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Caros,

No fundo, com um pouco de ironia aqui, acho gozado a dificuldade de brasileiros
entenderem a mágica que é essa tal “artificialidade da moeda”, visto que
convivemos com a URV e o Cruzeiro Real durante um longo ano de nossas
vidas, somente para desligarmos os algoritmos mentais que nos induziam à
inflação!

Eu já havia conversado com o Haroldo sobre a e-coin e achei a ideia
interessante! Também comentei com ele que havia alguma semelhança com um
uma ideia minha que denominei de “bônus social”. Como ele abriu a porteira, aí
vai a minha contribuição.

Um alerta já batido, antes de analisar propostas congéneres, é preciso sempre
desmontar do cavalo e contemplar a paisagem.

Então, lá na floresta, vejo:

* Uma economia que está mais para tecnologia, como construção “artificial”, do
que para ciência natural (obs: sem chance de debater esse meu entendimento,
então nem tente!). Neste sistema atual, construído entre cotoveladas e beijos na
era industrial, longe de representar uma lógica de “crescimento” da sociedade,
induz para um default social global! Só assim, aceitando este status tecnológico,
menos dogmático sobre o que é a “moeda”, é possível imaginar que através da
ação inteligente, consigamos construir um novo modelo, também artificial, mais
proativo e alinhado aos valores necessários ao desenvolvimento inclusivo e
sustentável que almejamos.

* Experiências em utilização de moedas locais, desprovidas do famoso lastro em
metais, que muitos ainda acreditam ser verdadeiro, provam empiricamente que
não é uma tecnologia utópica. Várias delas estão documentadas em livros e
artigos e exemplos de implementação acontecem no mundo e no Brasil. (São
Google não me deixa mentir!)

* Nos últimos anos, principalmente depois da última crise nascida nos USA, ainda viva
e produzindo efeitos, surgiram muitas abordagens em como modificar este mecanismo
de troca de bens, serviços, horas e outros valores que nos acostumamos a negociar na
base da moeda, já que o escambo é algo impossível, neste estágio e conformação da
sociedade econômica, numa era alicerçada no conhecimento .

Pausa: Para quem está com a curiosidade aguçada, indico uma das várias discussões
interessantes que tenho acompanhado, denominada Social Capitalism, neste link:
http://www.ingenesist.com/. Outro link também representativo de que há uma “pulga
atrás da orelha” dos americanos é o http://futureofmoney.com/. Também tem artigos
intrigantes, pelo desconforto com o estabelecido, vindos de onde menos se espera
como o: “Redefining Corporate Social Responsibility” de Michael E. Porter, Mark R.
Kramer, Simon Zadek

* Mas como nem tudo é tão novo como se imagina, pra desespero dos
“iluminados”, já em meados do ciclo guerra/depressão/guerra, alguns visionários
malucos, como Gessel, um alemão-argentino que quase virou o Cristo de uma
nova religião, também já apontavam outros caminhos para modificar a ordem
das coisas, através de um moeda grátis (mesmo!) (The Natural Economic
Order).

Montando no cavalo:

E o que redes sociais tem haver com isso?

Muito!

Em várias discussões aqui na ER e em outros grupos, quando se depara com
assunto de grana, a interação desanda!

Pra exemplificar, aqui está parte de um comentário que a Clara Pelaez Alvarez fez no
post Colaboração em cima do muro postado por Rafael Reinehr

 “Ando ultimamente embatucada com essa questão da troca do conhecimento pelo
dinheiro. Entendo que estamos tentando dar valor ao intangível da mesma forma que
se determinaram valores para os produtos tangíveis. Uma vez que o conhecimento não
pode mais ser apropriado por uns poucos entendo que um outro sistema de circulação
e de valorização das riquezas vai emergir a qualquer momento.”

Pois é Clara, tenho tido sonhos e pesadelos com isso nos últimos oito meses!

E no meu caso, a ficha caiu assim:
“Moeda” é a nossa segunda língua! Somos todos bilingues e dentro da nossa
cultura, no cotidiano, desde novinho, qualquer ser humano aprende a filosofia da
troca e a matématica básica do dinheiro, principalmente para negociar o pão e
receber o troco certo na padaria. Com a idade, as coisas só pioram. A filosofia
da troca justa perde o sentido e a matemática dos juros e da especulação
condicionam nossas vidas!

E no fluir de nossas vidas, nas nossas interações, com a artificialidade da
moeda, “aprendemos” a tangenciar quase tudo. Aquilo que não precificamos,
aturdidos com isso, damos o nome de intangível. Quanto vale uma marca, uma
colaboração, uma parceria, uma participação, um sentimento, uma interação, um
relacionamento, um direito, a liberdade, a sustentabilidade, a responsabilidade
social, a vida?

