Este documento descreve as principais tecnologias de impressão digital, incluindo impressão a laser e jato de tinta. Detalha os tipos de impressão digital de médio e grande formato, abordando sistemas de tintas, impressoras roll-to-roll e planas, e corte de contorno.
Tecnologias de Impressão Digital de Médio e Grande Formato
1.
2. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Índice
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3
IMPRESSÃO ......................................................................................................................... 4
O Que é a Impressão? ...................................................................................................... 4
O Que é a Impressão Digital? .......................................................................................... 5
Tipos de Impressão Digital .............................................................................................. 8
1. Impressão a Laser ................................................................................................ 8
2. Jato de Tinta (Inkjet) ............................................................................................. 8
a. Bubble-Jet (Térmica)........................................................................................ 8
b. Piezo-elétrica .................................................................................................... 9
Quais as Vantagens da Impressão Digital?................................................................... 10
Diferença de Custo Offset Vs. Digital? .......................................................................... 11
IMPRESSÃO DIGITAL DE MÉDIO E GRANDE FORMATO .................................................. 14
O Que se Considera Impressão Digital de Médio e Grande Formato? ........................ 14
Tecnologias da Impressão Digital de Médio e Grande Formato .................................. 18
Sistemas de tintas...................................................................................................... 18
Sistemas Aquosos .................................................................................................. 18
1. Sistemas Dye ............................................................................................... 19
2. Sistemas UV ................................................................................................ 19
Sistemas Solventes ................................................................................................ 20
Sistemas Eco-solventes ou Mild-solvent .............................................................. 20
Sistemas de Sublimação ........................................................................................ 21
Sistemas de Cura UV (Ultra violeta) ...................................................................... 22
Sistemas de Tintas de Latex .................................................................................. 23
Tintas e Cores Utilizadas ........................................................................................... 24
Impressoras Roll-to-Roll .............................................................................................. 25
Constituição das Impressoras ................................................................................... 25
Alguns Cuidados a Ter ............................................................................................... 27
Impressoras Planas (Flatbed) ....................................................................................... 29
Corte de Contorno ......................................................................................................... 31
Acabamentos ..................................................................................................................... 33
O FUTURO .......................................................................................................................... 34
CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 35
1
3. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS ....................................................................................... 35
2
4. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
INTRODUÇÃO
O presente trabalho insere-se na disciplina de Tecnologias de Impressão e tem
como objetivo fazer uma breve apresentação da impressão digital de médio e grande
formato.
Irá evidenciar a diferença entre os processos de impressão mais tradicionais
onde a existência de uma matriz é necessária e a impressão digital de um modo geral,
onde não há necessidade da matriz.
Irá apresentar uma breve história das evoluções tecnológicas desde a invenção
das primeiras impressoras digitais até às mais recentes máquinas de grande formato,
passando por uma exposição das diversas tecnologias das impressoras digitais atuais
assim como uma explicação do funcionamento de cada uma delas.
Será ainda explicado de forma sucinta e breve o funcionamento dos softwares
de RIP de uma forma geral.
Finalmente serão apresentadas algumas considerações sobre o futuro da
impressão digital de grande formato, incindindo particularmente sobre de que forma
esta tecnologia poderá continuar a captar nichos de mercado e diversificar nos
produtos e soluções que tem para oferecer.
Este trabalho não pretende abordar de forma aprofundada todo o universo que
é a impressão digital de médio e grande formato nem tão pouco servir de manual de
instrução de como usar uma impressora digital. Pretende ser um ponto de partida, um
guia que serve de primeiro contacto a todo esse universo expondo algumas
especificidades, cuidados a ter e curiosidades sobre o modo de funcionamento das
impressoras digitais de médio e grande formato.
3
5. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
IMPRESSÃO
O Que é a Impressão?
A palavra impressão tem origem na palavra em latim Imprimere que significa
apertar contra, estampar, comprimir, de IN com o sentido de “sobre” mais PREMERE
com o sentido de “apertar”.1
Conforme a definição do dicionário de língua portuguesa:
s.f. Ação ou efeito de imprimir, de gravar (a oco ou em relevo), de reproduzir (imagens,
dizeres) mediante pressão.
Marca.
Nestas definições o ato de imprimir ou impressão pressupõe a passagem do
que se quer imprimir (imagens, desenhos e/ou textos) para o suporte mediante a
aplicação de pressão mecânica. Na impressão através dos processos mais
“tradicionais” como por exemplo offset, gravura, rotogravura, estampografia, etc. isto
é o que de facto acontece. Por outro lado a impressão não tem necessariamente de ser
a passagem de tinta para um dado suporte ou substrato pois existem processos de
impressão em que a tinta não está presente (Processos fotoquímicos, termoquímicos e
eletroquímicos).
Figura 1 - Offset Figura 2 - Litografia
Figura 3 - Serigrafia Figura 4 - Rotogravura
1
Retirado do site: http://origemdapalavra.com.br/palavras/impressao/
4
6. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Figura 5 - Estampografia Figura 6 - Xilogravura
Tipicamente nestes processos de impressão a imagem a ser impressa terá de
ser em, primeiro lugar, gravada numa matriz e podem ser completamente manuais, ou
seja, sem qualquer tipo de processo digitalmente assistido.
O Que é a Impressão Digital?
De uma forma geral podemos dizer que os processos de impressão digital são
processos através dos quais a imagem é reproduzida diretamente no suporte sem que
haja necessidade de produzir-se uma matriz. A imagem a imprimir é passada, ou
impressa, para o suporte sem que haja necessidade de pressionar qualquer tipo de
matriz sobre o mesmo. Estes processos de impressão precisam necessariamente de
controlo por computador, daí utilizar-se o termo de impressão digital. O que se deseja
de imprimir passa diretamente do computador, utilizando softwares específicos
(Raster Image Processors – vulgarmente chamados de RIP), para a máquina de
impressão que irá então depositar tinta sobre uma grande variedade de suportes (CTPt
– Computer to Print).
Podemos encontrar no dicionário HOUAISS (2009) a seguinte definição: é “a
impressão que utiliza recursos da informática aplicados à reprodução de textos e
imagens em qualquer suporte, usando como matriz um arquivo digital, e sem fotolitos
ou chapas”.
