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DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO
                             SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS




                                                               Filomeno Pequicho
                                                                fipeng@gmail.com

 1   RESUMO                                                                 43   seguramente, o processo que directamente antecedeu a
 2                                                                          44   produção contínua de tijolos de barro que, por volta de
 3   Esta monografia pretende abordar a problemática da                     45   1200 a.C. se generalizou na Europa e Ásia.
 4   deterioração em paredes não estruturais inseridas na                   46
 5   envolvente dos edifícios habitacionais, constituídas por               47   Os tijolos para construção utilizam fundamentalmente dois
 6   um ou mais panos de alvenaria de tijolo furado e                       48   tipos de matéria-prima; O barro e o betão.
 7   revestidas a argamassa de reboco em ambos os lados.                    49   Este trabalho será direccionado para as paredes que
 8   Numa primeira fase pretende-se dar ênfase à                            50   utilizam alvenarias construídas com tijolos de barro
 9   sintomatologia evidenciada após a degradação das                       51   comummente designado de argila e que, após a sua
10   paredes, seguindo-se uma abordagem às causas e                         52   moldagem são submetidos a um processo de cozedura de
11   mecanismos que contribuem para o aparecimento das                      53   modo a melhorar as suas características quer químicas
12   patologias que conduzem, por qualquer forma ou                         54   quer as mecânicas.
13   processo, a uma diminuição das suas capacidades                        55
14   funcionais inicialmente previstas e, consequentemente á                56   A argila e mais concretamente o barro vermelho, á muito
15   sua deterioração.                                                      57   que se tornou num dos principais materiais de construção
16                                                                          58   de edifícios tendo esta eleição sido obtida pelas mais
17   PALAVRAS-CHAVE                                                         59   variadas causas desde a sua sustentabilidade assente na
18                                                                          60   biodegradabilidade do material, facilidade e baixo custo de
19   Sintomas,     deterioração,      mecanismos,       paredes,            61   fabricação, utilização de material normalmente existente
20   alvenaria.                                                             62   na região produtora, elevado conforto térmico, acústico e
21                                                                          63   hidráulico, boa resistência à compressão entre outras,
22   ABSTRACT                                                               64   características que o tornaram no material quase exclusivo
23
24                                                                          65   na elevação de paredes, incluindo, até á poucas décadas, as
25   This monograph seeks to address the problem of                         66   paredes resistentes (ex: alvenaria confinada), nos edifícios
26   deterioration in bearing walls inserted in the envelope of             67   construídos desde a idade média á actualidade.
27   residential buildings, consisting of one or more pieces of             68

28   brick masonry and covered with mortar stuck plaster on                 69   De forma a garantir uma universalidade do fabrico e
29   both sides. Initially intended to emphasize the symptoms               70   utilização funcional dos tijolos de barro bem como
30   observed after the degradation of the walls, followed by an            71   garantir regras comuns nos processos de cálculo quer
31   approach to the causes and mechanisms contributing to the              72   estrutural, térmico, acústico ou hidráulico, actualmente o
32   emergence of diseases that lead, in any form or process, a             73   fabrico dos tijolos de barro foi normalizado [NP 80 e
33   reduction in their functional capabilities initially provided          74   NP834] quer nas dimensões quer nas suas características
     and consequently to its deterioration.                                 75   mecânicas ou químicas.
34                                                                          76
35   KEYWORDS                                                               77   Existem actualmente dois grandes grupos de tijolos de
36                                                                          78   barro: i)Tijolos maciços, ii)Tijolos furados ou perfurados.
37   Symptoms, deterioration, mechanisms, walls, masonry.                   79
38                                                                          80   Para cada um destes grupos, existem vários tipos de
39   1 INTRODUÇÃO                                                           81   tijolos: i)Tijolo maciço em superfície lisa, ii)Tijolo maciço
40                                                                          82   em superfície tosca, iii)Tijolo maciço refractário, iv)Tijolo
41   A utilização da terra crua para produção de tijolos de                 83   maciço vidrado, v)Tijolo maciço flutuante, vi)Tijolo
42   adobe remonta á mais de 10.000 anos sendo este

                                                                      –1–
DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO
                                         SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS
                                                  Filomeno Pequicho


 1   furado e perfurado com vários furos e superfície lisa,              63
 2   vii)Tijolo furado com vários furos e superfície de encaixe          64   As Alvenarias definem-se, de acordo com o §1.4.2.1 do
 3                                                                       65   Eurocódigo 6 em i)Alvenarias, ii)Alvenaria armada,
 4   Neste trabalho, designa-se de “Parede”, o conjunto da               66   iii)Alvenaria pré-esforçada, iv)Alvenaria confinada,
 5   construção constituída por um ou mais panos de parede               67   v)Aparelho de alvenaria.
 6   em alvenaria de tijolo furado, os espaços entre panos,              68
 7   preenchidos ou não por materiais isolantes térmico-                 69   2.2 Espaço entre panos e isolamentos térmicos
 8   acústicos bem como os revestimentos superficiais                    70
 9   aplicados tais como argamassas de reboco e tintas de                71   As paredes que utilizam mais do que um pano de
10   protecção. Encontram-se ainda incluídos na definição de             72   alvenaria, regra geral, apresentam um espaço entre panos e
11   “Parede” os elementos estruturais designadamente os                 73   que pode ser total ou parcialmente preenchido com
12   pilares e vigas em betão armado.                                    74   material de isolamento térmico-acústico sendo aqui
13                                                                       75   utilizado normalmente o EPS (placas de espuma de
14   Esta monografia divide-se em três aspectos básicos que              76   poliestireno expandido), XPS (placas de espuma de
15   conduzirão a uma melhor compreensão do processo de                  77   poliestireno extrudido), placas ou rolo de lã mineral MW
16   deterioração das paredes de alvenaria de tijolo furado. São         78   (vidro ou rocha), ICB (placas de aglomerado de cortiça
17   eles;                                                               79   expandida), PUR (espuma de poliuretano ex: projectado)
18       -A sintomatologia evidenciada quer à superfície quer            80   entre outros.
19       dentro da própria parede e que constitui o processo             81
20       evolutivo da degradação do conjunto;                            82   Será conveniente salientar que os materiais de isolamento
21       -As causas que estão por detrás do aparecimento                 83   térmico poderão igualmente ser aplicados tanto pelo
22       desses sintomas;                                                84   interior como pelo exterior dos panos de alvenaria.