Quem sabe? Como tudo isso se encaixa ou não se encaixa?

Então, que fazemos para tangenciar o social? Méritos hipócritas, indicadores
fajutos, políticas de relacionamento, códigos de ética e de conduta, leis aos
milhares, dízimos dogmáticos, ONGs, ONGs e mais ONGs.

No final do dia, um telefonema: Sr. Paulo, boa tarde! Aqui é da ONG
LMFRPBLAH (Lar dos Meninos Famintos Roubados Pela Burocracia e Letargia
de Ação Humana)! O sr. poderia nos conceder uns minutos e alguma grana
senão as criancinhas irão morrer de fome! Desligo porque não sei mais o que é
real. Agregar valor social virou uma mistura de neurociência e psicologia das
compensações.

Então, a moeda passa de solução para problema, e as coisas entram neste ciclo
estranho de desenvolvimento da sociedade, aonde não sabemos que bicho vai
dar, se é que é um bicho!

Minha ideia?

Uma outra moeda, batizada de bonus social BS$, pra tangenciar de fato o lado
bom, o lado social! Concorrendo e convivendo cara-a-cara com a moeda
tradicional, legalizada e circulante no nosso ambiente, num sistema dual.
As pessoas e o seu valor social:

Cada um tem uma cota para gastar anualmente e recebe o mesmo no início do
ano, proporcionalmente ao número de horas que viverá nos próximos 365 dias.
A quantidade exata é mera matemática e irrelevante agora.
Fica claro que, o lastro desta moeda, somos nós, a sociedade pura!
Imagina um PIB BS$ mais real e social que esse?
Nós, pessoas de carne, osso e consciência, somos os únicos entes neste
sistema que podem acumular o bonus social.
Nós somos os “banqueiros” de nós mesmos!
Ah! Se deixar o BS$ parado no banco, pagará juros sobre o total acumulado.
(Vocês vão entender a razão já já.)

As empresas:

Pessoas jurídicas, as que aderirem, pois é opcional, mercantilizam seus serviços
e produtos, da forma que acharem justo, e contabilizam créditos em bonus
social. No final do ano, devolvem tudo para o BC. Esse valor é divulgado e a
empresa tem o seu verdadeiro indicador de valor social. Bye bye indicadores
que não indicam nada!
As empresas, na maioria incompetentes em gerir empreendimentos sociais,
podem se focar naquilo que elas sabem fazer.

Empresas - Os bancos:

Os bancos, a exceção da regra do opcional, são os únicos obrigados a aderirem
e devem cobrar juros sobre o montante anualmente acumulado das pessoas
físicas.
Esse total de juros também é devolvido ao BC, em conta diferenciada, para
demonstrar o quanto da moeda social não circula na nova economia.
Fora isso, recebem o mesmo tratamento das empresas normais!

Empresas - As ONGs:
Conquistem as pessoas e convençam as mesmas a doarem seus BS$. Peguem
esses BS$ e troquem no mercado pelos R$ de empresas ávidas por mostrarem
que investem no social.
Se nós não enxergamos o valor social numa ONG, não doamos nossos BS$ e
elas não tem como sobreviver. Bye bye ONGs de fachada!
Ah, ONGs que tutelam crianças orfãs e portadoras de necessidades especiais,
recebem o repasse anual conforme a quantidade de BS$ dos indivíduos
tutelados, diretamente do BC!

O governo:

O BC mantém todo o fluxo de BS$ às claras, com transparência geral e irrestrita,
se possível e de preferência, eliminando o conceito da privacidade para os
valores em BS$! (Empresas, pessoas e governos)
Para os serviços essenciais, o governo pode e deve precificar tudo em BS$ e
cobrar dos cidadãos! Educação, saúde, segurança, etc. Tudo!
Como todas as empresas, os valores acumulados anualmente serão transferidos
ao BC em contas específicas!

Os preços e a precificação:

Vai ser dual: Uma água custará [R$1,00 + BS$0,22] ou [B$ 1,00] ou [R$ 1,20]!
Quem define o preço em bônus social é o mercado!

Tá completo?

Não!

Evidente que faltam várias simulações e dinâmicas!

Vou parar por aqui para sentir o acolhimento!

