SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  4
Télécharger pour lire hors ligne
A Vida das Abelhas
Eliel Freitas Jr.
A colônia
Não há como resistir ao fascínio das abelhas. Com seu modelo de socialização,
onde cada uma tem uma função específica, executada sempre em benefício do bem-estar
da coletividade, nos dão um belo exemplo de convivência. Além, é claro, de nos
fornecerem um dos mais puros e ricos alimentos naturais, o mel, e contribuírem na
polinização.
Por causa dos benefícios que o mel traz à saúde o homem ficou incentivado a criar
as abelhas de uma maneira racional, que é hoje conhecida como apicultura.
O trabalho da abelha não é importante apenas para a obtenção do mel. Através da
polinização existe a perpetuação de milhões de espécies vegetais. Assim, com a apicultura
a agricultura passou a ser a grande beneficiada.
As abelhas são insetos sociais que vivem em colônias. Elas são conhecidas há mais
de 40.000 anos e as que mais se prestam para a polinização, produção de mel, geleia real,
cera, própolis, pólen e apitoxina, são as abelhas que pertencem ao gênero Apis.
A abelha é um inseto trabalhador, disciplinado, convive num sistema de
extraordinária organização: em cada colmeia existem de 40.000 a 80.000 abelhas,
dependendo da atividade da rainha, e cada colônia é constituída por uma única rainha,
dezenas de zangões e milhares de operárias.
A rainha
A abelha rainha de uma colmeia é facilmente identificada, por ser ela visivelmente
mais longa do que as operárias e mais comprida que os zangões. Seus movimentos são
lentos e solenes, sempre circundada por uma corte de operárias que a servem,
alimentando-a com geleia real.
Cada família de abelhas possui uma única rainha, que nasce de um
ovo fertilizado e de uma célula com formato especial chamada realeira.
Este ovo é tratado com geleia real, pelas operárias, para desenvolver o
aparelho reprodutor da futura rainha que demora 16 dias para nascer.
Pode viver até cinco anos e é perseguida e fecundada uma única vez na
vida por vários zangões, em dias ensolarados, no seu vôo nupcial, que se
realiza nove dias após seu nascimento.
Como o vôo é de vários quilômetros, só os zangões mais fortes e velozes
conseguem fecundá-la. Uma rainha produtiva bota de 2.000 a 3.000 ovos por dia, nas
épocas em que há bastante alimento. Essa quantidade de ovos é igual a duas vezes o seu
peso.
1
O vôo nupcial
realeira
Como é a única abelha fêmea fecundada, põe todos os ovos necessários à
continuidade da família, mantendo a organização e a união do enxame. Uma abelha
rainha põe dois tipos de ovos: fertilizados (operárias) e não fertilizados (zangões). Quando
a sua fertilidade cai, o que ocorre após 3 ou 4 anos, as abelhas operárias providenciam a
sua substituição, repetindo-se o processo.
Ciclo evolutivo de uma rainha:
Ovo 1 ao 3 dias
Larva 4 ao 8 dias
Pupa 9 ao 16 dias
Nasce 16 dias
Vivem de 3 a 5 anos
A operária
As abelhas operárias são abelhas fêmeas não fecundadas e as de menor porte da
família, embora constituem o maior número de população, podendo situar-se entre 50 a
80 mil por enxame. As operárias possuem cesta de pólen, vesícula melífera, glândulas
cerígenas, glândulas odoríferas, glândulas de veneno, ferrão, etc.
São responsáveis por todo o trabalho da colmeia, obedecendo a uma rígida
distribuição de serviços de acordo com as sucessivas transformações que se ocorrem
em seu organismo no decorrer do seu tempo de vida. Assim, até o 21° dia ficam dentro
da colméia.
Do 1° ao 3° dia fazem a limpeza da caixa e reformam os favos onde nasceram,
recebendo o nome de faxineiras. Do 4° até o 14° dia de vida preparam o alimento para as
larvas. Nessa fase da vida elas possuem dois pares de glândulas que produzem a geleia
