SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  22
Memó rias 
Pó stumas de Brás 
Cubas 
Machado de Assis
O AUTOR 
Psicologismo 
Pessimismo 
Ironia 
Crítica dos costumes 
Ruptura com a narrativa linear 
Leitor incluso
"Vó s, que o conhecestes, meus senhores, vó s 
podeis dizer comigo que a natureza parece estar 
chorando a perda irreparável de um dos mais belos 
caracteres que tem honrado a humanidade. (...) 
Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte 
apó lices que lhe deixei.”
Senão do livro 
Começ o a arrepender-me deste livro. Não que ele 
me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, 
expedir alguns magros capítulos para esse mundo 
sempre é tarefa que distrai um pouco da 
eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a 
sepulcro, traz certa contraç ão cadavérica; vício 
grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste 
livro és tu, leitor.
• A descriç ões dos objetos se limitam ao funcional. 
• O estilo culto > exige a compreensão do leitor. 
• A interpolaç ão de episó dio > afasta-se do tema 
central. 
• A metalinguagem.
Ao verme que primeiro roeu as frias 
carnes do meu cadáver dedico 
como saudosa lembranç a estas 
MEMÓRIAS PÓSTUMAS
Foco narrativo: 1ª pessoa > defunto-autor. 
• O romance tradicional é posto em elipse. 
“A pena da galhofa e a tinta da melancolia” 
A proposta da obra: a vida igual a zero. 
Obs: A narrativa obedece aos vaivéns da 
memó ria do narrador.
“Machado de Assis inventou o 
narrador que, estando morto, 
ironiza a si mesmo enquanto 
conta a sua histó ria.” 
Daniel Piza
Óbito do autor: o início pela morte. 
• Veló rio 
• Discurso 
• Virgília 
• A ideia fixa: o emplasto 
• Curar a melancolia do mundo. 
• vaidade – fama.
“Agora, porém, que estou cá do outro lado da vida, 
posso confessar tudo: o que me influiu 
principalmente foi o gosto de ver impressas nos 
jornais, mostradores, folhetos, esquinas, e enfim 
nas caixinhas do remédio, estas três palavras: 
Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo?”
O delírio: encontro com Pandora. 
• A origem dos séculos. 
• A caixa com os bens e os males do mundo. 
• O Menino é pai do homem 
• A infância: menino diabo. 
• O retrato da mãe e do pai. 
• Dr. Vilaç a e Dona Eusébia.
A crítica ao Romantismo 
Ao cabo, era um lindo garç ão, lindo e audaz, que 
entrava na vida de botas e esporas, chicote na 
mão e sangue nas veias, cavalgando um corcel 
nervoso, rijo, veloz, como o corcel das antigas 
baladas, que o romantismo foi buscar ao castelo 
medieval, para dar com eles nas ruas do nosso 
século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que 
foi preciso deitá-lo à margem, onde o realismo o 
veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por 
compaixão, o transportou para os seus livros.
Marcela 
“De todas porém a que me cativou logo foi uma... 
uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos 
na intenç ão; na intenç ão é castíssimo.” 
“Era boa moç a, lépida, sem escrúpulos, um pouco 
tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não 
permitia arrastar pelas ruas os seus 
estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, 
amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, ela 
morria de amores por um certo Xavier, sujeito 
abastado e tísico, - uma pérola.”
“Via-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um 
corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma 
coisa que nunca achara nas mulheres puras.” 
Uma reflexão imoral 
“Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem 
os vossos dixes e fiados? Um terç o ou um quinto 
do universal comércio dos coraç ões.” 
“...Marcela amou-me durante quinze meses e onze 
contos réis; nada menos.”
A viagem à Europa 
•Faculdade de Direito. 
•Passeios. 
•A volta ao Brasil 
•A morte da mãe. 
•Reflexões sobre a vida e a morte. 
“Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe 
exponho e realç o a minha mediocridade; advirta 
que a franqueza é a primeira virtude de um 
defunto.
O Período na Tijuca 
• O encontro com Dona Eusébia: conhece Eugênia. 
• O passeio na chácara e a descoberta. 
• A borboleta preta > associaç ão com o estado físico de 
Eugênia. 
• A reflexão sobre as botas apertadas.
O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma 
boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e 
coxa! Esse contraste faria suspeitar que a 
natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que 
bonita, se coxa? por que coxa, se bonita? Tal era 
a pergunta que eu vinha fazendo a mim mesmo ao 
voltar para casa, de noite, e não atinava com a 
soluç ão do enigma.
“ 
Olha que os homens valem por diferentes modos, 
e que o mais seguro de todos é valer pela opinião 
dos outros homens. Não estragues as vantagens 
da tua posiç ão, os teus meios...” 
Virgília e Lobo Neves > a promessa do título. 
• O desgosto e a morte do pai.
•Virgília Casada. 
•O reencontro no baile (valsa –olhares). 
•O pensamento de posse (É minha!) 
•A moeda e o embrulho com 5 contos de réis.
O encontro com Quincas Borba 
• A teoria do Humanitismo. 
• Uma filosofia que se adapta a todas as filosofias. 
“A transformaç ão do homem em objeto do homem, 
que é uma das maldiç ões ligadas à falta de 
liberdade verdadeira, econômica e espiritual.“ 
(Antô nio Cândido)
Das negativas 
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei 
a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui 
califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao 
lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não 
comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não 
padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência 
do Quincas Borba.
Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa 
imaginará que não houve míngua nem sobra, e 
conseguintemente que sai quite com a vida. E 
imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do 
mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a 
derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não 
tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado 
da nossa miséria.

