SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  44
Geografia: noções conceituais para a
contemporaneidade
Éderson Dias de Oliveira
GODOY, P. R. T. (org.) História do Pensamento Geográfico e Epistemologia em
Geografia. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.
Ler Uma necessidade epistemológica a distinção entre paisagem e espaço, In: Milton
Santos, A Natureza do Espaço, Edusp, São Paulo, 2006.
Geografia - como surgiu essa ciência?
 Saber que acompanha nós desde os primórdios da
humanidade (localização, forma do globo).
 Estabelecimento de relações com a Natureza fez parte das
estratégias de sobrevivência dos grupos humanos desde
suas primeiras formas de organização;
• Os povos da pré-história já desenvolviam conhecimentos
considerados geográficos (ANDRADE, 1987);
• Ex. caçadores e coletores - observação da dinâmica das
estações do ano e do ciclo reprodutivo da natureza;
navegadores - conhecimento da direção e a dinâmica dos
ventos, marés e correntes marítimas; agricultores -
conhecimento das variações climáticas;
• São conhecimentos que permitiram
às sociedades se relacionarem com a
Natureza e modificá-la em benefício
próprio;
• Ao longo da história, a natureza foi sendo transformada pelo
trabalho do homem, que passou a produzir um espaço com o
objetivo de garantir sua subsistência.
• Esse processo de humanização tornou a natureza cada vez
mais artificializada, graças ao desenvolvimento de técnicas.
• Poucos lugares da superfície terrestre ainda não sofreram
transformações.
• Expandiram-se as áreas
agrícolas, desenvolveram-se
as cidades e as indústrias,
construíram-se estradas,
enfim, cada vez mais novas
técnicas foram sendo
incorporadas ao espaço
geográfico, transformando-o.
• Porém, mesmo esses lugares, como no interior da Floresta
Amazônica ou nas calotas polares, o território está
delimitado, existe domínio político.
• Embora as paisagens estejam impregnadas de relações
humanas, essas não são facilmente percebidas, sendo
necessário desvendá-las para que o espaço geográfico possa
ser apreendido em sua essência.
• Estes estão sujeitos a acordos
internacionais e neles atuam
interesses, ligados aos que buscam sua
preservação e aos que desejam
explorá-los de forma predatória.
• Mesmo em um meio natural, que pareça
intocado, existem relações políticas,
econômicas, culturais e ambientais que
não são visíveis na paisagem.
• Enfim, a geografia é um conhecimento que tem seu início
paralelo ao surgimento do homem.
• No entanto, suas ideias mais elaboradas ocorreram na
Grécia - Pitágoras e Aristóteles;
• Geo = terra – Grafia = descrição / termo contraditório
• Desde a Antiguidade muitos autores elaboraram estudos
considerados geográficos, embora o conhecimento fosse
disperso e desarticulado, vinculado à filosofia, à matemática e
às ciências da natureza.
• Na Grécia Antiga, Heródoto, Hipócrates e Aristóteles, entre
outros, analisaram a dinâmica dos fenômenos naturais,
elaboraram descrições de paisagens e estudaram a relação
homem-natureza.
• Na Idade Média, Cláudio Ptolomeu fez importantes estudos
geográficos e cartográficos registrados em sua obra Síntese
Geográfica.
• A expansão marítima
européia proporcionou
substanciais avanços aos
estudos geográficos.
• No entanto, somente em meados do século XIX, dois
pesquisadores alemães Alexandre Von Humboldt (1769-1859)
- naturalista; geólogo e botânico; e Karl Ritter (1779-1859) -
estudo dos lugares; filosofia e história; fundaram a geografia
como ciência;
• Essa como uma área do conhecimento que passou a ser
pesquisada e ensinada nas universidades, com a gradativa
sistematização de seu arcabouço teórico-metodológico.
• Até meados do século XX a maioria dos geógrafos se limitava
a descrever as características físicas, humanas e econômicas
das diversas formações socioespaciais, procurando
estabelecer comparações e diferenciações entre elas.
• Embora tenha tido um importante papel no desenvolvimento
da geografia como ciência, a geografia tradicional nos legou
um ensino escolar centrado no:
 clima;
 relevo;
 Vegetação;
 Hidrografia;
 memorização de mapas e;
 dados estatísticos sobre população e economia.
• Essa estrutura perdurou até a segunda metade do séc. XX,
quando a descrição das paisagens, com seus fenômenos
naturais e sociais, passou a ser realizada de forma mais
eficiente e atraente pela televisão;
• Assim os geógrafos se viram obrigados a buscar novos
objetos de estudo que permitissem à geografia sobreviver
como disciplina escolar no ensino básico e como ramificação
das ciências humanas em nível universitário.
• Nesse período, o processo de mudança do objeto de pesquisa
da disciplina teve seu marco principal na década de 1970,
quando a geografia passou por um efervescente processo de
renovação em suas bases teóricas e nos seus métodos de
análise.
• Esse processo transformador teve como um dos pioneiros o
geógrafo francês Yves Lacoste.
• Em 1976 ele publicou A geografia - isso serve, em primeiro
lugar, para fazer a guerra, livro que viria a balançar as
estruturas da geografia tradicional.
• Criticava seu conteúdo ideológico a serviço dos interesses
dominantes – político e econômico – e apontava caminhos para
a renovação crítica.
• No Brasil um dos pioneiros nesse processo foi o geógrafo
Milton Santos, em seu livro Por uma geografia nova, publicado
em 1978.
• Enquanto na França e no Brasil a renovação teve forte
influência do pensamento de esquerda, sobretudo do
marxismo, nos Estados Unidos à contraposição à corrente
tradicional foi à quantitativa ou pragmática;
• Esta criticava a falta de pragmatismo, o atraso tecnológico
da geografia tradicional e passou a utilizar sistemas
matemáticos e computacionais para interpretar o espaço
geográfico.
• Essa corrente tecnicista e utilitarista da renovação, que
mascarava os conflitos e as contradições sociais denunciados
pelos geógrafos críticos, era uma perspectiva conservadora,
a serviço do status quo.
• O fim do socialismo real contribuiu para reduzir a influência
do marxismo nas ciências humanas.
• Isso abriu caminho para a difusão de outras correntes
teórico-metodológicos na geografia crítica, como a
fenomenologia e o existencialismo;
• Também, ao mesmo tempo as correntes críticas passam a
valorizar as novas tecnologias – computadores, satélites etc. –
na interpretação do espaço geográfico.
• Atualmente, depois de três décadas de renovação emergem
novos atores com o avanço da globalização, o crescimento de
problemas como os conflitos étnicos, a questão ambiental, os
movimentos terroristas, as crises financeiras etc.
• Esses consolidam a certeza de que a geografia é uma
disciplina fundamental para a compreensão do mundo
contemporâneo nas escalas local, nacional e mundial.
O que é Geografia? polêmica ..
Para algumas pessoas, é:
 o estudo da paisagem;
 a descrição da Terra;
 o estuda das regiões;
