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Desigualdades na Distribuição de
Equipamentos Culturais na
Cidade do Rio de Janeiro


Três questões:

 Como relação a cidade como espaço culturais
Que pensar os equipamentos
Considerando tais aspectos teriam múltiplo
com a

ordem socioeconômica e com a atual
como
lazer? possibilidades de lazer, como pensar no
situação das cidades, notadamente as
acesso a tais bens no âmbito municipal?
metrópoles?

de
 Nunca

se produziu tanto e de maneira tão eficaz
como hoje em dia.

 Quando

formos ricos teremos tempo suficiente
para nos preocupar com os problemas da
cultura.

 Podemos

identificar no imaginário da população
uma certa hierarquização das necessidades, na
qual saúde, educação e trabalho ocupam espaço
de predominante importância.
 Lazer

e Cultura são colocados em segundo

plano.
 Ficam

estes entendidos como solicitações para
um instante posterior, quando os primeiros
problemas estiverem sanados.

 Essa

compreensão é de certa forma referendada
pelo próprio poder público, mais preocupado
com questões econômicas do que com o bem
estar humano.


As secretarias de esporte, lazer e cultura estão
entre as que menor valor recebem nas negociações
políticas.



Também estando entre as que são contempladas
com a menor fatia do orçamento.



As preocupações com os espaços de lazer não são
recentes.



No Brasil, já no século XIX, destacadamente na
cidade do Rio de Janeiro, podemos encontrar as
primeiras iniciativas voltadas à organização e
controle das atividades de lazer da população.
 Paulatinamente

observa-se uma busca do espaço
público enquanto locus de vivência social e um
crescimento de um mercado de diversões.

 Acreditava-se

que as atividades de lazer
poderiam
funcionar
como
elementos
disciplinadores e de manutenção da ordem.

 Eram

em
geral
compreendidas
como
atenuadoras das mazelas que a modernidade
trazia para a sociedade brasileira.
 Perceptivelmente

a noção de ocupação do
espaço público sempre esteve mais voltada para
os interesses dos grupos sociais ligados às elites
econômicas.



O que terá havido nas últimas décadas, uma
destruição completa da esfera pública?

A

partir da década de 1970 notamos uma grande
transformação tecnológica.

 Produtos

de “Necessidade básica”
 Pode-se

observar que as pessoas se restringem
cada vez mais a seu espaço doméstico,
utilizando os equipamentos tecnológicos.

 As

camadas populares buscam alternativas de
organização no âmbito do lazer e da cultura.

O

avanço tecnológico ampliou o alcance da
cultura de massas.
 Como

ficam os espaços de lazer nesse contexto?


Clubes de bairro na cidade do Rio.

 Alguns

exemplos: Cassino Bangú (Bangu),
Sepetiba Esporte Clube (Sepetiba), Esporte
Clube São José (Magalhães Bastos), Lins Tênis
Clube e Vitória Esporte Clube (Lins), Esporte
Clube Mackenzie (Méier), Jabour Social Clube
(Senador Camará), Maxwell Esporte Clube (Vila
Isabel), entre muitos outros.
 Cinemas
 Em

de rua.

1955, o Rio de Janeiro atingiu o número
máximo de cinemas em sua história, cerca de
190, espalhados por quase 50 bairros.


Hoje temos cerca de 150 salas de cinema, mas
estas se distribuem somente por cerca de 20
bairros.



Os antigos cinemas, em sua grande maioria,
viraram igrejas evangélicas e supermercados, ou
foram divididos em várias pequenas salas.
 Ampliam-se

os complexos de diversão mas
hierarquiza-se (e privatiza-se) o espaço urbano.

 “Enclaves

fortificados“.

 Contemporaneamente,

observam-se iniciativas
de delimitação do acesso ao espaço público.

 As

cidades estão cada vez mais divididas,
notadamente as metrópoles.
 "a

individualização leva ao solapamento dos
vínculos. Desligados dos contratos do estado
social, os indivíduos sentem-se apenas usuários
da cidade, sem estarem comprometidos com os
problemas urbanos em geral" (Prigge, op.cit.,
p.53)

 Cidade-evento.
 Vive-se

a espreita de ocasiões...para fazer
negócios!