Contenu connexe

Tendances

Castro Alves
Castro  AlvesCastro  Alves
Castro Alves
030577
 
[1960] Clarice Lispector LaçOs De FamíLia
[1960] Clarice Lispector   LaçOs De FamíLia[1960] Clarice Lispector   LaçOs De FamíLia
[1960] Clarice Lispector LaçOs De FamíLia
Mara Virginia
 
Qorpo santo de corpo inteiro - janer cristaldo
Qorpo santo de corpo inteiro  - janer cristaldoQorpo santo de corpo inteiro  - janer cristaldo
Qorpo santo de corpo inteiro - janer cristaldo
Gladis Maia
 
A Palavra Não Escrita - Poesia - Jorge F. Isah
A Palavra Não Escrita - Poesia - Jorge F. IsahA Palavra Não Escrita - Poesia - Jorge F. Isah
A Palavra Não Escrita - Poesia - Jorge F. Isah
Sammis Reachers
 

Tendances (18)

Luís vaz de camões
Luís vaz de camões Luís vaz de camões
Luís vaz de camões
 
Castro Alves
Castro  AlvesCastro  Alves
Castro Alves
 
Morangos mofados
Morangos mofadosMorangos mofados
Morangos mofados
 
Amor perdicao
Amor perdicaoAmor perdicao
Amor perdicao
 
Martins Fontes Apresentação
Martins Fontes   ApresentaçãoMartins Fontes   Apresentação
Martins Fontes Apresentação
 
E-book de Almeida Garrett, Camões
E-book de Almeida Garrett, CamõesE-book de Almeida Garrett, Camões
E-book de Almeida Garrett, Camões
 
Dom Casmurro
Dom CasmurroDom Casmurro
Dom Casmurro
 
[1960] Clarice Lispector LaçOs De FamíLia
[1960] Clarice Lispector   LaçOs De FamíLia[1960] Clarice Lispector   LaçOs De FamíLia
[1960] Clarice Lispector LaçOs De FamíLia
 
Tomai bebei - Max Mallmann
Tomai bebei - Max MallmannTomai bebei - Max Mallmann
Tomai bebei - Max Mallmann
 
