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Círculos Bíblicos
Formação – Retiro – Ministros da Palavra
e da Eucaristia
Paróquia Imaculado Coração de Maria
Quedas do Iguaçu
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Discípulos de Emaús
Lc 24, 13-24
A conversa de Jesus com os discípulos de Emaús pode ser um
paradigma dessa reflexão. Jesus Cristo é a Palavra encarnada. Ele se
torna presente entre nós. É sempre Ele quem dá início à conversa.
Nesse episódio aparecem alguns pontos que podem estar presentes
na leitura e na interpretação que fazemos da Bíblia Sagrada.
LECTIO DIVINA
Uma reflexão que utiliza a tradição da Igreja o
“lectio divina”, chamada no Brasil de leitura
orante da Bíblia. Ao escutar a Palavra de
Deus, as histórias das pessoas se iluminam e,
assim, os passos são dados.
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Jesus, a Palavra encarnada, cria um ambiente de conversa e, com
muito jeito, fez os dois falar sobre os problemas que eles estavam
vivenciando naqueles dias. Na conversa apareceu toda a realidade: a
tristeza, o desânimo, a frustração dos dois, a sua falsa esperança de
um messias glorioso a incapacidade dos dois em crer nos pequenos
sinais de esperança.
O Caminho Lc 24, 13-24
Um ambiente de conversa
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É a palavra que ilumina nossa história
É Jesus vivo entre nós que nos faz perceber o
sentido dos acontecimentos.
Jesus usou as várias passagens da Bíblia para com elas
interpretar os fatos da vida e animar os dois discípulos.
Ao começarmos a falar sobre a Palavra proclamada que
ilumina nossa história, logo vem à memória outros
trechos bíblicos. Jesus assim refletiu com eles. Junto com
os dois, ele soube encontrar aqueles textos de Moisés e
dos profetas que pudessem trazer alguma luz para a
situação de tristeza que os impregnava (cf. Lc 24, 25-27).
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A Palavra ilumina a história
Assim acontece também em nossos encontros de círculos bíblicos
quando a palavra ilumina a história. Passamos a ver a nossa história
pessoal e comunitária iluminada e não mais uma história inventada
para motivar – agora é o Verbo encarnado que nos motiva a reflexão.
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O ambiente da Comunidade
Ambiente de abertura
Jesus andou com eles, conversou, criou um ambiente de
abertura e teve a paciência de escutá-los. Falando da vida e da
Bíblia, agradou tanto, que o coração dos dois se esquentou, e eles
chegaram a convidá-Lo para jantar. Ficou com eles, sentou à mesa,
rezou com eles e fez a partilha do pão, como se tornou costume
entre os cristãos que tinham tudo em comum.
Jesus não só falou, mas colocou gestos bem concretos de
amizade. Ora, tudo isso é o ambiente da comunidade, onde se
procura viver como irmão. É aí que se faz a experiência da
ressurreição, do Cristo vivo no meio de nós; a experiência de Javé,
Deus libertador (cf. Lc 24, 28-32). Escutar a Palavra aquece o
coração e nos faz missionários: os discípulos de Emaús que
estavam desanimados retornam para encontrar os discípulos e
continuar “o caminho”.
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Como definir?
Aprofundar a Palavra de Deus
Os círculos bíblicos nasceram e se
desenvolveram da necessidade dos
católicos de aprofundarem a Palavra
de Deus, meditando esta Palavra e
confrontando-a com a vida cotidiana.
Temos muitos outros grupos de
reflexão, de pastorais, de movimentos
e outros que aprenderam que tudo o
que fazemos deve se iniciar com a
acolhida a Palavra de Deus em nossas
vidas e nossa história, ou seja, a
presença do Cristo Ressuscitado entre
nós. Enfim, são pequenos grupos de
pessoas que, ao redor da Palavra de
Deus, refletem e rezam sobre a vida e
missão.
Necessidade
A Vida em Cristo
Os círculos bíblicos são a
presença da Igreja. Eles se
reúnem nas casas, sob a
direção de um coordenador,
devem sempre ser ligados à
paróquia. O objetivo é fazer
com que as pessoas encontrem
a vida em Cristo, se aproximem
mais, sejam mais solidárias, se
conheçam melhor, criando
novas comunidades fraternas.
A consequência é formar uma
comunidade e uma presença
de “Igreja” naquele local.
Presença da Igreja
Confronto
Sua finalidade volta-se para
a reflexão, que partindo de
Cristo, chegamos a temas
da vida atual, colocados
sob a forma de agir na
visão de Jesus, ficando
mais fácil ligar a vida atual
de cada participante dos
círculos bíblicos aos
ensinamentos bíblicos.