Por que pensar em facilitar o acesso aos
equipamentos
culturais,
prioritariamente
localizados no Centro e na Zona Sul da cidade, ainda
mais quando parte dos moradores dos bairros
"nobres" manifesta preocupações, explicitadas pelos
jornais, quanto ao fato de que os habitantes da
periferia possam vir a "destruir" os "seus" bens?
 Aspecto

físico;
 Aspecto financeiro;
 Aspecto relacionado à formação/predisposição.
 Não

adianta, a cidade possuir uma infinidade de
equipamentos públicos se as pessoas não são
estimuladas a frequentá-los. (Melo, Alves, 2003)

 Não

podemos concordar com a compreensão de
produção cultural como oferecimento de
eventos esporádicos.


O Rio de Janeiro é uma cidade privilegiada:

Possui mais de cinco museus;
 Dispõe de mais de 40 cinemas (com cerca de 147
salas);
 E mais de 100 teatros.




Mas ainda assim apresenta desigualdade na
distribuição de tais bens pelo espaço desta cidade.



A cidade do Rio de Janeiro possui 159 bairros,
divididos em 30 Regiões Administrativas (RA).
 Como

obter dados mais seguros que tais
avaliar e compreender melhor nos
diferenças identificarmunicípio queclareza tal
permitam em um
com mais
apresenta
características e condições sociais tão díspares?
situação?
 Equipamentos

culturais, segundo as Áreas de
Planejamento e Regiões Administrativas
 Equipamentos

culturais, segundo as Áreas de
Planejamento e Regiões Administrativas
A

cidade,
portanto,
dispõe
de
440
equipamentos, assim distribuídos: museus - 15%;
bibliotecas - 10%; centros culturais - 10,9%;
parques e florestas -3,6%; teatros - 27%; salas de
cinema - 33,4%.

A

distribuição destes equipamentos pela cidade
revela uma expressiva desigualdade, na medida
que 23,9% do total estão localizados na AP1, 42%
na AP2 e 15,9% na AP4, enquanto que 13,6%
estão situados na AP3 e apenas 4,5% na AP5 (ver
gráfico 1).
A

distribuição
no
plano
das
Regiões
Administrativas também revela desigualdades
consideráveis:

 23,3%

das trinta RA's não possuem nenhum dos
equipamentos pesquisados, enquanto que a RA
Botafogo e a RA Lagoa possuem respectivamente
17,3% e 12,5%. (ver gráfico 2)

 Ao

comparamos RA's com AP's, a situação parece
ainda mais alarmante: percebemos que a RA
Botafogo e a RA Centro sozinhas concentram
mais equipamentos que as AP3, AP4 e AP5.


Quanto maior o resultado, maior é a presença de
equipamentos culturais por habitante. Neste sentido, o gráfico
3 evidencia o quanto a cidade do Rio de Janeiro é desigual no
acesso aos equipamentos.
A

AP5 está "distante" 96,3% do conjunto de
oportunidades de acesso que a AP1 possui.
O

Índice de
Desenvolvimento Humano
(IDH) é calculado a partir
de variáveis que
englobam três dimensões:
saúde, educação e
economia.
 Isto

significa que há uma forte correlação entre
o número de equipamentos culturais e o IDH.

 Nas

AP's que possuem maiores IDH's há uma
concentração maior de equipamentos culturais.


Identificamos, de fato, uma grande desigualdade na
distribuição destes equipamentos, indicando que a
diferenciação sociocultural se revela também
espacialmente.



Redistribuição e desconcentração cultural para a
cidade do Rio de Janeiro.



O fato de uma determinada população possuir
equipamentos próximos a sua residência, não
determina que vá procurá-los com frequência.



"Torna-se difícil imaginar a transformação da
sociedade por meio da cultura se ela não chega ao
conjunto da população" (Brant, 2002, p.19)
A

política cultural poderá asfixiar ou proteger,
ser eficaz, prejudicial ou inócua: tudo
dependerá da sua adequação à comunidade, a
seus códigos e afazeres.