 o estudo dos mapas;
 o estudo dos lugares;
 e para vocês?
Definição do conceito de Geografia
• É uma ciência que tem como objeto principal de estudo o
espaço (geográfico) - palco das realizações humanas;
• “Lugar” da relação homem x meio - busca pela sobrevivência;
O homem faz geografia à medida que se faz humano, ser social
CIÊNCIA GEOGRÁFICA
• GEOGRAFIA – Ciência que estuda o espaço geográfico.
• Ciência que tem na base de seus métodos a busca pelo
esclarecimento das contradições existentes na relação
homem e natureza através do entendimento que é a partir das
relações sociais que o homem produz o espaço geográfico.
• É pelo trabalho
humano que a
natureza se torna
recurso e meio,
condição e produto
de sobrevivência do
homem na terra.
• A Geografia é a ciência que estuda o espaço e as relações
que ocorrem nele.
• Já o espaço é a construção do trabalho humano sobre um
ambiente natural (SANTOS, 2001).
Especialidades da Ciência Geográfica
Geografia Física:
Geografia Humana:
Geografia Econômica:
Geografia Cultural:
Geografia Política:
Milton Almeida dos Santos – 1926 - 2001
A Geografia
Objetiva:
• Compreender os
porquês das
paisagens em que
vivemos;
• Como ela foi
construída;
• Por que ela é assim;
• Busca do rompimen-
to da simples visu-
alização e descrição
conformista das
paisagens;
LUGAR - primeira referência que cada um tem no mundo.
“(...) Percorrer as ruas do Centro, depois de anos em que não
pisava por lá, dava certo prazer a dona Irene. Prazer que ela
não confessava a si mesma. Parava diante de vitrines. Sim
senhor, como isso mudou. (...) Ali era uma livraria. Mais
adiante, cadê a confeitaria que tinha aquele sorvete de
pistache, super delicioso? Nada de confeitaria . Somente
bancos, financeiras, agências de loteria esportiva. Dona Irene
sentia leve saudade da década de 60. Era outro Rio. Mas
devemos conhecer o Rio de hoje, e ela ia aproveitando o
percurso na direção do ônibus para ver, assuntar, sentir,
apesar do multidão, do bolo de gente, do barulho... (...)”
Carlos Drummond de Andrade. “O medo e o relógio”. In: Moça deitada na
grama. Rio de Janeiro, Record, 1987.
O que é paisagem?
“Tudo aquilo que nós vemos, o que a nossa visão alcança, é a
paisagem [...]. Não apenas formada de volumes, mas também
de cores, odores, movimentos, sons etc.”
Provérbio oriental – paisagem está a frente e atrás dos nossos
olhos;
Milton Santos
Vista do bairro Iguaçu, Ipatinga, MG, 2007.
A transformação das paisagens
 Inserção de trabalho humano no espaço ao longo do tempo;
 Construção de novas paisagens;
Segundo Lucas (1991), os fatores estéticos da paisagem estão
relacionados com a reação mental do que os olhos vêem.
Ronai (1976), apud Cabral (2000, p.36) afirma que “não existe
um olhar virgem, espontâneo, inocente.
O olhar não é somente o exercício de um sentido (a visão), ele
é também a produção de sentido (significação)”.
É preciso ter em mente que o arranjo de formas naturais e/ou
artificiais assume diferentes sentidos segundo o modo de
olhar (atribuir significados).
 Oferecida à nossa percepção e, ao mesmo tempo, produto
de nossas experiências, a paisagem traduz-se como campo
de significação individual e sócio-cultural, indicando que
essa categoria geográfica deve ser considerada em seu
caráter pluridimensional (CABRAL, 2000, p.42).
 A paisagem resulta, portanto, do homem, de seu olhar, de
seus atos, não é a coisa ou a natureza em estado bruto.
 Desta forma, não há como escapar da subjetividade da
análise. Até mesmo a interpretação de fotografias ou
imagens orbitais é dependente da acuidade e experiência do
fotointérprete.
 As paisagens são temporais e
espaciais, pois sempre resultam
das ações das pessoas sob o
ambiente ao longo do tempo.
Inevitavelmente, a paisagem é portadora de significados,
expressando os valores, as crenças, os mitos e as utopias dos
seres que a habitam, tendo, portanto, uma dimensão cultural
(CORRÊA & ROSENDAHL, 1998).
Para Alves (2001), o termo paisagem surgiu do
desenvolvimento da pintura. A palavra teria sido utilizada
pela primeira vez pelo poeta Jean Molinet em 1493: “quadro
representando uma região”.
Mais tarde, o conceito assume outros aspectos, incluindo
noções materiais, sensoriais, afetivas, estéticas, etc.
A definição mais acessível e
mais simples para paisagem é
aquela encontrada no dicionário
Aurélio: “Espaço de terreno que
se abrange num lance de vista”.
Tal definição se baseia na manifestação visual dos
componentes da paisagem, especialmente quanto às
qualidades estéticas dos mesmos.
As pessoas quando usam a palavra paisagem estão realmente
pensando em uma vista panorâmica. A imagem dos rios, lagos,
montanhas, vegetação, construções, animais e pessoas
compõem a estrutura da paisagem, ou seja, aquilo que é
disponibilizado ao olhar.
Assim, a paisagem é determinada
por atributos naturais da
geomorfologia, clima, uso da
terra, hidrografia, etc.
Mas, inevitavelmente, sempre
haverá a intervenção da
percepção do observador.
Trabalho Morto x Trabalho Vivo
Espaço Geográfico
• Decorrente do trabalho humano;
• É produto e condição do e para o homem;
• Se organiza a partir das relações sociais;
• Se produz enquanto meio de vida para a sociedade;
• É presente, mas contém o passado e revela o futuro.
Geografia e Espaço Geográfico
• Pode-se compreender o escopo científico da geografia a
partir da leitura, interpretação e crítica das transformações
humanas sobre a natureza.
• Processo de materialização do trabalho humano sobre os
recursos da natureza ao longo do tempo.
Território - é uma porção
do espaço definido por uma
relação de poder.
Ex.
• o morro de uma favela
dominado por um grupo de
traficantes;
• embaixada de um país;
• blocos econômico de
países;
Os conceitos de paisagem, região, lugar, espaço e território
são exemplos de áreas privilegiadas pela geografia na sua
tarefa de conhecer e estudar a superfície terrestre;
Esses cinco
conceitos-chaves
guardam forte grau
de parentesco entre
si, pois todos se
referem à ação
humana sobre a
superfície
terrestre;
Si o senhor não "tá" lembrado
Dá licença de "contá"
Que aqui onde agora está
Esse "edifício arto"
Era uma casa véia
Um palacete assombradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímo nossa maloca
Mais, um dia
Nóis nem pode se alembrá
Veio os homi c'as ferramentas
O dono mandô derrubá
Peguemo todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Aprecia a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
Os homis tá cá razão
Nós arranja outro lugar
Só se conformemo quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertor"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Dim dim donde nóis passemos os dias feliz de
nossas vidas
Saudosa maloca,maloca querida,
Dim dim donde nóis passemo os dias feliz de
nossas vidas.
Canção - Saudosa Maloca de Adoniran Barbosa
L – EG mutante – new P - T