Mortara (2009), amplia este conceito e explica que se pode considerar impressão todo
o processo de gravação em papel ou outro suporte qualquer e, digital, as informações
provenientes de um computador, cujos dados é uma sequência binária – zeros e uns –
e dispense uma matriz ou forma previamente gravada de forma física. 2
Com a evolução tecnológica e o advento de computadores e softwares
dedicados cada vez mais potentes, a indústria gráfica tirou partido dessa evolução e
substituiu muitos dos processos manuais por processos controlados ou assistidos por
computadores, surge então a impressão digital. Aparecem novos equipamentos e
novas formas de produção de materiais gráficos.
2
Impressão Digital: novos conceitos na indústria gráfica e novos desafios para os designers. – Possamai, Benedito e
Gonçalves, Berenice Santos – Artigo de Impressão Digital.
5
7. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
No início dos anos 90 começa-se a falar em impressão digital, mais
especificamente em 1993 na Feira Internacional IPEX3 em Inglaterra. Nessa altura
foram apresentados os primeiros sistemas digitais de impressão em policromia4.
Posteriormente, na DRUPA5 de 1995, na Alemanha, a grande estrela da maior mostra
de equipamentos gráficos foi precisamente a impressão digital. 6
Em 2005 a impressão digital é responsável por cerca de 9% de 45 mil milhões
de páginas impressas anualmente em todo o mundo.7
3
International Printing Equipment Exhibition
4
Capacidade de reproduzir/imprimir várias cores.
5
Druck Und Papier – Impressão e Papel Almenha
6
http://www.rigottex.com.br/br/o-que-e-impressao-digital.html
7
When 2% Leads to a Major Industry Shift – Scaglia, Patrick, agosto 2007
6
8. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Podemos resumir os diferentes tipos de impressão no seguinte quadro retirado
do Guia Técnico Ambiental da Industria Gráfica (ABIGRAF, 2003):
Fotoquímica Heliográfica
Sem tinta Termoquímica Térmica
Eletroquímica Descarga elétrica
Sob demanda
(Drop on Demand – DOD)
Jato de tinta
Inkjet
Contínuo
(Continuous inkjet)
Heliográfica
Sem matriz
Transferência
Cera
térmica
Sublimação
Eletrofotográfica
Eletrográfica
IMPRESSÃO Eletrostática
Deposição de iões
Magnetográfica
Com tinta
Flexográfica
Relevográfica Tipográfica
Xilográfica
Litográfica
Planográfica
Offset
Com matriz
Rotográfica
Ocográfica Calcográfica
Tampográfica
Serigráfica
Permeográfica
Stencil
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9. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Tipos de Impressão Digital
Atualmente a impressão digital apresenta uma variedade de tecnologias de
impressão, umas mais adequadas para ambientes de utilização amadora ou caseira e
outras mais adequadas para utilizações mais profissionais. A tecnologia usada
também depende do tipo de trabalho a executar.
As tecnologias mais usuais são as seguintes:
1. Impressão a Laser: As tintas estão no estado seco (pó), encontram-se em
tambores ou toners e a sua passagem para o suporte (impressão) dá-se
quando uma fonte de luz incide no tambor a toda a sua largura ao mesmo
tempo que o suporte passa por esse tambor. O suporte, que podemos
considerar uma folha de papel A4, tem de passar por cada um dos toners para
formar a imagem uma vez que em cada passagem só imprime uma cor,
normalmente Ciano, Amarelo, Magenta e Preto.
2. Jato de Tinta (Inkjet): As tintas estão no estado líquido, encontram-se em
depósitos – tinteiros e a sua passagem para o suporte dá-se projetando
pequenas gotas de tinta (jatos) diretamente para o suporte. A forma como os
jatos são formados e a tinta enviada para o suporte pode variar conforme a
tecnologia presente na impressora. Nestas impressoras encontramos sempre
as chamadas cabeças de impressão que são os componentes onde se formam
os jatos de tinta e são responsáveis pela projeção da tinta para o suporte.
Nestas impressoras as cores de tintas mais usuais são também o Ciano,
Amarelo, Magenta e Preto, ou o conhecido sistema CMYK. Hoje em dia
encontramos impressoras com cores adicionais aumentando assim a qualidade
das impressões e o número de cores possíveis de reproduzir. Alguns exemplos
dessas cores adicionais são o ciano claro, o magenta claro, o laranja, o verde,
podemos também encontrar impressoras que incluem o branco e vários pretos
(preto matte e brilho).
a. Bubble-Jet (Térmica): Nesta tecnologia as gotas de tinta são formadas
nas cabeças utilizando o calor que vai fazer com que se formem
pequenas gotas de tinta na superfície das cabeças. As tintas encontram-
se cada uma na sua cabeça de impressão e cada cabeça de impressão é
constituída para um grande número de injetores (orifícios através dos
quais a tinta é projetada) e por pequenas resistências. Ao passar-se
uma carga elétrica pelas resistências estas aquecem e esse calor passa
para a câmara contendo a tinta, esta por sua vez aquece e começa a
vaporizar-se aumentando o seu volume, esse aumento de volume
aumenta a pressão dentro da câmara forçando a tinta a sair pelos
injetores. À medida que a tinta arrefece, a gota formada perde a sua
forma e acontecem duas coisas, a primeira é que a gota projeta-se
sobre o suporte e a segunda é que se cria um vácuo localizado forçando
8
10. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
tinta fresca da câmara e assim o ciclo reinicia-se e repete-se enquanto
a carga elétrica for aquecendo as resistências. Este processo demora
cerca de 10x10-6 segundo, ou seja, 10 microsegundos.
b. Piezo-elétrica: Esta tecnologia faz uso de uma propriedade exibida por
alguns materiais. Alguns materiais quando sujeitos à passagem de uma
carga elétrica contraem-se ou expandem-se, este movimento faz com
que se formem gotículas de tinta na superfície das cabeças. À
semelhança do processo térmico apresentado anteriormente, esta
tecnologia apresenta também a tinta em depósitos que se encontram
nas cabeças de impressão, as cabeças de impressão apresentam
também um grande número de injetores por onde a tinta é injetada. O
material piezo-elétrico, que se encontra sobre o depósito da tinta, ao
ser sujeito a uma carga elétrica contrai-se contra a tinta criando
pressão suficiente para a forçar a sair pelos injetores para o suporte.
Assim que a carga é interrompida, o material piezo-elétrico volta à
posição inicial puxando assim tinta fresca do depósito permitindo assim
que o processo de impressão recomece.