real. Essa geleia, necessária para as larvas com até três dias de idade, é chamada de pão
das abelhas.
Do 14° ao 18° dia são chamadas de carpinteiras. Nesse período elas se preocupam
em construir favos, à base de cera, produzida por glândulas cerígenas, localizadas no
abdome. Cada abelha tem quatro pares dessas glândulas. As abelhas carpinteiras
precisam de muito mel para produzir cera: 1 kg de cera requer até 7 kg de mel.
Do 18° ao 20° dia as abelhas são chamadas de guardiãs. Nessa fase elas defendem
a família contra inimigos, impedem a entrada de outras abelhas na colméia para roubar
mel e atacam até o apicultor despreparado.
Depois do 21° dia elas são chamadas de campeiras até morrer. No primeiro dia de
campeira elas fazem a revoada ao redor da colmeia para conhecer o local. Daí em diante,
trabalham recolhendo o néctar e o pólen das flores.
O néctar trazido pelas campeiras dentro do papo, ou falso estômago, é entregue
para as abelhas com idade de 4 a 14 dias. Essas abelhas transformam o néctar em mel,
com fermentos produzidos no estômago. Quando o mel está maduro as abelhas fechas os
alvéolos com tampas de cera chamadas opérculos.
2
O pólen trazido pelas campeiras nas corbicolas, serve de alimento às abelhas
adultas e aos filhotes. Elas trazem também a água e a resina para fechar frestas da caixa.
Essa resina misturada com a saliva das abelhas resulta no produto chamado de própolis.
Ciclo evolutivo das operárias:
O zangão
Os zangões são abelhas machos, sendo mais largos e fortes que qualquer abelha.
Não possuem ferrão, não coletam pólen ou néctar, não produzem cera, não possuem
glândulas odoríferas.
Eles nascem do ovo não fecundado, nas células maiores chamadas zanganeiras. É
dotado pela natureza de órgãos adequados para cumprir eficazmente sua única função
que é fecundar a rainha (princesa virgem), vindo a morrer após o ato. Sua
quantidade por enxame é de algumas centenas, variando em função da quantidade de
alimento disponível e se é época de acasalamento ou não.
Costumam se agrupar em locais próximos às colméias, esperando as princesas.
Quando descobrem as princesas, partem todos em perseguição para copular em pleno
vôo, o que acontece sempre acima de 11 metros de altura. No vôo nupcial, uma média de
8 zangões conseguem a cópula, exatamente os mais fortes e vigorosos.
Ciclo evolutivo dos zangões:
Ovo 1 ao 3 dias
Larva 4 ao 9 dias
Pupa 10 ao 24 dias
Nasce 24 dias
Vivem mais 80 dias
Ciclo Evolutivo
Tempo Operária Rainha Zangão
1° dia ao 3° dia Ovo Ovo Ovo
3° dia Eclosão do ovo Eclosão do ovo Eclosão do ovo
3° ao 8° dia Larva Larva Larva
8° dia Larva Célula operculada Larva
8° ao 9° dia Célula operculada – larva tece o
casulo
Larva tece o casulo Célula operculada – larva
tece o casulo
10° ao 10° ½ dia Pré-pupa Pré-pupa Tece o casulo
11° dia Pré-pupa Pupa Pré-pupa
12° dia Pupa Pupa Pré-pupa
16° dia Pupa Inseto adulto Pupa
21° dia Inseto adulto
24° dia Inseto adulto
3
Ovo 1 ao 3 dias
Larva 4 ao 9 dias
Pupa 10 ao 21 dias
Nasce 21 dias
Vivem mais 21 dias
Tarefas
Tempo Operária Rainha Zangão
1° ao 3° dia Incubação e limpeza Princesa Vive só para a colméia
4° dia Começa alimentar as larvas Princesa Vôos para fora
5° dia Alimenta as larvas Vôo nupcial Procura princesa
5° ao 6° dia Alimenta as larvas jovens, produz
geleia real, faz os primeiros vôos
para fora
É alimentada Procura princesa
8° ao 12° dia Produz geléia real, cera, faz os 1°
vôos de reconhecimento
Começa a engordar Acasala-se e morre
13° ao 19 dia Trabalha de campeira Inicia a postura Acasala-se e morre
21° ao 30° dia Campeira Põe ovos Acasala-se e morre
31° dia Campeira Põe ovos Morre
31° ao 45° dia Coleta pólen e néctar Põe ovos
55° dia Morre Põe ovos
356° da Pode enxamear
720° ao 1450° morre
4

