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Capitulo 4
Punhos de Ferro e Asas da Liberdade...

Dia 21 de maio de 2012 exatamente no horário do intervalo Marco, Eren, Sarah e Jéssica
estão sob a sombra da árvore do pátio comendo seus lanches e conversando tranquilamente com
a brisa batendo em seus rostos.
-Então pessoal o que vocês acham de sairmos para ir ao shopping logo após eu terminar a
aula de violão na casa do Marco? – Perguntou Jéssica animada.
-Bem... Acho que seria bem divertido... – Respondeu Eren.
-É... Parece ser legal... Mas, só nós quatro iremos? – Perguntou Marco.
-Lógico! Estou chamando somente os que estão aqui, não estou? – Respondeu Jéssica.
Neste instante Marco ficou paralisado, pois um pensamento viera a sua cabeça. Isso não é
um encontro, não é um encontro, repetia diversas vezes o rapaz que já começara a ficar
vermelho.
-E você Sarah não vem? – Perguntou Eren.
-B-Bem... – Sarah com vergonha abaixou a cabeça – E-Eu já tenho um compromisso na
parte da tarde, mas obrigada por me chamar.
-Compromisso?.
-Ah! É verdade... Sarah tem o treino de MMA hoje a tarde não é? – Disse Jéssica se
exaltando.
-MMA!? – Gritou Marco abismado.
-P-Por que o espanto seu idiota? Uma menina não pode praticar luta? – Disse Sarah
ficando nervosa e partindo para cima de Marco.
-Entendi... Então é por isso que você bateu tão bem no Marco aquela vez... – Disse Eren
pensativo – Isso é muito legal.
-VOCÊ ACHA? – Gritaram os dois amigos que já estavam no início da briga.
-Bem... É algo interessante de se ver.
-Q-Que bom que vo-você gosta Eren. – Disse Sarah envergonhada.
-Eren já deu de ficar lembrando-se da minha surra não é? – Disse Marco suspirando.
-Marco não tem como esquecer... Foi épico o direto que você levou. – Respondeu Eren
dando risadas.
-Então está fechado pessoal! Nos encontramos em frente à casa do Eren para irmos, tudo
bem? – Disse Jéssica animada – Você não vai mesmo Sarah?
-Não tem como Jéssica... Meu treino é algo muito importante para mim. Não conseguiria
faltar uma vez se quer.
-Ok! Nós iremos nos encontrar em frente de casa... Sarah pode ter certeza que nos
divertiremos por você, mas mesmo assim gostaria que você fosse. – Disse Eren olhando para a
garota que começou a ficar vermelha.
-Pelo menos não corro risco de vida sem a Sarah por perto – Disse Marco em um tom
irônico provocando a garota.
-O-O que você disse? Eu posso não estar perto no momento, mas agora estamos um
pertinho do outro o que facilmente me possibilita de dar uma surra por sua confiança excessiva!
– Disse Sarah olhando para Marco com seu olhar de destruição.
-É-É uma brincadeira Sarah, você sabe não é? – Disse Marco dando alguns passos para
trás enquanto Sarah caminhava para frente.
Alguns minutos após o intervalo começou novamente a aula. Marco ficara com o braço
dolorido com os golpes que levara de Sarah no intervalo, merecera a surra por provocar a menina
mais devastadora da escola. Após algum tempo de aula Marco recebeu um bilhete que vinha com
o nome de Eren escrito na frente. “Não fique chorando de dor agora, pois você mereceu a surra.
Você é louco? Mesmo te lembrando do seu primeiro dia de aula você sempre inferniza ela. Você
também não vale nada, mas foi engraçado devo admitir. Acho que Sarah, mesmo que ela seja
durona desse jeito, tem um coração bom. Ela deve ter motivos para agir dessa forma, não a julgo
por nenhuma atitude tomada. Devo admitir ela praticar MMA me chamou muito a atenção...”
Marco ao acabar de ler o recado não acreditava. Será que Eren estava gostando de Sarah? Devo
mostrar esse bilhete para ela? Eram perguntas que vinham à cabeça do rapaz.
Finalmente acabou a aula e todos foram para suas casas. Marco voltou sozinho para casa
já que Eren ficara na escola para resolver problemas do clube de química. Será que Eren pode ter
uma pequena atração por Sarah só faltando essa desabrochar? Por que eu estou tão preocupado
assim? Perguntas nesse sentido o importunaram o caminho inteiro para casa.