Figura 7 -Arranjo típico Figura 8 -Arranjo típico cabeça/injetores/tinta de impressão
cabeça/injetores/tinta/resistência de piezo
impressão térmica
Qualquer uma destas tecnologias estão num grupo de impressão digital em que
é tinta é projetada para o suporte apenas quando necessário, são sistemas Drop-on-
Demand (DOD) mas existem sistemas de jato contínuo, ou seja a tinta é projetada de
forma contínua sobre o suporte. Estes sistemas de jato contínuo são utilizados na
indústria da embalagem para marcar e codificar as embalagens (P. Ex. garrafas e
latas).
9
11. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
A impressão digital pode ser resumida no quadro seguinte onde se apresentam,
de uma forma mais ampla, todo o mundo da impressão digital.8
Figura 9 - Principais tecnologias de impressão digital
Quais as Vantagens da Impressão Digital?
Desde logo a impressão digital permite eliminar algumas etapas no fluxo de
trabalho, como por exemplo a realização de fotolitos, ozalides ou a gravação de
chapas. Podemos observar de forma reduzida no seguinte quadro comparativo.
Figura 10 - Comparação de etapas Convencional vs. Digital9
8
Impressão Digital: novos conceitos na indústria gráfica e novos desafios para os designers. – Possamai, Benedito e
Gonçalves, Berenice Santos – Artigo de Impressão Digital.
9
Manual Prático de Produção Gráfica (BARBOSA, 2004)
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12. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Como referido anteriormente, a impressão digital dispensa a criação de uma
matriz para imprimir, isto traduz-se em menores custos fixos e de preparação e
menores tempos de preparação ao utilizar diretamente para impressão ficheiros
informáticos (Podem ser utilizados ficheiros de vários formatos: PDF, EPS, TIFF, JPEG,
Etc.) para produzir a imagem digital para a máquina de impressão.
A impressão digital é o processo ideal para pequenas tiragens, isto é, a
produção de um pequeno número de exemplares. Como não é necessário a criação de
uma matriz, a impressão digital é também indicada para impressão de trabalhos com
dados variáveis (P. Ex. Cartões de visita da mesma empresa para pessoas diferentes)
uma vez que para alterar os dados basta alterar o respetivo campo no ficheiro
utilizando o software indicado.
Por outro lado, embora os custos de preparação no digital sejam mais
reduzidos, os custos associados aos suportes de impressão (Papel, Cartão, Vinil, Etc.) e
principalmente às tintas ou toners são mais elevados no digital. Os custos por
impressão são mais elevados.
Diferença de Custo Offset Vs. Digital?
Se por um lado o offset, em virtude do próprio processo, ter tempos de
preparação mais elevados e custos fixos mais elevados, isto é, custos que não
dependem da tiragem (A chapa ou matriz é sempre necessária e o seu custo também
sejam 100 ou 1000 exemplares) e ainda temos de ter em conta os custos variáveis, ou
seja, custos que variam com a quantidade a ser impressa (P. Ex. Papel, Tinta, Luz, Etc.)
quanto mais se imprime maiores os custos. No digital apenas temos custos variáveis.
Então, perante um determinado produto que tem de ser impresso, qual o
processo que se escolhe?
Se fizermos uma análise meramente do ponto de vista dos custos sem ter em
consideração outros pontos como a qualidade de impressão dos processos, a
durabilidade ou outros aspetos. Teremos então de determinar qual dos processos é
mais económico tendo em conta a tiragem pretendida.
Por exemplo, no OFFSET:
EM CUSTOS FIXOS: 50 Euros
São: fotolitos, montagens, chapas, a gravação e revelação da chapa, as afinações de máquina,
lavagens de máquina, etc.
EM CUSTOS VARIÁVEIS: 0,02 Euros / cópia
PARA UMA TIRAGEM DE 100ex, fica-me em 50€ + (100 x 0,02) = 52 Euros
PARA UMA TIRAGEM DE 1000ex, fica-me em 50€ + (1000 x 0,02) = 70 Euros
No mesmo exemplo em DIGITAL:
EM CUSTOS FIXOS: 0 Euros
Não existem custos fixos.
EM CUSTOS VARIÁVEIS: 0,2 Euros / cópia
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13. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
PARA UMA TIRAGEM DE 100ex, fica-me em 0€ + (100 x 0,2) = 20 Euros
PARA UMA TIRAGEM DE 1000ex, fica-me em 0€ + (1000 x 0,2) = 200 Euros 10
Podemos observar que o custo unitário variável no digital, neste exemplo, é 10
vezes superior do que no offset, porém como o digital não apresenta custos fixos, para
uma tiragem de 100 exemplares o digital será mais económico. Para uma quantidade
de 1000 exemplares, dado no exemplo, o offset é mais económico.
Numa análise simples para determinar qual dos processos é mais económico
para um determinado número de exemplares (tiragem) existe um ponto de equilíbrio
entre o offset e o digital em que o preço para essa quantidade é igual, é o Break Even
Point.
Se considerarmos as seguintes variáveis:
CTa > Custo Total de Produção Pelo Processo a
CTb > Custo Total de Produção Pelo Processo b
CVua > Custo Variável Unitário Pelo Processo a
CVub > Custo Variável Unitário Pelo Processo b
O Break Even Point ou BEP será11:
De notar que este é um exemplo simples em que o custo total depende apenas
dos custos fixos e variáveis de cada processo. Na realidade a formação dos custos
totais dependem de outros fatores como sejam a amortização das máquinas, o custo
dos operadores, o custo de cada hora de funcionamento das máquinas, entre outros.
No nosso exemplo seria12:
CFa = 50
CVUa = 0,02
a = offset
CFb = 0
CVUb = 0,2
b = digital
BEP = (50 - 0) / (0,2 - 0,02) = 278 ex.
Para provar:
278 ex. em offset = 50 + (0,02 x 278ex) = 55,6 Euros
278 ex. em digital = 0 + (0,2 x 278ex) = 55,6 Euros
10
Exemplo retirado de http://www.portaldasartesgraficas.com/forum/viewtopic.php?f=8&t=114
11
Retirado de http://www.portaldasartesgraficas.com/forum/viewtopic.php?f=8&t=114
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Exemplo retirado de http://www.portaldasartesgraficas.com/forum/viewtopic.php?f=8&t=114
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14. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Para visualizar melhor, apresenta-se de seguida um gráfico onde se traça a evolução
do custo total dos dois processos, offset e digital, para o exemplo dado.