Memorias postumas de_bras_cubas - ok
Memorias postumas de_bras_cubas - okMemorias postumas de_bras_cubas - ok
Memorias postumas de_bras_cubas - ok
 
Qorpo santo de corpo inteiro - janer cristaldo
Qorpo santo de corpo inteiro  - janer cristaldoQorpo santo de corpo inteiro  - janer cristaldo
Qorpo santo de corpo inteiro - janer cristaldo
 
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Memórias Póstumas de Brás  Cubas Memórias Póstumas de Brás  Cubas
Memórias Póstumas de Brás Cubas
 
Memórias póstumas de brás cubas (1)hugo
Memórias póstumas de brás cubas (1)hugoMemórias póstumas de brás cubas (1)hugo
Memórias póstumas de brás cubas (1)hugo
 
Dom casmurro
Dom casmurroDom casmurro
Dom casmurro
 
La vuelta ao día en ochenta mundos
La vuelta ao día en ochenta mundosLa vuelta ao día en ochenta mundos
La vuelta ao día en ochenta mundos
 
Testemunha Ocular
Testemunha OcularTestemunha Ocular
Testemunha Ocular
 
Dom Casmurro
Dom CasmurroDom Casmurro
Dom Casmurro
 
A Palavra Não Escrita - Poesia - Jorge F. Isah
A Palavra Não Escrita - Poesia - Jorge F. IsahA Palavra Não Escrita - Poesia - Jorge F. Isah
A Palavra Não Escrita - Poesia - Jorge F. Isah
 

En vedette

M learning
M learningM learning
M learning
Nur Al
 
20121023科技發展讓你美夢成真還是黃粱夢醒 ,工程科學系 鄧維光教授
20121023科技發展讓你美夢成真還是黃粱夢醒 ,工程科學系 鄧維光教授20121023科技發展讓你美夢成真還是黃粱夢醒 ,工程科學系 鄧維光教授
20121023科技發展讓你美夢成真還是黃粱夢醒 ,工程科學系 鄧維光教授
吉閔 鄭
 
www.Fromme2u.nl
www.Fromme2u.nlwww.Fromme2u.nl
www.Fromme2u.nl
fromme2u
 
Jam Session OuiShare Drinks Madrid
Jam Session OuiShare Drinks MadridJam Session OuiShare Drinks Madrid
Jam Session OuiShare Drinks Madrid
OuiShare
 
методика использ икт в метод проектов
методика использ икт в метод проектовметодика использ икт в метод проектов
методика использ икт в метод проектов
Marina Buharkina
 
Практические кейсы по повышению эффективности медийной рекламы (ДВИК-2012)
Практические кейсы по повышению эффективности медийной рекламы (ДВИК-2012)Практические кейсы по повышению эффективности медийной рекламы (ДВИК-2012)
Практические кейсы по повышению эффективности медийной рекламы (ДВИК-2012)
internet27
 
Bai 5 Trung Bien Hinh Trung Giay
Bai 5  Trung Bien Hinh   Trung GiayBai 5  Trung Bien Hinh   Trung Giay
Bai 5 Trung Bien Hinh Trung Giay
trungtinh
 
Emakumeen Tratu Txarrak
Emakumeen Tratu TxarrakEmakumeen Tratu Txarrak
Emakumeen Tratu Txarrak
emius
 
Kk Presentation
Kk PresentationKk Presentation
Kk Presentation
kavitakosh
 

En vedette (20)

Comentários ENEM 2014 - 1º DIA
Comentários ENEM 2014 - 1º DIAComentários ENEM 2014 - 1º DIA
Comentários ENEM 2014 - 1º DIA
 