23       -Os mecanismos que desencadeiam essas causas e que              85
24       dão início ao processo de degradação das paredes.               86   As placas em espuma de poliestireno EPS ou XPS,
25                                                                       87   produzidas a partir de polímeros (material plástico como o
26   2 CARACTERIZAÇÃO DAS PAREDES DE                                     88   estireno) cuja matéria base, são os hidrocarbonetos
27   ALVENARIA DE TIJOLO FURADO COM                                      89   (proveniente do petróleo), têm baixa condutibilidade
28   REVESTIMENTO EM ARGAMASSA DE REBOCO                                 90   térmica, boa resistência mecânica e hidráulica mas
29                                                                       91   resistem mal face á chama. Idênticas características têm as
30   As paredes de alvenaria que utilizam na sua composição              92   espumas de poliuretano projectado e que são produzidas a
31   estrutural tijolo furado de barro vermelho, caracterizam-se         93   partir de compostos químicos sintéticos.
32   por ser elementos laminares, estruturalmente resistentes ou         94   As lãs minerais MW, produzidas a partir de matérias-
33   não, aplicáveis, entre outros, na construção das                    95   primas naturais (minerais) e completamente renováveis
34   envolventes exteriores ou interiores dos edifícios ou como          96   tais como a rocha vulcânica (lã de rocha) ou sílica (lã de
35   simples elementos divisórios de espaços com distinta                97   vidro) bem como os aglomerados de cortiça expandida
36   utilização.                                                         98   ICB que são produzidos igualmente com matéria-prima
37   O Eurocódigo 6 em §1.4.2.9 define 11 tipos distintos de             99   natural e renovável, têm igualmente bom desempenho
38   parede; i)Parede resistente, ii)Parede simples; iii)Parede      100      térmico, são permeáveis ao vapor de água têm melhor
39   dupla, iv)Parede composta, v)Parede dupla preenchida            101      comportamento face ás chamas sendo o ICB praticamente
40   com betão, vi)Parede de face à vista, vii)Parede com            102      ignífugo e apresenta excelente resistência mecânica.
41   juntas descontínuas, viii)Parede cortina, ix)Parede             103
42   resistente ao corte, x)Parede de contraventamento,              104      Estes materiais deverão cumprir com as várias
43   xi)Parede não resistente.                                       105      especificações normativas consoante as características de
44                                                                   106      desempenho exigidas, nomeadamente características
45   2.1 Alvenarias de tijolo furado                                 107      acústicas, térmicas, higrométricas, estruturais e resistência.
46                                                                   108      Apresentam-se no Quadro 1 as Normas a exigidas a cada
47   Construídas a partir da sobreposição alinhada dos tijolos,      109      um dos materiais anteriormente referidos:
48   com disposição ao alto ou ao baixo, podem apresentar um,        110
49   dois ou mais panos de alvenaria. As mais comuns                 111      Quadro 1 – Normas aplicáveis aos materiais isolantes térmicos
50   executam-se com um pano para as paredes divisórias ou                    Material                        Norma aplicável
51   utilizam dois panos de alvenaria para as paredes da                      EPS                             EN 14933:2007
52   envolvente exterior ou interior ou ainda em paredes                      XPS                             EN 14934:2007
53   divisórias entre fogos distintos. A solidarização entre os               MW                              EN 14064-1: 2010
54   tijolos é executada com juntas verticais e horizontais, em               ICB                             EN 13170:2008
                                                                              PUR                             EN 13165:2008
55   argamassa de cimento e areia convencional, argamassa-
                                                                     112      Fonte: European Commission – Enterprise – Regulatory policy -
56   cola ou argamassa leve (§3.2.1 do EC6) sendo as                 113      NANDO
57   argamassas convencionais as mais utilizadas, com                114
58   espessuras que variam entre 10 a 15mm e propriedades            115      O grande objectivo da utilização destes materiais nas
59   mecânicas e químicas de acordo com o prescrito no §3.2.2        116      paredes dos edifícios é exclusivamente o aumento da
60   do EC6. Regra geral as paredes encontram-se confinadas          117      resistência térmico-acústica do conjunto.
61   por elementos estruturais que podem ser em betão ou             118
62   perfis metálicos.

                                                                   –2–
DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO
                                        SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS
                                                 Filomeno Pequicho


 1   2.3 Revestimentos em argamassa de reboco                           62   Deveremos referir igualmente as tintas intumescentes
 2                                                                      63   utilizadas na protecção contra incêndios.
 3   Quanto aos revestimentos superficiais dos panos de                 64   Existem ainda muitos outros tipos de tinta cuja sua
 4   alvenaria, quer pelo interior quer pelo exterior,                  65   aplicabilidade não serve os propósitos desta monografia.
 5   abordaremos neste trabalho apenas os que se executam               66
 6   com argamassa de reboco.                                           67   3 O PROCESSO DETERIORATIVO DAS PAREDES
 7   As argamassas de reboco cujas especificações deverão               68
 8   obedecer às normas EN 998 partes 1 e 2, têm espessuras,            69   A evolução das paredes de alvenaria em Portugal quer nos
 9   regra geral, entre 12 e 20mm e, de acordo com as suas              70   processos de construção quer nos materiais utilizados,
10   propriedades e utilização podem definir-se nos seguintes           71   trouxe, sem dúvida, benefícios nomeadamente de carácter
11   tipos: i)Argamassa de reboco de uso geral, ii)Argamassa            72   económico, resistência hidráulica, térmica, acústica,
12   de reboco leve iii)Argamassa de reboco colorida,                   73   química e biológica, diminuição no peso próprio bem
13   iv)Argamassa de reboco monocamada (monomassa),                     74   como facilidade de execução e manuseamento dos
14   v)Argamassa de reboco de renovação, vi)Argamassa de                75   materiais envolvidos. Curiosamente as características que
15   isolamento térmico.                                                76   tornam estes benefícios uma realidade, são as mesmas que
16                                                                      77   lhe conferem vulnerabilidade. De facto, com a utilização
17   Podem classificar-se as argamassas em:                             78   simultânea de uma variedade elevada de materiais de
18      -Argamassas tradicionais: são preparadas em obra,               79   características e comportamentos tão diferentes quer do
19      segundo procedimentos milenares. Este método é                  80   ponto de vista estrutural, térmico, higroscópio quer sob o
20      muito grosseiro, sujeito a erros graves e outros                81   ponto de vista do seu comportamento face a ataques
21      inconvenientes abordados mais adiante.                          82   químicos e/ou biológicos, as paredes tornaram-se
22      -Argamassas fabris: são preparadas em unidade fabril            83   elementos de construção de intervenção constante e de
23      segundo padrões de controlo elevados.                           84   cuidado acrescido durante o processo da sua execução. A
24                                                                      85   acrescer a estes factores poderemos ainda referir o facto de
25   Basicamente, as argamassas de reboco resultam da mistura           86   igualmente se terem alterado as suas características de
26   ponderada de um ou mais ligantes (cimento e/ou cal                 87   carácter funcional bem como o aumento significativo das
27   hidráulica), um ou mais agregados (areia do mar/rio) e             88   exigências a vários níveis a elas atribuídas devidas ao
28   água, em quantidades que variam com a natureza da                  89   elevado grau de exigência de conforto e funcionalidade
29   utilização e o meio onde se aplique.                               90   com que se projectam os espaços que estas envolvem.