Enfim chegara a sua casa, entrou se trocou e foi para a cozinha preparar o seu almoço e o
de sua avó a qual estava dormindo na sala. Terminou de almoçar, lavou todos os pratos e
arrumou a cozinha, logo em seguida bateram em sua porta, era Jéssica que viera para a aula de
violão que fazia com Marco. A aula ocorreu normalmente, mas havia um pouco de ansiedade
para sair por parte de Jéssica fazendo assim Marco terminar mais cedo o ensinamento e assim os
dois partiram em direção à casa de Eren.
Eram exatamente 16 horas da tarde quando os três colegas chegaram ao shopping, o qual
era enorme e tinha dois andares, muitos metros quadrados, entretanto o mais impressionante era
o parque que ficava de fronte à entrada, este era muito arborizado e tinha um lago no centro.
Marco vendo o cenário típico de um filme romântico continuava pensando que aquilo não era um
encontro, não era! No meio de conversas e os pensamentos de Marco enfim adentraram ao
monstruoso shopping.
É... Isso não é um encontro, pensava Marco desiludido alguns minutos depois já no
interior do estabelecimento vendo Jéssica arrastar ele e Eren como bagageiros, pois estavam
carregando todas as compras que a menina fizera. Passaram algumas horas, estas as mais
exaustivas de toda a vida dos rapazes, acompanhando a animada garota em lojas de vestido,
sapatos, acessórios e tudo mais. Até o momento que Jéssica finalmente deu uma trégua para ir ao
banheiro, os jovens e cansados bagageiros sentaram em um banco para descansar.
-Co-Como ela consegue estar tão animada ainda? – Disse Eren totalmente fatigado e se
esticando.
-Na Verdade eu não sei como consegue gastar tanto dinheiro tão facilmente! – Disse
Marco olhando para o teto em busca de ar com toda força que sobrara em seu corpo.
-Agora eu entendi o porquê da idéia de virmos todos ao shopping... Ela queria alguém...
Alguém para carregar a bagagem! – Eren mal falava direito devido ao cansaço.
-E-Eren! – Gritou Marco vendo o amigo exausto – Cara você não esta bem! Vamos lá,
respira fundo comigo vai! Inspira... Expira.
-Relaxa Marco eu estou bem! – Disse Eren dando risadas, mas ainda muito cansado.
-Só estou tentando ajudar seu filho da mãe!
Marco sentou tranquilamente após a brincadeira de mau gosto do amigo, mas alguns
segundos após se acalmar veio uma pergunta em sua cabeça que fora mais forte que seu controle
e perguntou rapidamente para Eren.
-Você gosta da Sarah, Eren? – Disse Marco olhando para frente.
-O que amigo?
-Perguntei se você gosta da Sarah... – Disse Marco se virando para o amigo.
-Bem... Não vou dizer que não gosto, mas... – Abaixou a cabeça pensativo.
-Mas o que Eren? Você gosta dela ou não? – Marco estava sério.
-Marco a verdade é que... É que eu não quero nada com ninguém agora... Esse ano é
muito importante para mim, não quero ter distrações. Tudo bem a Sarah me surpreende sim,
como escrevi no bilhete eu tenho certeza que ela tem bom coração e é uma ótima garota, apesar
de realmente ter me chamado a atenção ela praticar um tipo de luta... Só que... Ainda não sei
dizer se sinto mesmo alguma coisa ou não por ela... Eu a conheço desde pequeno. Sou amigo há
muito tempo e – Marco o interrompeu.
-Pare de ficar arranjado desculpas, Eren... – Disse Marco olhando para baixo – Não
importa se você é ou não o melhor amigo dela há muito tempo... Se o sentimento for puro e
verdadeiro a amizade não se acaba, mas pelo contrario se fortifica...
-M-Marco... – Murmurou Eren espantado a ver o colega sério daquela forma.
-Se ela conseguir ganhar seu coração conquistá-lo pelo jeito de ser dela você ainda
recusaria uma paixão ou um amor que você sabe que poderia ser sua única chance se valendo de
argumentos como “não quero estragar a amizade” ou que “tem coisas mais importantes do que
quem você ama”? – Disse Marco começando a se exaltar.
