2. PROPEDÊUTICA ABDOMINAL
• Exame do abdome permite obter informações sobre as
estruturas abdominais
• Inspeção – Percussão – Palpação – Ausculta
• Nesse caso, a ausculta é feita preferivelmente antes da
palpação e percussão, já que estas etapas do exame podem
atrapalhar a ausculta
3. ASCITE
• Acúmulo de líquido na cavidade peritoneal
• Em condições normais há uma pequena quantidade de
líquido que não ultrapassa 100 mL (deslizamento dos
folhetos peritoneais visceral e parietal). Não é considerada
ascite.
4. FISIOPATOGENIA
• 3 mecanismos: Underfill, Overflow e vasodilatação primária
• Underfill: obstrução do fluxo sanguíneo intra-hepático e
hipoalbunemia ocasionando hipovolemia por perda de líquido
para a cavidade peritoneal. Retenção renal secundária de sódio e
água. Ruptura do equilíbrio das forças de Starling – pela
presença de hipertensão portal – hiperfiltração na região
sinusoidal hepática e a capacidade de reabsorção pelos linfáticos
é excedida, resultando em ascite
5. FISIOPATOGENIA
• Overflow: retenção de sódio e água é o evento primário,
aumento primário do volume intravascular e escape de
líquido para a cavidade peritoneal pela superfície hepática.
Volume plasmático aumentado – aumento da pressão
venosa hepática – ativação do sistema nervoso simpático –
retenção de água e sódio (tbm pela PGE2, antagonista do
ADH)
6. FISIOPATOGENIA
• Vasodilatação: teoria mais recente. Envolve as duas mais
antigas. Propõe que a vasodilatação arteriolar periférica,
principalmente na circulação esplâncnica, muscular e cutânea
causam baixo enchimento vascular (“underfill”), estimulo dos
barorreceptores e do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona,
do ADH e ativação simpática, o que em conjunto leva a retenção
renal secundária, de sódio e água – hipervolemia e aumento do
débito cardáco (“overflow”). Vasodilatação primária pode ser
mediada pelo óxido nítrico.
7. FISIOPATOGENIA
• Na carcinomatose peritonial ou ascite quilosa neoplásica, a
obstrução do efluxo linfático normal parece ser o principal
fator causal desta forma de ascite secundária
8. SINTOMAS CLÁSSICOS DE ASCITE
• aumento da circunferência abdominal (abdome globoso)
• Rápido ganho de peso
• Dispnéia
• Palpitações
• Astenia
• Edema de MMII (Anasarca)
9. TÉCNICA SEMIOLÓGICA
• Inspeção
• Percussão
• Palpação
• Sempre que possível, o paciente deve ser examinado de pé
e, a seguir, deitado.
10. INSPEÇÃO
• Volume e o formato abdominal (globoso, ventre de
batráquio)
• Atitude lordótica do paciente para contrabalancear o peso
da ascite –ascites de grande volume
• Tipo de circulação colateral
• Presença de herniações
12. PERCUSSÃO
• Timpanismo na região central do abdome
• Macicez nos flancos
• Sinal da macicez móvel (o mais utilizado para pesquisa de
ascite) - ascites de médio volume
https://www.youtube.com/watch?v=ufovr_M_x5I
14. PALPAÇÃO
• Sinal do rechaço (vísceras boiando no líquido ascítico) : O sinal consiste em uma sensação
de choque percebida pelo examinador em seus dedos quando, ao comprimir o abdome
com ascite em determinado ponto impulsionando o órgão contra o plano posterior da
cavidade abdominal. Esse órgão ou massa, ao flutuar novamente, toca os dedos do
examinador, mantidos aprofundados para receberem o contrachoque. Ascite de grande
monta
https://www.youtube.com/watch?v=FMQxwJr56Pw
• Sinal do piparote, que representa uma manobra semiológica realizada em decúbito
dorsal para detecção de ascites de grande volume e em ortostatismo para ascites de
médio volume.
https://www.youtube.com/watch?v=6RU0-qCergQ
16. CLASSIFICAÇÃO
Em relação ao método diagnóstico/exame físico:
• Grau 1: visível apenas ao ultassom
• Grau 2: detectável pela "abaulamento dos flancos" e
"submacicez móvel" ao exame físico
• Grau 3: claramente visível, confirmada pelo "sinal do
piparote/sinal de onda líquida" ao exame físico
17. CLASSIFICAÇÃO
Em relação a quantidade:
• Pequena monta: 100 – 500 mL
• Media: 500 – 1500 mL
• Grande monta: >1500 mL
18. CAUSAS MAIS FREQUENTES
• HEPATICAS – CIRROSE E FIBROSE ESQUISTOSSOMÓTICA)
• CARDIOCIRCULATÓRIAS – ICC TROMBOSE VENOSA
• RENAIS – SINDROME NEFRÓTICA
• INFLAMATÓRIAS – TB
• NEOPLÁSICAS – TU DE FIGADO, OVARIO, ESTOMAGO E CARCINOMATOSE
19. CAUSAS DE ASCITE
• Hipertensão portal: cirrose hepática, insuficiência hepática fulminante, obstrução venosa hepática (insuficiência cardíaca
congestiva, pericardite constritiva, miocardiopatia constritiva/restritiva, síndrome Budd-Chiari, doença veno-oclusiva).
• Processos malignos: carcinomatose peritonial, mesotelioma peritonial, linfoma (ascite quilosa), tumor de cólon, tumor de
rim, tumor de ovário.
• Infecciosas: tuberculose peritonial, síndrome de Fitz-Hugh-Curtis, peritonite bacteriana espontânea, infecções fúngicas,
parasitoses, peritonite infecciosa em pacientes HIV positivos.
• Renais: síndrome nefrótica, ascite da hemodiálise.
• Endócrinas: mixedema, síndrome de Meigs, tumor teratóide do ovário, síndrome da estimulação ovariana.
• Pancreáticas: pancreatite.
• Gastrintestinais: enteropatia perdedora de proteínas.
• Outras: lúpus eritematoso sistêmico, desnutrição.
23. LIQUIDO ASCITICO
• CITOMETRIA: Acima de 250 cels/mm3 = ascite infectada. Peritonite bacteriana
espontânea. Principalmente na cirrose alcoólica.
• ALBUMINA: deve ser feita a dosagem do soro também. Galb= Alb serica – Alb ascite
– valores acima de 1,1 correspondem hipertensão portal. Abaixo de 1,1- neoplasias,
carcinomatose, TB, Sd nefrótica
• GLICOSE: geralmente semelhante a do soro. Ascite tuberculosa e na secundária a
perfuração intestinal, valores são mais baixos.