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Artropatia por Cristais
Disciplina de Clínica Médica - Reumatologia
Artropatia por Cristais
•Doenças que ocorrem pela deposição de cristais nas
articulações ou outros tecidos e que podem se
manifestar com artrite aguda ou crônica
Artropatia por Cristais
•O diagnóstico dessas artropatias depende do aspirado e
do estudo do líquido sinovial, com o objetivo de
identificar cristais no microscópio sob luz polarizada
•Principais cristais:
• Cristais de monourato de sódio
• Cristais de Pirofosfato de cálcio
• Cristais de hidroxapatita
Gota
•Doença inflamatória e metabólica que cursa com
hiperuricemia e que ocorre pela deposição de cristais de
monourato de sódio nas articulações, ossos ou outros
tecidos
Gota
•Epidemiologia
• 9 homens x 1 mulher
• A prevalência de gota na mulher na pós-menopausa é
semelhante ao homem
• Prevalência
• 5 a 28/1000 homens
• 1 a 6/1000 mulheres
• Pico na 5ª década
Fisiopatologia
•Ácido úrico
• Produto final do metabolismo das purinas
• Ausência da enzima uricase em humanos
• Pode ser causada:
• Redução da excreção renal
• Superprodução de ácido úrico
• Combinação dos anteriores
Hiperuricemia
• Primária
• Na ausência de drogas ou doenças que alterem o balanço de ácido úrico
• Secundária
• Defeitos enzimáticos hereditários
• Fosforibosilpirofosfato sintetase
• Hipoxantinaguanina fosforibosiltransferase
• Deficiência de glicose 6-fosfatase
• Doenças que aumenta a produção de purina
• Doenças mieloproliferativas, neoplasias, psoríase, obesidade, síndrome de down
• Drogas/condições que aumentam a síntese de purina
• Etanol, dieta, deficiência de vitamina B12, drogas citotóxicas, laxantes,
Etambultol, diuréticos
Fisiopatologia
Fisiopatologia
Fisiopatologia
Gota – Formas Clínicas
•Artrite gotosa aguda
•Período intercrítico
•Recorrência crônica/gota tofácea
• Geralmente a doença segue esta sequência, com redução dos intervalos
intercríticos e desenvolvimento de artropatia crônica e tofos
Gota – Artrite Aguda
•Dor intensa, eritema, edema
•Geralmente monoarticular (* 1ª MTF)
•Resolução espontânea em poucos dias (mesmo sem
tratamento)
•Fatores predisponentes
• Trauma, cirurgia, fome, dieta, desidratação, drogas, álcool
Gota
Gota – Período Intercrítico
•Duração variável
•Extremamente incomum nas doenças articulares (com
exceção da gota e reumatismo palindrômico)
Gota – GotaTofácea Crônica
•Tofos
• Geralmente indolores
• Depósito de cristais cercado de inflamação granulomatosa
• Tecidos moles
Gota
Gota – Complicações Renais
•Nefropatia crônica
•Uropatia obstrutiva
Gota - Diagnóstico
•Diagnóstico definitivos -> presença de cristais de
monourato de sódio intracelulares na análise do líquido
sinovial
•Diagnóstico presumido pode ser feito de acordo com
achados clínicos, laboratoriais e radiológicos
•*Dosagem sérica de Ácido Úrico
Gota - Diagnóstico
Gota – Diagnóstico Diferencial
•Artrite séptica
•Trauma
•Pseudogota
Tratamento – Crise Aguda
•Princípios gerais
• Deve ser iniciado rapidamente e suspender medicação 2-3
dias após o término dos sintomas
• Não iniciar medicamentos que reduzem o ácido úrico
• A escolha do medicamento depende das comorbidades
Tratamento – Crise Aguda
•Anti-inflamatórios não-hormonais
•Colchicina
•Glicocorticóides
•Infiltração de glicocorticoide
•Anti IL-1
• Anakinra
• Canakimumabe
Tratamento – Prevenção de Recorrência
•Mudança de estilo de vida
• Obesidade e dieta
• Álcool
• Hipertensão e diuréticos
Tratamento – Prevenção de Recorrência