No momento da discussão Jéssica saiu do banheiro e viu Marco de pé em frente à Eren.
-O que está acontecendo pessoal? – Disse a garota se aproximando.
-Nada Jéssica... Acho que estamos muito cansados... – Disse Eren dando algumas risadas.
-É... Eu também concordo... – Disse Marco de cabeça baixa.
-Bem... Tudo bem então! Vamos embora pessoal! – Disse Jéssica sorrindo.
Jéssica após a conversa pegou algumas sacolas e deixou o resto com os rapazes. A garota
toda alegre e animada foi à frente em direção a porta.
-Não sei amigo... – Murmurou Eren terminando de pegar as sacolas.
-O que? – Disse Marco sem entender.
-Sinceramente não sei o que eu faria se ela conseguisse me conquistar... E acho legal você
se importar com meus sentimentos e com os de Sarah... Você realmente é um grande amigo
Marco. – Disse Eren indo em direção à porta enquanto Marco ficara perplexo com o que ouvira.
-Vamos Marco! Vai ficar dormindo aí atrás? – Gritou Jéssica da porta do Shopping.
-Es-Estou indo! – Respondeu rapidamente pegando as ultimas sacolas que ficaram para
trás.
No caminho de volta Marco, agora sozinho, chegou frente a uma academia de luta
chamada MMA Fighters que era enorme, um pavilhão de festa para ser mais exato só que
remodelado para sua atividade. Olhou em volta antes de entrar para ter certeza donde estava e
enfim entrou.
Será que a Jéssica me passou o lugar certo? Pensou Marco assim que entrou. O rapaz foi
adentrando até chegar a um local onde ficavam todos os aparelhos de luta inclusive dois
octógonos que serviam para o combate em si. Dentro de um desses o garoto viu Sarah de costas e
ao se aproximar notou que tinha alguém caído na frente da garota.
-Isso foi para você aprender à nunca mais julgar alguém pelo esporte que pratica, se é
homem ou mulher, ou pela aparência, seu ignorante! Além de ser preconceituoso e estúpido é
ruim de briga! – Disse Sarah nervosa para o rapaz que estava a sua frente.
-Vamos acalmar pessoal! Isso foi só um treino! Já chega por hoje todos para casa! – Disse
o treinador entrando no octógono.
Sarah respirou fundo e começou a se acalmar quando virou para sair viu Marco do outro
lado da grade. O rapaz erguera a mão no sentido de cumprimento, porém Sarah ainda não
acreditando que Marco estava ali virou o rosto rapidamente e saiu do octógono.
-Espere lá fora. Vou tomar um banho e já venho... – Disse a garota passando por Marco
indo em direção ao banheiro.
-Tudo bem... – Disse Marco dando algumas risadas sem graça.
Marco então se dirigiu para fora do local e esperou a colega sair. Passaram-se exatamente
20 minutos até que Sarah apareceu na porta com sua mochila e já foi logo andando para ir
embora fazendo Marco se apressar para alcançar a amiga.
-O que você estava fazendo aqui? – Perguntou Sarah séria.
-Vim ver se você estava falando a verdade ou não sobre o treino...
-E por que eu mentiria?
-Vai saber não é? Achei que seria alguma desculpa para não se aproximar do Eren devido
à vergonha que você sente ao lado dele... – Disse Marco começando a dar risadas.
-O-O que você disse seu imbecil? – Gritou Sarah olhando para Marco com um olhar
amedrontador.
-Calma! É brincadeira! Relaxe... – Disse Marco balançando as mãos em frente ao rosto.
-Você está muito engraçadinho para o meu gosto... Acho que você precisa de outra
surra... – Resmungou Sarah que logo voltou a andar.
-Hey! Vamos com calma também não é? – Disse Marco dando risadas irônicas.
-Como você conseguiu o endereço do clube de luta? – Perguntou Sarah.
-Perguntei para Jéssica... Falei que precisava te entregar algumas coisas e não sabia onde
era.
-Entendi...
Por um instante o silencio reinou entre os dois. Neste meio tempo veio à cabeça de Marco
a idéia de contar para Sarah sobre a carta e a discussão que tivera com Eren sobre
relacionamentos no shopping, mas hesitou. Não, não posso falar nada para ela. Nem da carta e
nem da discussão, pois acabariam com a esperança dela, não posso deixar isso acontecer,
pensava o jovem e confuso rapaz.
