimento e processamento da
informação; está capacitado para analisar e elaborar comandos de ação.
c) Órgãos Efetuadores: sistemas de órgãos que executam as tarefas necessárias para o
restabelecimento do controle.
Poder regular uma quantidade (de pH, de
pressão parcial de oxigênio, dos níveis de glicose, etc)
significa garantir a integridade funcional do sistema
vivo e assim, poder exercer outras funções vitais.
Os sistemas vivos lançam mão de
mecanismos de retroalimentação negativa e
procuram ajustar a concentração ideal de
substâncias no sangue. Esse conceito vale
b- Tipos de sistemas de para qualquer outro parâmetro onde uma
retroalimentação determinada quantidade é constantemente
Os mecanismos de retroalimentação ajustada em torno de valores ideais (pontos de
ajuste).
negativa agem sempre contra as variações: todas
as vezes que ocorre aumento ou diminuição de uma variável, os órgãos efetuadores
agem contra a mudança e realizam os ajustes necessários, controlando os valores entre
um máximo e mínimo os quais são considerados normais. A amplitude variação normal
depende de espécie para espécie.
Em outras situações existe a necessidade de aumentar ou exacerbar uma
determinada quantidade por tempo determinado. Nesse caso, os mecanismos de
retroalimentação positiva geram ritmos (para hormônios endócrinos) ou deflagram
eventos específicos (potencias de ação, parto) por um período de tempo. No trabalho de
parto a contração uterina começa e deve aumentar progressivamente até que ocorra a
expulsão do neonato. Outro exemplo prático desse mecanismo é a excitação sexual que
progride continuamente até que a cópula ocorra.
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7 – Comportamento
É o conjunto de atividades musculares e de outros órgãos efetuadores do corpo
possibilitando o relacionamento do organismo com o meio ambiente.
Tanto a expressão do comportamento como da realização de ajustes fisiológicos
é executada por dois principais tipos de órgãos efetuadores do corpo: os músculos e as
glândulas. Entre os vertebrados há três tipos de tecidos musculares cujas células
musculares são de 3 tipos:
a) Estriadas esqueléticas associadas ao esqueleto e proporcionam o movimento e
postura do corpo.
b) Estriadas cardíacas formam o coração, a bomba propulsora que faz o sangue
circular pelos vasos.
c) Lisas que formam os demais órgãos viscerais (trato gastrintestinal, os vasos
sanguíneos, útero, bexiga, ureter, etc.)
As glândulas são estruturas cujas células sintetizam e secretam substâncias químicas
especificas que servem como mensageiros químicos agindo em outras células, vizinhas
ou distantes. Identificamos basicamente dois tipos de glândulas:
Glândulas exócrinas: que podem despejar seus conteúdos no espaço intercelular, fora
do próprio corpo (glândula sudorípara, glândula sebácea) ou para dentro da luz de um
tubo (pâncreas exócrino).
Glândulas endócrinas: despejam substâncias químicas na corrente sanguínea e esses
mediadores são chamados de hormônios.
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