30   Poderão ainda ser aditivados, no acto do fabrico, produtos         91
31   em pó ou líquido tendentes a melhorar o desempenho                 92   3.1 Sintomas
32   mecânico ou estrutural das argamassas, dependendo do               93
33   fim a que de destinem, da agressividade do meio ambiente           94   Os sintomas de degradação das paredes de alvenaria
34   onde se apliquem ou da durabilidade que se pretenda                95   podem resultar de anomalias i)estruturais e ii)não
35   atingir.                                                           96   estruturais.
36                                                                      97
37   Cumulativamente a estes aditivos, as argamassas de                 98   Os sintomas estruturais estão normalmente associados a
38   reboco poderão ser estruturalmente reforçadas utilizando           99   causas mecânicas que afectam as paredes de alvenaria.
39   redes metálicas, redes em poliéster ou fibra de vidro,         100      Das anomalias estruturais resultam, regra geral, sintomas
40   fibras de sisal entre muitos outros, garantindo um melhor      101      de i)forte fissuração, ii)perda da estabilidade dos apoios
41   comportamento á retracção bem como a tensões                   102      nas paredes de alvenaria, iii)menor resistência à flexão da
42   tangenciais de tracção ou de compressão, normalmente           103      parede quando constituída por mais de um pano de parede,
43   responsáveis por fendilhações superficiais.                    104      iv)empenamento da superfície, v)esmagamento dos
44                                                                  105      blocos.
45   Tradicionalmente as argamassas de reboco têm como              106
46   principal objectivo proteger as alvenarias dos agentes         107      Os sintomas não estruturais constituem a grande maioria
47   mecânicos, atmosféricos e/ou químicos bem como conferir        108      das anomalias existentes nas paredes de alvenaria de
48   maior solidez ao pano de alvenaria.                            109      tijolo, nomeadamente as exteriores.
49                                                                  110      A este grande grupo de anomalias das paredes de alvenaria
50   2.4 Protecção às argamassas de reboco - Pinturas               111      estão associados sintomas de i)humidade, ii)fissurações,
51                                                                  112      iii)eflorescências / criptoflorescências, iv)envelhecimento
52   As pinturas constituem o principal acabamento superficial      113      e degradação dos materiais, v)pulverulência, vi)presença
53   das paredes quer exteriores quer as interiores.                114      de microrganismos ou de organismos vivos, vii)descasque/
54   A tinta, produto pigmentado, geralmente líquido que,           115      descamação        dos      matérias     de     revestimento,
55   quando aplicado em camadas finas sobre uma superfície,         116      viii)aparecimento de manchas, ix)bolsas de água sob
56   constitui uma película sólida, (algumas com fortes             117      pintura, x)humidades.
57   característica de elasticidade como a tinta de borracha),      118
58   insolúvel na água, resistente, aderente e opaca cuja           119      3.2 Causas e mecanismos
59   principal característica é, nas paredes exteriores, a          120
60   protecção hidráulica e nas paredes interiores o efeito         121      As causas e os mecanismos associados aos sintomas
61   decorativo.                                                    122      deteriorativos das paredes têm, regra geral, o seu início


                                                                  –3–
DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO
                                         SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS
                                                  Filomeno Pequicho


 1   ainda em fase de projecto das construções e prolongam-se            63   As patologias devidas à humidade e que resultam na
 2   para além da utilização dos espaços que envolvem.                   64   alteração    das     propriedades    físicas/químicas   e,
 3   É fundamental perceber que a deterioração de uma parede             65   consequentemente, na degradação dos materiais, são, na
 4   acompanha o seu período de vida, podendo e devendo esta             66   maioria dos casos, causadas por i)humidade resultante da
 5   ser minimizada ou anulada, mesmo que temporariamente,               67   secagem dos materiais, ii)humidade relativa no interior da
 6   com intervenções apropriadas e em tempo conveniente.                68   construção, iii)humidade no terreno, iv)humidade devida à
 7                                                                       69   água da chuva, v)humidade do ar exterior, vi)humidade
 8   Na origem da degradação das paredes podem estar                     70   ascensional, vii)humidade devida a causas acidentais,
 9   factores humanos (directa ou indirectamente ligados ao              71   viii)humidade ascensional, ix)humidade por rotura de
10   projecto ou falta dele, durante a fase de execução em obra,         72   canalizações. Todos estes factores resultam rm
11   na fase de utilização da construção ou factores acidentais)         73   mecanismos de transferência de humidade às paredes
12   ou naturais (tais como factores de ordem física, química,           74   através    de     fenómenos      conhecidos     como     a
13   biológica ou acidentes naturais).                                   75   higroscopicidade e/ou capilaridade dos materiais ou
14                                                                       76   condensações externas ou internas.
15   Desenvolvendo a sequência descrita em 3.1, comecemos                77
16   por abordar as causas e mecanismos que levam à                      78   Patologias como a eflorescência, criptoflorescência,
17   degradação das paredes de alvenaria de tijolo por motivos           79   envelhecimento e degradação dos materiais, pulverulência,
18   estruturais.                                                        80   presença de microrganismos ou de organismos vivos ou o
19                                                                       81   aparecimento de manchas associam cumulativamente mais
20   Para cada um dos sintomas aqui abordados, estão-lhe                 82   do que um factor onde a humidade, regra geral, se
21   sempre associadas mais do que uma causa ou mecanismo                83   encontra presente.
22   desencadeante                                                       84
23                                                                       85   As causas patológicas que conduzem à fissuração de
24   Qualquer dos factores a seguir indicados, pode,                     86   carácter não estrutural resultam i)da retracção de secagem
25   dependendo da sua gravidade, causar a perda parcial ou              87   das argamassas de revestimento, ii)de reacções químicas
26   total da estabilidade da parede.                                    88   nas argamassas acompanhadas de expansão de alguns
27                                                                       89   materiais, iii)variações térmicas dos elementos de
28   A degradação estrutural das paredes de alvenaria de tijolo          90   confinamento das paredes, iv)variações de humidade que
29   está associada a i)erro no dimensionamento da parede ou             91   envolvem tensões de fendilhação significativa.
