1. A filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade Qual a justificação? Vejamos a opinião de Platão «Umavidaquenão se examina a simesmonão vale a pena ser vivida» Vejamos a opinião de Descartes: «ViversemFilosofia é comoterosolhossemnuncaprocurarabri-los e o prazer de vertodas as coisasque a nossa vista alcançanão se compara à satisfaçãoqueconfere o conhecimento do que se encontrapelafilosofia»
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3. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. ... namedidaemquenospermitepensarautonomamente e com sentidocrítico Isto é, libertando-nos dos hábitos de pensar e dos preconceitos. «Quemnão tem umastintas de filosofia é homemquecaminhapelavidaforasempreagrilhoado a preconceitosquederivam do sensocomum, das crençashabituais do seu tempo e do seupaís, das convicçõesquecrescem no seuespíritosem a cooperaçãoou o consentimento de umarazãodeliberada.» Bertrand Russell
4. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. Ora, estafunçãolibertadoradaFilosofiasó é possívelnamedidaemque o Homemadquire e desenvolvecapacidades de análise; de abstracção de reflexão. ... parapensarosproblemasquedizem respeito a todososHomens[UNIVERSALIDADE], distanciando-se do mundoconcreto e singular.
5. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. Ora, estafunçãolibertadoradaFilosofiasó é possívelnamedidaemque o Homemadquire e desenvolvecapacidadeslinguísticasaoexigirque as teorias e soluçõesse apresentem com clareza de conceitose rigor de raciocínio.
6. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA ... relativamente a outrasformas de saber, à ciência, aosensocomum à religião e a tudoquantoponhaemcausa a liberdade de pensarporsimesmo. ... nãoquerdizerindependência. A Filosofia é um Saberdistinto dos outrossaberes, porque se colocanumaatitude mental diferenteperanteosproblemas, masnãopoderecusarosseuscontributos. O filósofodispõe de umacapacidaderacionalquedeveutlizar de modoautónomo.
7. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA ... relativamente à ciência, porque as suasrespostasnãosãocontroladaspelosfactosnemverificadasexperimentalmente, masjustificando-se apenas com argumentosracionais
8. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA ... relativamenteaosensocomum porqueeste se caracterizapor ser um conhecimento superficial do real, deixando-se condicionarpelasprimeirasimpressões, pelaopinião, pelopreconceito, enquanto a Filosofia é marcadapelaposturacrítica e pelaexigência de tudoquestionar.
9. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA ... relativamente à religião porqueeste se funda no dogma, umaverdadefundadanarevelação, enquanto a Filosofia se funda num pensarlivre e racional [Racionalidade]
10. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA ... relativamenteaospoderespolíticooueconómico e àsideologias ...porque é liberdade de pensarindependentemente das impressões dos sentidos, das limitaçõesouconstrangimentosqueimpedem o conhecimentoadequado do real.
11. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA Contudo, a autonomiadaFilosofia é um risco e a Filosofia é vulnerável: A históriadaFilosofiaestácheia de traições a este ideal e de silêncioscomprometedoresou de instrumentalizaçãopor parte de diferentespoderes.
13. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA RADICALIDADE A Filosofianão se contenta com o queparece, com a aparência – das ideologias, do sensocomum... -- nem com as explicaçõesparcelaresdaCiência, mas é um saberqueprocuraosfundamentos: oprincípio, a causa, arazão, o fundamento – A raiz! ... porque o seuquestionamentonunca se detém! ... porque as suasreflexõesnuncaassentamempressupostos ... porqueexigeparasimesmojustificaçõesconsistentes. ... porquerecusa o dogmatismo.
14. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA RADICALIDADE A Filosofia é umarealidadehistórica. HISTORICIDADE As suasobrastêmque ser inseridas, paraseremcompreendidas, no seu tempo. nãopodemdesvincular-se das restantescondicionanteshistóricas.
15. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA RADICALIDADE A Filosofia é umarealidadehistórica. HISTORICIDADE Os Filósofos e as Filosofiassãoefeito de múltiplascircunstâncias – das crenças, das instituições e das conquistasdahumanidadeaolongodahistória Os Filósofos e as Filosofiassãocausa de diferentestransformaçõessociais e culturais, namedidaemqueosfilósofosfecundaram com as suasideias a ciência, a política, a arte ...
16. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA RADICALIDADE HISTORICIDADE O Homemreconhece-se como um ser emconstrução. http://vidaanalisada.blogspot.com/2009/11/felicidade.html
17. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA RADICALIDADE HISTORICIDADE UNIVERSALIDADE Significaque (1) todososhomenssãopotencialmentefilósofos, namedidaemqueTodosdispõemde capacidadesracionais. Porque a Filosofianão se debruça, como a Ciência, sobreumaparcela do real, massobre o Universo, sobretudoquantohá. Os problemasdaFilosofianãodizemrespeito a gruposparticulares, a umacomunidadeespecíficaou a um ser concreto, mas a todososHomens.