Break Even Point
250
200 200.0
150
Tir agem
Offset
Digital
100 100.0
70
60
53 54 55
50 50.02 50.2 50.4 50.6 50.8 51 51.2 51.4 51.6 51.8 52 50.0
40.0
30.0
18.0 20.0
14.0 16.0
10.0 12.0
6.0 8.0
2.0 4.0
0 0.2
1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 150 200 250 500 1000
No eixo das ordenadas temos então a tiragem e no eixo das abcissas temos o
custo total. As linhas representam cada um dos processos. O BEP será então o ponto
onde as duas linhas se intersetam.
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15. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
IMPRESSÃO DIGITAL DE MÉDIO E GRANDE FORMATO
Nos capítulos anteriores, ainda que de forma sucinta, foram expostas as
principais diferenças entre os processos de impressão convencionais ou tradicionais e
os processos de impressão digital. Vamos agora aprofundar um pouco mais os
processos de impressão digital, em particular a impressão de médio e grande formato.
O Que se Considera Impressão Digital de Médio e Grande Formato?
Geralmente considera-se impressão de médio e grande formato larguras a
partir de 36” (91.4 cm) até larguras que podem ir até aos 82 pés (25m).
Estas impressoras são indicadas para impressão em vinil, lonas, película
eletro-estática, impressão de cartazes ou posters com pequena tiragem, sinalética,
tela artística, etc. Existe ainda a possibilidade de imprimir em vários tipos de tecidos.
Hoje em dia é possível imprimir papel de parede completamente personalizado
e fazer-se decorações de interior sem estar limitado ao que se vende nas lojas.
Como se trata de impressão digital e, como vimos anteriormente este tipo de
impressão é mais vocacionada para pequenas tiragens e impressões individualizadas,
estas impressoras são indicadas para produzir elementos de decoração de stands e
espaços comerciais, publicidade de espaços ou em locais de venda (PLV’s). A produção
de imagens e decorações personalizadas de viaturas é também um trabalho típico que
estas impressoras executam.
Seguem-se alguns exemplos de trabalhos executados por impressoras de
médio e grande formato.
Figura 11 - Tela Impressa Figura 12 - Decoração de escritório
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16. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Figura 13 - Decoração de parede Figura 14 - Decoração de espaço comercial
Figura 15 - Decoração de tapume de obras
Figura 16 - Tela microperfurada
Figura 17 - Impressão de cartazes
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17. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Figura 18 - Decoração de fachada de prédio
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18. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Figura 19 - Autocolante impresso e
recortado
Figura 20 - Decoração de stand
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19. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Tecnologias da Impressão Digital de Médio e Grande Formato
As impressoras de médio e grande formato são
alimentadas por rolos de material e não folha a folha, os
rolos normalmente apresentam-se em larguras padrão
que vão dos 91,4 cm até aos 500 cm.
Além das impressoras alimentadas a rolo (Roll to
rol) existem ainda impressoras planas (flatbed) que
permitem imprimir em materiais rígidos como por
exemplo placas de PVC, MDF, acrílico, vidro ou mesmo
em portas aumentando ainda mais a possibilidade de
personalização. Figura 21 - Exemplo de rolos de
impressão
A grande maioria das impressoras tem como
base a tecnologia do jato de tinta, porém dentro desta tecnologia podemos encontrar
diversas soluções tecnológicas, cada uma das quais tem as suas próprias
características, vantagens e desvantagens.
Atualmente estas impressoras apresentam uma resolução de impressão na
ordem dos 1440 DPI´s e as gotículas de tinta são da ordem dos 9 picolitros (pL), ou
seja, 9x10-12 L. O que se traduz em impressões de grande qualidade em que a
impressão apresenta tons e cores contínuas e as gotas são imperceptíveis. Existem
impressoras de qualidade fotográfica.
Por outro lado e dado a natureza da impressão estas impressoras não
conseguem imprimir textos de tamanho muito reduzido ou linhas muito juntas.
Sistemas de tintas
A maior diferença que se verifica neste tipo de impressoras é a tipologia das
tintas. O tipo de tintas utilizada tem uma grande influência não só na qualidade de
impressão mas também na quantidade de cores que se é capaz de imprimir-se, na
durabilidade dos trabalhos impressos e na diversidade de suportes em que se em
capaz de imprimir.
Sistemas Aquosos
Estes sistemas podem ser térmicos ou jato de tinta. Os pigmentos de tinta
estão suspensos em líquido aquoso (veículo), que pode ou não ser água. A Kodak por
exemplo utiliza como veículo um líquido à base da soja.
Impressoras que usam tintas aquosas produzem apenas vapor de água como
resultado da impressão pelo que do ponto de vista ecológico e ambiental são bastante
positivas.
As impressoras com sistemas aquosos podem imprimir numa grande
variedade de materiais, desde o papel fotográfico (mate ou brilho), vinil autocolante
(mate ou brilho), tela de atelier (canvas), papel normal, tela, etc. Os materiais de
impressão para estas impressoras têm de ter um acabamento especial de modo a
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20. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
aceitar estas tintas. Os trabalhos impressos com este tipo de tintas precisam de um
tempo mais ou menos alargado de secagem motivo pelo qual muitas destas
impressoras serem equipadas com aquecedores ou secadores à saída da impressão
de modo a acelerar o processo de secagem.
Dado que os materiais que aceitam este tipo de tintas terem de ter a superfície
com acabamento especial, tendem a ser mais dispendiosos. As tintas em geral são
também mais caras para estes sistemas.
Normalmente encontramos nestas impressoras cabeças de impressão
descartáveis, isto é, têm um tempo de vida limitada e podem ser substituídos, por esta
razão as cabeças de impressão nestas impressoras tendem a ser muito menores e
mais baratas. Estas impressoras apresentam baixos custos de manutenção.
As tintas encontram-se em tinteiros de várias capacidades.
Dentro desta categoria existem dois tipos de sistemas:
1. Sistemas Dye: Os sistemas que usam este tipo de tinta apresentam uma gama
alargada de cores, cores vivas e vibrantes. Por outro lado apresentam uma
fraca resistência aos raios UV e aos riscos, pelo que as impressões têm uma
duração muito curta e são mais indicadas para exposição no interior. As
impressoras que utilizam este tipo de tintas são indicadas para trabalhos de
grande qualidade mas de curta duração, normalmente as impressões são
posteriormente protegidas por meio da plastificação ou laminação.
