1) O desenvolvimento do comércio nos séculos XI-XIII levou à recuperação da cultura escrita e aumento da alfabetização.
2) A invenção da imprensa por Gutenberg no século XV permitiu a mercadorização e difusão do livro.
3) Nos séculos XV-XVIII, novas ideias filosóficas, mercantis e técnicas, juntamente com contextos econômicos e políticos, moldaram o desenvolvimento da imprensa.
1. A emergência e desenvolvimento
da Imprensa
(sécs. XV-XIX):
consequência contextualizada da sua era,
e não a sua causa
2. Comércio como vector decisivo (sécs. XI-XIV)
sécs. V-XI:
Paralisação do comércio europeu, suscitada pelas invasões bárbaras
sécs. XI-XIII:
Contacto com a cultura árabe
Recuperação da cultura ancestral Grega e Romana
Escassez de pergaminho na Europa e assimilação do papel
Ressurgimento da cultura escrita
Adaptação da cunhagem (ourivesaria), para substituição da escrita à mão
Comércio recupera dinamismo
Urbanização e êxodo rural
Escrita assume nova importância com a contabilidade e o notariado
Emergência de escolas de natureza mercantil (Itália, séc. XIII)
Aumento (lento) da alfabetização
Emergência de universidades
sécs. XIV-XV:
turbulência social
Guerra dos Cem anos
Peste Negra
Recessão económica
Humanismo
reinvenção da pontuação como vector de universalização do entendimento
recuperação do Latim como matriz
3. Redes e Política (sécs. XV-XVI)
Desenvolvimento da indústria metalúrgica alemã
invenção, por Gutenberg (1450), da primeira Imprensa
formatação do texto (pontuação, ordenação por parágrafos,
paginação) passa a obedecer a um duplo critério:
exequibilidade e eficiência, por influência dos impressores
clareza linguística, por influência Humanista
Mercadorização do livro e emergência das redes
da cópia individual à edição
da venda individual à feira
do editor individual ao colectivo de editores
centros de comércio assumem papel decisivo na difusão do
livro
tensão latim/línguas vernáculas
novo campo de batalha política e simbólica
(re)delimitação de fronteiras
4. Novas ideias e novos fluxos
novo espírito filosófico (compatibilização cada vez mais difícil entre Teologia e Filosofia):
o Renascimento
recuperação da Antiguidade Clássica, (sobretudo Romana)
recusa dos dogmas eclesiásticos (redução do mundo a uma criação divina
inacessível à compreensão humana)
o Secularismo – recusa da centralidade política da Religião
o Humanismo
o Homem como centro
ênfase da particularidade e dignidade do indivíduo
desenvolvimento do sistema educativo
aumento da consulta de imprensa
aumento do debate em espaços públicos (cafés)
aumento da circulação de ideias
as redes informais como precursores da circulação de ideias (ex: Erasmo)
novo espírito mercantil:
crise económica e social
êxodo rural e urbanização
a cidade como espaço de Comunicação – recuperação da ideia Romana de
espaço público
o Mercantilismo
a cidade como espaço de comércio
expansão do conhecimento geográfico
expansão das trocas com (re)conhecimento de novos mercados disponíveis
o Secularismo – tensão política burguesia/aristocracia
5. Novas ideias e novos suportes
novo espírito técnico (compatibilização cada vez mais difícil entre Teologia e
Filosofia):
o Renascimento
recusa dos dogmas eclesiásticos (redução do mundo a uma criação
divina inacessível à acção humana)
o conhecimento enquanto pré-condição de transformação técnica
do mundo (Francis Bacon e a aplicação do conhecimento em
invenções técnicas que domestiquem o mundo e permitam o
progresso civilizador)
o Materialismo
o mundo passível de intervenção humana, empírica, “palpável”
a intervenção no mundo passível de avaliação em termos de
eficiência e eficácia
desenvolvimento da tipografia, mecanismo de impressão de texto
baseado na gravação originalmente usada na cunhagem de moeda
desenvolvimento técnico do papel (substituto do pergaminho) como
suporte de texto impresso
necessidade de um meio de difusão portátil, partilhável, transportável,
compatível com a noção de espaço público e de redes de
conhecimento
6. Imprensa e Modernidade:
Contexto Económico-Político
Que suportes?
livros
panfletos
Para que fins?
informativos (imprensa enquanto vector de coesão social)
propaganda (imprensa enquanto veículo de aspirações sociais)
Em que condições?
ao aumento da procura corresponde uma periodicidade mais regular
e constante
a (re)acção dos Governos como vector decisivo
constrangimentos à emissão de licenças
imposição de taxas
reconhecimento político (no final do séc. XVIII, com a Revolução
Francesa (1789) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos)
em contextos de recessão económica, alterações de modelos de
financiamento estagnam a imprensa “séria”, suscitando o avanço da
imprensa popular
imprensa de massas norte-americana como expoente (final do
séc. XIX)
7. A emergência e desenvolvimento
da Imprensa
(sécs. XV-XIX):
consequência contextualizada da sua era,
e não a sua causa