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PROPOSIÇÃO: SISTEMATIZAÇÃO Turma Rede – turmarede.blogspot.com
   A proposição funciona como uma apresentação geral da obra, uma síntese daquilo que o poeta se propõe fazer.     Propor significa precisamente apresentar, expor, anunciar, mostrar.
    As armas e os barões assinaladosQue, da Ocidental praia Lusitana,Por mares nunca dantes navegadosPassaram ainda além da Taprobana,Em perigos e guerras esforçadosMais do que prometia a força humanaE entre gente remota edificaramNovo Reino, que tanto sublimaram;  PLANO DA VIAGEM
    E também as memórias gloriosas     Daqueles Reis que foram dilatandoA Fé, o Império, e as terras viciosasDe África e de Ásia andaram devastando,E aqueles que por obras valerosasSe vão da lei da Morte libertandoCantando espalharei por toda a parteSe a tanto me ajudar o engenho e arte. PLANO DA HISTÓRIA PLANO DO POETA
HERÓI COLECTIVODE OS LUSÍADAS    Cessem do sábio grego e do troianoAs navegações grandes que fizeram;Cale-se de Alexandro e de TrajanoA fama das vitórias que tiveram;Que eu canto o peito ilustre lusitano,A quem Neptuno e Marte obedeceram.Cesse tudo o que a Musa antiga canta,    Que outro valor mais alto se alevanta." PLANO DA MITOLOGIA
da Ocidental praia Lusitana PORTUGAL Esta expressão é uma perífrase, uma vez que o poeta diz por muitas palavras o que poderia ser dito apenas por uma — Portugal. Além disso, encontramos também uma sinédoqueporque Portugal (o todo) é aqui designado por uma das suas partes.
SINÉDOQUE – figura de estilo que consiste em se tomar a parte pelo todo e vice-versa, o singular pelo plural, etc.   Ex.: “Ocidental praia Lusitana” = Portugal (parte pelo todo)  Toda a aldeia = os habitantes (todo pela parte)  O português é sentimental = Todos os Portugueses (o singular pelo plural)  PERÍFRASE -Figura que consiste no emprego de muitas palavras em lugar de poucas. A substituição de uma palavra por uma expressão mais longa e indirecta, com o intuito de ocultar a realidade que se quer nomear, ou um dos seus aspectos, ou ainda, de a descrever mais explicitamente. Exemplos: "nos meses de águas vivas." (= no Inverno) "na tristeza das horas sem luz." (= das noites) "neste vale de lágrimas." (= neste mundo) "uma noite de sete palmos." (= sepultura) "em menos de três tempos." (= rapidamente)
“Cantando espalharei por toda a parte”(v.7, est.2) Cantarsignifica exaltar, enaltecer ou celebrar.
“Cantando espalharei por toda a parte”(v.7, est.2) O quê?
1. “As armas e os barões assinalados” (v.1, est.1) …porque…. : Viajaram por mares nunca antes navegados; Pelos perigos e guerras enfrentados; Edificaram  um novo império.
“E também as memórias gloriosas      Daqueles reis…” (v. 1 e 2, est.2) …porque…. a) Aumentaram a fé e o império pela África e Ásia.
“E aqueles que por obras valerosas         Se vão da lei da morte libertando:” (vv. 5 e 6, est.2) Os que por terem realizado grandes obras se tornam imortais, ou seja, conhecidos para sempre. …porque…. a) Fizeram obras grandiosas.
Cantando espalharei por toda a parte as armas e os barões assinalados as memórias gloriosas daqueles reis aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando o  peito ilustre lusitano  a quem Neptuno e Marte obedeceram
Esqueça-se 1. “O sábio grego e o troiano” NAVEGAÇÕES 2. “Alexandre” e “Trajano”  GUERRAS PORQUE (“QUE”) “eu canto o peito ilustre lusitano”
“A quem Neptuno e Marte obedeceram” MAR GUERRA VITÓRIAS  NAS  GUERRAS NAVEGAÇÕES
“CESSE TUDO QUANTO A MUSA ANTIGA CANTA” Entidade mitológica que inspirava os poetas, escritores,  historiadores da Antiguidade Logo, tudo o que foi escrito na Antiguidade  devia ser esquecido… “QUE OUTRO VALOR MAIS ALTO SE ALEVANTA” (Porque os feitos dos portugueses são superiores  a todos os cantados na Antiguidade.)
Atenta nas seguintes formas verbais da 3ª estrofe e indica  o tempo verbal em que se encontram. “cessem”			                  “cale-se”				                       “cesse”
Apesar de estarem no Presente do Conjuntivo, as três formas transmitem a ideia de ordem (Imperativo). Para o poeta, os feitos dos outros heróis até agora venerados não têm comparação com os dos portugueses que merecem, por isso, ser dignificados –  “Que outro valor mais alto se alevanta”.
Resumindo…
Análise externa O texto é constituído por três estâncias (oitavas);  os versos são decassílabos com acentos na 6.ª e 10.ª sílabas: As-ar-mas-eos-ba-rões-as-si-na-la Proposição- análise
Análise externa  Estes versos decassílabos, com acentos rítmicos na 6.ª e 10.ª sílabas, denominados versos heróicos, dão ao poema esse som alto e sublimado, de tuba canora e belicosa, isto é, assinalam, no seu ritmo, um compasso de marcha guerreira. A rima é cruzada e emparelhada, conforme o esquema rimático ABABABCC, esquema este que se repete invariavelmente em todas as estrofes do poema. Proposição- análise

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Proposição

  • 1. PROPOSIÇÃO: SISTEMATIZAÇÃO Turma Rede – turmarede.blogspot.com
  • 2. A proposição funciona como uma apresentação geral da obra, uma síntese daquilo que o poeta se propõe fazer. Propor significa precisamente apresentar, expor, anunciar, mostrar.