Contenu connexe

Tendances

Espécies e raças de abelhas
Espécies e raças de abelhasEspécies e raças de abelhas
Espécies e raças de abelhas
Jefferson Bandero
 

Tendances (20)

Apicultura zootecnia i davi guimaraes
Apicultura zootecnia i davi guimaraesApicultura zootecnia i davi guimaraes
Apicultura zootecnia i davi guimaraes
 
A cultura da banana minicurso
A cultura da banana   minicursoA cultura da banana   minicurso
A cultura da banana minicurso
 
II WSF, São Paulo - Rafael Moreira - FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA: Impacto da en...
II WSF, São Paulo - Rafael Moreira - FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA: Impacto da en...II WSF, São Paulo - Rafael Moreira - FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA: Impacto da en...
II WSF, São Paulo - Rafael Moreira - FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA: Impacto da en...
 
Manejo Integrado de Pragas no Arroz
Manejo Integrado de Pragas no ArrozManejo Integrado de Pragas no Arroz
Manejo Integrado de Pragas no Arroz
 
Maracujá
MaracujáMaracujá
Maracujá
 
Espécies e raças de abelhas
Espécies e raças de abelhasEspécies e raças de abelhas
Espécies e raças de abelhas
 
Estados Fenológicos do Milho
Estados Fenológicos do MilhoEstados Fenológicos do Milho
Estados Fenológicos do Milho
 
Forragicultura e-pastagens-22
Forragicultura e-pastagens-22Forragicultura e-pastagens-22
Forragicultura e-pastagens-22
 
Cultura do Feijão Caupi e Cultura do Milho
Cultura do Feijão Caupi e Cultura do MilhoCultura do Feijão Caupi e Cultura do Milho
Cultura do Feijão Caupi e Cultura do Milho
 
Mip do milho
Mip do milhoMip do milho
Mip do milho
 
Fenologia da soja, milho e algodão
Fenologia da soja, milho e algodãoFenologia da soja, milho e algodão
Fenologia da soja, milho e algodão
 
Abelhas - Biologia
Abelhas - BiologiaAbelhas - Biologia
Abelhas - Biologia
 
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta(ILPF)
 
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA SOJAMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA SOJA
 
A cultura do mamão (carica papaya L.)
A cultura do mamão (carica papaya L.)A cultura do mamão (carica papaya L.)
A cultura do mamão (carica papaya L.)
 
Denise Araújo Alves - Abelhas Sem Ferrão
Denise Araújo Alves - Abelhas Sem FerrãoDenise Araújo Alves - Abelhas Sem Ferrão
Denise Araújo Alves - Abelhas Sem Ferrão
 
Anatomia da apis mellifera
Anatomia da apis melliferaAnatomia da apis mellifera
Anatomia da apis mellifera
 
Cartilha apicultura
Cartilha apiculturaCartilha apicultura
Cartilha apicultura
 
Abc criação de galinhas caipiras
Abc criação de galinhas caipirasAbc criação de galinhas caipiras
Abc criação de galinhas caipiras
 
CANA DE AÇÚCAR Plantio à Colheita
CANA DE AÇÚCAR Plantio à ColheitaCANA DE AÇÚCAR Plantio à Colheita
CANA DE AÇÚCAR Plantio à Colheita
 

Similaire à A vida-das-abelhas

Polietismo Etário de Apis mellifera
Polietismo Etário de Apis melliferaPolietismo Etário de Apis mellifera
Polietismo Etário de Apis mellifera
Patrícia Mattias
 
