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Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá
Ciências Sociais – Licenciatura em Sociologia – 2º Semestre
Antropologia II – 08/11/2012
Professora: Patrícia Martins
Aluna: Katia Monteiro Silva
Atividade: Produzir um texto dissertativo, através da linha de pensamento de
Boas, Schwarcz, Lévi- Strauss, Peter Fry e José Jorge de Carvalho,
elaborando o conceito de raça aplicado ao contexto brasileiro ontem e hoje.
No texto de Franz Boas, raça e progresso, se vê o conceito raça
explicitado claramente. Para ele o conceito é produto histórico e social e
definitivamente não é uma realidade biológica. Define primeiramente o
conceito raça como “um grupo de pessoas que tem em comum algumas
características corporais e talvez também mentais”. Colocando dessa forma o
autor invalida uma definição mais clara, colocando em xeque a existência
“sombria” da palavra, mas explicou porque fez isso através dos argumentos
que se seguem.
Constitui-se, para ele, “...um empreendimento temerário determinar a
localidade na qual a pessoa nasceu unicamente a partir de suas características
corporais.” Diz isso argumentando que há uma sobreposição de tipos locais
revelada através das diferenças individuais numa mesma comunidade. Mesmo
em populações que derivam de linhagens familiares “únicas” segundo ele seria
“...impossível reconstruir essa ancestralidade pelo estudo de uma população
moderna;” Dessa forma questiona as teorias de superioridade biológica das
raças pregada na Europa no século XIX.
Nesse mesmo intento em desconstruir a teoria de superioridade
biológica fala da tão “famigerada” miscigenação, prática extremamente
realizada no Brasil.Teóricos defendiam que a miscigenação era algo ruim e
Boas, entre outros argumentos que comprovam períodos de evoluções de
sociedades marcados pela miscigenação, cita o caso da grandeza espanhola
grifando que “... seu declínio começou quando a população tornou-se mais
estável e a imigração foi interrompida.”
Para Boas a teoria da superioridade biológica das raças também não
fazia sentido como se propagava “degeneração biológica” referindo-se a casos
como esses próprios de culturas endogâmicas. Aliado a esse fator é também
apregoado que “os degenerados” procriando-se criariam ainda mais
“degenerados” e as guerras seriam um bom momento para uma seleção
natural onde resistiram os mais fortes. Esse argumento cai por terra quando em
face a crises, guerras, enfim, ambientes hostis, observa-se a transformação de
indivíduos sãos em indivíduos física e mentalmente perturbados.
Aponta também que estudos disponíveis em relação a características
genéticas não evidenciam diferenças entre raças e que “... as observações que
temos podem ser melhor e mais facilmente explicadas pelas diferenças no
ambiente social”. Explica-se melhor quando se refere a ambientes variáveis e a
sujeição dos traços anatômicos corporais desses indivíduos a esses
ambientes, não somente em relação ao clima, mas também as condições de
vida. Junto a isso fala também das combinações de fatores que podem
“comprometer” essa homogeneidade genética como: taxas de natalidade,
mortalidade, migração.
Franz Boas baseado nessa premissa discorre no restante do texto (Raça
e Progresso) que a importância maior deve ser dada as diferenças
estabelecidas pelo ambiente social. Referindo-se a Garth e seus estudos
menciona que em todos os lugares há uma diferença marcante entre
populações urbanas e populações rurais. Confirma isso devido as diferenças
de ambientes culturais proporcionados e que de tudo isso pode-se “...afirmar
com certeza é que o fator cultural é da maior importância...” Reforçando,
portanto conceitos como o relativismo cultural e refutando os determinismos.
A visão de raça para Lèvi-Strauss também é de oposição ao modelo
biológico, mas sua influência acadêmica foi mais impactante devido ao modelo
estruturalista que propôs para defender sua tese. Tendo como pilares os
domínios de parentesco, a mitologia e as classificações simbólicas.
Para ele há muito mais culturas humanas do que raças humanas, o que
nos leva a deduzir que rejeita também argumentos deterministas e corrobora
com Boas no que concerne ao relativismo cultural como elemento
caracterizador de um povo. Mas segundo ele esse raciocínio relativista não
pode nos levar a uma observação fragmentada de culturas humanas, que
caracteriza como próprio de cada cultura certa característica, ou seja, essas
culturas podem estar imbuídas de similaridades, mas diferentes combinações
ou “ingredientes” acrescidos ou retirados podem proporcionar resultados
diversos que constituem as culturas no mundo inteiro. Seu pensamento reflete,
então, um olhar mais científico das instituições culturais, um olhar mais
distanciado.