Contenu connexe

Tendances

Evolução da geografia e alguns conceitos
Evolução da geografia e alguns conceitosEvolução da geografia e alguns conceitos
Evolução da geografia e alguns conceitos
karolpoa
 
Espaço geográfico
Espaço geográficoEspaço geográfico
Espaço geográfico
Carminha
 
01 geopolítica
01 geopolítica01 geopolítica
01 geopolítica
edsonluz
 
A regionalização e as divisões regionais no brasil
A regionalização e as divisões regionais no brasilA regionalização e as divisões regionais no brasil
A regionalização e as divisões regionais no brasil
Professor
 
1 lugar, território, espaço e paisagem
1 lugar, território, espaço e paisagem1 lugar, território, espaço e paisagem
1 lugar, território, espaço e paisagem
Fernanda Lopes
 
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS, ESCALAS E PROJEÇÕES - NOÇÕES BÁSICAS
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS, ESCALAS E PROJEÇÕES - NOÇÕES BÁSICASREPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS, ESCALAS E PROJEÇÕES - NOÇÕES BÁSICAS
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS, ESCALAS E PROJEÇÕES - NOÇÕES BÁSICAS
Renata Rodrigues
 

Tendances (20)

Conceitos Da Geografia
Conceitos Da GeografiaConceitos Da Geografia
Conceitos Da Geografia
 
Evolução da geografia e alguns conceitos
Evolução da geografia e alguns conceitosEvolução da geografia e alguns conceitos
Evolução da geografia e alguns conceitos
 
Conceito geográfico de Lugar
Conceito geográfico de LugarConceito geográfico de Lugar
Conceito geográfico de Lugar
 
Cartografia completa
Cartografia completaCartografia completa
Cartografia completa
 
