1) O documento discute a construção de um currículo de qualidade para o ensino médio considerando os sujeitos deste nível de ensino e a formação humana integral.
2) As dimensões do trabalho, ciência, tecnologia e cultura são apresentadas como fundamentos para a organização curricular do ensino médio.
3) A integração curricular a partir destas dimensões é apontada como um desafio para mobilizar mudanças nas escolas de ensino médio.
3. Tópicos
I. Pressupostos e fundamentos para um ensino médio de qualidade
social: sujeitos do ensino médio e formação humana integral
II. Dimensões da formação humana: Trabalho, ciência, tecnologia e
cultura e os sujeitos do ensino médio
III. Uma ação currícular integrada para uma formação humana
integral
IV. A integração curricular a partir das dimensões do trabalho, da
ciência, tecnologia e cultura na prática escolar
3Etapa I - Caderno III
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4. Objetivo
• Promover a reflexão da prática docente acerca do currículo do
ensino médio;
Etapa I - Caderno III 4
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8. Em sentido amplo o currículo escolar
abrange todas as experiências escolares
(Samuel Rocha Barros);
É a totalidade das experiências de
aprendizagem planejadas e patrocinadas
pela escola (Jameson-Hicks);
São todas as experiências dos estudantes,
que são aceitas pela escola como
responsabilidade própria (Ragan);
São todas as atividades através das quais
o estudante aprende (Hounston).
O QUE É CURRÍCULO ESCOLAR?
9. O QUE É CURRÍCULO ESCOLAR?
Em sentido restrito currículo escolar é o conjunto de
matérias a serem ministradas em determinado curso ou grau
de ensino. Neste sentido, o currículo abrange dois outros
conceitos importantes:
Plano de
Estudos
Programa
de Ensino
10. • O que poderia ser um ensino
médio de qualidade social?
Etapa I - Caderno III 10
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11. Etapa I - Caderno III 11
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A história do Ensino Médio no
Brasil
Formação
Acadêmica
Caráter técnico
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12. Parecer CNE/CEB 05/2011 e Resolução CNE/CEB
02/2012
Etapa I - Caderno III 12
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Trabalho
Tecnologia Cultura
Ciência
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13. Etapa I - Caderno III 13
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Perspectivas DCNEM
Trabalhar de forma
integrada
Promover a
discussão na escola
dos fundamentos
propostos
Dialogar com o PPP
+
Práticas currículares
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14. O QUE É CURRÍCULO
ESCOLAR?
“[...] o currículo como o projeto que preside as atividades
educativas escolares, define suas intenções e proporciona
guias de ações adequadas e úteis para os professores, que
são diretamente responsáveis por sua execução. Para isso,
o currículo proporciona informações concretas sobre o
que ensinar, quando ensinar, como ensinar e que, como e
quando avaliar”.
(Psicologia e currículo, São Paulo, Ática, 1996, p. 43-5).
15. O QUE É PPP?
No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim
projectu, particípio passado do verbo projicere, que
significa lançar para diante. Plano, intento, desígnio.
Empresa, empreendimento. Redação provisória de lei.
Plano geral de edificação (Ferreira, 1975, p.144).
Nessa perspectiva, o Projeto Político-Pedagógico vai além
de um simples agrupamento de planos de ensino e de
atividades diversas. O projeto não é algo que é construído
e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades
educacionais como prova do cumprimento de tarefas
burocráticas. Ele é construído e vivenciado em todos os
momentos, por todos os envolvidos com o processo
educativo da escola.
16. Assim,
• O planejamento curricular ultrapassa o caráter
instrumental e meramente técnico;
• Tal planejamento deve priorizar a busca da
unidade entre: o que se planeja e o que se
realiza;
• Deve-se buscar a realidade concreta.
Etapa I - Caderno III 16
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17. Seleção dos
conhecimentos
Práticas sociais
historicamente
acumuladas (base do
projeto de sociedade)
Formação Humana
(materialidade
Etapa I - Caderno III 17
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Currículo
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19. • uma ressignificação dos saberes e práticas escolares;
• Ressaltando a diversidade de jovens e juventudes;
• Jovens sujeitos das suas próprias ações;
• Mediação entre homem e natureza tendo o trabalho
como princípio educativo.
Etapa I - Caderno III 19
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20. O currículo é um projeto. Não se trata de algo pronto e
acabado, mas de algo a ser construído permanentemente no
dia-a-dia da escola, com a participação ativa de todos os
interessados na atividade educacional, particularmente
daqueles que atuam diretamente no estabelecimento escolar,
como educadores e educandos, mas também dos membros da
comunidade em que se situa a escola.
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21. O currículo situa-se entre as intenções, princípios e
orientações gerais e a prática pedagógica. Mais do que
apenas evitar a distância e o hiato entre esses dois polos do
processo educacional - as intenções e as práticas - o currículo
deve estabelecer uma vinculação coerente entre eles, deve
constituir um eficaz instrumento que favoreça a realização das
intenções, princípios e orientações numa ação prática efetiva
com vistas ao desenvolvimento dos educandos.
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22. O currículo é abrangente, não compreende apenas as
matérias ou os conteúdos do conhecimento, mas
também sua organização e sequência adequadas, bem como os
métodos que permitem um melhor desenvolvimento dos
mesmos e o próprio processo de avaliação, incluindo questões
como o que, como e quando avaliar.