Estratégias reprodutoras
Estratégias reprodutorasEstratégias reprodutoras
Estratégias reprodutoras
margaridabt
 
Estratégias reprodutoras
Estratégias reprodutorasEstratégias reprodutoras
Estratégias reprodutoras
margaridabt
 
24 morfologia e biologia das abelhas melíferas
24 morfologia e biologia das abelhas melíferas24 morfologia e biologia das abelhas melíferas
24 morfologia e biologia das abelhas melíferas
Vanessa Viera
 
Organização social das abelhas
Organização social das abelhasOrganização social das abelhas
Organização social das abelhas
Regilubio
 
João arthur e jorge
João arthur e jorgeJoão arthur e jorge
João arthur e jorge
ce263
 
Reproduonasplantas.ppt
Reproduonasplantas.pptReproduonasplantas.ppt
Reproduonasplantas.ppt
guest3855b2
 
Venâncio e elias
Venâncio e eliasVenâncio e elias
Venâncio e elias
ce263
 

Similaire à A vida-das-abelhas (20)

ABELHAS.pptx
ABELHAS.pptxABELHAS.pptx
ABELHAS.pptx
 
Polietismo Etário de Apis mellifera
Polietismo Etário de Apis melliferaPolietismo Etário de Apis mellifera
Polietismo Etário de Apis mellifera
 
Reprodução nos Animais
 Reprodução nos Animais Reprodução nos Animais
Reprodução nos Animais
 
Guia de campo insetos
Guia de campo insetosGuia de campo insetos
Guia de campo insetos
 
Reprodução plantas
Reprodução plantasReprodução plantas
Reprodução plantas
 
Appis mellifera
Appis melliferaAppis mellifera
Appis mellifera
 
Abelhas
AbelhasAbelhas
Abelhas
 
Texto informativo abelhas
Texto informativo  abelhasTexto informativo  abelhas
Texto informativo abelhas
 
Abelhas
AbelhasAbelhas
Abelhas
 
Estratégias reprodutoras
Estratégias reprodutorasEstratégias reprodutoras
Estratégias reprodutoras
 
Estratégias reprodutoras
Estratégias reprodutorasEstratégias reprodutoras
Estratégias reprodutoras
 
24 morfologia e biologia das abelhas melíferas
24 morfologia e biologia das abelhas melíferas24 morfologia e biologia das abelhas melíferas
24 morfologia e biologia das abelhas melíferas
 
Organização social das abelhas
Organização social das abelhasOrganização social das abelhas
Organização social das abelhas
 
João arthur e jorge
João arthur e jorgeJoão arthur e jorge
João arthur e jorge
 
Abelhas – A MatemáTica Envolvida Dentro Sua Sociedade2 Cassia
Abelhas – A MatemáTica Envolvida Dentro Sua Sociedade2 CassiaAbelhas – A MatemáTica Envolvida Dentro Sua Sociedade2 Cassia
Abelhas – A MatemáTica Envolvida Dentro Sua Sociedade2 Cassia
 
Abelha Dourinha
Abelha DourinhaAbelha Dourinha
Abelha Dourinha
 
Reproduonasplantas.ppt
Reproduonasplantas.pptReproduonasplantas.ppt
Reproduonasplantas.ppt
 
Venâncio e elias
Venâncio e eliasVenâncio e elias
Venâncio e elias
 
O que cada animal faz, na natureza
O que cada animal faz, na  naturezaO que cada animal faz, na  natureza
O que cada animal faz, na natureza
 
Ecossistema açominas
Ecossistema açominasEcossistema açominas
Ecossistema açominas
 

Dernier

matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 

Dernier (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdfProjeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
Projeto de Extensão - DESENVOLVIMENTO BACK-END.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 