-Então... Quem era o garoto caído em sua frente? – Perguntou Marco.
-Um ignorante... – Disse Sarah fechando os olhos e ficando com raiva.
-Está certo... Se fosse só mais um ignorante qualquer ele não te irritaria assim... – Disse
Marco enquanto caminhava olhando para o céu que começara a escurecer.
-E-Eu já disse que ele é só mais um ignoran – Foi interrompida por Marco.
-Está bom... – Suspirou o jovem rapaz - Vou fingir que acredito... Me conte quando
quiser então...
Ficou um silêncio logo em seguida até o momento que Sarah murmurou algumas
palavras:
-Eu... Eu descobri que ele falou coisas de mim só por eu ser uma garota e praticar lutas
marciais... E que eu não sabia o que eu estava fazendo da minha vida... “Como uma menina rica
esta fazendo luta? Ela é burguesa tem que ficar no meio de patricinhas” ele falava... – Disse
Sarah de cabeça baixa.
-Então você resolveu dar uma surra nele certo? – Disse Marco olhando para frente.
-S-Sim... Queria mostrar que sou independente e – foi interrompida novamente por
Marco.
-Você fez certo, mas... Você sabe quem você é. Não precisa ficar provando para os
outros. Eu acredito em você, no seu jeito e te respeito não é? Sem você me provar nada... –
Marco ainda continuava com o olhar fixo para frente, sério – Ele é sim um canalha por ser tão
preconceituoso nos tempos atuais... Acho que ele não entendeu ainda que a mulher é igual ao
homem... Mas, a violência nem sempre é o melhor caminho para a solução dos conflitos. Eu
posso dizer isso por que presenciei na minha infância a relação dos meus pais – Neste momento
Marco abaixou a cabeça como se lembrasse de algo.
-Ma-Marco... – Sarah não conseguiu falar nada, pois ficara impressionada com o
comportamento do amigo.
-Sinceramente Sarah... Você deve depositar mais confiança em você e não se importar
com que os outros pensam. De o seu máximo para atingir seu objetivo, mesmo sendo o caminho
mais duro, o atinja. Por que é você quem vai escrever o seu caminho e não os outros... –
Enquanto isso na cabeça de Marco vinha toda hora a vontade de contar sobre a discussão que
tivera com Eren, mas a preocupação em motivar a amiga para atingir o coração do colega
superava toda e qualquer intenção.
Logo que Marco terminou de falar Sarah abaixou a cabeça como se estivesse entrando em
seus pensamentos. Marco notou e deu um singelo sorriso. Durante o caminho de volta após a
conversa que tivera Sarah olhava algumas vezes fixamente para Marco que admirava o céu
escuro com o anoitecer e não acreditava que ouvira coisas daquele jeito de um garoto que no
começo do ano levara um soco dela. Será que realmente alguém se importava com ela sem ser a
sua melhor amiga ou toda essa preocupação era somente porque eles haviam feito um acordo de
um ajudar o outro? Essa foi uma das várias dúvidas que vieram à cabeça da jovem.
Enfim chegaram à frente da casa de Sarah, esta ainda de cabeça baixa, porém antes de
Marco se despedir Sarah o chamou como sempre.
-O que foi Sarah? – Perguntou o rapaz começando a sorrir, pois já tinha quase certeza do
que iria ouvir como todas as outras vezes.
-VOCÊ BEBEU HOJE A TARDE NÃO FOI? – Disse Sarah erguendo rapidamente a
cabeça e apontando o dedo para o rosto de Marco.
-O QUE? – Gritou Marco dando um salto para trás – POR QUE VOCÊ ACHA ISSO?
-Você só pode estar bêbado para ter falado uma coisa daquelas para mim no caminho de
volta... – Disse Sarah virando o rosto e erguendo o nariz.
-O-O que você disse? E-Eu te falo coisas tão motivadoras e você vem me falar que eu
estou bêbado por falar aquilo? – Dizia Marco indignado.
-Motivadoras? Não sei aonde... – Sarah virou as costas e foi adentrando a sua casa –
Entre e tome um banho para tirar a bebedeira e depois faça uma janta boa para te tirar por
completo o efeito do álcool...
