Slide do capítulo 20 do livro "Sociologia para o Ensino Médio" de Nelson Dácio Tomazi. Material de apoio para ser utilizado na sala de aula. Créditos by Tiago Lacerda.
Slide livro Sociologia ensino médio capitulo 20 do Tomazi
1. Unidade
6 Cultura e ideologia
Escrever sobre cultura no Brasil significa
trabalhar com muitas expressões – como
festas, danças, canções, esculturas, pinturas,
gravuras, literatura, mitos, superstições e
alimentação – presentes no cotidiano das
pessoas e incorporadas ou não pela
indústria cultural.
2. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
O que caracteriza nossa cultura?
Na América portuguesa, no século XVI, as culturas
indígenas e africanas não eram reconhecidas pelos
colonizadores e expressavam-se à margem da
sociedade que se constituía sob o domínio lusitano.
Tal sociedade tinha como principal referência a
cultura europeia.
3. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
No entanto, as raízes indígenas e africanas impregnaram
nosso cotidiano.
A música brasileira apresenta uma variedade imensa
de ritmos, que são puros ou misturados, cópias ou
(re)elaborações constantes, invenções e inovações,
com os mais diversos instrumentos.
A produção musical brasileira tem
traços de origem marcadamente
africana, indígena, sertaneja e europeia.
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4. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Coleçãoparticular
Genuínas são as músicas, as danças e a arte plumária
ou a cerâmica dos povos indígenas. As demais
manifestações culturais são fusões, criações de
uma vasta e longa herança de muitas culturas.
Dança do lundu em representação de Johann
Moritz Rugendas, século XIX. O lundu é um tipo de
música e de dança que mistura ritmos portugueses
com os batuques dos africanos escravizados.
Talvez essa seja a
característica que
podemos chamar
de “brasileira”.
5. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Indústria cultural no Brasil
O desenvolvimento da indústria cultural
no Brasil ocorreu paralelamente ao
desenvolvimento econômico e teve como
marco a introdução do rádio, na década
de 1920, da televisão, na década de 1950,
e da internet, nos anos 1990.
Outros campos da indústria cultural,
como cinema, jornais e livros, não são tão
expressivos quanto a televisão e o rádio.
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6. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Década de 1930 autorização da
publicidade no rádio. Isso permitiu a
ampliação da difusão. O dinheiro
arrecadado com a publicidade permitiu
manter a programação no ar.
1922 primeira transmissão de
rádio no Brasil, inaugurando uma
fase de experimentação, voltada
principalmente para atividades não
comerciais.
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7. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Arquivo/AE
Décadas de 1930 e 1950 apogeu da audiência
do rádio. Foi nesse período que o Estado passou
a controlar as atividades do rádio.
Rio de Janeiro, 1950: programa de auditório da Rádio Nacional
comandado por Emilinha Borba. Os cantores e cantoras mais
conhecidos eram contratados como grandes estrelas das
emissoras de rádio, pois proporcionavam mais audiência
e, consequentemente, mais anunciantes.
Durante a ditadura de
Vargas (1937-1945), o
governo fazia sua
propaganda e tentava
desenvolver uma
cultura nacionalista
por meio do rádio.
8. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Décadas de 1960 e 1970 início da decadência
do rádio. A chegada da televisão, que iniciava
sua programação de modo mais intensivo,
retirava do rádio não só a audiência, mas
também os profissionais e os anunciantes.
A partir de 1985 novo impulso para a
transmissão do rádio, com a introdução das
emissoras FM (que permitiam melhor recepção),
o fim da censura e a disponibilidade de mais
investimentos oriundos da publicidade.
9. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Hoje, muitas rádios são acessadas pela internet,
o que significa uma inovação na recepção
dos programas. Essa união do rádio com a
internet propiciou às emissoras uma nova forma
de chegar a públicos variados, com notícia ou
música.
10. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
JucaMartins/OlharImagem
No Brasil, cerca de 85% das emissoras comerciais em
operação estão em mãos de políticos, que usam as
transmissões de acordo com seus interesses ou os de
patrocinadores.
As rádios comunitárias,
as públicas e mesmo
as piratas podem
desenvolver
uma programação sem as
limitações mencionadas. Rádio comunitária da favela Heliópolis, em São Paulo, fundada
e dirigida por moradores do bairro. Fotografia de 2007.
11. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20A televisão brasileira
A televisão chegou ao Brasil no início da década de
1950, quando o jornalista Assis Chateaubriand
inaugurou a primeira emissora brasileira, a TV Tupi,
de São Paulo.
Nos primeiros 20 anos de história, a TV Tupi liderou o
mercado de televisão, enfrentando praticamente desde
o início a concorrência de outras emissoras.
Em 1960, em apenas 4,6% dos domicílios do Brasil havia
um aparelho de televisão. Em 2008, a televisão já estava
em 95,1% dos lares.
12. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Ao longo dos mais de cinquenta anos de história
da televisão no Brasil, o Estado, por intermédio
dos sucessivos governos, influiu diretamente
nessa indústria. Sempre deteve o poder de
conceder e cancelar concessões.
A partir de 1964, com o início do regime militar,
a interferência aumentou de forma quantitativa
e qualitativa. Os militares fizeram
investimentos em infraestrutura para
ampliar a abrangência da televisão e aumentar seu
poder na programação.
13. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
1981 acordo da Embratel com as redes Bandeirantes
e Globo para permitir a transmissão da programação
dessas emissoras a todo o Brasil. Os sinais podiam ser
captados por antenas parabólicas.
1968 inauguração do sistema de transmissão de
micro-ondas.
1985/86 lançamento dos dois primeiros satélites
brasileiros.
1974 criação de novas estações via satélite.
14. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Durante o regime militar,
as redes de televisão – que eram privadas – obedeciam
fielmente às determinações do Estado. Os programas
passavam a impressão de que o governo militar era
legítimo e vivíamos em uma democracia.
Parabólicas em palafita no rio Negro, Amazônia, em 2006.
RenataMello/OlharImagem
O projeto de integração
nacional pretendido pelo
regime militar, alicerçado
numa política cultural
específica, alcançou êxito
graças à televisão.
15. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
O modelo de televisão
estabelecido pela ditadura
sobreviveu ao regime
militar e ganhou ainda
mais poder. A televisão
converteu-se, enfim, em
fonte de poder político.
AgênciaOGlobo
Regina Duarte em cena da novela Selva de Pedra, da Rede
Globo, levada ao ar entre 1972 e 1973.
A maior beneficiária desse modelo foi a Rede Globo.
Fundada em 1965, cresceu apoiada nas relações
amistosas com o regime militar. O programa de maior
audiência foi a telenovela, que se tornou um “produto
cultural brasileiro”.
16. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Como o rádio, a televisão é controlada pelo poder
público por meio das regulamentações e também
da propaganda oficial.
As relações entre o Estado e
as emissoras modificaram-
se apenas na década de 1990,
quando os investimentos
públicos diminuíram, a censura
foi abolida e o mercado se
alterou com a introdução da
transmissão a cabo.
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17. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20A programação da televisão
A influência da televisão no dia a
dia dos brasileiros é preocupante,
pois existem graves problemas
relacionados à informação e à
formação de opinião.
Juliana Paes, atriz, em Caminho das Índias, exibida pela
Rede Globo em 2009. No período em que a telenovela
esteve no ar, vestimentas indianas ganharam as ruas.
A televisão é, no Brasil, o principal
veículo de difusão cultural e de
informação.
MarceloFranco/EXTRA/AgênciaOGlobo
18. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
De acordo com o filósofo brasileiro Renato Janine
Ribeiro, deve-se levar em conta a importância que
a televisão tem no Brasil, pois ela
dá para a sociedade uma pauta de
conversa.
A TV também desempenha um
papel na reflexão do Brasil atual,
principalmente por meio das novelas,
que levam aos telespectadores
algumas questões pouco discutidas
ou até silenciadas.
É possível uma televisão diferente?
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19. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
Uma alternativa para melhorar a programação da TV
estaria na criação de mecanismos de democratização
dos meios de comunicação, como a concessão de canais
para instituições de caráter público que pudessem
transmitir informação e cultura.
Janine Ribeiro deixa claro que alguns
assuntos não são discutidos nas novelas,
como as questões sociais, a
desigualdade de classes e o
autoritarismo do patrão sobre
o empregado, por exemplo.
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20. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20A inclusão digital
O acesso à internet no Brasil ainda é bastante restrito,
o que constitui mais um aspecto das desigualdades no
país.
Dados de pesquisa realizada em 2006 pelo Comitê Gestor
da Internet no Brasil (CGIBr) mostram que somente 33,3%
dos brasileiros já tiveram contato com a internet.
Entre os mais ricos,
95% já acessaram a
rede; entre os mais
pobres, apenas 12,2%.
Laerte,2004.
21. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
A indústria cultural no Brasil desenvolveu boa parte de
sua trajetória à sombra de governos autoritários ou sob
regras rígidas, mas sempre houve brechas nas quais se
pôde veicular conteúdos críticos e de boa qualidade.
Pode-se dizer, assim, que
existe um potencial de
liberdade em cada meio de
comunicação. Nesse processo,
a internet caracteriza-se como
um meio que proporciona uma
liberdade sem igual.
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22. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20Exercícios
1. O grafite reproduzido abaixo foi produzido nos Estados
Unidos pelo grupo Street Art Workers, integrante do
projeto Mídia de quem?, que critica o conteúdo dos
programas televisivos.
StreetArtWorkers
Qual é a crítica expressa no grafite?
Você acha que ela se aplica ao
Brasil? Justifique.
23. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
2. Junte-se aos colegas da classe e dividam-se em cinco
grupos. Cada um deverá pesquisar um destes ritmos da
música brasileira:
chorinho
maxixe
frevo
samba
um ritmo indígena
Procurem registrar:
a) as origens do ritmo;
24. Cultura e indústria cultural no Brasil
Capítulo
20
b) os instrumentos utilizados;
c) os principais músicos, compositores
e intérpretes desse ritmo;
d) eventos – como festas regionais, religiosas, etc. – aos
quais esse ritmo possa estar relacionado.
Apresentem o trabalho para a classe, acrescentando
informações que considerarem importantes.
Se possível, gravem músicas do ritmo pesquisado
para que os colegas as ouçam ou indiquem um
site onde as gravações podem ser escutadas.