30   falta de pormenorização construtiva em projecto,                    92
31   ii)deficiente escolha de materiais, iii)escolha de métodos          93   Também o envelhecimento, a degradação dos materiais
32   construtivos inadequados, iv) falta de rigidez à flexão             94   quer estruturais (tijolo e/ou argamassas de assentamento)
33   horizontal devido á falta de grampeamento entre panos de            95   quer de revestimento (argamassas de reboco e/ou
34   alvenaria, v)falta de ligação entre o pano de parede e os           96   pinturas), uma composição desajustada das argamassas de
35   elementos estruturais confinantes, vi)flecha excessiva nas          97   revestimento ou ainda uma escolha incorrecta da tinta a
36   lajes de apoio, vii)assentamentos diferenciais nas                  98   aplicar como revestimento final, induzem a uma
37   fundações, viii)excessivo movimento rotacional da                   99   aceleração na degradação do conjunto que caracteriza a
38   estrutura, ix)interrupção da rigidez das paredes com            100      alvenaria.
39   inclusão de tubos de queda, coretes para instalação             101
40   técnicas ou chaminés, x)deficiente apoio dos panos de           102      4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
41   parede, nomeadamente os que constituem a envolvente             103
42   exterior dos edifícios.                                         104      As paredes executadas em alvenaria e mais concretamente
43                                                                   105      as que utilizam blocos de tijolo furado na sua construção,
44   A fissuração nas paredes enquanto anomalia estrutural,          106      desempenham à muito um papel primordial na construção
45   pode estar associado a factores de actividade continuada        107      de edifícios qualquer que seja a sua utilização.
46   ou passiva. A actividade continuada da qual resultam            108
47   fissuras activas, provoca um constante e continuado             109      Com o desenvolvimento de novos materiais tecnicamente
48   aumento na abertura das fendas mesmo após a sua                 110      mais evoluídos quer na sua resistência mecânica, química
49   reparação e, regra geral, requer uma intervenção mais           111      ou biológica, quer na facilidade de aplicação e até na sua
50   profunda e a nível da estrutura de apoio e/ou                   112      preferência arquitectónica, poderá, no futuro, não estar
51   confinamento. A fissuração passiva termina após                 113      garantida a continuidade da utilização em paredes, dos
52   reparação (reabilitação) da mesma. Embora esta última           114      tradicionais blocos de barro revestidos a argamassas de
53   possa estar igualmente ligada a factores externos à própria     115      cimento. Contudo importa não esquecer que todos esses
54   alvenaria, acontece que, se o fenómeno que provoca a            116      novos materiais se desenvolvem sob o legado dos estudos
55   fissura cessar, cessa igualmente a abertura da fenda.           117      e ensaios efectuados ao longo dos tempos ás tradicionais
56                                                                   118      paredes de alvenaria, onde o objectivo final será o da
57   As causas não estruturais, partilham com outros elementos       119      obtenção de elementos capazes de desempenhar as
58   construtivos,    patologias devidas      à i)humidade,          120      mesmas funções até aqui conseguidas, sem as patologias
59   ii)fissuração, iii)envelhecimento e degradação dos              121      anteriormente mencionadas, garantindo ainda novos
60   materiais e iv)composição desajustada face ás exigências        122      atributos, com certeza, ligados a maiores resistências, á
61   necessárias a cada caso.                                        123      domótica bem como acompanhando o desenvolvimento da
62                                                                   124      arquitectura de fachadas ou divisórias interiores.

                                                                   –4–
DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO
                                        SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS
                                                 Filomeno Pequicho


 1   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                                          30          Seminário sobre Paredes de Alvenaria, P.B. Lourenço
 2                                                                       31          & H. Sousa (Eds.), Porto,2002 (20 páginas).
 3   [1] Silva, J. Mendes – “Alvenarias não estruturais,                 32   [8]    Sousa, Vitor; Pereira, Dias Fernando; Brito, Jorge. –
 4       Patologias e Estratégias de Reabilitação” - Seminário           33          “Rebocos Tradicionais: Principais Causas de
 5       sobre Paredes de Alvenaria, P.B. Lourenço & H.                  34          Degradação” Lisboa 2005 (18 páginas)
 6       Sousa (Eds.), Porto,2002 (20 páginas).                          35   [9]    EC6 – NP-ENV-1996-1-1 – 2000 - Estruturas de
 7   [2] Santos, Pedro Henriques Coelho, Filho, António                  36          Alvenaria –Regras Gerais
 8       Freitas Silva – “Eflorescências: Causas e                       37   [10]   Paiva, José Vasconcelos; Aguiar, José; Pinho, Ana –
 9       Consequências”, Brasil (16 páginas).                            38          “Guia Técnico de Reabilitação Habitacional” –
10   [3] Silva, J. Mendes; Carvalhal, Mário J.; Vicente,                 39          Volumes I e II – INH & LNEC, 1ª edição, 2006.
11       Romeu S. – “Reforço Mecânico de Fachadas de                     40   [11]   Freitas, Vasco Peixoto de Freitas; Torres, Maria
12       Alvenaria de Tijolo: Reabilitação de Cunhais e                  41          Isabel; Guimarães, Ana Sofia. – “Humidade
13       Grampeamento Metálico Pós-Construção”. 3º                       42          Ascencional” – FEUP edições, 1ª edição 2008.
14       Encontro de Conservação e Reabilitação de Edifícios             43   [12]   Henriques, Fernando M. A. – “Humidade em
15       (3º ENCORE), LNEC; Lisboa, Maio 2003 (10                        44          Paredes”, LNEC, 4ª edição 2007.
16       páginas).                                                       45   [13]   Aguiar, José; Veiga, Maria do Rosário; Silva,
17   [4] APFCA, Associação Portuguesa dos Fabricantes de                 46          António Santos Silva; Carvalho, Fernanda –
18       Argamassas de Conservação – “Monografias APFAC                  47          “Conservação e Renovação de Revestimentos de
19       sobre Argamassas de Construção”, Lisboa (45                     48          Paredes de Edifícios Antigos” – LNEC, edição 2004.