Montagem da apresentação: Paulo Vitor Previatto

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Equipamentos culturais da cidade do rio de janeiro - espaço, lazer e política

  • 1. Desigualdades na Distribuição de Equipamentos Culturais na Cidade do Rio de Janeiro
  • 2.  Três questões:  Como relação a cidade como espaço culturais Que pensar os equipamentos Considerando tais aspectos teriam múltiplo com a ordem socioeconômica e com a atual como lazer? possibilidades de lazer, como pensar no situação das cidades, notadamente as acesso a tais bens no âmbito municipal? metrópoles? de
  • 3.  Nunca se produziu tanto e de maneira tão eficaz como hoje em dia.  Quando formos ricos teremos tempo suficiente para nos preocupar com os problemas da cultura.  Podemos identificar no imaginário da população uma certa hierarquização das necessidades, na qual saúde, educação e trabalho ocupam espaço de predominante importância.
  • 4.  Lazer e Cultura são colocados em segundo plano.  Ficam estes entendidos como solicitações para um instante posterior, quando os primeiros problemas estiverem sanados.  Essa compreensão é de certa forma referendada pelo próprio poder público, mais preocupado com questões econômicas do que com o bem estar humano.
  • 5.  As secretarias de esporte, lazer e cultura estão entre as que menor valor recebem nas negociações políticas.  Também estando entre as que são contempladas com a menor fatia do orçamento.  As preocupações com os espaços de lazer não são recentes.  No Brasil, já no século XIX, destacadamente na cidade do Rio de Janeiro, podemos encontrar as primeiras iniciativas voltadas à organização e controle das atividades de lazer da população.
  • 6.
  • 7.  Paulatinamente observa-se uma busca do espaço público enquanto locus de vivência social e um crescimento de um mercado de diversões.  Acreditava-se que as atividades de lazer poderiam funcionar como elementos disciplinadores e de manutenção da ordem.  Eram em geral compreendidas como atenuadoras das mazelas que a modernidade trazia para a sociedade brasileira.
  • 8.  Perceptivelmente a noção de ocupação do espaço público sempre esteve mais voltada para os interesses dos grupos sociais ligados às elites econômicas.  O que terá havido nas últimas décadas, uma destruição completa da esfera pública? A partir da década de 1970 notamos uma grande transformação tecnológica.  Produtos de “Necessidade básica”
  • 9.  Pode-se observar que as pessoas se restringem cada vez mais a seu espaço doméstico, utilizando os equipamentos tecnológicos.  As camadas populares buscam alternativas de organização no âmbito do lazer e da cultura. O avanço tecnológico ampliou o alcance da cultura de massas.
  • 10.  Como ficam os espaços de lazer nesse contexto?
  • 11.  Clubes de bairro na cidade do Rio.  Alguns exemplos: Cassino Bangú (Bangu), Sepetiba Esporte Clube (Sepetiba), Esporte Clube São José (Magalhães Bastos), Lins Tênis Clube e Vitória Esporte Clube (Lins), Esporte Clube Mackenzie (Méier), Jabour Social Clube (Senador Camará), Maxwell Esporte Clube (Vila Isabel), entre muitos outros.
  • 12.  Cinemas  Em de rua. 1955, o Rio de Janeiro atingiu o número máximo de cinemas em sua história, cerca de 190, espalhados por quase 50 bairros.
  • 13.  Hoje temos cerca de 150 salas de cinema, mas estas se distribuem somente por cerca de 20 bairros.  Os antigos cinemas, em sua grande maioria, viraram igrejas evangélicas e supermercados, ou foram divididos em várias pequenas salas.
  • 14.  Ampliam-se os complexos de diversão mas hierarquiza-se (e privatiza-se) o espaço urbano.  “Enclaves fortificados“.  Contemporaneamente, observam-se iniciativas de delimitação do acesso ao espaço público.  As cidades estão cada vez mais divididas, notadamente as metrópoles.
  • 15.