A vida-das-abelhas

  • 1. A Vida das Abelhas Eliel Freitas Jr. A colônia Não há como resistir ao fascínio das abelhas. Com seu modelo de socialização, onde cada uma tem uma função específica, executada sempre em benefício do bem-estar da coletividade, nos dão um belo exemplo de convivência. Além, é claro, de nos fornecerem um dos mais puros e ricos alimentos naturais, o mel, e contribuírem na polinização. Por causa dos benefícios que o mel traz à saúde o homem ficou incentivado a criar as abelhas de uma maneira racional, que é hoje conhecida como apicultura. O trabalho da abelha não é importante apenas para a obtenção do mel. Através da polinização existe a perpetuação de milhões de espécies vegetais. Assim, com a apicultura a agricultura passou a ser a grande beneficiada. As abelhas são insetos sociais que vivem em colônias. Elas são conhecidas há mais de 40.000 anos e as que mais se prestam para a polinização, produção de mel, geleia real, cera, própolis, pólen e apitoxina, são as abelhas que pertencem ao gênero Apis. A abelha é um inseto trabalhador, disciplinado, convive num sistema de extraordinária organização: em cada colmeia existem de 40.000 a 80.000 abelhas, dependendo da atividade da rainha, e cada colônia é constituída por uma única rainha, dezenas de zangões e milhares de operárias. A rainha A abelha rainha de uma colmeia é facilmente identificada, por ser ela visivelmente mais longa do que as operárias e mais comprida que os zangões. Seus movimentos são lentos e solenes, sempre circundada por uma corte de operárias que a servem, alimentando-a com geleia real. Cada família de abelhas possui uma única rainha, que nasce de um ovo fertilizado e de uma célula com formato especial chamada realeira. Este ovo é tratado com geleia real, pelas operárias, para desenvolver o aparelho reprodutor da futura rainha que demora 16 dias para nascer. Pode viver até cinco anos e é perseguida e fecundada uma única vez na vida por vários zangões, em dias ensolarados, no seu vôo nupcial, que se realiza nove dias após seu nascimento. Como o vôo é de vários quilômetros, só os zangões mais fortes e velozes conseguem fecundá-la. Uma rainha produtiva bota de 2.000 a 3.000 ovos por dia, nas épocas em que há bastante alimento. Essa quantidade de ovos é igual a duas vezes o seu peso. 1 O vôo nupcial realeira
  • 2. Como é a única abelha fêmea fecundada, põe todos os ovos necessários à continuidade da família, mantendo a organização e a união do enxame. Uma abelha rainha põe dois tipos de ovos: fertilizados (operárias) e não fertilizados (zangões). Quando a sua fertilidade cai, o que ocorre após 3 ou 4 anos, as abelhas operárias providenciam a sua substituição, repetindo-se o processo. Ciclo evolutivo de uma rainha: Ovo 1 ao 3 dias Larva 4 ao 8 dias Pupa 9 ao 16 dias Nasce 16 dias Vivem de 3 a 5 anos A operária As abelhas operárias são abelhas fêmeas não fecundadas e as de menor porte da família, embora constituem o maior número de população, podendo situar-se entre 50 a 80 mil por enxame. As operárias possuem cesta de pólen, vesícula melífera, glândulas cerígenas, glândulas odoríferas, glândulas de veneno, ferrão, etc. São responsáveis por todo o trabalho da colmeia, obedecendo a uma rígida distribuição de serviços de acordo com as sucessivas transformações que se ocorrem em seu organismo no decorrer do seu tempo de vida. Assim, até o 21° dia ficam dentro da colméia. Do 1° ao 3° dia fazem a limpeza da caixa e reformam os favos onde nasceram, recebendo o nome de faxineiras. Do 4° até o 14° dia de vida preparam o alimento para as larvas. Nessa fase da vida elas possuem dois pares de glândulas que produzem a geleia real. Essa geleia, necessária para