Trazendo para o contexto brasileiro essas formas de abordagens de
raça obtiveram duas visões diferentes no início do século XIX início do XX,
segundo Schwarcz em seu livro: O Espetáculo das Raças. Segundo ela -
primeiramente e já de num tempo ultrapassado dos modelos impostos na
época na Europa - os brasileiros, mesmo diante de uma sociedade constituída
hegemonicamente por mestiços, via no modelo de evolução das raças
(darwinismo social), ou seja, na mistura de brancos e negros, uma forma de
depuração (branqueamento). Esse processo era visto como uma forma ideal do
Brasil definitivamente se tornar um país de brancos. Os diversos relatos de
estrangeiros denotavam que a mistura de raças no Brasil constituía-se
“...deteriorização decorrente da amálgama das raças mais geral...”
Só a partir de 1870 é que um novo ideário positivo-evolucionista,
imperante na Europa dava o ar de suas influencias no Brasil, junto a isso a lei
do ventre livre, veio a fortalecer e amadurecer centros de ensino como: museus
etnográficos, faculdades de medicina, direito e institutos históricos começando
a configurar um estilo “próprio” de pensamento brasileiro.
Como já sabemos o positivismo tem suas bases: o cientificismo e teorias
raciais. Primeiramente baseando-se na auto-regulação individual e mais tarde
atribuindo a um grupo de indivíduos uma estrutura biológica singular
(culturalismo). Quanto a isso a autora comenta a mal acabada forma com que
essas teorias vieram a ser interpretadas no Brasil justamente pela diferença
singular que o caracterizava, a miscigenação. Como atribuir qualidades
singulares a grupos de indivíduos constituídos da mistura de raça, sendo que
essas atribuições levavam em consideração justamente a diferença de raça?
Surge então, com o advento da libertação dos escravos, nova teoria,
ainda como forma de construir uma identidade nacional, a qual apresentava
como meio de justificar as diferenças sociais a superioridade da raça branca.
Um argumento de sucesso, apesar da incongruência, estabelecido à época.
Segundo a leitura de texto ainda segue a perspectiva brasileira de
buscar sua identidade como povo constituído, mas junto a isso é preciso
encontrar “...nos modelos raciais selecionados, e nos conceitos de raça,
cidadania, povo e nação por eles elaborados, elementos privilegiados para
entender mais um momento em que se redescobria esse mesmo país.”
Defendendo diferentes perspectivas de encontrar essa identidade racial
elegeu-se para esse trabalho dois autores contemporâneos: José Jorge de
Carvalho e Peter Fry, com seus respectivos texto de referência, O Olhar
Etnográfico e a Voz Subalterna e Ossos do Ofício.
Tratarei primeiramente da visão do autor José Jorge, que defende o uso
de cotas raciais como forma de pagamento de dívida social, diante da trajetória
mais do que notória dos negros brasileiros.
O autor em seu artigo faz uma revisão teórica da Antropologia avaliando
seu lugar no rol das teorias atuais das Ciências humanas e conclui que o nativo
constrói sua alteridade segundo o modo que seus colonizadores olham para si.
Questiona se nossas ideias são mesmo fruto da história construída
autonomamente, e conclui que elas não passam da uma sombra ideológica do
olhar imperialista colonizador. Nesse sentido questiona: “Em que medida essas
nações periféricas são ou não hoje uma continuação do ocidente?” Para isso o
autor sugere uma desconstrução da base de pensamento instalada nesses
países colonizados e a instituição de uma identidade baseada em suas
“paisagens mentais”.
Já para Peter Fry, defensor da escola pública de qualidade como forma
de corrigir as distorções sociais implementadas no Brasil, manifesta sua
abordagem da seguinte maneira:
“Parece então que alguns antropólogos se encontram no epicentro da
inflexão racial e étnica que os autores apontam como parte dos “ossos do
ofício” os antropólogos se tornaram cartógrafos da diferença cultural, “racial” e
“ética”, não apenas documentando os outros, mas participando ativamente na
construção social destes. Assim, determinados antropólogos avançam um
processo de celebração das supostas diferenças “raciais” ou “étnicas”do Brasil,
reconhecendo e celebrando a “diversidade, palavra de ordem do mundo
globalizado.”
Numa clara atitude em refutar o argumento de conceituação por raças
Peter Fry em seu texto coloca como prioridade a conceituação cultural e a
necessidade de uma reelaboração, pela via escolar pública e de qualidade, a
correção das injustiças sociais estabelecidas ao longo da história brasileira.