2. Sistemas UV: As impressoras que usam tintas UV apresentam cores mais
“mortas” e uma gama menor, no entanto são tintas indicadas para trabalhos de
maior duração (curta a média) que podem ser expostos no interior ou exterior
uma vez que apresentam uma boa resistência tanto aos raios UV como aos
riscos. Não se deve confundir estas impressoras com impressoras de cura UV.
Figura 21 - Exemplo de impressora DYE Figura 22 - Exemplo de impressora UV
19
21. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Sistemas Solventes
Esta designação utiliza-se para qualquer sistema que imprime usando tintas
que não são à base de água. As impressoras que usam este tipo de tintas recorrem à
impressão de jato de tinta piezo. O veículo das tintas neste caso são derivados do
petróleo tais como éteres ou acetona. Devido a este facto, estas tintas são muito mais
nocivas para o meio ambiente e as impressoras que utilizam este tipo de tintas
precisam de operar em áreas muito amplas e arejadas e muitas vezes até com
sistemas de purificação do ar. Quando em funcionamento estas impressoras produzem
um odor característico.
As tintas solventes apresentam uma grande resistência aos raios UV e ao risco,
assim os trabalhos impressos têm uma grande duração no exterior e não precisam de
qualquer tipo de proteção adicional.
Geralmente estas impressoras apresentam resoluções inferiores aos sistemas
aquosos, as gotas de tinta podem ser visíveis a olho nú assim como as passagens da
cabeça. Estas impressoras são mais indicadas para impressões de muito grande
formato para serem vistas a distâncias grandes (P. Ex. Lonas, outdoors, etc.). Estas
impressoras não têm qualquer tempo de secagem, uma vez que os solventes utilizados
são muito voláteis, os trabalhos impressos estão já secos logo à saída da máquina. Os
consumíveis, tintas e suportes, para este tipo de impressoras são muito económicas
face às restantes tecnologias.
Nestas impressoras as tintas podem estar em tinteiros ou em frascos com
capacidades na ordem dos litros, têm custos de impressão bastante baixos. Em geral
as cabeças de impressão são fixas e qualquer substituição destas peças é bastante
cara pelo que são aconselháveis alguns cuidados de manutenção. Estas impressoras
exigem muita manutenção.
Sistemas Eco-solventes ou Mild-solvent
Estes sistemas são semelhantes aos anteriores com a diferença que usam
solventes mais ligeiros, ou não tão agressivos, como por exemplo o glicol, álcool ou
esteróis. Estas impressoras conseguem impressões de elevada qualidade e gamas de
cores alargadas embora não sejam tão resistentes aos elementos e aos riscos.
Apresentam tempos de secagem reduzidos.
São tintas que surgiram da necessidade de produção de impressões de maior
qualidade do que as solventes por um lado e por outro da necessidade de as
impressões terem maior durabilidade do que as impressões aquosas. Os fabricantes
anunciam que estas tintas são amigas do ambiente e não produzem qualquer tipo de
vapor nocivo ou cheiro não sendo por isso necessário cuidados adicionais de
funcionamento.
20
22. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Esta tecnologia pode ser encontrada em impressoras que imprimem em rolo
ou impressoras planas que conseguem imprimir materiais rígidos. As tintas
encontram-se em tinteiros de várias capacidades dependendo do modelo e marca.
Em geral as cabeças de impressão são fixas e qualquer substituição destas
peças é bastante cara pelo que são aconselháveis alguns cuidados de manutenção.
Sistemas de Sublimação
Nas impressoras que usam este tipo de impressão das tintas, estas estão no
estado sólido e através de calor são passadas diretamente para o estado gasoso e
depois impressas no suporte. O
nome sublimação deriva do facto de
as tintas passarem diretamente do
estado sólido para gasoso sem
passar pelo estado líquido.
Estes sistemas produzem
impressões fotográficas uma vez
que a tinta é passada através da
passagem das fitas de sublimação
(contêm as cores) pelo suporte e as
Figura 23 - Funcionamento Dye-Sub cores são passadas por camadas e
não por pontos ou gotas.
Conseguem-se assim tons, cores e imagens realmente contínuas assemelhando-se às
imagens conseguidas pela revelação química. Conseguem-se impressões com cores
com bastante saturação.
Uma vez que as tintas nunca passam pelo estado líquido, estes sistemas
tendem a ser muito limpos e como as cabeças de impressão não precisam de “varrer”
a toda a largura o suporte para depositar a tinta, estas máquinas não têm tantas peças
móveis sendo mais fiáveis.
Uma das grandes desvantagens destas impressoras é o facto de as fitas de
impressão precisarem de ser da mesma dimensão do suporte (ou ligeiramente mais
pequenas) além do facto de apenas suportes cuja superfície esteja devidamente
preparada poderem ser usados nestas impressoras. Estes factos fazem com que estas
impressoras não sejam tão versáteis com as anteriores. O desperdício de tinta nestes
sistemas é também bastante elevado, uma vez usada para uma impressão, a tinta
restante nas bandas não poderá ser reutilizada mesmo que uma dada cor tenha sido
utilizada apenas para imprimir um só ponto.
As impressoras de Dye Sublimação ou Dye-Sub utilizam um sistema de cores
CMYO, ou seja, ciano, magenta, amarelo e uma cobertura (e não o preto), esta
cobertura normalmente é transparente e funciona como proteção da impressão.
Estas impressoras são utilizadas para impressão em tecidos sintéticos como os
poliésteres.
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23. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Uma vez que as tintas são transformadas em vapor antes de serem passadas
para o suporte podem existir cheiros associados.
Sistemas de Cura UV (Ultra violeta)
Nestas impressoras, as tintas uma vez projetadas sobre o suporte, são sujeitas
à ação de lâmpadas UV de alta intensidade que ajudam a fixar os pigmentos ou
colorantes existentes nas tintas através de um processo fotoquímico. As tintas estão
sempre no estado sólido não havendo por isso a evaporação de solventes ou outro tipo
de vapores.
Nestes sistemas não existem solventes ou existem em concentrações muito
baixas, sendo por isso muito ecológicas. Esta é a sua grande mais-valia.
Esta tecnologia permite velocidades de produção bastante elevadas, as
impressões estão logo secas à saída e apresentam uma grande resistência aos raios
UV e aos riscos ainda que inferiores aos verificados nos sistemas solventes. Estas
impressoras apresentam ainda uma gama alargada de cores. Esta tecnologia
apresenta uma eficiência muito elevada no uso das tintas havendo muito pouco
desperdício das mesmas.
