norberto fariaProfessor de Filosofia e Psicologia - Músico e compositor -Musicoterapia Modelo Benenzon à Colégio Internato dos Carvalhos - Centro Benenzon Portugal
norberto fariaProfessor de Filosofia e Psicologia - Músico e compositor -Musicoterapia Modelo Benenzon à Colégio Internato dos Carvalhos - Centro Benenzon Portugal
2. EMPIRISMO
• É habitual incluir a filosofia
de David Hume no
chamado empirismo.
• O empirismo afirma que
todo o conhecimento tem
origem na experiência, nas
impressões acerca dos
objetos do mundo externo,
fornecidas pelos sentidos.
3. IMPRESSÕES E IDEIAS
• Temos à nossa frente uma folha de papel. Em seguida
fechamos os olhos e tentamos imaginá-la.
• A perceção desta página é mais viva quando a vemos
do que quando a imaginamos.
• Ao primeiro tipo de perceção chama Hume impressões
(conhecimento por meio dos sentidos).
• Ao segundo tipo chama ideias (representações ou
cópias daquelas no pensamento).
• Estas últimas são mais débeis, menos vivas do que as
primeiras
4. IMPRESSÕES E IDEIAS
“Se te queimas num fogão quente, tens uma
impressão imediata. Mais tarde, podes recordar
que te queimaste. É a isso que Hume chama
ideia. A diferença é que a impressão é mais forte e
viva do que a recordação posterior da impressão.
Podes dizer que a impressão sensível é o original
e a ideia ou recordação a cópia pálida. Porque,
afinal, a impressão é a causa direta da ideia que é
conservada na mente.”
O Mundo de Sofia, GAARDER, Jostein
5. CONHECIMENTO DAS IDEIAS
• Embora todas as ideias tenham o
seu fundamento nas impressões,
podemos conhecer sem recorrer às
impressões. É o caso da lógica e da
matemática.
• No entanto, estes conhecimentos
são tautológicos, ou seja, não dão
novas informações. A conclusão diz
implicitamente o que está nas
premissas.
6. IDEIAS COMPLEXAS
• As nossas ideias e opiniões acerca da realidade provêm
dos sentidos, sendo associações de ideias simples.
A ideia de Deus: haverá alguma
impressão / sensação
correspondente? Se não há, então a
ideia de Deus é uma criação da razão
a partir de ideias como «inteligência»,
«sabedoria», «bondade», etc.
A ideia de cavalo alado: esta ideia
resulta da combinação da ideia de
cavalo com a ideia de animais com
asas. Há impressões correspondentes
às ideias de cavalo e de animal com
asas, mas não há nenhuma impressão
correspondente à ideia de cavalo alado.
7. IDEIAS COMPLEXAS
“Digamos que imaginamos Deus como um ser infinitamente inteligente,
sábio e bom. Temos então uma ideia complexa que é constituída por
algo infinitamente sábio, infinitamente inteligente e infinitamente bom.
Se nunca tivéssemos tido a experiência da inteligência, sabedoria e
bondade, nunca poderíamos ter esse conceito de Deus. Talvez a
nossa ideia de Deus implique que ele seja um pai severo, mas justo –
ou seja, uma ideia que é composta por «severo», «justo» e «pai». A
partir de Hume, muitos críticos da religião apontaram precisamente
para este facto: a saber, que esta ideia de Deus pode provir do modo
como víamos o nosso próprio pai quando éramos crianças. A ideia de
um pai teria levado à ideia de um pai do céu, conforme dizem alguns.”
O Mundo de Sofia, GAARDER, Jostein
8. CONHECIMENTO DOS FACTOS
• Implica um confronto das proposições com a
experiência. A sua verdade ou falsidade só pode ser
determinada a posteriori.
• Por exemplo: “Este martelo é pesado” é um juízo cujo
valor de verdade não pode ser decidido pela simples
inspeção a priori.
• Todo o conhecimento de factos (empírico) é meramente
provável.
10. CRÍTICA À NOÇÃO DE CAUSALIDADE
• Se eu disser “o fogo aumenta a
temperatura dos objetos”, tenho
que confrontar este juízo com a
verificação experimental, não
bastando o simples uso da razão.
• Temos observado o fogo
frequentes vezes, e temos
observado ainda que, em seguida,
aumentava a temperatura dos
objetos situados junto dele, mas
nunca observamos que entre os
dois factos existe uma conexão
necessária.
11. CRÍTICA À NOÇÃO DE CAUSALIDADE
• Segundo Hume, apenas sabemos que assim acontecerá
porque já vimos outras vezes.
• É o hábito que nos leva a inferir uma relação de causa
e efeito entre dois fenómenos.
• Se no passado ocorreu sempre um determinado facto a
seguir a outro, então nós esperamos que no presente e
no futuro também ocorra assim.
12. CRÍTICA À NOÇÃO DE CAUSALIDADE
O carril aquece por causa do calor.
• Na verdade não sabemos se é sempre assim.
• Só associamos o calor e a dilatação do carril.
• Por força de um hábito psicológico formado a partir de
repetidas experiências.
13. CRÍTICA À NOÇÃO DE CAUSALIDADE
• “O movimento na
segunda bola de
bilhar é um evento
inteiramente distinto
do movimento na
primeira, nem coisa
alguma existe numa
para sugerir a mínima
sombra da outra.”
David Hume
14. CRÍTICA À NOÇÃO DE CAUSALIDADE
• Hume nega a tese do determinismo que afirma
que tudo o que acontece tem uma causa, isto é,
os acontecimentos são determinados por outros
anteriores.
15. CETICISMO MODERADO
• Não podemos considerar o
conhecimento como
absolutamente verdadeiro.
• Hume assume uma perspectiva
de ceticismo moderado,
rejeitando a atitude dogmática
(própria do realismo ingénuo do
senso comum).
16. CETICISMO MODERADO
• Hume é CÉTICO porque acredita que a nossa
capacidade de conhecimento tem limites e porque a
análise das nossas crenças mostra que muitas delas
não têm justificação (exemplo: as leis da natureza são
generalizações incertas).
• É MODERADO porque pensa que apesar de não haver
justificação ou fundamento para as crenças na
uniformidade da Natureza e na existência do mundo
exterior, temos de acreditar nelas para podermos agir.
17. CETICISMO MODERADO
• Apesar de não podermos saber se as nossas
percepções correspondem ao mundo exterior, não
devemos abandonar a nossa crença intuitiva no
mundo exterior e na causalidade entre os
fenómenos.
• Hume mostra-nos que o nosso conhecimento é
limitado e devemos sempre evitar o dogmatismo
optando por uma posição crítica. Essa posição afasta-o
de Descartes.