20       páginas).                                                       49   [14]   Appleton, João Guilherme. – “Reabilitação de
21   [5] NANDO – Europe Commission – Enterprise –                        50          Edifícios “Gaioleiros”” , 1ª edição, Maio 2005
22       Regulatory Polici.                                              51   [15]   Pereira, Manuel Fernando Paulo – “Anomalias em
23   [6] Gonçalves, Adelaide; Brito, Jorge; Branco, Fernando             52          paredes de alvenaria sem função estrutural” –
24       – “Causas de Anomalias em Paredes de Alvenaria de               53          Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil –
25       Edifícios Recentes” – Direcção de Infra-Estruturas da           54          Universidade do Minho – Guimarães 2005 (489
26       Força Aérea Portuguesa, Instituto Superior Técnico –            55          páginas)
27       Lisboa 2008 (18 páginas).                                       56
28   [7] Silva, J. Mendes; Abrantes, Vitor. – “Patologias em             57
29       Paredes de Alvenaria: Causas e Soluções” -




                                                DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE

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Deterioração de paredes em alvenaria de tijolo furado: sintomas, causas e mecanismos

  • 1. DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS Filomeno Pequicho fipeng@gmail.com 1 RESUMO 43 seguramente, o processo que directamente antecedeu a 2 44 produção contínua de tijolos de barro que, por volta de 3 Esta monografia pretende abordar a problemática da 45 1200 a.C. se generalizou na Europa e Ásia. 4 deterioração em paredes não estruturais inseridas na 46 5 envolvente dos edifícios habitacionais, constituídas por 47 Os tijolos para construção utilizam fundamentalmente dois 6 um ou mais panos de alvenaria de tijolo furado e 48 tipos de matéria-prima; O barro e o betão. 7 revestidas a argamassa de reboco em ambos os lados. 49 Este trabalho será direccionado para as paredes que 8 Numa primeira fase pretende-se dar ênfase à 50 utilizam alvenarias construídas com tijolos de barro 9 sintomatologia evidenciada após a degradação das 51 comummente designado de argila e que, após a sua 10 paredes, seguindo-se uma abordagem às causas e 52 moldagem são submetidos a um processo de cozedura de 11 mecanismos que contribuem para o aparecimento das 53 modo a melhorar as suas características quer químicas 12 patologias que conduzem, por qualquer forma ou 54 quer as mecânicas. 13 processo, a uma diminuição das suas capacidades 55 14 funcionais inicialmente previstas e, consequentemente á 56 A argila e mais concretamente o barro vermelho, á muito 15 sua deterioração. 57 que se tornou num dos principais materiais de construção 16 58 de edifícios tendo esta eleição sido obtida pelas mais 17 PALAVRAS-CHAVE 59 variadas causas desde a sua sustentabilidade assente na 18 60 biodegradabilidade do material, facilidade e baixo custo de 19 Sintomas, deterioração, mecanismos, paredes, 61 fabricação, utilização de material normalmente existente 20 alvenaria. 62 na região produtora, elevado conforto térmico, acústico e 21 63 hidráulico, boa resistência à compressão entre outras, 22 ABSTRACT 64 características que o tornaram no material quase exclusivo 23 24 65 na elevação de paredes, incluindo, até á poucas décadas, as 25 This monograph seeks to address the problem of 66 paredes resistentes (ex: alvenaria confinada), nos edifícios 26 deterioration in bearing walls inserted in the envelope of 67 construídos desde a idade média á actualidade. 27 residential buildings, consisting of one or more pieces of 68 28 brick masonry and covered with mortar stuck plaster on 69 De forma a garantir uma universalidade do fabrico e 29 both sides. Initially intended to emphasize the symptoms 70 utilização funcional dos tijolos de barro bem como 30 observed after the degradation of the walls, followed by an 71 garantir regras comuns nos processos de cálculo quer 31 approach to the causes and mechanisms contributing to the 72 estrutural, térmico, acústico ou hidráulico, actualmente o 32 emergence of diseases that lead, in any form or process, a 73 fabrico dos tijolos de barro foi normalizado [NP 80 e 33 reduction in their functional capabilities initially provided 74 NP834] quer nas dimensões quer nas suas características and consequently to its deterioration. 75 mecânicas ou químicas. 34 76 35 KEYWORDS 77 Existem actualmente dois grandes grupos de tijolos de 36 78 barro: i)Tijolos maciços, ii)Tijolos furados ou perfurados. 37 Symptoms, deterioration, mechanisms, walls, masonry. 79 38 80 Para cada um destes grupos, existem vários tipos de 39 1 INTRODUÇÃO 81 tijolos: i)Tijolo maciço em superfície lisa, ii)Tijolo maciço 40 82 em superfície tosca, iii)Tijolo maciço refractário, iv)Tijolo 41 A utilização da terra crua para produção de tijolos de 83 maciço vidrado, v)Tijolo maciço flutuante, vi)Tijolo 42 adobe remonta á mais de 10.000 anos sendo este –1–
  • 2. DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS Filomeno Pequicho 1 furado e perfurado com vários furos e superfície lisa, 63 2 vii)Tijolo furado com vários furos e superfície de encaixe 64 As Alvenarias definem-se, de acordo com o §1.4.2.1 do 3 65 Eurocódigo 6 em i)Alvenarias, ii)Alvenaria armada, 4 Neste trabalho, designa-se de “Parede”, o conjunto da 66 iii)Alvenaria pré-esforçada, iv)Alvenaria confinada, 5 construção constituída por um ou mais panos de parede 67 v)Aparelho de alvenaria. 6 em alvenaria de tijolo furado, os espaços entre panos, 68 7 preenchidos ou não por materiais isolantes térmico- 69 2.2 Espaço entre panos e isolamentos térmicos 8 acústicos bem como os revestimentos superficiais 70 9 aplicados tais como argamassas de reboco e tintas de 71 As paredes que utilizam mais do que um pano de 10 protecção. Encontram-se ainda incluídos na definição de 72 alvenaria, regra geral, apresentam um espaço entre panos e 11 “Parede” os elementos estruturais designadamente os 73 que pode ser total ou parcialmente preenchido com 12 pilares e vigas em betão armado. 