Por outro lado o número de suportes que podem ser utilizados nestas
impressoras é limitado. De modo a que as tintas UV sejam polimerizadas (curadas) a
luz incidida tem de atravessar a camada de tinta na totalidade e por esta razão apenas
se conseguem imprimir cores translúcidas ou transparentes, se as tintas fossem
completamente opacas, a luz UV seria bloqueada e a cura não ocorria de forma
correta.
Estas impressoras são muito usadas para imprimir diretamente em vidro,
acrílico, chapas de metal ou plástico.
Figura 24 - Impressora de Cura UV Roll-to-Roll
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24. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Figura 25 - Impressora de Cura UV Flatbed (Plana)
Sistemas de Tintas de Latex
Nos anos mais recentes a HP desenvolveu um sistema de tintas de latex. Estas
tintas são pigmentadas, à base de água e utilizam uma tecnologia de dispersão aquosa
do polímero latex. A principal vantagem destas tintas é o facto de não serem nocivas
para ambiente. Têm qualidade comparável às impressoras Eco-solventes sendo as
suas impressões mais resistentes. Uma vez que as tintas são flexíveis, estas
impressoras são ideais para a decoração de painéis curvos ou irregulares (P. Ex.
Colunas, viaturas, Paredes cuvas, etc.). Podem imprimir numa grande variedade de
materiais.
Os materiais impressos não têm qualquer tempo de secagem. Apresentam uma
gama alargada de cores e uma opacidade e brilho elevado.
Estas impressoras recorrem à tecnologia de jato de tinta térmica.
Figura 25 - Esquema de disperção das tintas Latex
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25. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Figura 26 - Esquema da ação do calor Figura 27 - Esquema da cura
Figura 28 - Esquema da impressão acabada
Figura 29 - Exemplo da HP Designjet L28500
Tintas e Cores Utilizadas
De um modo geral todas as impressoras usem o sistema de tintas CMYK e
ainda o Ciano Claro e o Magenta Claro. A combinação destas cores permite uma gama
alargada de cores.
Hoje em dia existem impressoras que oferecem ainda cores adicionais, como
por exemplo o laranja, verde ou azul alargando ainda mais as cores que conseguem
imprimir além de permitir a impressão de tons mais vivos (P. Ex. Vermelhos, roxos e
verdes). Existem também impressoras que permitem operar com conjuntos de tinta
duplicados, isto é, 2xCMYK o que aumenta a sua produtividade e autonomia.
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26. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Numa tentativa de melhorar a impressão de imagens a preto e branco nos sistemas de
impressão digital de médio e grande formato, foram lançadas há poucos anos
impressoras que além do branco apresentam diferentes pretos como sendo o preto
mate o preto brilho e o chamado preto fotográfico.
Existem ainda impressoras que incluem o branco como cor e ainda o prateado
e dourado, como por exemplo a Roland VS-640.
Figura 30 - Roland VS-640
Impressoras Roll-to-Roll
Como referido anteriormente, a grande maioria das impressoras de médio e
grande formato, estas imprimem em materiais que estão em rolo, o comprimento
mais usual destes rolos é de 30 ou 50 metros, existindo alguns materiais disponíveis
em rolos de 100 metros.
As larguras dos rolos mais comuns são, 91,4 cm, 105 cm, 137 cm, 150 cm até
500 cm, estas larguras dependem do material e fabricante podendo-se encontrar no
mercado larguras ligeiramente diferentes.
Os rolos de material são carregados no verso da impressora, passando por de
baixo do carreto onde viajam as cabeças de impressão e o material já impresso sai
pela frente podendo ser recolhido por enroladores que enrolem o material já
impresso, por se designam de Roll-to-Roll (rolo-para-rolo).
Constituição das Impressoras
Normalmente as impressoras Roll-to-Roll são constituídas por um conjunto de
tinteiros onde as tintas estão armazenadas, as cabeças de impressão, um carreto (a
toda a largura da impressora) onde as cabeças de impressão viajam de forma
sucessiva a toda a largura do material carregado, régua de rodas que pressionam o
material contra a zona de aquecedores, cilindro de avanço do material, aquecedores e
rolo de recolhimento. Existe ainda um depósito de restos de tinta.
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27. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Cabeça de impressão
Depósito de restos de
tinta
Régua de pressão
Enrolador
Figura 31 - Exemplo de Impressora Roll-to-Roll
Zona de aquecedores
(Platten)
Material impresso
Os tinteiros podem-se encontrar na frente da impressora ou no verso, todas do
mesmo lado ou divididos, na horizontal ou vertical, dependendo da marca.
O material é pressionado contra a impressora por meio de um veio com rolos e
ainda por uma zona de vácuo. Nesta zona e na face inferior do material encontra-se
outro veio, normalmente rugoso, que faz o material avançar na direção da impressão.
Nestas impressoras encontramos aquecedores que funcionam na parte inferior
do material, existem impressoras com 3 aquecedores e outras com 4. O primeiro
aquecedor, que se aquece o material antes de receber a tinta, serve para pré-aquecer
o material e designa-se por Pre-heater, na zona de impressão podemos encontrar 1 ou
2 aquecedores. No caso de apenas existir 1 aquecedor este serve para abrir os poros
do material de forma a ajudar a absorção da tinta, melhorar a sua resistência ao risco,
prevenir o chamado “Ganho de Ponto” excessivo e iniciar o processo de secagem, no
caso de existirem 4 aquecedores e ainda na zona da impressão 1 dos aquecedores
apenas serve para iniciar o processo de secagem. Estes aquecedores são conhecidos
como Print-heaters.Á saída da impressão existe ainda um aquecedor que serve
também para melhorar a resistência ao risco e ainda acelerar a secagem da tinta,
designa-se por Post-heater.
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28. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Alguns Cuidados a Ter
De modo a obter impressões de boa qualidade e sem defeitos deveremos ter
alguns cuidados.
Antes de mais devemos prestar especial atenção às condições de
armazenamento dos rolos.
Em condições de humidade excessiva no local de armazenamento, os materiais
tendem a absorver muita dessa humidade, esta em conjunto com a ação dos
aquecedores pode originar “ondas” no material na altura da impressão originando
impressões com defeitos. Em casos extremos essas “ondas” atingem alturas tais que
as cabeças de impressão batem no material estragando por completo a impressão,
podendo mesmo dar lugar a avarias na impressora.