M learning
M learningM learning
M learning
 
20121023科技發展讓你美夢成真還是黃粱夢醒 ,工程科學系 鄧維光教授
20121023科技發展讓你美夢成真還是黃粱夢醒 ,工程科學系 鄧維光教授20121023科技發展讓你美夢成真還是黃粱夢醒 ,工程科學系 鄧維光教授
20121023科技發展讓你美夢成真還是黃粱夢醒 ,工程科學系 鄧維光教授
 
www.Fromme2u.nl
www.Fromme2u.nlwww.Fromme2u.nl
www.Fromme2u.nl
 
Jam Session OuiShare Drinks Madrid
Jam Session OuiShare Drinks MadridJam Session OuiShare Drinks Madrid
Jam Session OuiShare Drinks Madrid
 
методика использ икт в метод проектов
методика использ икт в метод проектовметодика использ икт в метод проектов
методика использ икт в метод проектов
 
Isday2
Isday2Isday2
Isday2
 
Практические кейсы по повышению эффективности медийной рекламы (ДВИК-2012)
Практические кейсы по повышению эффективности медийной рекламы (ДВИК-2012)Практические кейсы по повышению эффективности медийной рекламы (ДВИК-2012)
Практические кейсы по повышению эффективности медийной рекламы (ДВИК-2012)
 
Chi sono e a cosa servono le agenzie di rating
Chi sono e a cosa servono le agenzie di ratingChi sono e a cosa servono le agenzie di rating
Chi sono e a cosa servono le agenzie di rating
 
Ofrendas de famosos
Ofrendas de famososOfrendas de famosos
Ofrendas de famosos
 
Valentin
ValentinValentin
Valentin
 
Bai 5 Trung Bien Hinh Trung Giay
Bai 5  Trung Bien Hinh   Trung GiayBai 5  Trung Bien Hinh   Trung Giay
Bai 5 Trung Bien Hinh Trung Giay
 
Osteoporosis
OsteoporosisOsteoporosis
Osteoporosis
 
Emakumeen Tratu Txarrak
Emakumeen Tratu TxarrakEmakumeen Tratu Txarrak
Emakumeen Tratu Txarrak
 
Isabel
IsabelIsabel
Isabel
 
Kk Presentation
Kk PresentationKk Presentation
Kk Presentation
 
Creación de bases automaticamente isa2006 y sql server 2008 r2 express edition
Creación de bases automaticamente isa2006 y sql server 2008 r2 express editionCreación de bases automaticamente isa2006 y sql server 2008 r2 express edition
Creación de bases automaticamente isa2006 y sql server 2008 r2 express edition
 
Escena guión
Escena   guiónEscena   guión
Escena guión
 
Slideshare
SlideshareSlideshare
Slideshare
 
Como evitar enfermarse
Como evitar enfermarseComo evitar enfermarse
Como evitar enfermarse
 

Similaire à Memórias póstumas de Brás Cubas

Literatura aula 16 - machado de assis
Literatura   aula 16 - machado de assisLiteratura   aula 16 - machado de assis
Literatura aula 16 - machado de assis
mfmpafatima
 
Memórias póstumas de brás cubas
Memórias póstumas de brás cubasMemórias póstumas de brás cubas
Memórias póstumas de brás cubas
rafabebum
 
Powerpoint 6 Modernidade E HiperestíMulo
Powerpoint 6   Modernidade E HiperestíMuloPowerpoint 6   Modernidade E HiperestíMulo
Powerpoint 6 Modernidade E HiperestíMulo
Erly Vieira Jr
 
20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre
Paulo Klein
 
2ª segundo momento
2ª   segundo momento2ª   segundo momento
2ª segundo momento
Susy Guedes
 
2ª segundo momento
2ª   segundo momento2ª   segundo momento
2ª segundo momento
profelaine10
 

Similaire à Memórias póstumas de Brás Cubas (20)

realismo-e-naturalismo-resumoparaaprovax
realismo-e-naturalismo-resumoparaaprovaxrealismo-e-naturalismo-resumoparaaprovax
realismo-e-naturalismo-resumoparaaprovax
 
Literatura aula 16 - machado de assis
Literatura   aula 16 - machado de assisLiteratura   aula 16 - machado de assis
Literatura aula 16 - machado de assis
 