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19. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA Para isso a Filosofia é criadora de novosconceitosquemelhorpermitemcompreender a realidade. RADICALIDADE HISTORICIDADE UNIVERSALIDADE As característicasespecíficasdaFilosofiaremetem-nos para a suadimensãodiscursiva e dialógica RACIONALIDADE A Filosofiaaspira a umacoerência no discursoquegaranta a inteligibilidadee admissibilidadedas ideias e intuições dos filósofosportodososHomens
20. A Filosofiaprocuraumacompreensãodatotalidade; A Filosofia tem um papellibertador. A Filosofiacaracteriza-se, porisso, pelasua: AUTONOMIA RADICALIDADE O discurso é sempreacompanhado do esforço de estruturar um pensamentoargumentadoe de garantir umestatutoracionalà argumentaçãoapresentada . HISTORICIDADE UNIVERSALIDADE RACIONALIDADE
21. FILOSOFIA E AUDITÓRIO A Filosofiaocorre no seio de um processocomunicativoe dialógico. NãoocorreforadaLinguagem e daPalavra Dirige-se a umPúblico Ouseja: A Filosofianão se desenvolveindependentemente de um auditório Nem à margemdacrítica e daaceitação dos interlocutores. A Filosofiaimplicaargumentação
22. FILOSOFIA E ARGUMENTAÇÃO A RACIONALIDADEdaFilosofiaestáligada à apresentação e explicitaçãode pressupostosque justificame asseguram a inteligibilidadee coerênciadas propostas --- mostrandoquenãosendoimediatamente evidentes, essaspropostasnãosãoarbitrárias.
23. FILOSOFIA E ARGUMENTAÇÃO O discurso de um sujeito é a manifestaçãodalíngua, é a línguano exercício individual. A obediência a regrasgramaticais é condiçãonecessária, masnãoSuficiente, para a elaboração de um discursocorrecto. São necessárias as regrasLógicas
24. FILOSOFIA E ARGUMENTAÇÃO Lógica … disciplinadaFilosofiaque se dedicaaoestudo das leis, princípios e regras a quedevemobedecer o pensamento e o discursoparaque Sejamrigorosos e coerentes.
25. FILOSOFIA E ARGUMENTAÇÃO Na base do discursoestãotrêsinstrumentoslógicos: 1. Conceito … representaçãointelectual, abstracta e geral das características comuns a um conjunto de seres 2. Juízo … operação mental quepermiteestabelecerumarelação de afirmação Ounegação entre conceitos, podendotalrelação ser considerada verdadeiraoufalsa. A expressão verbal do juízo é a proposição 3. Raciocínio … encadeamentos de doisoumaisjuízos, osquais se encontram estruturadospara deles se extrairumaconclusão. A expressão verbal do raciocínio é o argumento.
26. FILOSOFIA E ARGUMENTAÇÃO Ora, estastematizaçõessópodem ser argumentativas, umavezque a Filosofia se encontraprivadadapossibilidade de fornecerprovas, formaisouempíricas, do queafirma. Nestaimpossibilidade se reconhece, se identifica a tradiçãofilosófica, aomesmo tempo que a argumentação se revelacomo o limite, queelamesmatraça, das pretensõesfilosóficas à validade dos seusdiscursos. Mas se a tradição, isto é, a históriadaFilosofia, apontapor um ladoparaumaespecificidadedaargumentaçãofilosófica (o que, simultaneamente, parece ser requeridopelassuascaracterísticasdisciplinaresmínimas), poroutrolado, exibeumaoutrasituaçãoque é precisoteremconta, a do conflito das filosofias [...]. A Filosofiaaparece-noscomoumamultiplicidadehistoricamente dada de filosofias, identicamenteempenhadas, todaselasnaelucidaçãodapróprianoção de Filosofia e identicamenteconfiantesnaprópriacapacidade de resolver essaquestão de princípio e de executar, de maneiraadequada, o programaque o mesmoprograma de autodefiniçãoimplicitamente Lhestraça. Essapretensão, quelhes é essencial, leva-as, então, a umamútua e recíprocaexcomunhão e exclusão, namedidaemquepertence a cadaFilosofia o dever de impor-se como a única e verdadeiraFilosofia. Manuel Maria Carrilho, Verdade, suspeita e argumentação.
27. Um argumento é um conjunto de afirmaçõesencadeadas de tal forma que se pretendequeumadelas, a quechamamos a conclusão, sejaapoiadapelaoutraououtras, a quechamamos a premissaoupremissas Um argumentosópodeterumaconclusão, [TESE] maspodeterumaoumaispremissas. A diferençamaisimportante entre um argumento e um raciocínio é que num argumentopretendemospersuadiralguémde que a conclusão é verdadeira, aopassoque num raciocínioqueremosapenassaber se umadeterminadaconclusão se segue ounão de um determinadoconjuntode afirmações.
28. FILOSOFIA: DIMENSÃO DISCURSIVA DO TRABALHO FILOSÓFICO Aopassoque as afirmaçõesqueusamosnosargumentossãoverdadeirasoufalsas, osargumentosnãopodem ser verdadeirosnemfalsos, poisnãosãoafirmações, massimconjuntos de afirmações. As pessoassãomorenasoulouras, masos conjuntos de pessoasnãosãomorenosnemlouros. Quandoosargumentostêmumacertaestrutura, ganhamumapropriedadedeverasinteressante: torna-se impossível, oualtamenteimprovável, que as suaspremissassejamVerdadeirase a suaconclusãofalsa. Nessecaso, dizemosque o argumento é válido — o termo é aquiusadonão no sentido popular de “valioso” nem “interessante”, mas no sentidomuitoprecisoindicado. DesidérioMurcho, De rerumnatura. blogspot,.com
29. A Filosofia é umaactividadehumanaquepensa e problematizaquestões. Quaissão as questõesdaFilosofia?