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Conceito de Raça Aplicado ao Contexto Brasileiro Ontem e Hoje

  • 1. Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá Ciências Sociais – Licenciatura em Sociologia – 2º Semestre Antropologia II – 08/11/2012 Professora: Patrícia Martins Aluna: Katia Monteiro Silva Atividade: Produzir um texto dissertativo, através da linha de pensamento de Boas, Schwarcz, Lévi- Strauss, Peter Fry e José Jorge de Carvalho, elaborando o conceito de raça aplicado ao contexto brasileiro ontem e hoje. No texto de Franz Boas, raça e progresso, se vê o conceito raça explicitado claramente. Para ele o conceito é produto histórico e social e definitivamente não é uma realidade biológica. Define primeiramente o conceito raça como “um grupo de pessoas que tem em comum algumas características corporais e talvez também mentais”. Colocando dessa forma o autor invalida uma definição mais clara, colocando em xeque a existência “sombria” da palavra, mas explicou porque fez isso através dos argumentos que se seguem. Constitui-se, para ele, “...um empreendimento temerário determinar a localidade na qual a pessoa nasceu unicamente a partir de suas características corporais.” Diz isso argumentando que há uma sobreposição de tipos locais revelada através das diferenças individuais numa mesma comunidade. Mesmo em populações que derivam de linhagens familiares “únicas” segundo ele seria “...impossível reconstruir essa ancestralidade pelo estudo de uma população moderna;” Dessa forma questiona as teorias de superioridade biológica das raças pregada na Europa no século XIX. Nesse mesmo intento em desconstruir a teoria de superioridade biológica fala da tão “famigerada” miscigenação, prática extremamente realizada no Brasil.Teóricos defendiam que a miscigenação era algo ruim e Boas, entre outros argumentos que comprovam períodos de evoluções de sociedades marcados pela miscigenação, cita o caso da grandeza espanhola grifando que “... seu declínio começou quando a população tornou-se mais estável e a imigração foi interrompida.” Para Boas a teoria da superioridade biológica das raças também não fazia sentido como se propagava “degeneração biológica” referindo-se a casos como esses próprios de culturas endogâmicas. Aliado a esse fator é também apregoado que “os degenerados” procriando-se criariam ainda mais “degenerados” e as guerras seriam um bom momento para uma seleção natural onde resistiram os mais fortes. Esse argumento cai por terra quando em
  • 2. face a crises, guerras, enfim, ambientes hostis, observa-se a transformação de indivíduos sãos em indivíduos física e mentalmente perturbados. Aponta também que estudos disponíveis em relação a características genéticas não evidenciam diferenças entre raças e que “... as observações que temos podem ser melhor e mais facilmente explicadas pelas diferenças no ambiente social”. Explica-se melhor quando se refere a ambientes variáveis e a sujeição dos traços anatômicos corporais desses indivíduos a esses ambientes, não somente em relação ao clima, mas também as condições de vida. Junto a isso fala também das combinações de fatores que podem “comprometer” essa homogeneidade genética como: taxas de natalidade, mortalidade, migração. Franz Boas baseado nessa premissa discorre no restante do texto (Raça e Progresso) que a importância maior deve ser dada as diferenças estabelecidas pelo ambiente social. Referindo-se a Garth e seus estudos menciona que em todos os lugares há uma diferença marcante entre populações urbanas e populações rurais. Confirma isso devido as diferenças de ambientes culturais proporcionados e que de tudo isso pode-se “...afirmar com certeza é que o fator cultural é da maior importância...” Reforçando, portanto conceitos como o relativismo cultural e refutando os determinismos. A visão de raça para Lèvi-Strauss também é de oposição ao modelo biológico, mas sua influência acadêmica foi mais impactante devido ao modelo estruturalista que propôs para defender sua tese. Tendo como pilares os domínios de parentesco, a mitologia e as classificações simbólicas. Para ele há muito mais culturas humanas do que raças humanas, o que nos leva a deduzir que rejeita também argumentos deterministas e corrobora com Boas no que concerne ao relativismo cultural como elemento caracterizador de um povo. Mas segundo ele esse raciocínio relativista não pode nos levar a uma observação fragmentada de culturas humanas, que caracteriza como próprio de cada cultura certa característica, ou seja, essas culturas podem estar imbuídas de similaridades, mas diferentes combinações ou “ingredientes” acrescidos ou retirados podem proporcionar resultados diversos que constituem as culturas no mundo inteiro. Seu pensamento reflete, então, um olhar mais científico das instituições culturais, um olhar mais distanciado. Trazendo para o contexto brasileiro essas formas de abordagens de raça obtiveram duas visões diferentes no início do século XIX início do XX, segundo Schwarcz em seu livro: O Espetáculo das Raças. Segundo ela - primeiramente e já de num tempo ultrapassado dos modelos impostos na época na Europa - os brasileiros, mesmo diante de uma sociedade constituída hegemonicamente por mestiços, via no modelo de evolução das raças (darwinismo social), ou seja, na mistura de brancos e negros, uma forma de