74 material de isolamento térmico-acústico sendo aqui 13 75 utilizado normalmente o EPS (placas de espuma de 14 Esta monografia divide-se em três aspectos básicos que 76 poliestireno expandido), XPS (placas de espuma de 15 conduzirão a uma melhor compreensão do processo de 77 poliestireno extrudido), placas ou rolo de lã mineral MW 16 deterioração das paredes de alvenaria de tijolo furado. São 78 (vidro ou rocha), ICB (placas de aglomerado de cortiça 17 eles; 79 expandida), PUR (espuma de poliuretano ex: projectado) 18 -A sintomatologia evidenciada quer à superfície quer 80 entre outros. 19 dentro da própria parede e que constitui o processo 81 20 evolutivo da degradação do conjunto; 82 Será conveniente salientar que os materiais de isolamento 21 -As causas que estão por detrás do aparecimento 83 térmico poderão igualmente ser aplicados tanto pelo 22 desses sintomas; 84 interior como pelo exterior dos panos de alvenaria. 23 -Os mecanismos que desencadeiam essas causas e que 85 24 dão início ao processo de degradação das paredes. 86 As placas em espuma de poliestireno EPS ou XPS, 25 87 produzidas a partir de polímeros (material plástico como o 26 2 CARACTERIZAÇÃO DAS PAREDES DE 88 estireno) cuja matéria base, são os hidrocarbonetos 27 ALVENARIA DE TIJOLO FURADO COM 89 (proveniente do petróleo), têm baixa condutibilidade 28 REVESTIMENTO EM ARGAMASSA DE REBOCO 90 térmica, boa resistência mecânica e hidráulica mas 29 91 resistem mal face á chama. Idênticas características têm as 30 As paredes de alvenaria que utilizam na sua composição 92 espumas de poliuretano projectado e que são produzidas a 31 estrutural tijolo furado de barro vermelho, caracterizam-se 93 partir de compostos químicos sintéticos. 32 por ser elementos laminares, estruturalmente resistentes ou 94 As lãs minerais MW, produzidas a partir de matérias- 33 não, aplicáveis, entre outros, na construção das 95 primas naturais (minerais) e completamente renováveis 34 envolventes exteriores ou interiores dos edifícios ou como 96 tais como a rocha vulcânica (lã de rocha) ou sílica (lã de 35 simples elementos divisórios de espaços com distinta 97 vidro) bem como os aglomerados de cortiça expandida 36 utilização. 98 ICB que são produzidos igualmente com matéria-prima 37 O Eurocódigo 6 em §1.4.2.9 define 11 tipos distintos de 99 natural e renovável, têm igualmente bom desempenho 38 parede; i)Parede resistente, ii)Parede simples; iii)Parede 100 térmico, são permeáveis ao vapor de água têm melhor 39 dupla, iv)Parede composta, v)Parede dupla preenchida 101 comportamento face ás chamas sendo o ICB praticamente 40 com betão, vi)Parede de face à vista, vii)Parede com 102 ignífugo e apresenta excelente resistência mecânica. 41 juntas descontínuas, viii)Parede cortina, ix)Parede 103 42 resistente ao corte, x)Parede de contraventamento, 104 Estes materiais deverão cumprir com as várias 43 xi)Parede não resistente. 105 especificações normativas consoante as características de 44 106 desempenho exigidas, nomeadamente características 45 2.1 Alvenarias de tijolo furado 107 acústicas, térmicas, higrométricas, estruturais e resistência. 46 108 Apresentam-se no Quadro 1 as Normas a exigidas a cada 47 Construídas a partir da sobreposição alinhada dos tijolos, 109 um dos materiais anteriormente referidos: 48 com disposição ao alto ou ao baixo, podem apresentar um, 110 49 dois ou mais panos de alvenaria. As mais comuns 111 Quadro 1 – Normas aplicáveis aos materiais isolantes térmicos 50 executam-se com um pano para as paredes divisórias ou Material Norma aplicável 51 utilizam dois panos de alvenaria para as paredes da EPS EN 14933:2007 52 envolvente exterior ou interior ou ainda em paredes XPS EN 14934:2007 53 divisórias entre fogos distintos. A solidarização entre os MW EN 14064-1: 2010 54 tijolos é executada com juntas verticais e horizontais, em ICB EN 13170:2008 PUR EN 13165:2008 55 argamassa de cimento e areia convencional, argamassa- 112 Fonte: European Commission – Enterprise – Regulatory policy - 56 cola ou argamassa leve (§3.2.1 do EC6) sendo as 113 NANDO 57 argamassas convencionais as mais utilizadas, com 114 58 espessuras que variam entre 10 a 15mm e propriedades 115 O grande objectivo da utilização destes materiais nas 59 mecânicas e químicas de acordo com o prescrito no §3.2.2 116 paredes dos edifícios é exclusivamente o aumento da 60 do EC6. Regra geral as paredes encontram-se confinadas 117 resistência térmico-acústica do conjunto. 61 por elementos estruturais que podem ser em betão ou 118 62 perfis metálicos. –2–
  • 3. DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS Filomeno Pequicho 1 2.3 Revestimentos em argamassa de reboco 62 Deveremos referir igualmente as tintas intumescentes 2 63 utilizadas na protecção contra incêndios. 3 Quanto aos revestimentos superficiais dos panos de 64 Existem ainda muitos outros tipos de tinta cuja sua 4 alvenaria, quer pelo interior quer pelo exterior, 65 aplicabilidade não serve os propósitos desta monografia. 5 abordaremos neste trabalho apenas os que se executam 66 6 com argamassa de reboco. 67 3 O PROCESSO DETERIORATIVO DAS PAREDES 7 As argamassas de reboco cujas especificações deverão 68 8 obedecer às normas EN 998 partes 1 e 2, têm espessuras, 69 A evolução das paredes de alvenaria em Portugal quer nos 9 regra geral, entre 12 e 20mm e, de acordo com as suas 70 processos de construção quer nos materiais utilizados, 10 propriedades e utilização podem definir-se nos seguintes 71 trouxe, sem dúvida, benefícios nomeadamente de carácter 11 tipos: i)Argamassa de reboco de uso geral, ii)Argamassa 72 económico, resistência hidráulica, térmica, acústica, 12 de reboco leve iii)Argamassa de reboco colorida, 73 química e biológica, diminuição no peso próprio bem 13 iv)Argamassa de reboco monocamada (monomassa), 74 como facilidade de execução e manuseamento dos 14 v)Argamassa de reboco de renovação, vi)Argamassa de 75 materiais envolvidos. Curiosamente as características que 15 isolamento térmico. 76 tornam estes benefícios uma realidade, são as mesmas que 16 77 lhe conferem vulnerabilidade. De facto, com a utilização 17 Podem classificar-se as argamassas em: 78 simultânea de uma variedade elevada de materiais de 18 -Argamassas tradicionais: são preparadas em obra, 79 características e comportamentos tão diferentes quer do 19 segundo procedimentos milenares. Este método é 80 ponto de vista estrutural, térmico, higroscópio quer sob o 20 muito grosseiro, sujeito a erros graves e outros 81 ponto de vista do seu comportamento face a ataques 21 inconvenientes abordados mais adiante. 