1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE EDUCAÇÃO
NÚCLEO DE ALFABETIZAÇÃO, LEITURA E ESCRITA DO ESPÍRITO SANTO
PACTO NACIONAL PARA A ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA
FORMAÇÃO DE ORIENTADORES DE ESTUDO
UNIDADE 8 – ANO 1
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE PARA
PROMOÇÃO DA APRENDIZAGEM
Formadoras - 1º ano:
Elis Beatriz de Lima Falcão
Fabricia Pereira de Oliveira Dias
Maristela Gatti Piffer
21 de setembro de 2013 - matutino
2. OBJETIVOS
Planejar o ensino na alfabetização;
Compreender a importância da avaliação no
ciclo de alfabetização, analisando e
construindo instrumentos de avaliação e de
registro de aprendizagem;
Construir, coletivamente, o que se espera em
relação aos direitos de aprendizagem e
desenvolvimento no ciclo de alfabetização;
4. A REPROVAÇÃO ESCOLAR NO CICLO DE
A REPROVAÇÃO ESCOLAR NO CICLO DE
ALFABETIZAÇÃO
ALFABETIZAÇÃO
No Brasil, 151 municípios reprovam
20% ou mais das crianças no 1º ano
Reprovação de alunos aos 6 anos, no início da alfabetização, vai
contra a orientação do MEC.
https://www.youtube.com/watch?v=FhdSgKgAGP
.
5.
6. Opção 1: Considerando os
dados e argumentos
apontados nessas
reportagens, se coloque como
leitora crítica, apresentando
um comentário sobre o tema
em questão para ser
compartilhado com a turma.
Os comentários serão
afixados em um cartaz.
Opção 2: Listar, em cartaz
para ser apresentado para
a turma, argumentos a
favor e/ou contra a
retenção no ciclo de
alfabetização.
7. Progressão contínua ou promoção
Progressão contínua ou promoção
automática: o que a proposta de ciclo
automática: o que a proposta de ciclo
precisa potencializar?
precisa potencializar?
8. CICLO DE ALFABETIZAÇÃO E PROGRESSÃO
ESCOLAR
Telma Ferraz Leal
No primeiro texto da unidade 8, vemos também
enunciadas importantes questões sobre a reorganização
do tempo escolar por meio dos ciclos.
Para Leal (2013), os ciclos de alfabetização constituem-se
na reestruturação dos 3 primeiros anos do ensino
fundamental por meio da supressão da retenção entre
eles. Essa proposta está fundamentada sobre as ideias de
garantia às crianças de mais tempo para entenderem o
espaço escolar de interação e engajarem-se na cultura
escolar, bem como no reconhecimento da complexidade
relativa à aprendizagem e consolidação da escrita (p. 9).
9. No início do texto, o relato de Mário Sérgio Cortella
conduz-nos a algumas reflexões...
10. A narrativa anterior emerge de uma análise crítica
dos ciclos implantados no Brasil no final do século.
Acreditamos que as intenções de Leal (2013) com
essa citação congregam objetivos de afirmação dos
ciclos de aprendizagem, sem contudo desconsiderar
uma análise crítica da história da educação.
11.
12. Ao considerarmos a política de ciclos implantada nos
anos de 1990, concordamos com a autora que, para
potencializar o ensino ciclado, torna-se imprescindível
um olhar crítico sobre:
• a naturalização da progressão dos estudantes (p. 6);
• o currículo – que não pode ser entendido como aglomerado
de conteúdos, mas como experiências escolares que
contribuem para a construção de identidades (p. 7);
• o trabalho pedagógico que tem sido organizado nas escolas
(p. 8);
• a linguagem – que precisa ser entendida como eixo que
integre os diferentes componentes curriculares (p. 8).
13. E, para isso, Leal (2013)
ressalta, dentre outros
aspectos, a importância
de uma mediação
qualificada, o que
implica conhecer os
direitos de
aprendizagem das
crianças e reconhecer a
avaliação numa
perspectiva diagnóstica
e formativa.
