Este documento discute o alto nível de desemprego juvenil em Portugal, especialmente no distrito de Santarém. A Juventude Socialista propõe várias medidas para combater o problema, incluindo políticas de crescimento econômico, medidas pró-ativas para o emprego juvenil e defesa da mobilidade dos jovens.
1. Uma nova Política Des(emprego) Jovem
Os congressos (federativos ou nacionais) do Partido Socialista são normalmente
palco de moções setoriais muito importantes para os desafios políticos do futuro,
mas por questões várias acabam por nem sempre ser alvo das melhores atenções.
Esta moção que a Juventude Socialista do Distrito de Santarém (JS Ribatejo)
apresenta em congresso vai ao encontro daquela que é um dos maiores problemas
dos nossos tempos, o desemprego, nomeadamente o jovem pelo grupo etário que
representamos, e pela tragédia dos números.
A crise económica, financeira e social é gerida na Europa e nosso país não ligando
ao essencial: as pessoas. A visão liberal de resposta à crise, viola igualmente as
mais elementares linhas de raciocínio que a História Económica nos dá para
resolver crises.
O “custe o que custar” e a lógica da resolução dos problemas no longo prazo,
levamnos a indicadores económicos e sociais gritantes.
Os últimos dados do INE (Instituto Nacional de Estática) são duros, mas talvez algo
longe do verdadeiro drama da situação. Cerca de 35% de Desemprego Jovem (aqui
com um método de contabilização discutível) e de 15% na sua globalidade. Os
números “reais” do desemprego em Portugal serão certamente superiores, o que
demonstram uma necessidade clara de respostas políticas. Atrás dos números
existem pessoas e a redução nos apoios e subsídios de desemprego são uma
agravante nesta situação de crise.
O distrito de Santarém, vítima de uma política discriminatória é um distrito
particularmente afectado por estes números. O PS Distrital em conjunto com a
Juventude Socialista e com as concelhias tem como obrigação vir para a rua, no
combate a esta insensibilidade social.
A geração sub‐35 é a geração mais preparada de sempre do país, mas para as suas
qualificações não conseguem encontrar resposta em Portugal, mesmo nas áreas
que garantiam 100% emprego, a situação já não é a mesma. Esta situação acaba
por levar um desincentivo na formação e na qualificação no nosso país, seja em
que nível for, sendo um caso paradigmático, o caso das Novas Oportunidades.
Mais problemático é o caso dos jovens que não escolheram ou não tiveram a
oportunidade de ter uma qualificação superior. A taxa de desemprego jovem nestes
casos, assim como tempo médio até ao encontro de novo emprego é muito
superior.
Arrastando esses jovens para dramas sociais e para emigração sem o mínimo de
condições de sucesso.
Da parte do governo os jovens ouvem incentivos à emigração, únicos na História do
nosso povo, atingindo hoje números comparáveis a outras décadas e a outras
realidades sociais e políticas. Da parte dos sindicatos, a relação é de quase divórcio
destes jovens, desiludidos pela incapacidade de respostas. Aqui e neste campo o
esforço terá de ser mútuo.
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2. Dos partidos políticos esperam respostas. Resposta às suas ansiedades e
problemas, e que não sejam afastados para qualquer cidade europeia, Angola,
Brasil ou mesmo Austrália. O Partido Socialista como garante dos valores da
solidariedade e da igualdade, deve estar na primeira linha do campo de batalha.
Da parte dos autarcas esperam ouvir soluções. Muitas são as boas práticas de
executivos camarários liderados pelo Partido Socialista espalhados pelo nosso país
e região. Mas um esforço suplementar pode ainda ser necessário, mesmo
conhecendo a situação de “asfixia financeira” das Câmaras Municipais da parte de
um governo centralista.
Sabemos que pela teoria económica que o problema do desemprego só pode ser
resolvido pelo crescimento económico, mas outras medidas podem e devem ser
feitas.
Desta forma a Juventude Socialista Distrital de Santarém (JS Ribatejo)
propõe ao Partido Socialista do distrito:
‐ Defesa Intransigente de Políticas de Crescimento e Emprego;
‐ Exigência de medidas de medidas pró‐activas no combate ao Desemprego Jovem;
‐ Reunião com as estruturas sindicais do distrito;
‐ Combate à precariedade laboral. Esta é altura óptima do neo‐liberalismo defender
estágios não remunerados e recibos verdes. Essa não pode ser a solução;
‐ Defesa da baixa do passe de comboio no Distrito de Santarém. A obrigatoriedade
de mobilidade tem custos e hoje são quase insuportáveis.
‐ Colocação nos programas autárquicos de 2013 do PS (distrital e locais) medidas
proactivas de emprego jovem e apoio à emancipação e investimento jovem.
1º Subscritor: Hugo Costa
Vasco Casimiro
Nuno Ferreira
Mara Lagriminha Coelho
Luis Pereira
Daniela Germano
Ricardo Antunes
Bruno Tomás
Filipe Honório
Hugo Vieira
Tiago Preguiça
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