Vida atual
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O círculo bíblico é
essencialmente missionário. Pelo
fato de ser realizado na residência
de um paroquiano, este se sente à
vontade para convidar algum
vizinho ou parente que esteja um
pouco afastado da Igreja ou do
próprio Deus e também pelo fato
de seus componentes se reunirem
fora do templo e atuarem fora do
espaço comum da sede da
comunidade.
Os seus componentes são
missionários da Palavra de Deus,
pois a levam para os lugares onde
se reúnem: prédios, lares, locais
de trabalho, etc.
Aliás, em tempos de tantas
dificuldades para entrar a
evangelização, como por exemplo,
em alguns ambientes e
condomínios, os círculos bíblicos
são uma maneira missionária de o
católico atuar.
CARÁTER MISSIONÁRIO DO CÍRCULO BÍBLICO
Evangelizar
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Como fazer
Convide os vizinhos de sua rua
e reúna pequenos grupos. O
primeiro encontro pode
acontecer numa casa
oferecida por alguém do
grupo. Os encontros seguintes
são realizados em casas
diferentes da mesma rua ou
comunidade, para que todos
possam ir se aproximando e
se conhecendo melhor.
As reuniões se desenvolvem
através de uma oração inicial,
a leitura do texto bíblico
seguida de um
aprofundamento com a troca
dos sentimentos despertados
em cada um dos participantes
e ainda experiências e
momentos vividos que o texto
rememoriza. Todos devem
expor seus sentimentos,
dúvidas, experiências. Não há
monopólio da palavra, todos
devem se manifestar, havendo
entre todos carinho,
cordialidade e respeito
mútuo. Pode acontecer
também algum estudo de
situação concreta colocada
para o grupo.
O círculo bíblico tem em sua
dinâmica a leitura da Bíblia, a
meditação sobre a Palavra, a
reflexão sobre a vida
iluminada por ela, a oração
motivada pelo texto e a nova
visão da vida e do mundo
(contemplação), que nos leva
a uma prática evangélica na
vida de cada dia. No meio
dessas reflexões, de rezar, de
refletir, podemos cantar,
também fazer perguntas,
falar, ouvir, responder…
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O grupo que reflete junto vai descobrir
na vida e na Bíblia muitas riquezas. Essas
riquezas devem ser aplicadas na própria
vida e na vida do grupo ou da comunidade.
Não esqueçamos que a palavra de Deus é
exigente e pede ação: “Felizes os que
ouvem a Palavra de Deus e a põem em
prática” (Mt 7,24). A Palavra é luz para os
nossos passos.
Contudo, atrás dos textos bíblicos é
possível perceber as múltiplas experiências
espirituais do povo de Deus e, em especial,
das primeiras comunidades cristãs. Uma
mesma fé que produziu frutos bem
diferentes.
A Sagrada Escritura lida, meditada,
orada, contemplada e vivida ilumina nossa
vida cotidiana. Por isso, o mesmo texto
bíblico serve para qualquer situação que se
encontre aquela comunidade, pois tudo
parte da Palavra e a realidade assim vai
sendo iluminada. As realidades diferentes
serão oportunidades de colocar em prática
a Palavra de Deus que celebramos neste
mês de setembro, com o tema: “para que
n’Ele nossos povos tenham vida”.
O Concílio Ecumênico Vaticano II, em seu
Decreto Dei Verbum 25, ratificou e
promoveu, com todo o peso de sua
autoridade, a restauração da Lectio Divina,
que teve um período de esquecimento por
vários séculos na Igreja. O Concílio exorta,
igualmente, com ardor e insistência, a todos
os fiéis cristãos, especialmente aos
religiosos, que pela frequente leitura das
divinas Escrituras alcancem esse bem
supremo: o conhecimento de Jesus Cristo
(Fl 3,8). Porquanto “ignorar as Escrituras é
ignorar a Cristo”. (São Jerônimo)
Experiência espiritual
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Assim, entenda-se a voz de
Deus não apenas nas letras, no
papel, no livro, mas no mundo. A
comunicação de Deus está em
todo lugar.
Ele sempre fala à sua criatura,
mas para entender essa fala é
preciso ter este livro aberto (a
Bíblia) e o coração disposto a
ouvir, ou seja, ter o ouvido
aberto. Se por um lado a
comunicação de Deus Pai através
do Filho é mais personalizada e
explícita, por outro, essa
comunicação através da Bíblia
exige de nós uma atenção mais
dedicada. Sendo assim, um modo
de prestar atenção naquilo que
Deus nos fala na Bíblia não é
apenas “lê-la”, mas é,
principalmente, “rezá-la”.
Isso porque a palavra
puramente lida precisa da
atualização através do
ensinamento da Igreja e do toque
do Espírito Santo, que ensina a
ouvir do jeito certo.