  • 16.  "a individualização leva ao solapamento dos vínculos. Desligados dos contratos do estado social, os indivíduos sentem-se apenas usuários da cidade, sem estarem comprometidos com os problemas urbanos em geral" (Prigge, op.cit., p.53)  Cidade-evento.  Vive-se a espreita de ocasiões...para fazer negócios!
  • 17.  Por que pensar em facilitar o acesso aos equipamentos culturais, prioritariamente localizados no Centro e na Zona Sul da cidade, ainda mais quando parte dos moradores dos bairros "nobres" manifesta preocupações, explicitadas pelos jornais, quanto ao fato de que os habitantes da periferia possam vir a "destruir" os "seus" bens?
  • 18.  Aspecto físico;  Aspecto financeiro;  Aspecto relacionado à formação/predisposição.  Não adianta, a cidade possuir uma infinidade de equipamentos públicos se as pessoas não são estimuladas a frequentá-los. (Melo, Alves, 2003)  Não podemos concordar com a compreensão de produção cultural como oferecimento de eventos esporádicos.
  • 19.  O Rio de Janeiro é uma cidade privilegiada: Possui mais de cinco museus;  Dispõe de mais de 40 cinemas (com cerca de 147 salas);  E mais de 100 teatros.   Mas ainda assim apresenta desigualdade na distribuição de tais bens pelo espaço desta cidade.  A cidade do Rio de Janeiro possui 159 bairros, divididos em 30 Regiões Administrativas (RA).
  • 20.
  • 21.
  • 22.  Como obter dados mais seguros que tais avaliar e compreender melhor nos diferenças identificarmunicípio queclareza tal permitam em um com mais apresenta características e condições sociais tão díspares? situação?
  • 23.  Equipamentos culturais, segundo as Áreas de Planejamento e Regiões Administrativas
  • 24.  Equipamentos culturais, segundo as Áreas de Planejamento e Regiões Administrativas
  • 25. A cidade, portanto, dispõe de 440 equipamentos, assim distribuídos: museus - 15%; bibliotecas - 10%; centros culturais - 10,9%; parques e florestas -3,6%; teatros - 27%; salas de cinema - 33,4%. A distribuição destes equipamentos pela cidade revela uma expressiva desigualdade, na medida que 23,9% do total estão localizados na AP1, 42% na AP2 e 15,9% na AP4, enquanto que 13,6% estão situados na AP3 e apenas 4,5% na AP5 (ver gráfico 1).
  • 26.
  • 27. A distribuição no plano das Regiões Administrativas também revela desigualdades consideráveis:  23,3% das trinta RA's não possuem nenhum dos equipamentos pesquisados, enquanto que a RA Botafogo e a RA Lagoa possuem respectivamente 17,3% e 12,5%. (ver gráfico 2)  Ao comparamos RA's com AP's, a situação parece ainda mais alarmante: percebemos que a RA Botafogo e a RA Centro sozinhas concentram mais equipamentos que as AP3, AP4 e AP5.
  • 28.
  • 29.  Quanto maior o resultado, maior é a presença de equipamentos culturais por habitante. Neste sentido, o gráfico 3 evidencia o quanto a cidade do Rio de Janeiro é desigual no acesso aos equipamentos.
  • 30. A AP5 está "distante" 96,3% do conjunto de oportunidades de acesso que a AP1 possui.
  • 31. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é calculado a partir de variáveis que englobam três dimensões: saúde, educação e economia.
  • 32.  Isto significa que há uma forte correlação entre o número de equipamentos culturais e o IDH.  Nas AP's que possuem maiores IDH's há uma concentração maior de equipamentos culturais.
  • 33.  Identificamos, de fato, uma grande desigualdade na distribuição destes equipamentos, indicando que a diferenciação sociocultural se revela também espacialmente.  Redistribuição e desconcentração cultural para a cidade do Rio de Janeiro.  O fato de uma determinada população possuir equipamentos próximos a sua residência, não determina que vá procurá-los com frequência.  "Torna-se difícil imaginar a transformação da sociedade por meio da cultura se ela não chega ao conjunto da população" (Brant, 2002, p.19)
  • 34. A política cultural poderá asfixiar ou proteger, ser eficaz, prejudicial ou inócua: tudo dependerá da sua adequação à comunidade, a seus códigos e afazeres.  Montagem da apresentação: Paulo Vitor Previatto