Aula 16 machado de assis
Aula 16   machado de assisAula 16   machado de assis
Aula 16 machado de assis
 
Memórias póstumas de brás cubas
Memórias póstumas de brás cubasMemórias póstumas de brás cubas
Memórias póstumas de brás cubas
 
Narrador-Personagem slides para apresentação
Narrador-Personagem slides para apresentaçãoNarrador-Personagem slides para apresentação
Narrador-Personagem slides para apresentação
 
Powerpoint 6 Modernidade E HiperestíMulo
Powerpoint 6   Modernidade E HiperestíMuloPowerpoint 6   Modernidade E HiperestíMulo
Powerpoint 6 Modernidade E HiperestíMulo
 
Caminhos modernistas - a geração poética de 30
Caminhos modernistas - a geração poética de 30Caminhos modernistas - a geração poética de 30
Caminhos modernistas - a geração poética de 30
 
O Amanuense Belmiro - UESB
 O Amanuense Belmiro - UESB  O Amanuense Belmiro - UESB
O Amanuense Belmiro - UESB
 
Crônica
CrônicaCrônica
Crônica
 
Conto o espelho
Conto o espelhoConto o espelho
Conto o espelho
 
Conto machado de assis
Conto machado de assisConto machado de assis
Conto machado de assis
 
Livros essenciais da literatura brasileira
Livros essenciais da literatura brasileiraLivros essenciais da literatura brasileira
Livros essenciais da literatura brasileira
 
Cortazar
CortazarCortazar
Cortazar
 
Viagens na minha terra
Viagens na minha terraViagens na minha terra
Viagens na minha terra
 
67
6767
67
 
20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre20 questões de literatura segundo trimestre
20 questões de literatura segundo trimestre
 
O espelho
O espelhoO espelho
O espelho
 
2ª segundo momento
2ª   segundo momento2ª   segundo momento
2ª segundo momento
 
2ª segundo momento
2ª   segundo momento2ª   segundo momento
2ª segundo momento
 
Cristaldo, janer. a força dos mitos
Cristaldo, janer. a força dos mitosCristaldo, janer. a força dos mitos
Cristaldo, janer. a força dos mitos
 

Plus de Octávio Da Matta (13)

Memórias de um sargento de milícias
Memórias de um sargento de milíciasMemórias de um sargento de milícias
Memórias de um sargento de milícias
 
Til José de Alencar
Til José de AlencarTil José de Alencar
Til José de Alencar
 
O romantismo
O romantismoO romantismo
O romantismo
 
Barroco
BarrocoBarroco
Barroco
 
O arcadismo
O arcadismoO arcadismo
O arcadismo
 
Pré modernismo e Vanguardas Europeias
Pré modernismo e Vanguardas EuropeiasPré modernismo e Vanguardas Europeias
Pré modernismo e Vanguardas Europeias
 
Pré modernismo e vanguardas europeias
Pré modernismo e vanguardas europeiasPré modernismo e vanguardas europeias
Pré modernismo e vanguardas europeias
 
Vidas secas final
Vidas secas   finalVidas secas   final
Vidas secas final
 
Til josé de alencar
Til josé de alencarTil josé de alencar
Til josé de alencar
 
O cortiço
O cortiçoO cortiço
O cortiço
 
Memórias de um sargento de milícias
Memórias de um sargento de milíciasMemórias de um sargento de milícias
Memórias de um sargento de milícias
 
A cidade e as serras anglo sj final 2
A cidade e as serras   anglo  sj final 2A cidade e as serras   anglo  sj final 2
A cidade e as serras anglo sj final 2
 
2a fase modernista - Capitães da Areia
2a fase modernista  - Capitães da Areia2a fase modernista  - Capitães da Areia
2a fase modernista - Capitães da Areia
 

Dernier

2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
LeloIurk1
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
LeloIurk1
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
rosenilrucks
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 

Dernier (20)

Antero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaAntero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
 
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxProjeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 