Deus presente no mundo
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Bons frutos
Catequese de adultos Multiplicação das liderancas
Engajamento Compromisso
Os Círculos Bíblicos são o novo tipo
da catequese de adultos. É um
modo educativo e inteligente de
dar continuidade ao estudo e
formação dos católicos adultos
após o Crisma;
Os Círculos Bíblicos multiplicaram
as lideranças, pois dentro de um
Círculo Bíblico tem um
coordenador e aquele que está
preocupado com a catequese dos
filhos;
Os Círculos Bíblicos são um
verdadeiro presente de Deus,
verdadeiras fábricas de dirigentes,
ministros e apóstolos para nossa
comunidade;
Desperta a ideia que todos os
batizados são responsáveis pela sua
Igreja.
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Assumir o compromisso
Os Círculos Bíblicos
multiplicaram as
lideranças, pois dentro de
um Círculo Bíblico tem um
coordenador e aquele que
está preocupado com a
catequese dos filhos
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COMO É FEITO O ESTUDO DA PALAVRA
Usa-se a pedagogia de Jesus.
Os círculos foram inspirados
no encontro de Jesus em
Emaús - Lc 24, 13-35.
As reuniões são divididas em
quatro passos.
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1º PASSO:
Um fato da Vida que nos faz pensar
A partir de uma situação que nos
preocupa e nos faz pensar. Duas
ou três perguntas são feitas para
facilitar a troca de ideias em torno
do assunto da vida. É para
remexer o terreno que vai receber
a semente da Palavra de Deus.
Serve também para despertar a
semente da Palavra de Deus que
já existe dentro do terreno da
nossa vida.
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2º PASSO:
Um texto da Bíblia que ilumina a Vida
Depois da troca de ideias em
torno das coisas da vida,
segue a leitura da Palavra de
Deus. Esta parte tem os
seguintes pontos:
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Preparação e Introdução
1 - Preparação:
Trata-se de fazer os participantes sentir
que chegou o momento solene da
leitura da Palavra de Deus. Por
exemplo, todos podem ficar de pé,
fazer um canto de aclamação, acender
uma vela, fazer a entrada solene da
Bíblia. O grupo deve ser criativo.
2 - Introdução à leitura do texto:
Esta introdução deve ser lida antes
do texto da Bíblia. Ela funciona como
chave de leitura, pois procura
chamar a atenção das pessoas para o
ponto central do texto.
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Leitura e silêncio
3 - Leitura solene do texto:
O grupo pode ser criativo na maneira de
ler.
O importante é que o texto se fixe bem
na memória de todos.
4 - Momento de silêncio:
É para permitir que o texto seja
assimilado pelos participantes.
Também nos ajuda a refrear as
pessoas mais afobadas, que logo
querem dizer tudo sobre o texto.
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As perguntas são sugestões. Servem para orientar a reflexão. Caso o grupo
achar que o círculo tem perguntas demais, pode omitir algumas. O
importante é alcançar o objetivo do Círculo Bíblico: ligar a Bíblia com a Vida e
a Vida com a Bíblia! É aqui que se coloca o sal na comida. É importante criar
um ambiente descontraído e amigo em que todos se sintam à vontade para
falar ou para calar. Mas é bom que a palavra seja dada a todos e que ninguém
fale demais, abafando a participação dos outros. Que seja uma experiência
de verdadeira fraternidade.
5 - Perguntas para reflexão:
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Todo o exercício feito até agora serviu para escutarmos o que Deus tem a nos
dizer. Agora chegou a hora de darmos nossa resposta a Ele, transformando
em oração tudo aquilo que foi discutido e meditado durante o encontro.
Oração exige criatividade! É importante que ela seja viva e espontânea. O
roteiro traz apenas algumas sugestões.
Cada grupo reze e ore de acordo com a inspiração do momento, advinda da
partilha da Vida e da Palavra. Que seja uma oração conforme o desejo do
coração. É bom rezar também um Salmo. O roteiro traz uma sugestão de
salmo, mas o grupo também pode escolher um salmo de sua preferência,
seja rezado, seja cantado.
3º PASSO:
Celebrar e
partilhar a Vida
em forma de
oração
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No final do encontro, o grupo é convidado a formular um
compromisso a ser assumido por todos até o próximo encontro.
Deve ser algo muito simples, mas bem concreto, dentro da nossa
proposta pastoral de partilha a partir da economia do Reino. Uma
pequena tarefa, possível de ser realizada por todos e que possa ser
avaliada no início do próximo encontro.
São compromissos que devem ajudar no propósito do construirmos
juntos o Reino de Deus através de nossos trabalhos nas Pastorais. No
fim, encerrar a reunião com um Pai-nosso.
4º PASSO:
Voltar para casa
e testemunhar a
Vida Nova