[]s

Paulo Ganns

======= O ônibus ===============
Eu: Para o busão que eu quero descer!
A menina observadora do meu lado me avisa: Não tem motorista!
Eu grito: Alguém aqui sabe dirigir o ônibus?
Da frente vem uma voz: Eu sei mas não tenho carta!
Um outro grita lá no fundo: Mas isso não é um ônibus. Mais parece um avião!
Outro, que parece mais esperto ainda, afirma: Acho que a gente não está se
movendo!
O desespero toma conta!
=============================

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  • 1. Caros, No fundo, com um pouco de ironia aqui, acho gozado a dificuldade de brasileiros entenderem a mágica que é essa tal “artificialidade da moeda”, visto que convivemos com a URV e o Cruzeiro Real durante um longo ano de nossas vidas, somente para desligarmos os algoritmos mentais que nos induziam à inflação! Eu já havia conversado com o Haroldo sobre a e-coin e achei a ideia interessante! Também comentei com ele que havia alguma semelhança com um uma ideia minha que denominei de “bônus social”. Como ele abriu a porteira, aí vai a minha contribuição. Um alerta já batido, antes de analisar propostas congéneres, é preciso sempre desmontar do cavalo e contemplar a paisagem. Então, lá na floresta, vejo: * Uma economia que está mais para tecnologia, como construção “artificial”, do que para ciência natural (obs: sem chance de debater esse meu entendimento, então nem tente!). Neste sistema atual, construído entre cotoveladas e beijos na era industrial, longe de representar uma lógica de “crescimento” da sociedade, induz para um default social global! Só assim, aceitando este status tecnológico, menos dogmático sobre o que é a “moeda”, é possível imaginar que através da ação inteligente, consigamos construir um novo modelo, também artificial, mais proativo e alinhado aos valores necessários ao desenvolvimento inclusivo e sustentável que almejamos. * Experiências em utilização de moedas locais, desprovidas do famoso lastro em metais, que muitos ainda acreditam ser verdadeiro, provam empiricamente que não é uma tecnologia utópica. Várias delas estão documentadas em livros e artigos e exemplos de implementação acontecem no mundo e no Brasil. (São Google não me deixa mentir!) * Nos últimos anos, principalmente depois da última crise nascida nos USA, ainda viva e produzindo efeitos, surgiram muitas abordagens em como modificar este mecanismo de troca de bens, serviços, horas e outros valores que nos acostumamos a negociar na
  • 2. base da moeda, já que o escambo é algo impossível, neste estágio e conformação da sociedade econômica, numa era alicerçada no conhecimento . Pausa: Para quem está com a curiosidade aguçada, indico uma das várias discussões interessantes que tenho acompanhado, denominada Social Capitalism, neste link: http://www.ingenesist.com/. Outro link também representativo de que há uma “pulga atrás da orelha” dos americanos é o http://futureofmoney.com/. Também tem artigos intrigantes, pelo desconforto com o estabelecido, vindos de onde menos se espera como o: “Redefining Corporate Social Responsibility” de Michael E. Porter, Mark R. Kramer, Simon Zadek * Mas como nem tudo é tão novo como se imagina, pra desespero dos “iluminados”, já em meados do ciclo guerra/depressão/guerra, alguns visionários malucos, como Gessel, um alemão-argentino que quase virou o Cristo de uma nova religião, também já apontavam outros caminhos para modificar a ordem das coisas, através de um moeda grátis (mesmo!) (The Natural Economic Order). Montando no cavalo: E o que redes sociais tem haver com isso? Muito! Em várias discussões aqui na ER e em outros grupos, quando se depara com assunto de grana, a interação desanda! Pra exemplificar, aqui está parte de um comentário que a Clara Pelaez Alvarez fez no post Colaboração em cima do muro postado por Rafael Reinehr “Ando ultimamente embatucada com essa questão da troca do conhecimento pelo dinheiro. Entendo que estamos tentando dar valor ao intangível da mesma forma que se determinaram valores para os produtos tangíveis. Uma vez que o conhecimento não pode mais ser apropriado por uns poucos entendo que um outro sistema de circulação e de valorização das riquezas vai emergir a qualquer momento.” Pois é Clara, tenho tido sonhos e pesadelos com isso nos últimos oito meses! E no meu caso, a ficha caiu assim:
  • 3. “Moeda” é a nossa segunda língua! Somos todos bilingues e dentro da nossa cultura, no cotidiano, desde novinho, qualquer ser humano aprende a filosofia da troca e a matématica básica do dinheiro, principalmente para negociar o pão e receber o troco certo na padaria. Com a idade, as coisas só pioram. A filosofia da troca justa perde o sentido e a matemática dos juros e da especulação condicionam nossas vidas! E no fluir de nossas vidas, nas nossas interações, com a artificialidade da moeda, “aprendemos” a tangenciar quase tudo. Aquilo que não precificamos, aturdidos com isso, damos o nome de intangível. Quanto vale uma marca, uma colaboração, uma parceria, uma participação, um sentimento, uma interação, um relacionamento, um direito, a liberdade, a sustentabilidade, a responsabilidade social, a vida? Quem sabe? Como tudo isso se encaixa ou não se encaixa? Então, que fazemos para tangenciar o social? Méritos hipócritas, indicadores fajutos, políticas de relacionamento, códigos de ética e de conduta, leis aos milhares, dízimos dogmáticos, ONGs, ONGs e mais ONGs. No final do dia, um telefonema: Sr. Paulo, boa tarde! Aqui é da ONG LMFRPBLAH (Lar dos Meninos Famintos Roubados Pela Burocracia e Letargia de Ação Humana)! O sr. poderia nos conceder uns minutos e alguma grana senão as criancinhas irão morrer de fome! Desligo porque não sei mais o que é real. Agregar valor social virou uma mistura de neurociência e psicologia das compensações. Então, a moeda passa de solução para problema, e as coisas entram neste ciclo estranho de desenvolvimento da sociedade, aonde não sabemos que bicho vai dar, se é que é um bicho! Minha ideia? Uma outra moeda, batizada de bonus social BS$, pra tangenciar de fato o lado bom, o lado social! Concorrendo e convivendo cara-a-cara com a moeda tradicional, legalizada e circulante no nosso ambiente, num sistema dual.
  • 4. As pessoas e o seu valor social: Cada um tem uma cota para gastar anualmente e recebe o mesmo no início do ano, proporcionalmente ao número de horas que viverá nos próximos 365 dias. A quantidade exata é mera matemática e irrelevante agora. Fica claro que, o lastro desta moeda, somos nós, a sociedade pura! Imagina um PIB BS$ mais real e social que esse? Nós, pessoas de carne, osso e consciência, somos os únicos entes neste sistema que podem acumular o bonus social. Nós somos os “banqueiros” de nós mesmos! Ah! Se deixar o BS$ parado no banco, pagará juros sobre o total acumulado. (Vocês vão entender a razão já já.) As empresas: Pessoas jurídicas, as que aderirem, pois é opcional, mercantilizam seus serviços e produtos, da forma que acharem justo, e contabilizam créditos em bonus social. No final do ano, devolvem tudo para o BC. Esse valor é divulgado e a empresa tem o seu verdadeiro indicador de valor social. Bye bye indicadores que não indicam nada! As empresas, na maioria incompetentes em gerir empreendimentos sociais, podem se focar naquilo que elas sabem fazer. Empresas - Os bancos: Os bancos, a exceção da regra do opcional, são os únicos obrigados a aderirem e devem cobrar juros sobre o montante anualmente acumulado das pessoas físicas. Esse total de juros também é devolvido ao BC, em conta diferenciada, para demonstrar o quanto da moeda social não circula na nova economia. Fora isso, recebem o mesmo tratamento das empresas normais! Empresas - As ONGs:
  • 5. Conquistem as pessoas e convençam as mesmas a doarem seus BS$. Peguem esses BS$ e troquem no mercado pelos R$ de empresas ávidas por mostrarem que investem no social. Se nós não enxergamos o valor social numa ONG, não doamos nossos BS$ e elas não tem como sobreviver. Bye bye ONGs de fachada! Ah, ONGs que tutelam crianças orfãs e portadoras de necessidades especiais, recebem o repasse anual conforme a quantidade de BS$ dos indivíduos tutelados, diretamente do BC! O governo: O BC mantém todo o fluxo de BS$ às claras, com transparência geral e irrestrita, se possível e de preferência, eliminando o conceito da privacidade para os valores em BS$! (Empresas, pessoas e governos) Para os serviços essenciais, o governo pode e deve precificar tudo em BS$ e cobrar dos cidadãos! Educação, saúde, segurança, etc. Tudo! Como todas as empresas, os valores acumulados anualmente serão transferidos ao BC em contas específicas! Os preços e a precificação: Vai ser dual: Uma água custará [R$1,00 + BS$0,22] ou [B$ 1,00] ou [R$ 1,20]! Quem define o preço em bônus social é o mercado! Tá completo? Não! Evidente que faltam várias simulações e dinâmicas! Vou parar por aqui para sentir o acolhimento! []s Paulo Ganns ======= O ônibus ===============
  • 6. Eu: Para o busão que eu quero descer! A menina observadora do meu lado me avisa: Não tem motorista! Eu grito: Alguém aqui sabe dirigir o ônibus? Da frente vem uma voz: Eu sei mas não tenho carta! Um outro grita lá no fundo: Mas isso não é um ônibus. Mais parece um avião! Outro, que parece mais esperto ainda, afirma: Acho que a gente não está se movendo! O desespero toma conta! =============================