Memórias póstumas de Brás Cubas

  • 1. Memó rias Pó stumas de Brás Cubas Machado de Assis
  • 2. O AUTOR Psicologismo Pessimismo Ironia Crítica dos costumes Ruptura com a narrativa linear Leitor incluso
  • 3. "Vó s, que o conhecestes, meus senhores, vó s podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. (...) Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apó lices que lhe deixei.”
  • 4. Senão do livro Começ o a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contraç ão cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor.
  • 5. • A descriç ões dos objetos se limitam ao funcional. • O estilo culto > exige a compreensão do leitor. • A interpolaç ão de episó dio > afasta-se do tema central. • A metalinguagem.
  • 6. Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembranç a estas MEMÓRIAS PÓSTUMAS
  • 7. Foco narrativo: 1ª pessoa > defunto-autor. • O romance tradicional é posto em elipse. “A pena da galhofa e a tinta da melancolia” A proposta da obra: a vida igual a zero. Obs: A narrativa obedece aos vaivéns da memó ria do narrador.
  • 8. “Machado de Assis inventou o narrador que, estando morto, ironiza a si mesmo enquanto conta a sua histó ria.” Daniel Piza
  • 9. Óbito do autor: o início pela morte. • Veló rio • Discurso • Virgília • A ideia fixa: o emplasto • Curar a melancolia do mundo. • vaidade – fama.
  • 10. “Agora, porém, que estou cá do outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me influiu principalmente foi o gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas, e enfim nas caixinhas do remédio, estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo?”
  • 11. O delírio: encontro com Pandora. • A origem dos séculos. • A caixa com os bens e os males do mundo. • O Menino é pai do homem • A infância: menino diabo. • O retrato da mãe e do pai. • Dr. Vilaç a e Dona Eusébia.
  • 12. A crítica ao Romantismo Ao cabo, era um lindo garç ão, lindo e audaz, que entrava na vida de botas e esporas, chicote na mão e sangue nas veias, cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o corcel das antigas baladas, que o romantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com eles nas ruas do nosso século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à margem, onde o realismo o veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por compaixão, o transportou para os seus livros.
  • 13. Marcela “De todas porém a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenç ão; na intenç ão é castíssimo.” “Era boa moç a, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que lhe não permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga de dinheiro e de rapazes. Naquele ano, ela morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, - uma pérola.”
  • 14. “Via-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras.” Uma reflexão imoral “Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes e fiados? Um terç o ou um quinto do universal comércio dos coraç ões.” “...Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos réis; nada menos.”
  • 15. A viagem à Europa •Faculdade de Direito. •Passeios. •A volta ao Brasil •A morte da mãe. •Reflexões sobre a vida e a morte. “Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realç o a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto.
  • 16. O Período na Tijuca • O encontro com Dona Eusébia: conhece Eugênia. • O passeio na chácara e a descoberta. • A borboleta preta > associaç ão com o estado físico de Eugênia. • A reflexão sobre as botas apertadas.
  • 17. O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? por que coxa, se bonita? Tal era a pergunta que eu vinha fazendo a mim mesmo ao voltar para casa, de noite, e não atinava com a soluç ão do enigma.
  • 18. “ Olha que os homens valem por diferentes modos, e que o mais seguro de todos é valer pela opinião dos outros homens. Não estragues as vantagens da tua posiç ão, os teus meios...” Virgília e Lobo Neves > a promessa do título. • O desgosto e a morte do pai.
  • 19. •Virgília Casada. •O reencontro no baile (valsa –olhares). •O pensamento de posse (É minha!) •A moeda e o embrulho com 5 contos de réis.
  • 20. O encontro com Quincas Borba • A teoria do Humanitismo. • Uma filosofia que se adapta a todas as filosofias. “A transformaç ão do homem em objeto do homem, que é uma das maldiç ões ligadas à falta de liberdade verdadeira, econômica e espiritual.“ (Antô nio Cândido)
  • 21. Das negativas Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba.
  • 22. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que sai quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.