82 químicos e/ou biológicos, as paredes tornaram-se 22 -Argamassas fabris: são preparadas em unidade fabril 83 elementos de construção de intervenção constante e de 23 segundo padrões de controlo elevados. 84 cuidado acrescido durante o processo da sua execução. A 24 85 acrescer a estes factores poderemos ainda referir o facto de 25 Basicamente, as argamassas de reboco resultam da mistura 86 igualmente se terem alterado as suas características de 26 ponderada de um ou mais ligantes (cimento e/ou cal 87 carácter funcional bem como o aumento significativo das 27 hidráulica), um ou mais agregados (areia do mar/rio) e 88 exigências a vários níveis a elas atribuídas devidas ao 28 água, em quantidades que variam com a natureza da 89 elevado grau de exigência de conforto e funcionalidade 29 utilização e o meio onde se aplique. 90 com que se projectam os espaços que estas envolvem. 30 Poderão ainda ser aditivados, no acto do fabrico, produtos 91 31 em pó ou líquido tendentes a melhorar o desempenho 92 3.1 Sintomas 32 mecânico ou estrutural das argamassas, dependendo do 93 33 fim a que de destinem, da agressividade do meio ambiente 94 Os sintomas de degradação das paredes de alvenaria 34 onde se apliquem ou da durabilidade que se pretenda 95 podem resultar de anomalias i)estruturais e ii)não 35 atingir. 96 estruturais. 36 97 37 Cumulativamente a estes aditivos, as argamassas de 98 Os sintomas estruturais estão normalmente associados a 38 reboco poderão ser estruturalmente reforçadas utilizando 99 causas mecânicas que afectam as paredes de alvenaria. 39 redes metálicas, redes em poliéster ou fibra de vidro, 100 Das anomalias estruturais resultam, regra geral, sintomas 40 fibras de sisal entre muitos outros, garantindo um melhor 101 de i)forte fissuração, ii)perda da estabilidade dos apoios 41 comportamento á retracção bem como a tensões 102 nas paredes de alvenaria, iii)menor resistência à flexão da 42 tangenciais de tracção ou de compressão, normalmente 103 parede quando constituída por mais de um pano de parede, 43 responsáveis por fendilhações superficiais. 104 iv)empenamento da superfície, v)esmagamento dos 44 105 blocos. 45 Tradicionalmente as argamassas de reboco têm como 106 46 principal objectivo proteger as alvenarias dos agentes 107 Os sintomas não estruturais constituem a grande maioria 47 mecânicos, atmosféricos e/ou químicos bem como conferir 108 das anomalias existentes nas paredes de alvenaria de 48 maior solidez ao pano de alvenaria. 109 tijolo, nomeadamente as exteriores. 49 110 A este grande grupo de anomalias das paredes de alvenaria 50 2.4 Protecção às argamassas de reboco - Pinturas 111 estão associados sintomas de i)humidade, ii)fissurações, 51 112 iii)eflorescências / criptoflorescências, iv)envelhecimento 52 As pinturas constituem o principal acabamento superficial 113 e degradação dos materiais, v)pulverulência, vi)presença 53 das paredes quer exteriores quer as interiores. 114 de microrganismos ou de organismos vivos, vii)descasque/ 54 A tinta, produto pigmentado, geralmente líquido que, 115 descamação dos matérias de revestimento, 55 quando aplicado em camadas finas sobre uma superfície, 116 viii)aparecimento de manchas, ix)bolsas de água sob 56 constitui uma película sólida, (algumas com fortes 117 pintura, x)humidades. 57 característica de elasticidade como a tinta de borracha), 118 58 insolúvel na água, resistente, aderente e opaca cuja 119 3.2 Causas e mecanismos 59 principal característica é, nas paredes exteriores, a 120 60 protecção hidráulica e nas paredes interiores o efeito 121 As causas e os mecanismos associados aos sintomas 61 decorativo. 122 deteriorativos das paredes têm, regra geral, o seu início –3–
  • 4. DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS Filomeno Pequicho 1 ainda em fase de projecto das construções e prolongam-se 63 As patologias devidas à humidade e que resultam na 2 para além da utilização dos espaços que envolvem. 64 alteração das propriedades físicas/químicas e, 3 É fundamental perceber que a deterioração de uma parede 65 consequentemente, na degradação dos materiais, são, na 4 acompanha o seu período de vida, podendo e devendo esta 66 maioria dos casos, causadas por i)humidade resultante da 5 ser minimizada ou anulada, mesmo que temporariamente, 67 secagem dos materiais, ii)humidade relativa no interior da 6 com intervenções apropriadas e em tempo conveniente. 68 construção, iii)humidade no terreno, iv)humidade devida à 7 69 água da chuva, v)humidade do ar exterior, vi)humidade 8 Na origem da degradação das paredes podem estar 70 ascensional, vii)humidade devida a causas acidentais, 9 factores humanos (directa ou indirectamente ligados ao 71 viii)humidade ascensional, ix)humidade por rotura de 10 projecto ou falta dele, durante a fase de execução em obra, 72 canalizações. Todos estes factores resultam rm 11 na fase de utilização da construção ou factores acidentais) 73 mecanismos de transferência de humidade às paredes 12 ou naturais (tais como factores de ordem física, química, 74 através de fenómenos conhecidos como a 13 biológica ou acidentes naturais). 75 higroscopicidade e/ou capilaridade dos materiais ou 14 76 condensações externas ou internas. 15 Desenvolvendo a sequência descrita em 3.1, comecemos 77 16 por abordar as causas e mecanismos que levam à 78 Patologias como a eflorescência, criptoflorescência, 17 degradação das paredes de alvenaria de tijolo por motivos 79 envelhecimento e degradação dos materiais, pulverulência, 18 estruturais. 80 presença de microrganismos ou de organismos vivos ou o 19 81 aparecimento de manchas associam cumulativamente mais 20 Para cada um dos sintomas aqui abordados, estão-lhe 82 do que um factor onde a humidade, regra geral, se 21 sempre associadas mais do que uma causa ou mecanismo 83 encontra presente. 22 desencadeante 84 23 85 As causas patológicas que conduzem à fissuração de 24 Qualquer dos factores a seguir indicados, pode, 86 carácter não estrutural resultam i)da retracção de secagem 25 dependendo da sua gravidade, causar a perda parcial ou 87 das argamassas de revestimento, ii)de reacções químicas 26 total da estabilidade da parede. 88 nas argamassas acompanhadas de expansão de alguns 27 89 materiais, iii)variações térmicas dos elementos de 28 A degradação estrutural das paredes de alvenaria de tijolo 90 confinamento das paredes, iv)variações de humidade que 29 está associada a i)erro no dimensionamento da parede ou 91 envolvem tensões de fendilhação significativa. 