Unidade 2 6º ano
Unidade 2   6º anoUnidade 2   6º ano
Unidade 2 6º ano
 
Espaço geográfico
Espaço geográficoEspaço geográfico
Espaço geográfico
 
01 geopolítica
01 geopolítica01 geopolítica
01 geopolítica
 
A regionalização e as divisões regionais no brasil
A regionalização e as divisões regionais no brasilA regionalização e as divisões regionais no brasil
A regionalização e as divisões regionais no brasil
 
Aula 01 introdução à cartografia
Aula 01   introdução à cartografiaAula 01   introdução à cartografia
Aula 01 introdução à cartografia
 
Introdução A Geografia
Introdução A GeografiaIntrodução A Geografia
Introdução A Geografia
 
Projeçoes cartograficas
Projeçoes cartograficasProjeçoes cartograficas
Projeçoes cartograficas
 
Conceitos geograficos
Conceitos geograficosConceitos geograficos
Conceitos geograficos
 
Orientação no Espaço Geografico
Orientação no Espaço GeograficoOrientação no Espaço Geografico
Orientação no Espaço Geografico
 
Localização do território brasileiro
Localização do território brasileiroLocalização do território brasileiro
Localização do território brasileiro
 
Cartografia 1º ano
Cartografia 1º anoCartografia 1º ano
Cartografia 1º ano
 
Paisagem, espaço e lugar
Paisagem, espaço e lugarPaisagem, espaço e lugar
Paisagem, espaço e lugar
 
1 lugar, território, espaço e paisagem
1 lugar, território, espaço e paisagem1 lugar, território, espaço e paisagem
1 lugar, território, espaço e paisagem
 
8º Ano - Módulo 01 - Região e Regionalização
8º Ano - Módulo 01 - Região e Regionalização8º Ano - Módulo 01 - Região e Regionalização
8º Ano - Módulo 01 - Região e Regionalização
 
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS, ESCALAS E PROJEÇÕES - NOÇÕES BÁSICAS
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS, ESCALAS E PROJEÇÕES - NOÇÕES BÁSICASREPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS, ESCALAS E PROJEÇÕES - NOÇÕES BÁSICAS
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS, ESCALAS E PROJEÇÕES - NOÇÕES BÁSICAS
 
Regionalização do espaço brasileiro fundamental
Regionalização do espaço brasileiro    fundamentalRegionalização do espaço brasileiro    fundamental
Regionalização do espaço brasileiro fundamental
 

En vedette

Fund. e metod._de_hist._e_geog
Fund. e metod._de_hist._e_geogFund. e metod._de_hist._e_geog
Fund. e metod._de_hist._e_geog
mkbariotto
 

En vedette (20)

Fund. e metod._de_hist._e_geog
Fund. e metod._de_hist._e_geogFund. e metod._de_hist._e_geog
Fund. e metod._de_hist._e_geog
 
Ensino de Geografia nas series inciciais
Ensino de Geografia nas series inciciaisEnsino de Geografia nas series inciciais
Ensino de Geografia nas series inciciais
 
Fundamentos teoricos e metodológicos de história e geografia (aula 1)
Fundamentos teoricos e metodológicos de história e geografia (aula 1)Fundamentos teoricos e metodológicos de história e geografia (aula 1)
Fundamentos teoricos e metodológicos de história e geografia (aula 1)
 
Geografia para o ensino fundamental partir dos PCN
Geografia para o ensino fundamental partir dos PCNGeografia para o ensino fundamental partir dos PCN
Geografia para o ensino fundamental partir dos PCN
 
Ruy moreira geografia teoria e crítca
Ruy moreira   geografia teoria e crítcaRuy moreira   geografia teoria e crítca
Ruy moreira geografia teoria e crítca
 
Conversão de valores $$
Conversão de valores $$Conversão de valores $$
Conversão de valores $$
 
Desiguladades sociais
Desiguladades sociaisDesiguladades sociais
Desiguladades sociais
 
Divisão dos períodos da História
Divisão dos períodos da HistóriaDivisão dos períodos da História
Divisão dos períodos da História
 
A substituição dos espaços geográficos indígenas pelos dos luso brasileiros
A substituição dos espaços geográficos indígenas pelos dos luso brasileirosA substituição dos espaços geográficos indígenas pelos dos luso brasileiros
A substituição dos espaços geográficos indígenas pelos dos luso brasileiros
 
Antecedentes da produção do espaço brasileiro
Antecedentes da produção do espaço brasileiroAntecedentes da produção do espaço brasileiro
Antecedentes da produção do espaço brasileiro
 
Reforma ortográfica8ºf
Reforma ortográfica8ºfReforma ortográfica8ºf
Reforma ortográfica8ºf
 
O que é Geografia? Definições e Conceitos básicos.
O que é Geografia? Definições e Conceitos básicos.O que é Geografia? Definições e Conceitos básicos.
O que é Geografia? Definições e Conceitos básicos.
 