•Terapia Farmacológica – Indicações
• Ataques frequentes (> 2/ano)
• Sinais clínicos ou radiográficos de artrite crônica/tofos
• Gota + DRC
• Uricosúria > 1100mg/dia
Tratamento – Prevenção de Recorrência
•Terapia Farmacológica – Metas
• Ácido úrico sérico < 6mg/dL
• Considerar Ácido úrico < 5mg/dL se houver presença de tofo
Tratamento – Prevenção de Recorrência
•De maneira geral, o tratamento é iniciado pelo menos
após 2 semanas da crise aguda
•Duração indefinida
Tratamento – Prevenção de Recorrência• Alopurinol
• Inativação irreversível da xantina oxidase
• Dose habitual 300mg/dia (máxima 900mg/dia)
• Efeitos colaterais: citopenias, farmacodermia, síndrome de
hipersensibilidade ao alopurinol
• Benzobromarona
• Uricosúrico
• Indicados em pacientes hipoexcretores
• 50-200mg/dia
• *Nefrolitíase
Tratamento – Profilaxia durante início do
tratamento•Colchicina por 6 meses junto com o anti-
hiperuricemiante
•Ingesta de água
•Avaliar alcalinizar a urina
Doença por Pirofosfato
•Mais comum em idades avançadas
•Maior parte é assintomática
•Doenças relacionadas
• Hemocromatose, hiperparatireoidismo, hipomagnesemia, acromegalia,
DM
Doença por Pirofosfato – Formas Clínicas
•Assintomático
•Pseudogota
•Pseudoartrite reumatoide
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•Doença articular pseudoneuropática
Doença por Pirofosfato – Diagnóstico
•Líquido sinovial
• Presença de cristal com birrefringência fracamente positiva em forma de
barra
Doença por Pirofosfato – Diagnóstico
•Radiológico
• Calcificação, geralmente linear na fibrocartilagem ou cartilagem
articular
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•Infiltração
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  • 1. Artropatia por Cristais Disciplina de Clínica Médica - Reumatologia
  • 2. Artropatia por Cristais •Doenças que ocorrem pela deposição de cristais nas articulações ou outros tecidos e que podem se manifestar com artrite aguda ou crônica
  • 3. Artropatia por Cristais •O diagnóstico dessas artropatias depende do aspirado e do estudo do líquido sinovial, com o objetivo de identificar cristais no microscópio sob luz polarizada •Principais cristais: • Cristais de monourato de sódio • Cristais de Pirofosfato de cálcio • Cristais de hidroxapatita
  • 4. Gota •Doença inflamatória e metabólica que cursa com hiperuricemia e que ocorre pela deposição de cristais de monourato de sódio nas articulações, ossos ou outros tecidos
  • 5. Gota •Epidemiologia • 9 homens x 1 mulher • A prevalência de gota na mulher na pós-menopausa é semelhante ao homem • Prevalência • 5 a 28/1000 homens • 1 a 6/1000 mulheres • Pico na 5ª década
  • 6. Fisiopatologia •Ácido úrico • Produto final do metabolismo das purinas • Ausência da enzima uricase em humanos • Pode ser causada: • Redução da excreção renal • Superprodução de ácido úrico • Combinação dos anteriores
  • 7. Hiperuricemia • Primária • Na ausência de drogas ou doenças que alterem o balanço de ácido úrico • Secundária • Defeitos enzimáticos hereditários • Fosforibosilpirofosfato sintetase • Hipoxantinaguanina fosforibosiltransferase • Deficiência de glicose 6-fosfatase • Doenças que aumenta a produção de purina • Doenças mieloproliferativas, neoplasias, psoríase, obesidade, síndrome de down • Drogas/condições que aumentam a síntese de purina • Etanol, dieta, deficiência de vitamina B12, drogas citotóxicas, laxantes, Etambultol, diuréticos