30 falta de pormenorização construtiva em projecto, 92 31 ii)deficiente escolha de materiais, iii)escolha de métodos 93 Também o envelhecimento, a degradação dos materiais 32 construtivos inadequados, iv) falta de rigidez à flexão 94 quer estruturais (tijolo e/ou argamassas de assentamento) 33 horizontal devido á falta de grampeamento entre panos de 95 quer de revestimento (argamassas de reboco e/ou 34 alvenaria, v)falta de ligação entre o pano de parede e os 96 pinturas), uma composição desajustada das argamassas de 35 elementos estruturais confinantes, vi)flecha excessiva nas 97 revestimento ou ainda uma escolha incorrecta da tinta a 36 lajes de apoio, vii)assentamentos diferenciais nas 98 aplicar como revestimento final, induzem a uma 37 fundações, viii)excessivo movimento rotacional da 99 aceleração na degradação do conjunto que caracteriza a 38 estrutura, ix)interrupção da rigidez das paredes com 100 alvenaria. 39 inclusão de tubos de queda, coretes para instalação 101 40 técnicas ou chaminés, x)deficiente apoio dos panos de 102 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 41 parede, nomeadamente os que constituem a envolvente 103 42 exterior dos edifícios. 104 As paredes executadas em alvenaria e mais concretamente 43 105 as que utilizam blocos de tijolo furado na sua construção, 44 A fissuração nas paredes enquanto anomalia estrutural, 106 desempenham à muito um papel primordial na construção 45 pode estar associado a factores de actividade continuada 107 de edifícios qualquer que seja a sua utilização. 46 ou passiva. A actividade continuada da qual resultam 108 47 fissuras activas, provoca um constante e continuado 109 Com o desenvolvimento de novos materiais tecnicamente 48 aumento na abertura das fendas mesmo após a sua 110 mais evoluídos quer na sua resistência mecânica, química 49 reparação e, regra geral, requer uma intervenção mais 111 ou biológica, quer na facilidade de aplicação e até na sua 50 profunda e a nível da estrutura de apoio e/ou 112 preferência arquitectónica, poderá, no futuro, não estar 51 confinamento. A fissuração passiva termina após 113 garantida a continuidade da utilização em paredes, dos 52 reparação (reabilitação) da mesma. Embora esta última 114 tradicionais blocos de barro revestidos a argamassas de 53 possa estar igualmente ligada a factores externos à própria 115 cimento. Contudo importa não esquecer que todos esses 54 alvenaria, acontece que, se o fenómeno que provoca a 116 novos materiais se desenvolvem sob o legado dos estudos 55 fissura cessar, cessa igualmente a abertura da fenda. 117 e ensaios efectuados ao longo dos tempos ás tradicionais 56 118 paredes de alvenaria, onde o objectivo final será o da 57 As causas não estruturais, partilham com outros elementos 119 obtenção de elementos capazes de desempenhar as 58 construtivos, patologias devidas à i)humidade, 120 mesmas funções até aqui conseguidas, sem as patologias 59 ii)fissuração, iii)envelhecimento e degradação dos 121 anteriormente mencionadas, garantindo ainda novos 60 materiais e iv)composição desajustada face ás exigências 122 atributos, com certeza, ligados a maiores resistências, á 61 necessárias a cada caso. 123 domótica bem como acompanhando o desenvolvimento da 62 124 arquitectura de fachadas ou divisórias interiores. –4–
  • 5. DETERIORAÇÃO DE PAREDES EM ALVENARIA DE TIJOLO FURADO SINTOMAS, CAUSAS E MECANISMOS Filomeno Pequicho 1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30 Seminário sobre Paredes de Alvenaria, P.B. Lourenço 2 31 & H. Sousa (Eds.), Porto,2002 (20 páginas). 3 [1] Silva, J. Mendes – “Alvenarias não estruturais, 32 [8] Sousa, Vitor; Pereira, Dias Fernando; Brito, Jorge. – 4 Patologias e Estratégias de Reabilitação” - Seminário 33 “Rebocos Tradicionais: Principais Causas de 5 sobre Paredes de Alvenaria, P.B. Lourenço & H. 34 Degradação” Lisboa 2005 (18 páginas) 6 Sousa (Eds.), Porto,2002 (20 páginas). 35 [9] EC6 – NP-ENV-1996-1-1 – 2000 - Estruturas de 7 [2] Santos, Pedro Henriques Coelho, Filho, António 36 Alvenaria –Regras Gerais 8 Freitas Silva – “Eflorescências: Causas e 37 [10] Paiva, José Vasconcelos; Aguiar, José; Pinho, Ana – 9 Consequências”, Brasil (16 páginas). 38 “Guia Técnico de Reabilitação Habitacional” – 10 [3] Silva, J. Mendes; Carvalhal, Mário J.; Vicente, 39 Volumes I e II – INH & LNEC, 1ª edição, 2006. 11 Romeu S. – “Reforço Mecânico de Fachadas de 40 [11] Freitas, Vasco Peixoto de Freitas; Torres, Maria 12 Alvenaria de Tijolo: Reabilitação de Cunhais e 41 Isabel; Guimarães, Ana Sofia. – “Humidade 13 Grampeamento Metálico Pós-Construção”. 3º 42 Ascencional” – FEUP edições, 1ª edição 2008. 14 Encontro de Conservação e Reabilitação de Edifícios 43 [12] Henriques, Fernando M. A. – “Humidade em 15 (3º ENCORE), LNEC; Lisboa, Maio 2003 (10 44 Paredes”, LNEC, 4ª edição 2007. 16 páginas). 45 [13] Aguiar, José; Veiga, Maria do Rosário; Silva, 17 [4] APFCA, Associação Portuguesa dos Fabricantes de 46 António Santos Silva; Carvalho, Fernanda – 18 Argamassas de Conservação – “Monografias APFAC 47 “Conservação e Renovação de Revestimentos de 19 sobre Argamassas de Construção”, Lisboa (45 48 Paredes de Edifícios Antigos” – LNEC, edição 2004. 20 páginas). 49 [14] Appleton, João Guilherme. – “Reabilitação de 21 [5] NANDO – Europe Commission – Enterprise – 50 Edifícios “Gaioleiros”” , 1ª edição, Maio 2005 22 Regulatory Polici. 51 [15] Pereira, Manuel Fernando Paulo – “Anomalias em 23 [6] Gonçalves, Adelaide; Brito, Jorge; Branco, Fernando 52 paredes de alvenaria sem função estrutural” – 24 – “Causas de Anomalias em Paredes de Alvenaria de 53 Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil – 25 Edifícios Recentes” – Direcção de Infra-Estruturas da 54 Universidade do Minho – Guimarães 2005 (489 26 Força Aérea Portuguesa, Instituto Superior Técnico – 55 páginas) 27 Lisboa 2008 (18 páginas). 56 28 [7] Silva, J. Mendes; Abrantes, Vitor. – “Patologias em 57 29 Paredes de Alvenaria: Causas e Soluções” - DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE O autor desta monografia declara que o conteúdo da mesma é da sua autoria e não constitui cópia parcial ou integral de textos de outros autores. (Assinatura do autor) –5–