Seminario Tempo e Espaço na sociedade globalizada
Seminario Tempo e Espaço na sociedade globalizadaSeminario Tempo e Espaço na sociedade globalizada
Seminario Tempo e Espaço na sociedade globalizada
 
Aspectos Naturais da America Central
Aspectos Naturais da America CentralAspectos Naturais da America Central
Aspectos Naturais da America Central
 
Abordagem da bacia hidrográfica pela Geografia
Abordagem da bacia hidrográfica pela GeografiaAbordagem da bacia hidrográfica pela Geografia
Abordagem da bacia hidrográfica pela Geografia
 
O Tempo e o Espaço
O Tempo e o EspaçoO Tempo e o Espaço
O Tempo e o Espaço
 
Introdução a Geometria hidráulica de canais fluviais
Introdução a Geometria hidráulica de canais fluviaisIntrodução a Geometria hidráulica de canais fluviais
Introdução a Geometria hidráulica de canais fluviais
 
HIDROGEOGRAFIA E HIDROLOGIA
HIDROGEOGRAFIA E HIDROLOGIAHIDROGEOGRAFIA E HIDROLOGIA
HIDROGEOGRAFIA E HIDROLOGIA
 
Geografia da América do Sul
Geografia da América do SulGeografia da América do Sul
Geografia da América do Sul
 
A Cultura Afro-Brasileira: a cultura de todos nós.
A Cultura Afro-Brasileira: a cultura de todos nós.A Cultura Afro-Brasileira: a cultura de todos nós.
A Cultura Afro-Brasileira: a cultura de todos nós.
 

Similaire à Geografia - noções conceituais para a contemporaneidade

Apostila de geografia 100% formatada certa
Apostila de geografia 100% formatada certaApostila de geografia 100% formatada certa
Apostila de geografia 100% formatada certa
Renato Brasil
 
Resumo - Introduçao a Geografia
Resumo - Introduçao a GeografiaResumo - Introduçao a Geografia
Resumo - Introduçao a Geografia
guestbb4169
 
Aula 1 - geografia 1
Aula 1 - geografia 1Aula 1 - geografia 1
Aula 1 - geografia 1
Palloma Luana
 
Ciência geográfica ii
Ciência geográfica iiCiência geográfica ii
Ciência geográfica ii
profleofonseca
 
Apostila beneildo geo
Apostila beneildo geoApostila beneildo geo
Apostila beneildo geo
jacoanderle
 

Similaire à Geografia - noções conceituais para a contemporaneidade (20)

Introdução à Geografia
Introdução à GeografiaIntrodução à Geografia
Introdução à Geografia
 
Geografia aula 1
Geografia   aula 1Geografia   aula 1
Geografia aula 1
 
A ciencia Geografia
A ciencia GeografiaA ciencia Geografia
A ciencia Geografia
 
Apostila de geografia 100% formatada certa
Apostila de geografia 100% formatada certaApostila de geografia 100% formatada certa
Apostila de geografia 100% formatada certa
 
Resumo - Introduçao a Geografia
Resumo - Introduçao a GeografiaResumo - Introduçao a Geografia
Resumo - Introduçao a Geografia
 
Aula 1 - geografia 1
Aula 1 - geografia 1Aula 1 - geografia 1
Aula 1 - geografia 1
 
1_Teoria e método na geografia humana.pptx
1_Teoria e método na geografia humana.pptx1_Teoria e método na geografia humana.pptx
1_Teoria e método na geografia humana.pptx
 
T Geografia
T GeografiaT Geografia
T Geografia
 
ESTUDOS-HUMANOS.pdf
ESTUDOS-HUMANOS.pdfESTUDOS-HUMANOS.pdf
ESTUDOS-HUMANOS.pdf
 
Apostila enen ciências humanas e suas tecnologias - geografia
Apostila enen   ciências humanas e suas tecnologias - geografiaApostila enen   ciências humanas e suas tecnologias - geografia
Apostila enen ciências humanas e suas tecnologias - geografia
 
Ciencia geografica
Ciencia geograficaCiencia geografica
Ciencia geografica
 
Geografia modulo i
Geografia modulo iGeografia modulo i
Geografia modulo i
 
Aula 1 revisão - 2º ano Ensino Médio
Aula 1 revisão - 2º ano Ensino MédioAula 1 revisão - 2º ano Ensino Médio
Aula 1 revisão - 2º ano Ensino Médio
 
Ciência geográfica ii
Ciência geográfica iiCiência geográfica ii
Ciência geográfica ii
 
A ciência geográfica -1 ano -
A ciência geográfica -1 ano - A ciência geográfica -1 ano -
A ciência geográfica -1 ano -
 
Lugar da geografia entre as ciencias humanas
Lugar da geografia entre as ciencias humanasLugar da geografia entre as ciencias humanas
Lugar da geografia entre as ciencias humanas
 
Geografia Crítica
Geografia CríticaGeografia Crítica
Geografia Crítica
 
educação em geografia
educação em geografiaeducação em geografia
educação em geografia
 
Apostila beneildo geo
Apostila beneildo geoApostila beneildo geo
Apostila beneildo geo
 
Educação em geografia séries iniciais
Educação em geografia séries iniciaisEducação em geografia séries iniciais
Educação em geografia séries iniciais
 

Plus de Patrícia Éderson Dias

Plus de Patrícia Éderson Dias (20)

Processos Migratórios e a Crise dos Refugiados
Processos Migratórios e a Crise dos RefugiadosProcessos Migratórios e a Crise dos Refugiados
Processos Migratórios e a Crise dos Refugiados
 
Geografia economica i
Geografia economica iGeografia economica i
Geografia economica i
 
Conhecimento geografico i
Conhecimento geografico iConhecimento geografico i
Conhecimento geografico i
 
Climatologia ii
Climatologia iiClimatologia ii
Climatologia ii
 
Climatologia i
Climatologia iClimatologia i
Climatologia i
 
Cartografia ii
Cartografia iiCartografia ii
Cartografia ii
 
Cartografia i
Cartografia iCartografia i
Cartografia i
 
Psicologia e educação interlocuções e possibilidades
Psicologia e educação  interlocuções e possibilidadesPsicologia e educação  interlocuções e possibilidades
Psicologia e educação interlocuções e possibilidades
 
