Este documento discute a esquizofrenia, um transtorno mental grave caracterizado por sintomas psicóticos que prejudicam o funcionamento social. A esquizofrenia tem causas desconhecidas e evolui de forma crônica, com sintomas variando entre delírios, alucinações e déficits cognitivos. O diagnóstico é clínico e baseado nos critérios do DSM e CID, enquanto o tratamento envolve medicamentos antipsicóticos e terapia.
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
Esquizofrênia - Leonardo Nunes
1. ESQUIZOFRENIA
Leonardo Nunes de Castro Oliveira
Acadêmico do 9º período
Medicina – UFT
Palmas, 2012
2. HISTÓRIA
Benedict Morel (1809-1873) Emil Kraepelin (1856-1926)
“démence précoce” “dementia precox”
Eugen Bleuler (1857-1939)
“esquizofrenia”
3. O QUE É A ESQUIZOFRENIA??
É um transtorno grave, heterogêneo, de
causa desconhecida, com sintomas psicóticos
que prejudicam significativamente o funciona-
mento social.
Tem evolução crônica e prognóstico som-
brio. A consciência clara e a capacidade intelec-
tual estão normalmente mantidas, embora possa
ocorrer déficit cognitivo com a evolução do
quadro.
4. EPIDEMIOLOGIA
• Prevalência de 1%;
• Igualmente prevalente em
• Hipóteses virais... Influenza??;
• Parentes de 1º grau Risco 10x maior;
• Uso de substâncias: tabagismo, maconha...
5. • Doença vista em todas as culturas e grupos
socioeconômicos
- Hipótese do declínio
- Hipótese da causa social
• 75% dos esquizofrênicos graves não podem
trabalhar;
• Esquizofrênicos ocupam 50% de todos os leitos
de hospitais psiquiátricos e respondem por
16% da população psiquiátrica.
6. ETIOLOGIA
NENHUM fator etiológico isolado é considerado
como causador!!
• Modelo do diátese-estresse
- Fatores neurobiológicos
- Fatores genéticos
- Fatores psicossociais
7. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Quadro clínico polimorfo e heterogêneo;
• NÃO há sinal patognomônico!!!
• Sintomas podem mudar com a evolução da
doença;
• Personalidade pré-mórbida;
9. DIAGNÓSTICO
• O diagnóstico é feito a partir da observação e
descrição do paciente;
• Não existe, até o momento, nenhum exame
complementar que possa identificar a doença.
10. • Os quatro “As” de Bleuler
- Associação, Afeto, Autismo e Ambivalência
• Critérios diagnósticos de Schneider (1887-1967)
Sintomas de 1ª ordem Sintomas de 2ª ordem
-Percepção delirante -Outros transtornos da sensoper-
-Vozes que dialogam entre si cepção
-Vozes que comentam as atividades -Perplexidade
do paciente -Alterações de humor depressivas
-Roubo de pensamento e outras ou maníacas
vivências de influência do -Vivências de empobrecimento
pensamento afetivo
-Sonorização e difusão do pensamento -Outros sintomas
-Todas as outras experiências envolvendo
volição, afeto e impulsos influenciados
11. • Sintomas negativos (tipo I) ou positivos (tipo II)
Tipo I
- Embotamento afetivo
- Retração social
- Empobrecimento da linguagem e do pensamento
- Diminuição da fluência verbal
- Diminuição da vontade (sem iniciativa)
- Autonegligência
- Lentificação psicomotora
Tipo II
- Alucinações auditivas
- Ideias delirantes paranoides
- Comportamento bizarro
- Agitação psicomotora
- Ideias bizarras, não necessariamente delirantes
- Produções linguísticas como neologismos
15. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Outros transtornos psicóticos;
• Transtornos do humor;
• Transtornos da personalidade;
• Quadros orgânicos com manifestação
esquizofreniforme.
16. CURSO E PROGNÓSTICO
• Sintomas prodrômicos: ansiedade, depressão e
perplexidade;
• Eventos desencadeantes:
traumas, drogas, estresse;
• Exacerbações e remissões;
• 40 a 60% são muito comprometidos.
17. TRATAMENTO
• Associação de medicamentos + psicoterapia;
• Antipsicóticos ou neurolépticos
- Típicos – Alta potência (haloperidol e
flufenazina)
- Típicos – Baixa potência (clorpromazina e
levomepromazina)
- Atípicos (risperidona, olanzapina, quetia-
pina, clozapina*)
18. NÃO ESQUECER...
• Tratamento de suporte questões como famí-
lia, trabalho, lazer, moradia;
• Internação
- Medida extrema;
- Menor duração possível;
- Serve para proteção (e não exclusão) do
paciente, quando outros meios falharam.
21. “As vozes assolam a minha mente
Penetram mais e mais, murmurando ordens insanas
Já não distingo a realidade
Quero controlá-las, mas não consigo
Ecoam no meu cérebro aterradoras
Em delírio errôneo, o meu corpo alucinado se retrai
Serão seres sobrenaturais, fantasmas, o demo…?
Em delírio constante sou Deus, Jesus, Virgem Maria…
Desarticulo-me no pensamento expressivo
Misturam-se as palavras, sem coerência
Transformando-se em pensamentos perturbadores
Perturbando meu funcionamento intelectual
Sinto na alma a deterioração prematura do meu cérebro
Sinto-me perdida, percepciono tudo e nada percepciono
Rio-me estupidamente, reagindo
À minha própria interpretação idiossincrásica da situação.
E tu choras, olhas para mim e não entendes
Eu continuo na minha insanidade mental
Amarrada ao delírio, às alucinações e à inanição cognitiva
Sofro, desesperadamente, perco o contato com a realidade
O todo é irreal, ilusório e penetra no meu cérebro
Deixando-me louca, amarfanhada e perdida
Já nem sei quem sou, ajude-me… compreende-me.”
Autor desconhecido
22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais; 4ª
ed. American Psychiatric Association, Porto Alegre, 2002;
2. Kaplan & Sadock; Compêndio de Psiquiatria; 9ª ed. Porto
Alegre, 2007;
3. Associação Brasileira de Psiquiatria; www.abp.org.br;
acessado em 23/04/2012 às 21h57min;
4. Revista Brasileira de Psiquiatria;
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=1516-
4446&script=sci_serial; acessado em 23/04/2012 às
22h45min
OBRIGADO!