14. Assim como Leal (2013), consideramos
importante reiterar a importância das
discussões propostas pela política de ciclos.
Entendemos, com Mainardes (2009), que, em
seus fundamentos, ela garante a continuidade e
progressão da aprendizagem por meio da
supressão da retenção e das séries anuais,
pressupondo uma avaliação contínua e
formativa e a compreensão de que os alunos
podem atingir, de diferentes maneiras, os
objetivos definidos para os ciclos.
15. Segundo Frigotto,
“[...] o ciclo pressupõe um continuum de aprendizagem, sem a
ameaça da interrupção pela repetência de um ano letivo, que
implica a repetição dos mesmos passos em razão da falta de
domínio de determinados conhecimentos considerados
necessários não só àquela etapa de escolaridade como à
idade das crianças. O respeito aos ritmos aprendizagem
garantiriam um acompanhamento qualitativo dos alunos em
direção a uma aprendizagem significativa”.
16. Leal (2013) sintetiza alguns motivos para se
defender a ideia de um ciclo de alfabetização.
17. PROBLEMATIZANDO...
Entretanto, alguns questionamentos, reiterados
em nossas discussões, emergiram dessas
reflexões:
a identificação das crianças (pré-silábicas,
silábicas,
silábico-alfabéticas,
alfabéticas)
contribuiria com problematização da cultura
escolar classificatória?
enfatizando essa classificação e o trabalho com
as unidades menores da língua (sílabas e
palavras), garantiríamos um olhar sobre a
diversidade dos conhecimentos?
18. Por isso...
Por isso...
Pensamos
ser
importante,
nesse
momento,
rememorarmos discussões anteriores (mesmo as
reformulações dos quadros de direitos de aprendizagem),
pois acreditamos que, embora defendendo a promoção
contínua e progressiva, a proposta do PNAIC ainda se
sustenta numa perspectiva classificatória.
Ressaltando sílabas e palavras como conhecimentos a
serem consolidados no 1º ano e reafirmando a
classificação das crianças, não há reconhecimento de uma
diversidade de saberes, prerrogativa para o respeito à
heterogeneidade.
Seus objetivos, portanto, acabam contradizendo suas
pretensões.
19. MAS AINDA FICA UMA QUESTÃO...
MAS AINDA FICA UMA QUESTÃO...
Retomamos as discussões anteriores quanto ao
tratamento que devemos dar à heterogeneidade
presente em nossas salas de aula, considerando
todas as dimensões da alfabetização.
22. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todas as considerações reafirmam a ideia de que a
proposta da escola em ciclos:
questiona a lógica da escola graduada (principalmente
suas limitações mais visíveis: os elevados índices de
reprovação e evasão escolar, além da distorção
idade/série);
propõe uma ruptura com o modelo de escola que
sustenta a avaliação sobre os pilares da reprovação
escolar;
sinaliza para um sistema educacional não-excludente,
não-seletivo e inclusivo.
23. Acreditamos que o regime desseriado
possibilita um repensar da lógica escolar
existente, potencializando questões como a
heterogeneidade/diversidade (já tão debatida
na unidade anterior) e problematizando
modelos avaliativos classificatórios. E, para
isso, torna-se urgente repensarmos as práticas
avaliativas nas escolas, nosso próximo
assunto...
24. Tarefa de casa
• Trazer modelo de registro e diagnóstico
utilizado com sua turma;
• Preencher durante a semana o quadro de
monitoramento caderno 7;
• Trazer novos modelos e/ou sugestões de
registros e diagnósticos para análise e possível
adesão municipal.
25. REFERÊNCIAS
• FRIGOTTO, E. Leitura e escrita nos ciclos de formação:
existe algum avanço? (Disponível em:
http://www.anped.org.br/reunioes/28/textos/gt10/gt101418int
)
• LEAL, T.
• MAINARDES. J. A escola em ciclos: fundamentos e debates.
São Paulo: Cortez, 2009.