as larvas com até três dias de idade, é chamada de pão das abelhas. Do 14° ao 18° dia são chamadas de carpinteiras. Nesse período elas se preocupam em construir favos, à base de cera, produzida por glândulas cerígenas, localizadas no abdome. Cada abelha tem quatro pares dessas glândulas. As abelhas carpinteiras precisam de muito mel para produzir cera: 1 kg de cera requer até 7 kg de mel. Do 18° ao 20° dia as abelhas são chamadas de guardiãs. Nessa fase elas defendem a família contra inimigos, impedem a entrada de outras abelhas na colméia para roubar mel e atacam até o apicultor despreparado. Depois do 21° dia elas são chamadas de campeiras até morrer. No primeiro dia de campeira elas fazem a revoada ao redor da colmeia para conhecer o local. Daí em diante, trabalham recolhendo o néctar e o pólen das flores. O néctar trazido pelas campeiras dentro do papo, ou falso estômago, é entregue para as abelhas com idade de 4 a 14 dias. Essas abelhas transformam o néctar em mel, com fermentos produzidos no estômago. Quando o mel está maduro as abelhas fechas os alvéolos com tampas de cera chamadas opérculos. 2
  • 3. O pólen trazido pelas campeiras nas corbicolas, serve de alimento às abelhas adultas e aos filhotes. Elas trazem também a água e a resina para fechar frestas da caixa. Essa resina misturada com a saliva das abelhas resulta no produto chamado de própolis. Ciclo evolutivo das operárias: O zangão Os zangões são abelhas machos, sendo mais largos e fortes que qualquer abelha. Não possuem ferrão, não coletam pólen ou néctar, não produzem cera, não possuem glândulas odoríferas. Eles nascem do ovo não fecundado, nas células maiores chamadas zanganeiras. É dotado pela natureza de órgãos adequados para cumprir eficazmente sua única função que é fecundar a rainha (princesa virgem), vindo a morrer após o ato. Sua quantidade por enxame é de algumas centenas, variando em função da quantidade de alimento disponível e se é época de acasalamento ou não. Costumam se agrupar em locais próximos às colméias, esperando as princesas. Quando descobrem as princesas, partem todos em perseguição para copular em pleno vôo, o que acontece sempre acima de 11 metros de altura. No vôo nupcial, uma média de 8 zangões conseguem a cópula, exatamente os mais fortes e vigorosos. Ciclo evolutivo dos zangões: Ovo 1 ao 3 dias Larva 4 ao 9 dias Pupa 10 ao 24 dias Nasce 24 dias Vivem mais 80 dias Ciclo Evolutivo Tempo Operária Rainha Zangão 1° dia ao 3° dia Ovo Ovo Ovo 3° dia Eclosão do ovo Eclosão do ovo Eclosão do ovo 3° ao 8° dia Larva Larva Larva 8° dia Larva Célula operculada Larva 8° ao 9° dia Célula operculada – larva tece o casulo Larva tece o casulo Célula operculada – larva tece o casulo 10° ao 10° ½ dia Pré-pupa Pré-pupa Tece o casulo 11° dia Pré-pupa Pupa Pré-pupa 12° dia Pupa Pupa Pré-pupa 16° dia Pupa Inseto adulto Pupa 21° dia Inseto adulto 24° dia Inseto adulto 3 Ovo 1 ao 3 dias Larva 4 ao 9 dias Pupa 10 ao 21 dias Nasce 21 dias Vivem mais 21 dias
  • 4. Tarefas Tempo Operária Rainha Zangão 1° ao 3° dia Incubação e limpeza Princesa Vive só para a colméia 4° dia Começa alimentar as larvas Princesa Vôos para fora 5° dia Alimenta as larvas Vôo nupcial Procura princesa 5° ao 6° dia Alimenta as larvas jovens, produz geleia real, faz os primeiros vôos para fora É alimentada Procura princesa 8° ao 12° dia Produz geléia real, cera, faz os 1° vôos de reconhecimento Começa a engordar Acasala-se e morre 13° ao 19 dia Trabalha de campeira Inicia a postura Acasala-se e morre 21° ao 30° dia Campeira Põe ovos Acasala-se e morre 31° dia Campeira Põe ovos Morre 31° ao 45° dia Coleta pólen e néctar Põe ovos 55° dia Morre Põe ovos 356° da Pode enxamear 720° ao 1450° morre 4