Política educacional
Política educacional Política educacional
Política educacional
 
Metodologia da pesquisa em ciências da educação
Metodologia da pesquisa em ciências da educação Metodologia da pesquisa em ciências da educação
Metodologia da pesquisa em ciências da educação
 
Literatura infantil
Literatura infantilLiteratura infantil
Literatura infantil
 
Linguagem e alfabetização
Linguagem e alfabetizaçãoLinguagem e alfabetização
Linguagem e alfabetização
 
Leitura e produção de texto
Leitura e produção de texto Leitura e produção de texto
Leitura e produção de texto
 
Historia da Educação Brasileira
Historia da Educação BrasileiraHistoria da Educação Brasileira
Historia da Educação Brasileira
 
Livro Fundamentos da Educação Infantil
Livro Fundamentos da Educação InfantilLivro Fundamentos da Educação Infantil
Livro Fundamentos da Educação Infantil
 
Fosolofia na Educação
Fosolofia na EducaçãoFosolofia na Educação
Fosolofia na Educação
 
Livro de Didatica
Livro de DidaticaLivro de Didatica
Livro de Didatica
 
Tendencias e perspectivas do ensino de história
Tendencias e perspectivas do ensino de históriaTendencias e perspectivas do ensino de história
Tendencias e perspectivas do ensino de história
 
Introdução ao estudo da história
Introdução ao estudo da históriaIntrodução ao estudo da história
Introdução ao estudo da história
 
Ética moral e valores
Ética moral e valoresÉtica moral e valores
Ética moral e valores
 

Dernier

Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
andrenespoli3
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 

Dernier (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptxAula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
Aula 03 - Filogenia14+4134684516498481.pptx
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 