  • 11. Gota – Formas Clínicas •Artrite gotosa aguda •Período intercrítico •Recorrência crônica/gota tofácea • Geralmente a doença segue esta sequência, com redução dos intervalos intercríticos e desenvolvimento de artropatia crônica e tofos
  • 12. Gota – Artrite Aguda •Dor intensa, eritema, edema •Geralmente monoarticular (* 1ª MTF) •Resolução espontânea em poucos dias (mesmo sem tratamento) •Fatores predisponentes • Trauma, cirurgia, fome, dieta, desidratação, drogas, álcool
  • 13. Gota
  • 14. Gota – Período Intercrítico •Duração variável •Extremamente incomum nas doenças articulares (com exceção da gota e reumatismo palindrômico)
  • 15. Gota – GotaTofácea Crônica •Tofos • Geralmente indolores • Depósito de cristais cercado de inflamação granulomatosa • Tecidos moles
  • 16. Gota
  • 17. Gota – Complicações Renais •Nefropatia crônica •Uropatia obstrutiva
  • 18. Gota - Diagnóstico •Diagnóstico definitivos -> presença de cristais de monourato de sódio intracelulares na análise do líquido sinovial •Diagnóstico presumido pode ser feito de acordo com achados clínicos, laboratoriais e radiológicos •*Dosagem sérica de Ácido Úrico
  • 20. Gota – Diagnóstico Diferencial •Artrite séptica •Trauma •Pseudogota
  • 21. Tratamento – Crise Aguda •Princípios gerais • Deve ser iniciado rapidamente e suspender medicação 2-3 dias após o término dos sintomas • Não iniciar medicamentos que reduzem o ácido úrico • A escolha do medicamento depende das comorbidades
  • 22. Tratamento – Crise Aguda •Anti-inflamatórios não-hormonais •Colchicina •Glicocorticóides •Infiltração de glicocorticoide •Anti IL-1 • Anakinra • Canakimumabe
  • 23. Tratamento – Prevenção de Recorrência •Mudança de estilo de vida • Obesidade e dieta • Álcool • Hipertensão e diuréticos
  • 24. Tratamento – Prevenção de Recorrência •Terapia Farmacológica – Indicações • Ataques frequentes (> 2/ano) • Sinais clínicos ou radiográficos de artrite crônica/tofos • Gota + DRC • Uricosúria > 1100mg/dia
  • 25. Tratamento – Prevenção de Recorrência •Terapia Farmacológica – Metas • Ácido úrico sérico < 6mg/dL • Considerar Ácido úrico < 5mg/dL se houver presença de tofo
  • 26. Tratamento – Prevenção de Recorrência •De maneira geral, o tratamento é iniciado pelo menos após 2 semanas da crise aguda •Duração indefinida
  • 27. Tratamento – Prevenção de Recorrência• Alopurinol • Inativação irreversível da xantina oxidase • Dose habitual 300mg/dia (máxima 900mg/dia) • Efeitos colaterais: citopenias, farmacodermia, síndrome de hipersensibilidade ao alopurinol • Benzobromarona • Uricosúrico • Indicados em pacientes hipoexcretores • 50-200mg/dia • *Nefrolitíase
  • 28. Tratamento – Profilaxia durante início do tratamento•Colchicina por 6 meses junto com o anti- hiperuricemiante •Ingesta de água •Avaliar alcalinizar a urina
  • 29. Doença por Pirofosfato •Mais comum em idades avançadas •Maior parte é assintomática •Doenças relacionadas • Hemocromatose, hiperparatireoidismo, hipomagnesemia, acromegalia, DM
  • 30. Doença por Pirofosfato – Formas Clínicas •Assintomático •Pseudogota •Pseudoartrite reumatoide •Pseudoosteoartrose •Doença articular pseudoneuropática
  • 31. Doença por Pirofosfato – Diagnóstico •Líquido sinovial • Presença de cristal com birrefringência fracamente positiva em forma de barra
  • 32. Doença por Pirofosfato – Diagnóstico •Radiológico • Calcificação, geralmente linear na fibrocartilagem ou cartilagem articular
  • 33.
  • 34. Doença por Pirofosfato –Tratamento •Infiltração •Colchicina •AINH •Hidroxicloroquina