Devemos deixar algum tempo antes de começar a imprimir permitindo assim
os aquecedores estarem já numa temperatura adequada para a impressão. Devemos
ainda ter algum cuidado na escolha das respetivas temperaturas dos diferentes
aquecedores. Estas temperaturas dependem do material em que se está a imprimir,
do local de funcionamento da impressora e mesmo da estação do ano, sendo que
normalmente no verão não são necessárias temperaturas tão elevadas.
Por um lado se as temperaturas forem demasiado elevadas podem aparecer na
impressão faixas verticais onde a tinta foi sobreaquecida, por outro em caso de
subaquecimento a tinta poderá não aderir perfeitamente ao material, podem-se
observar ganhos de ponto excessivos e a resistência ao risco poderá ser
comprometida.
Ainda ligado ao facto de o material sofrer um aquecimento antes, durante e
após a impressão, o material poderá sofrer distorções nas suas dimensões, para
corrigir este efeito muitos softwares de RIP permitem compensar essas distorções
permitindo ao utilizador introduzir uma margem, que corresponde às distorções nas
dimensões observadas anteriormente para um dado material, o que resulta em
impressões de dimensões ligeiramente diferentes às do ficheiro. Uma vez que o
material volte à temperatura ambiente, e dado que o RIP fez a devida compensação
devido ao aquecimento, a impressão deverá ficar com as dimensões pretendidas.
Claro que estas distorções e compensações dependem do tipo de material em
que se está a imprimir.
Devido ao movimento lateral das cabeças
de impressão e do movimento de avanço do
material na direção da frente da impressora, as
tintas vão formando a impressão em faixas de
gotas de cores com um padrão de dispersão
definido. Esta forma de impressão pode dar lugar
a faixas horizontais nas impressões, este efeito é
vulgarmente conhecido como banding. Caso a
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29. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
distância do avanço do material entre as passagens das cabeças não esteja bem
calibrado, podem aparecer nas impressões bandas. Esse ajuste, para alguns
fabricantes, é conhecido como Distance Adjustment, dependendo da marca da
impressora, este ajuste pode ser efetuado durante a impressão, antes da impressão,
ou apenas antes da impressão pelo que neste caso deverá ser definido uma distância
aquando da calibração da impressora para um dado material. Assim é vulgar termos
ajustes de distância diferentes para diferentes tipos de material. Alguns softwares de
RIP permitem ainda fazer mais ajustes na altura de enviar o ficheiro para a
impressora.
Caso a distância de avanço seja excessiva, a impressão irá apresentar riscos
brancos a toda a largura da impressão, uma vez que as faixas de impressão entre
passagens irão estar demasiado afastadas entre si outras o que leva a que exista
material não impresso entre as respetivas passagens.
Caso a distância de avanço seja deficiente, o que vai acontecer é que as faixas
de impressão irão sobrepor-se entre si fazendo com que apareçam na impressão
faixas mais ou menos largas (dependendo da sobreposição entre as passagens) de
tinta em excesso.
Na tentativa de melhorar este aspeto, a maioria dos fabricantes de impressoras
oferecem a possibilidade de se escolher o tipo de faixas de impressão que as cabeças
irão imprimir. A este padrão das faixas de impressão chamamos weaving ou
interweaving. Normalmente essas faixas têm um perfil linear, isto é, a imagem vai-se
formando depositando faixas de tinta retas no material. Este tipo de weaving é mais
rápido e permite imagens de boa qualidade embora em zonas com mais depósito de
tinta (cores mais sólidas) pode ocorrer banding.
Existe um tipo de weaving mais recente que apresenta um perfil de faixas em
“ondas”, este tipo de weaving permite impressões com mais qualidade, fundos de cor
contínua e consistente, embora torne as impressões mais lentas.
Figura 32 - Weaving Normal
Figura 33 - Weaving em Ondas
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30. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Muitas impressoras têm a possibilidades de alterar a altura das cabeças de
impressão em relação plano de impressão. Essa altura pode ser também ajustada a
partir do próprio RIP, se este o permitir. A forma como essa altura é alterada varia de
fabricante mas essas alturas têm posições fixas, isto é, apenas se pode alterar a altura
para posições pré-definidas (P. Ex. High, Middle, Low) e não para qualquer altura de
forma contínua.
Posições mais baixas das cabeças originam impressões com mais qualidade e
permitem a impressão de pormenores mais pequenos em virtude da dispersão das
gotículas de tinta ser menor, em contrapartida posições demasiado baixas podem
levar a que as cabeças de impressão batam no material ou causar o entalhamento do
material estragando a impressão ou mesmo causando avarias graves quer nas
cabeças quer na própria impressora.
Para finalizar deverá ser referido que deverão ser tomadas algumas medidas
de manutenção das cabeças de impressão, não só pelo facto de serem peças cuja
substituição ser dispendiosa mas também pelo facto de que cabeças de impressão
sujas, com restos de tinta seca, material de impressões anteriores ou pó, irão afetar
fortemente a qualidade das impressões e em último caso poderão levar a injetores
entupidos comprometendo em definitivo as impressões e a sua qualidade.
Impressoras Planas (Flatbed)
Estas impressoras caracterizam-se pelo facto de serem capazes de imprimir
tanto em rolo ou em materiais rígidos, como por exemplo placas de PVC ou MDF,
madeira, chapas de inox, acrílico ou cartão, etc.
Dado que podem imprimir diretamente sobre materiais rígidos não há
necessidade de se imprimir em vinil autocolante (por exemplo) para depois se contra-
colar a impressão em PVC (por exemplo), podendo-se imprimir o que se pretende
diretamente no suporte rígido. Esta possibilidade reduz logo à partida custos de
operação.
Embora estas máquinas sejam mais versáteis ainda não apresentam a mesma
qualidade de impressão das Roll-to-Roll mas para grande parte dos trabalhos a sua
qualidade é suficiente.
Estas impressoras usam também a tecnologia de jato de tinta com tintas de
cura UV. Como tal estas impressoras apresentam as mesmas vantagens destas tintas.
São normalmente usadas como alternativa à serigrafia.
A altura das cabeças de impressão bem como a altura da bancada onde o
material assenta (flatbed) pode ser ajustada permitindo assim imprimir em placas de
várias espessuras.
Os cuidados a ter antes durante e após a impressão são basicamente os
mesmos dos apresentados no capítulo anterior.