Geografia - noções conceituais para a contemporaneidade

  • 1. Geografia: noções conceituais para a contemporaneidade Éderson Dias de Oliveira GODOY, P. R. T. (org.) História do Pensamento Geográfico e Epistemologia em Geografia. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. Ler Uma necessidade epistemológica a distinção entre paisagem e espaço, In: Milton Santos, A Natureza do Espaço, Edusp, São Paulo, 2006.
  • 2. Geografia - como surgiu essa ciência?  Saber que acompanha nós desde os primórdios da humanidade (localização, forma do globo).  Estabelecimento de relações com a Natureza fez parte das estratégias de sobrevivência dos grupos humanos desde suas primeiras formas de organização;
  • 3. • Os povos da pré-história já desenvolviam conhecimentos considerados geográficos (ANDRADE, 1987); • Ex. caçadores e coletores - observação da dinâmica das estações do ano e do ciclo reprodutivo da natureza; navegadores - conhecimento da direção e a dinâmica dos ventos, marés e correntes marítimas; agricultores - conhecimento das variações climáticas;
  • 4. • São conhecimentos que permitiram às sociedades se relacionarem com a Natureza e modificá-la em benefício próprio;
  • 5. • Ao longo da história, a natureza foi sendo transformada pelo trabalho do homem, que passou a produzir um espaço com o objetivo de garantir sua subsistência. • Esse processo de humanização tornou a natureza cada vez mais artificializada, graças ao desenvolvimento de técnicas. • Poucos lugares da superfície terrestre ainda não sofreram transformações. • Expandiram-se as áreas agrícolas, desenvolveram-se as cidades e as indústrias, construíram-se estradas, enfim, cada vez mais novas técnicas foram sendo incorporadas ao espaço geográfico, transformando-o.
  • 6. • Porém, mesmo esses lugares, como no interior da Floresta Amazônica ou nas calotas polares, o território está delimitado, existe domínio político. • Embora as paisagens estejam impregnadas de relações humanas, essas não são facilmente percebidas, sendo necessário desvendá-las para que o espaço geográfico possa ser apreendido em sua essência. • Estes estão sujeitos a acordos internacionais e neles atuam interesses, ligados aos que buscam sua preservação e aos que desejam explorá-los de forma predatória. • Mesmo em um meio natural, que pareça intocado, existem relações políticas, econômicas, culturais e ambientais que não são visíveis na paisagem.
  • 7. • Enfim, a geografia é um conhecimento que tem seu início paralelo ao surgimento do homem. • No entanto, suas ideias mais elaboradas ocorreram na Grécia - Pitágoras e Aristóteles; • Geo = terra – Grafia = descrição / termo contraditório
  • 8. • Desde a Antiguidade muitos autores elaboraram estudos considerados geográficos, embora o conhecimento fosse disperso e desarticulado, vinculado à filosofia, à matemática e às ciências da natureza. • Na Grécia Antiga, Heródoto, Hipócrates e Aristóteles, entre outros, analisaram a dinâmica dos fenômenos naturais, elaboraram descrições de paisagens e estudaram a relação homem-natureza. • Na Idade Média, Cláudio Ptolomeu fez importantes estudos geográficos e cartográficos registrados em sua obra Síntese Geográfica. • A expansão marítima européia proporcionou substanciais avanços aos estudos geográficos.
  • 9. • No entanto, somente em meados do século XIX, dois pesquisadores alemães Alexandre Von Humboldt (1769-1859) - naturalista; geólogo e botânico; e Karl Ritter (1779-1859) - estudo dos lugares; filosofia e história; fundaram a geografia como ciência; • Essa como uma área do conhecimento que passou a ser pesquisada e ensinada nas universidades, com a gradativa sistematização de seu arcabouço teórico-metodológico.
  • 10. • Até meados do século XX a maioria dos geógrafos se limitava a descrever as características físicas, humanas e econômicas das diversas formações socioespaciais, procurando estabelecer comparações e diferenciações entre elas. • Embora tenha tido um importante papel no desenvolvimento da geografia como ciência, a geografia tradicional nos legou um ensino escolar centrado no:  clima;  relevo;  Vegetação;  Hidrografia;  memorização de mapas e;  dados estatísticos sobre população e economia.
  • 11. • Essa estrutura perdurou até a segunda metade do séc. XX, quando a descrição das paisagens, com seus fenômenos naturais e sociais, passou a ser realizada de forma mais eficiente e atraente pela televisão; • Assim os geógrafos se viram obrigados a buscar novos objetos de estudo que permitissem à geografia sobreviver como disciplina escolar no ensino básico e como ramificação das ciências humanas em nível universitário. • Nesse período, o processo de mudança do objeto de pesquisa da disciplina teve seu marco principal na década de 1970, quando a geografia passou por um efervescente processo de renovação em suas bases teóricas e nos seus métodos de análise.
  • 12. • Esse processo transformador teve como um dos pioneiros o geógrafo francês Yves Lacoste. • Em 1976 ele publicou A geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra, livro que viria a balançar as estruturas da geografia tradicional. • Criticava seu conteúdo ideológico a serviço dos interesses dominantes – político e econômico – e apontava caminhos para a renovação crítica. • No Brasil um dos pioneiros nesse processo foi o geógrafo Milton Santos, em seu livro Por uma geografia nova, publicado em 1978.
  • 13. • Enquanto na França e no Brasil a renovação teve forte influência do pensamento de esquerda, sobretudo do marxismo, nos Estados Unidos à contraposição à corrente tradicional foi à quantitativa ou pragmática; • Esta criticava a falta de pragmatismo, o atraso tecnológico da geografia tradicional e passou a utilizar sistemas matemáticos e computacionais para interpretar o espaço geográfico. • Essa corrente tecnicista e utilitarista da renovação, que mascarava os conflitos e as contradições sociais denunciados pelos geógrafos críticos, era uma perspectiva conservadora, a serviço do status quo. • O fim do socialismo real contribuiu para reduzir a influência do marxismo nas ciências humanas.
  • 14. • Isso abriu caminho para a difusão de outras correntes teórico-metodológicos na geografia crítica, como a fenomenologia e o existencialismo; • Também, ao mesmo tempo as correntes críticas passam a valorizar as novas tecnologias – computadores, satélites etc. – na interpretação do espaço geográfico. • Atualmente, depois de três décadas de renovação emergem novos atores com o avanço da globalização, o crescimento de problemas como os conflitos étnicos, a questão ambiental, os movimentos terroristas, as crises financeiras etc. • Esses consolidam a certeza de que a geografia é uma disciplina fundamental para a compreensão do mundo contemporâneo nas escalas local, nacional e mundial.
  • 15. O que é Geografia? polêmica .. Para algumas pessoas, é:  o estudo da paisagem;  a descrição da Terra;  o estuda das regiões;  o estudo dos mapas;  o estudo dos lugares;  e para vocês?