  • 3. depuração (branqueamento). Esse processo era visto como uma forma ideal do Brasil definitivamente se tornar um país de brancos. Os diversos relatos de estrangeiros denotavam que a mistura de raças no Brasil constituía-se “...deteriorização decorrente da amálgama das raças mais geral...” Só a partir de 1870 é que um novo ideário positivo-evolucionista, imperante na Europa dava o ar de suas influencias no Brasil, junto a isso a lei do ventre livre, veio a fortalecer e amadurecer centros de ensino como: museus etnográficos, faculdades de medicina, direito e institutos históricos começando a configurar um estilo “próprio” de pensamento brasileiro. Como já sabemos o positivismo tem suas bases: o cientificismo e teorias raciais. Primeiramente baseando-se na auto-regulação individual e mais tarde atribuindo a um grupo de indivíduos uma estrutura biológica singular (culturalismo). Quanto a isso a autora comenta a mal acabada forma com que essas teorias vieram a ser interpretadas no Brasil justamente pela diferença singular que o caracterizava, a miscigenação. Como atribuir qualidades singulares a grupos de indivíduos constituídos da mistura de raça, sendo que essas atribuições levavam em consideração justamente a diferença de raça? Surge então, com o advento da libertação dos escravos, nova teoria, ainda como forma de construir uma identidade nacional, a qual apresentava como meio de justificar as diferenças sociais a superioridade da raça branca. Um argumento de sucesso, apesar da incongruência, estabelecido à época. Segundo a leitura de texto ainda segue a perspectiva brasileira de buscar sua identidade como povo constituído, mas junto a isso é preciso encontrar “...nos modelos raciais selecionados, e nos conceitos de raça, cidadania, povo e nação por eles elaborados, elementos privilegiados para entender mais um momento em que se redescobria esse mesmo país.” Defendendo diferentes perspectivas de encontrar essa identidade racial elegeu-se para esse trabalho dois autores contemporâneos: José Jorge de Carvalho e Peter Fry, com seus respectivos texto de referência, O Olhar Etnográfico e a Voz Subalterna e Ossos do Ofício. Tratarei primeiramente da visão do autor José Jorge, que defende o uso de cotas raciais como forma de pagamento de dívida social, diante da trajetória mais do que notória dos negros brasileiros. O autor em seu artigo faz uma revisão teórica da Antropologia avaliando seu lugar no rol das teorias atuais das Ciências humanas e conclui que o nativo constrói sua alteridade segundo o modo que seus colonizadores olham para si. Questiona se nossas ideias são mesmo fruto da história construída autonomamente, e conclui que elas não passam da uma sombra ideológica do olhar imperialista colonizador. Nesse sentido questiona: “Em que medida essas
  • 4. nações periféricas são ou não hoje uma continuação do ocidente?” Para isso o autor sugere uma desconstrução da base de pensamento instalada nesses países colonizados e a instituição de uma identidade baseada em suas “paisagens mentais”. Já para Peter Fry, defensor da escola pública de qualidade como forma de corrigir as distorções sociais implementadas no Brasil, manifesta sua abordagem da seguinte maneira: “Parece então que alguns antropólogos se encontram no epicentro da inflexão racial e étnica que os autores apontam como parte dos “ossos do ofício” os antropólogos se tornaram cartógrafos da diferença cultural, “racial” e “ética”, não apenas documentando os outros, mas participando ativamente na construção social destes. Assim, determinados antropólogos avançam um processo de celebração das supostas diferenças “raciais” ou “étnicas”do Brasil, reconhecendo e celebrando a “diversidade, palavra de ordem do mundo globalizado.” Numa clara atitude em refutar o argumento de conceituação por raças Peter Fry em seu texto coloca como prioridade a conceituação cultural e a necessidade de uma reelaboração, pela via escolar pública e de qualidade, a correção das injustiças sociais estabelecidas ao longo da história brasileira.