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31. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Figura 34 - Impressora Plana Mimaki JF-1610 UV
Figura 35 - Impressão em PVC
Figura 36 - Impressão em Acrílico Figura 38 - Impressão em Chapa de Aço
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32. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Corte de Contorno
Embora este tipo de trabalho não se trate apenas de impressão, considero que
ter a capacidade de produzir trabalhos com corte de contorno seja um grande
complemento aos trabalhos que somos capazes de produzir em impressoras de médio
e grande formato.
A provar que o corte de contorno se trata de facto de uma mais valia é o facto
de existirem impressoras, usualmente de Roll-to-Roll, que têm a capacidade de
imprimir e posteriormente recortar a impressão ao longo de uma linha de corte
previamente definida. Além disso qualquer bom RIP para impressão digital tem a
capacidade de gerar ficheiros com informações tanto para impressão como para corte
posterior.
Para se realizar o corte recorre-se a uma plotter de corte CNC13 de vinil, fresa
ou outra tecnologia de corte que aceite dado vetoriais.
Geralmente cria-se uma linha à volta da imagem (ou parte da imagem) a
imprimir pela qual queremos que seja efetuado o corte, essa linha será a linha de
corte ou contorno de corte. Este trabalho pode ser feito no Adobe Illustrator,
Coreldraw ou outro programa vetorial. As linhas de corte têm de obedecer a
determinadas regras que são definidas pelo RIP utilizado. Há no mercado softwares de
RIP que incluem um módulo de edição onde esse trabalho também poderá ser
efetuado. Os ficheiros assim gerados contêm então informações da imagem a
imprimir, que será enviada para a impressora, e informações de corte, que ficam em
stand-by no RIP (em cue) ou na plotter, a serem utilizadas quando o trabalho de
impressão estiver concluído e carregado na plotter ou fresa.
As plotters de corte ou fresas têm de ter a capacidade de leitura ótica uma vez
que as imagens são colocadas no plano de impressão com informações espaciais de
posicionamento. As impressões são alinhadas antes de se proceder ao corte, esse
alinhamento tem como finalidade posicionar corretamente o suporte impresso de
modo a evitar que os cortes não acompanhem a linha de corte definida anteriormente.
A forma como este alinhamento é feito depende do modelo e marca da plotter,
existem vários tipo de marcas, miras de alinhamento ou outras formas de alinhamento
no mercado. É usual os RIP´s trazerem já um grande número de marcas de
alinhamento predefinidos devidamente indicados pela marca e modelo das diferentes
plotters.
Existem porém algumas plotters que exigem o recurso a softwares adicionais
da marca para se tirar partido do corte de contorno.
É a possível fazer-se o alinhamento manualmente mas este processo além de
ser muito moroso não é de todo exato ou fiável.
13
CNC - Computer Numerical Control
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33. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Figura 39 - Marca de Alinhamento - Código ded Barras
Figura 40 - Exemplo de Trabalho com Corte de Contorno
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34. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
Figura 41 - Exemplo da Escolha das Marcas no RIP
O corte de contorno permite ampliar a gama de produtos que somos capazes de
produzir, desde autocolantes com cortantes complexos, stand-ups também com cortes
complexos, etc.
ACABAMENTOS
Como vimos anteriormente, algumas tecnologias produzem impressões sem
grande resistência aos raios UV, aos riscos, à abrasão, à água, etc. Nestes casos
podemos aumentar a resistência das impressões recorrendo por exemplo à
laminação. A laminação consiste em aplicar-se uma película transparente, brilho ou
mate, por cima da impressão. A laminação poderá ou não ter filtros UV, poderá ser
anti-graffiti (laminação facilmente lavável), anti-derrapante (P. Ex. Trabalhos aplicados
no chão).
Além de conferir aos trabalhos impressos maior proteção, existem atualmente
laminações puramente decorativas, como por exemplo películas de laminação
“cintilantes”, películas que imitam o glitter, etc. Hoje em dia não estamos
necessariamente limitados a laminar uma impressão por inteiro, podemos localizar os
efeitos, como se faz por exemplo em offset.
Existem laminadoras a frio, laminadoras a quentes, laminadoras mistas
(quente e frio) laminadoras que usam laminação líquida e não película.
33
35. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
O FUTURO
Ficou bem patente nos capítulos anteriores que existem no mercado
impressoras muito variadas e diferentes entre si, pese embora o produto final seja
sempre um produto impresso, seja ele um simples cartaz de cinema, uma placa de
sinalética, lona publicitária, ampliação de uma fotografia ou a reprodução em alta
qualidade em tela de atelier da sua obra de arte preferida.
Então como é que esta indústria poderá continuar a inovar e ampliar as
soluções à disposição das pessoas?
Penso que iremos continuar a assistir à introdução de novas tintas, já existem
algumas impressoras que imprimem tintas fluorescentes. Talvez no futuro será
possível trocar facilmente uma determinada tinta por uma cor Pantone sem que isso
signifique trocar toda a tubagem e cabeças de impressão.
A par das tintas irão com certeza surgir materiais de impressão novos, com
maiores potencialidades, ou propriedades inovadoras. Há poucos anos não havia no
mercado papéis de parede autocolantes que poderiam ser impressos e
personalizados, ou mesmo papel de seda ou a imitar o papiro.
Estes são apenas alguns exemplos dos caminhos que a indústria das
impressoras de médio e grande formato poderão tomar.
Se pensarmos que no fim dos anos 80 e inícios dos anos 90 as impressoras de
médio formato serviam apenas para a impressão de trabalhos de arquitetura ou
engenharia, e que essas utilizavam canetas para a impressão, percorremos um longo
caminho.
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36. Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição
Tecnologias de Impressão
CONCLUSÃO
Como vimos existem à disposição uma grande variedade de impressoras de
médio e grande formato que imprimem recorrendo a tecnologias diferentes. Cada uma
das tecnologias apresenta vantagens e desvantagens.
Embora a qualidade de impressão tende a ser cada vez mais semelhante, as
diferentes tecnologias é mais vocacionada para produção de um determinado tipo de
produto ou impressão.
BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS
1. Sebrosa, Rui – Slides das Aulas de Tecnologias de Impressão, 2013
2. Possamai, Benedito e Gonçalves, Berenice Santos - Impressão Digital: novos
conceitos na indústria gráfica e novos desafios para os designers. – Artigo de
Impressão Digital.
3. Scaglia, Patrick - When 2% Leads to a Major Industry Shift, agosto 2007
4. http://www.portaldasartesgraficas.com
5. http://origemdapalavra.com.br/palavras/impressao/
6. http://www.rigottex.com.br/br/o-que-e-impressao-digital.html
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