  • 16. Definição do conceito de Geografia • É uma ciência que tem como objeto principal de estudo o espaço (geográfico) - palco das realizações humanas; • “Lugar” da relação homem x meio - busca pela sobrevivência; O homem faz geografia à medida que se faz humano, ser social
  • 17. CIÊNCIA GEOGRÁFICA • GEOGRAFIA – Ciência que estuda o espaço geográfico. • Ciência que tem na base de seus métodos a busca pelo esclarecimento das contradições existentes na relação homem e natureza através do entendimento que é a partir das relações sociais que o homem produz o espaço geográfico. • É pelo trabalho humano que a natureza se torna recurso e meio, condição e produto de sobrevivência do homem na terra.
  • 18. • A Geografia é a ciência que estuda o espaço e as relações que ocorrem nele. • Já o espaço é a construção do trabalho humano sobre um ambiente natural (SANTOS, 2001). Especialidades da Ciência Geográfica Geografia Física: Geografia Humana: Geografia Econômica: Geografia Cultural: Geografia Política: Milton Almeida dos Santos – 1926 - 2001
  • 19. A Geografia Objetiva: • Compreender os porquês das paisagens em que vivemos; • Como ela foi construída; • Por que ela é assim; • Busca do rompimen- to da simples visu- alização e descrição conformista das paisagens;
  • 20.
  • 21.
  • 22. LUGAR - primeira referência que cada um tem no mundo. “(...) Percorrer as ruas do Centro, depois de anos em que não pisava por lá, dava certo prazer a dona Irene. Prazer que ela não confessava a si mesma. Parava diante de vitrines. Sim senhor, como isso mudou. (...) Ali era uma livraria. Mais adiante, cadê a confeitaria que tinha aquele sorvete de pistache, super delicioso? Nada de confeitaria . Somente bancos, financeiras, agências de loteria esportiva. Dona Irene sentia leve saudade da década de 60. Era outro Rio. Mas devemos conhecer o Rio de hoje, e ela ia aproveitando o percurso na direção do ônibus para ver, assuntar, sentir, apesar do multidão, do bolo de gente, do barulho... (...)” Carlos Drummond de Andrade. “O medo e o relógio”. In: Moça deitada na grama. Rio de Janeiro, Record, 1987.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27. O que é paisagem? “Tudo aquilo que nós vemos, o que a nossa visão alcança, é a paisagem [...]. Não apenas formada de volumes, mas também de cores, odores, movimentos, sons etc.” Provérbio oriental – paisagem está a frente e atrás dos nossos olhos; Milton Santos Vista do bairro Iguaçu, Ipatinga, MG, 2007.
  • 28. A transformação das paisagens  Inserção de trabalho humano no espaço ao longo do tempo;  Construção de novas paisagens;
  • 29. Segundo Lucas (1991), os fatores estéticos da paisagem estão relacionados com a reação mental do que os olhos vêem. Ronai (1976), apud Cabral (2000, p.36) afirma que “não existe um olhar virgem, espontâneo, inocente. O olhar não é somente o exercício de um sentido (a visão), ele é também a produção de sentido (significação)”. É preciso ter em mente que o arranjo de formas naturais e/ou artificiais assume diferentes sentidos segundo o modo de olhar (atribuir significados).
  • 30.  Oferecida à nossa percepção e, ao mesmo tempo, produto de nossas experiências, a paisagem traduz-se como campo de significação individual e sócio-cultural, indicando que essa categoria geográfica deve ser considerada em seu caráter pluridimensional (CABRAL, 2000, p.42).  A paisagem resulta, portanto, do homem, de seu olhar, de seus atos, não é a coisa ou a natureza em estado bruto.  Desta forma, não há como escapar da subjetividade da análise. Até mesmo a interpretação de fotografias ou imagens orbitais é dependente da acuidade e experiência do fotointérprete.  As paisagens são temporais e espaciais, pois sempre resultam das ações das pessoas sob o ambiente ao longo do tempo.
  • 31. Inevitavelmente, a paisagem é portadora de significados, expressando os valores, as crenças, os mitos e as utopias dos seres que a habitam, tendo, portanto, uma dimensão cultural (CORRÊA & ROSENDAHL, 1998). Para Alves (2001), o termo paisagem surgiu do desenvolvimento da pintura. A palavra teria sido utilizada pela primeira vez pelo poeta Jean Molinet em 1493: “quadro representando uma região”. Mais tarde, o conceito assume outros aspectos, incluindo noções materiais, sensoriais, afetivas, estéticas, etc. A definição mais acessível e mais simples para paisagem é aquela encontrada no dicionário Aurélio: “Espaço de terreno que se abrange num lance de vista”.
  • 32. Tal definição se baseia na manifestação visual dos componentes da paisagem, especialmente quanto às qualidades estéticas dos mesmos. As pessoas quando usam a palavra paisagem estão realmente pensando em uma vista panorâmica. A imagem dos rios, lagos, montanhas, vegetação, construções, animais e pessoas compõem a estrutura da paisagem, ou seja, aquilo que é disponibilizado ao olhar. Assim, a paisagem é determinada por atributos naturais da geomorfologia, clima, uso da terra, hidrografia, etc. Mas, inevitavelmente, sempre haverá a intervenção da percepção do observador.
  • 33.
  • 34. Trabalho Morto x Trabalho Vivo
  • 35.
  • 36. Espaço Geográfico • Decorrente do trabalho humano; • É produto e condição do e para o homem; • Se organiza a partir das relações sociais; • Se produz enquanto meio de vida para a sociedade; • É presente, mas contém o passado e revela o futuro. Geografia e Espaço Geográfico • Pode-se compreender o escopo científico da geografia a partir da leitura, interpretação e crítica das transformações humanas sobre a natureza. • Processo de materialização do trabalho humano sobre os recursos da natureza ao longo do tempo.
  • 37.
  • 38.
  • 39. Território - é uma porção do espaço definido por uma relação de poder. Ex. • o morro de uma favela dominado por um grupo de traficantes; • embaixada de um país; • blocos econômico de países;
  • 40.
  • 41.
  • 42.
  • 43. Os conceitos de paisagem, região, lugar, espaço e território são exemplos de áreas privilegiadas pela geografia na sua tarefa de conhecer e estudar a superfície terrestre; Esses cinco conceitos-chaves guardam forte grau de parentesco entre si, pois todos se referem à ação humana sobre a superfície terrestre;
  • 44. Si o senhor não "tá" lembrado Dá licença de "contá" Que aqui onde agora está Esse "edifício arto" Era uma casa véia Um palacete assombradado Foi aqui seu moço Que eu, Mato Grosso e o Joca Construímo nossa maloca Mais, um dia Nóis nem pode se alembrá Veio os homi c'as ferramentas O dono mandô derrubá Peguemo todas nossas coisas E fumos pro meio da rua Aprecia a demolição Que tristeza que nóis sentia Cada táuba que caía Duia no coração Mato Grosso quis gritá Mas em cima eu falei: Os homis tá cá razão Nós arranja outro lugar Só se conformemo quando o Joca falou: "Deus dá o frio conforme o cobertor" E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim E prá esquecê nóis cantemos assim: Saudosa maloca, maloca querida, Dim dim donde nóis passemos os dias feliz de nossas vidas Saudosa maloca,maloca querida, Dim dim donde nóis passemo os dias feliz de nossas vidas. Canção - Saudosa Maloca de Adoniran Barbosa L – EG mutante – new P - T