-Es-Espera... – Pensou por um instando e suspirou logo em seguida – Então era isso que
essa garota queria... Ela não muda mesmo... – Murmurou Marco para si entrando logo em
seguida.
Por fim Marco foi tomar um banho depois do dia corrido que tivera e Sarah ficou
arrumando a cozinha e a mesa para o jantar. Enquanto Marco preparava a refeição Sarah ficou
deitada no sofá olhando para o teto, como se estivesse pensando em alguma coisa, possivelmente
nas falas que o amigo dissera.
-Sinceramente... Não sei como você conseguiu sobreviver todos esses anos sem fazer
comida, mas sim só comprando marmitas... – Disse Marco preparando o jantar.
-O que você esta falando idiota? Fique quieto e faça a comida! Você deve muito para
mim por eu ter concertado a besteira que você fez com a Jéssica na primeira aula de violão que
tiveram. Se não fosse eu explicar para ela que você não tinha dormido direito à noite e que estava
com muito sono ela não acreditaria em nada...
-Ah... – Suspirou Marco – Eu já te agradeci não foi?
-E na verdade... Meus pais me mandam dinheiro para a comida. Mas, para mostrar que
não preciso deles, pedi para que mandassem menos, porque aí eu teria motivos para aprender a
cozinhar... Entretanto, algum tempo depois, eu... Eu conheci – Foi interrompida por Marco.
-Conheceu esse cara belo e talentoso aqui, não é? – Disse Marco, se gabando e dando
risadas.
-O-O que? – Disse Sarah, levantando rapidamente do sofá – E-Eu não iria falar isso! Eu
iria dizer que conheci um retardado, trouxa, idiota e desatento rapaz que derrubou muitos
alimentos em mim e que acabou sendo nocauteado com um simples soco meu! Desde então,
ficou sendo meu cozinheiro para se desculpar da vergonha que me fez sofrer...
-O QUE? – Gritou Marco – E-EU NÃO SOU COZINHEIRO DE NINGUEM E FUI EU
QUEM PASSOU A MAIOR VERGONHA, NÃO VOCÊ! VOCÊ QUE DEVE SERVIR A
MIM!
-Cale a boca, seu idiota! Não se distraia, senão você ainda vai queimar o jantar... – Disse
Sarah, voltando a deitar.
-Eu não vou queimar na – Nesse momento, o bife que estava na frigideira começou a
soltar uma fumaça negra, fazendo Marco tomar um susto e logo acudir o pobre e torrado filé.
Após a discussão, o jantar foi finalmente servido e ambos começaram a saborear os alimentos.
-Eu falei que você iria queimar o bife... Olha a cara desse coitado! – Disse Sarah,
mostrando o bife totalmente preto para Marco.
-Não foi minha culpa... Eu só me distrai um pouco... – Disse Marco, suspirando e
abaixando a cabeça.
-Resumindo... Foi culpa sua... – Respondeu Sarah, com uma risada irônica.
O silêncio ficou no ar somente por alguns segundos, até que Sarah lançou a seguinte
pergunta:
-Então, como foi o passeio no shopping hoje?
-Bem... – Nesse momento, a discussão que tivera com Eren veio em sua cabeça – Sarah...
-O que foi?
-Hoje... Sobre o Eren... – Marco não conseguia sequer olhar para a amiga.
-O que tem o Eren? O que houve? Desembucha!
-Eu... Eu... – enfim, tomou a decisão – EU CARREGUEI MAIS PESO QUE ELE HOJE!
ISSO FOI INJUSTO!
-Ufa! É isso? – Suspirou Sarah – Pensei que ele tinha ficado de olho em outras meninas...
Isso seria um problema, não?
-É... Seria um problema – Marco se corroia por dentro, se perguntando por que não
contara sobre a discussão – Mas, mesmo assim, foi injusto o tanto de compras que eu levei da
Jéssica...
-Eu acho pouco para você! Esses programas de compras criados pela Jéssica sempre
foram uma armadilha para quem a acompanha. – Disse Sarah, dando risadas – Marco, tive a
idéia perfeita para o próximo plano.
-Então me conte. Qual é o novo plano?