  • 3. As armas e os barões assinaladosQue, da Ocidental praia Lusitana,Por mares nunca dantes navegadosPassaram ainda além da Taprobana,Em perigos e guerras esforçadosMais do que prometia a força humanaE entre gente remota edificaramNovo Reino, que tanto sublimaram; PLANO DA VIAGEM
  • 4. E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatandoA Fé, o Império, e as terras viciosasDe África e de Ásia andaram devastando,E aqueles que por obras valerosasSe vão da lei da Morte libertandoCantando espalharei por toda a parteSe a tanto me ajudar o engenho e arte. PLANO DA HISTÓRIA PLANO DO POETA
  • 5. HERÓI COLECTIVODE OS LUSÍADAS Cessem do sábio grego e do troianoAs navegações grandes que fizeram;Cale-se de Alexandro e de TrajanoA fama das vitórias que tiveram;Que eu canto o peito ilustre lusitano,A quem Neptuno e Marte obedeceram.Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta." PLANO DA MITOLOGIA
  • 6.
  • 7. da Ocidental praia Lusitana PORTUGAL Esta expressão é uma perífrase, uma vez que o poeta diz por muitas palavras o que poderia ser dito apenas por uma — Portugal. Além disso, encontramos também uma sinédoqueporque Portugal (o todo) é aqui designado por uma das suas partes.
  • 8. SINÉDOQUE – figura de estilo que consiste em se tomar a parte pelo todo e vice-versa, o singular pelo plural, etc. Ex.: “Ocidental praia Lusitana” = Portugal (parte pelo todo) Toda a aldeia = os habitantes (todo pela parte) O português é sentimental = Todos os Portugueses (o singular pelo plural) PERÍFRASE -Figura que consiste no emprego de muitas palavras em lugar de poucas. A substituição de uma palavra por uma expressão mais longa e indirecta, com o intuito de ocultar a realidade que se quer nomear, ou um dos seus aspectos, ou ainda, de a descrever mais explicitamente. Exemplos: "nos meses de águas vivas." (= no Inverno) "na tristeza das horas sem luz." (= das noites) "neste vale de lágrimas." (= neste mundo) "uma noite de sete palmos." (= sepultura) "em menos de três tempos." (= rapidamente)
  • 9. “Cantando espalharei por toda a parte”(v.7, est.2) Cantarsignifica exaltar, enaltecer ou celebrar.
  • 10. “Cantando espalharei por toda a parte”(v.7, est.2) O quê?
  • 11. 1. “As armas e os barões assinalados” (v.1, est.1) …porque…. : Viajaram por mares nunca antes navegados; Pelos perigos e guerras enfrentados; Edificaram um novo império.
  • 12. “E também as memórias gloriosas Daqueles reis…” (v. 1 e 2, est.2) …porque…. a) Aumentaram a fé e o império pela África e Ásia.
  • 13. “E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da morte libertando:” (vv. 5 e 6, est.2) Os que por terem realizado grandes obras se tornam imortais, ou seja, conhecidos para sempre. …porque…. a) Fizeram obras grandiosas.
  • 14. Cantando espalharei por toda a parte as armas e os barões assinalados as memórias gloriosas daqueles reis aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando o peito ilustre lusitano a quem Neptuno e Marte obedeceram
  • 15. Esqueça-se 1. “O sábio grego e o troiano” NAVEGAÇÕES 2. “Alexandre” e “Trajano” GUERRAS PORQUE (“QUE”) “eu canto o peito ilustre lusitano”
  • 16. “A quem Neptuno e Marte obedeceram” MAR GUERRA VITÓRIAS NAS GUERRAS NAVEGAÇÕES
  • 17. “CESSE TUDO QUANTO A MUSA ANTIGA CANTA” Entidade mitológica que inspirava os poetas, escritores, historiadores da Antiguidade Logo, tudo o que foi escrito na Antiguidade devia ser esquecido… “QUE OUTRO VALOR MAIS ALTO SE ALEVANTA” (Porque os feitos dos portugueses são superiores a todos os cantados na Antiguidade.)
  • 18. Atenta nas seguintes formas verbais da 3ª estrofe e indica o tempo verbal em que se encontram. “cessem” “cale-se” “cesse”
  • 19. Apesar de estarem no Presente do Conjuntivo, as três formas transmitem a ideia de ordem (Imperativo). Para o poeta, os feitos dos outros heróis até agora venerados não têm comparação com os dos portugueses que merecem, por isso, ser dignificados – “Que outro valor mais alto se alevanta”.
  • 21. Análise externa O texto é constituído por três estâncias (oitavas); os versos são decassílabos com acentos na 6.ª e 10.ª sílabas: As-ar-mas-eos-ba-rões-as-si-na-la Proposição- análise
  • 22. Análise externa Estes versos decassílabos, com acentos rítmicos na 6.ª e 10.ª sílabas, denominados versos heróicos, dão ao poema esse som alto e sublimado, de tuba canora e belicosa, isto é, assinalam, no seu ritmo, um compasso de marcha guerreira. A rima é cruzada e emparelhada, conforme o esquema rimático ABABABCC, esquema este que se repete invariavelmente em todas as estrofes do poema. Proposição- análise