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23. Etapa I - Caderno III 23
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Teoria
Real elevado
ao plano do
pensamento
Ciência
Parte do
conhecimento
sistematizado
Tecnolo
gia
Extensão das
capacidades
humanas
Cultura
Se traduz
como
diferentes
formas de
criação da
sociedade
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24. Para que cumpra tais funções, o currículo deve levar
em conta as reais condições nas quais vai se
concretizar: as condições do professor, as condições dos
alunos, as condições do ambiente escolar, as condições da
comunidade, as características dos materiais didáticos
disponíveis, etc.
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25. O currículo não substitui o professor, mas é um
instrumento a seu serviço. Cabe ao professor orientar
e dirigir o processo de ensino-aprendizagem, inclusive
modificando o próprio currículo de acordo com as
aptidões, os interesses e as características culturais dos
educandos.
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26. O currículo não possui neutralidade. Todo o fazer
pedagógico, do planejamento à avaliação, é um fazer político e
é um processo eminentemente coletivo, com vistas à Formação
Integral do aluno.
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27. A formação humana integral tem como objetivos:
• Propiciar o desenvolvimento físico, intelectual,
social e emocional do educando, tendo em
vista a construção da sua autonomia
intelectual e moral;
• Possibilitar o desenvolvimento das
capacidades de comunicação, por meio das
diferentes linguagens e das formas de
expressão individual e grupal;
• Incentivar o gosto pela aprendizagem, pela
investigação, pelo conhecimento, pelo novo;
Etapa I - Caderno III 27
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28. • Exercitar o pensamento crítico, por meio do
aprimoramento do raciocínio lógico, da criatividade, e
da superação de desafios;
• Estimular o desenvolvimento psicomotor, as habilidades
física, motora e as diferentes destrezas;
• Propiciar o domínio de conhecimentos científicos
básicos, nas diferentes áreas (...);
• Favorecer a sociabilização isto é, a produção da
identidade e da diferenciação cultural, mediante a
localização de si próprio como sujeito, da participação
efetiva na sociedade e da localização espaço temporal e
sociocultural.
Etapa I - Caderno III 28
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29. O planejamento curricular ultrapassa o caráter
instrumental e meramente técnico. Dessa forma, ele
adquire a condição de conferir materialidade às ações
politicamente definidas pelos sujeitos da escola, os quais são
representados pelos estudantes, professores, coordenadores
pedagógicos, gestores.
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31. Integração curricular
• Currículo = coração
da escola
• Educador = tem um
papel fundamental na
sua elaboração
Etapa I - Caderno III 31
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32. • Como sair do mundo das ideias e
alcançar a transformação da escola?
• Como fica a organização curricular ao
conferir estas dimensões constitutivas
da prática social (trabalho, ciência,
tecnologia e cultura) que devem
organizar o ensino médio?
• Como as DCNEM podem ser capazes
de mobilizar uma mudança curricular
nas escolas de ensino médio?
Etapa I - Caderno III 32
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33. Perspectivas do Currículo:
1- Que objetivos educacionais a escola deve procurar atingir?
2- Que experiências educacionais podem ser oferecidas que
tenham probabilidade de alcançar esses propósitos?
3- Como organizar eficientemente essas experiências
educacionais?
4- Como podemos ter a certeza de que esses objetivos estão
sendo buscados?
34. Estamos diante do desafio de implementar um
currículo que:
1. Seja inclusivo e
intercultural
2. Supere o ideário do
dualismo entre formação
geral e formação
proporcional
3. Proporcione um caminho
formativo motivador (...)
Etapa I - Caderno III 34
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4. Articule a formação
cultural e o trabalho
produtivo
5. Aproxime as ciências
naturais das ciências
humanas
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35. Aplicação da Proposta
do Projeto REM na Escola
Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em
comunhão.
Paulo Freire (1987, p. 52)
37. Referências
• ANDRADE Jr, H.; SOUZA, M. A.; BROCHIER, J. I. Representação Social da Educação Ambiental e
da Educação em Saúde em Universitários. Psicologia: Reflexão e Crítica. v. 17, n. 1, p. 43-50, 2004.
• ARROYO, Miguel G. As relações sociais na escola e a formação do trabalhador. In: Trabalho,
formação e currículo: para onde vai a escola? São Paulo: Xamã, 1999.
• BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais da Educação Básica/ Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Diretoria de
Currículos e Educação Integral. – Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. Ensino Médio. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12992:diretrizes-para-a-educacao-
basica>. Acessado em: 16 abr. 2014.
• COLL, César. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre, Artmed, 1994.
• DUARTE, Bárbara Regina Gonçalves Vaz. Reestruturação produtiva, formação e identidade: o
Projeto Escola de Fábrica e a constituição identitária de jovens trabalhadores. 154 f. 2008.
Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Pelotas. Pelotas-RS, 2008.
Disponível em: < http://www2.ufpel.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=524>. Acesso em:
16 abr. 2014.
• FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996.
• FREIRE. P. Pedagogia do Oprimido. 38ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
• GRAMSCI, Antônio. Cadernos do cárcere. vol. 2. 6. ed. Tradução: Carlos Nelson Coutinho.
Civilização Brasileira, 2011.
• SAUVÉ, L; ORELLANA, I. A. Formação continuada de professores em Educação Ambiental: a
proposta EDAMAZ. In: SANTOS, J. E; SATO, M. A. Contribuição da Educação Ambiental à
Esperança de Pandora. São Carlos: RIMA, 2001.
• SILVA, M. R. Perspectivas curriculares contemporâneas. Curitiba: IBPEX, 2012.
• SILVA, T. T. Teorias do Currículo. Uma introdução. Porto: Porto Editora, 2000.
• TYLER, Ralph W. Princípios básicos de currículo e ensino. Editora Globo - Edição/Ano: 3ª edição,