-Amanhã terá um pequeno torneio interno na academia de lutas e eu vou participar. A sua
tarefa será a de levar Eren para me ver lutar. Já que ele gostou de saber que eu luto, essa será
uma grande oportunidade para mostrar para ele todos os meus talentos e habilidades marciais,
fazendo ele se apaixonar por mim cada vez mais. Entendeu? – Disse Sarah, dando risadas
maléficas no final.
-SIM! – Marco respondeu firme – Eu o levarei! Faça de tudo para conseguir conquistá-lo,
certo Sarah? Não se deixe abalar por nada ou por ninguém!
-No-Nossa! Que determinação é essa? – Disse Sarah, presenciando as falas firmes do
colega.
-Não importa que determinação é essa! Somente quero que saiba que pode contar
comigo!
-T-Tá... – Disse Sarah, começando a ficar vermelha de vergonha – Já está bom por hoje,
não é? Agora vá embora, porque amanha o dia será longo!
Sarah se levantou da cadeira, puxou Marco pelo braço e começou a empurrar o pobre rapaz para
fora.
-E-Ei! Sarah, mas e as coisas da mesa? Eu tenho que lim – foi interrompido pela garota.
-EU LAVO E LIMPO, PODE DEIXAR! AGORA, VAZA! – gritou Sarah, que logo em
seguida fechou a porta na cara do amigo.
-Essa menina não tem todos os parafusos... Tenho certeza disso – Murmurou Marco.
Ao chegar à casa, Marco entrou, deu boa noite para sua avó, que estava dormindo no sofá, e foi
em direção ao quarto. Não... Eu não posso falar aquilo para ela, pois irá desmotivá-la e não quero
que tudo o que estamos fazendo acabe assim... Não quero vê-la triste, pensava o jovem rapaz
enquanto estava deitado na cama, até no ponto em que o sono foi mais forte e apagou.
Após uma longa noite de sono, o dia começou a raiar. Marco abriu os olhos e fez toda sua rotina
para ir à escola. As aulas foram tranqüilas e leves. No intervalo, a turma se reencontrou
novamente como no dia anterior. Mas, dessa vez, a única que falou foi Jéssica sobre como fora
magnífico o passeio que fizera no dia anterior. Mostrava todos os objetos de valor que comprara,
por sorte não se lembrou da briga entre Marco e Eren. Finalmente, soou o sinal do final das aulas
e todos foram para casa. No caminho de volta, Marco propôs à Eren que fossem à academia de
lutas à tarde para torcerem por Sarah no campeonato interno que a academia organizara. Eren
topou de imediato, ficando combinado de se encontrarem em sua casa para irem juntos.
Exatamente às 16 horas, Marco saiu de sua casa e encontrou Eren, d'onde os dois saíram
para o torneio.
-Cara, deve ser demais ver um torneio de lutas ao vivo! – Dizia Eren, todo animado.
-Sim, deve ser uma experiência diferenciada...
-Eu ainda irei praticar lutas, mas esse ano tenho coisas muito mais importantes para me
preocupar...
-É... Importantes... – Disse Marco, relembrando a discussão.
-Marco... Você ainda está chat – Eren foi cortado por um grito.
-Mas, que gritou foi esse? – Perguntou Marco, ficando atento.
-Essa voz não me é estranha... – Disse Eren.
Os garotos começaram a olhar em volta para ver d'onde vinha o grito, até que Marco
olhou em um pequeno beco e viu a cena que nunca imaginara ver. Sarah estava sendo segurada
pelos braços por dois rapazes e havia outro a sua frente, parecia ser o jovem que Sarah batera no
dia anterior no octógono.
-Me larguem, seus covardes! Vocês precisam de três para ganhar de mim em uma luta? –
Gritava Sarah.
-Ma-Marco! É a Sarah! – Disse Eren, assustado com o que estava vendo.
No instante que Eren terminou a sua frase, Sarah recebeu um tapa no rosto daquele que
estava em sua frente. Nesse momento, Marco que estava parado observando sem entender o que
acontecia, relembrou todas as brigas entres seus pais. A violência com que seu pai tratava sua
mãe era algo que ele abominava. Queria protegê-la de qualquer jeito, mas não tinha tamanho e
nem força para isso na época. Agora, ver outra mulher apanhar em sua frente e não fazer nada
era uma idéia inadmissível. Seu corpo se moveu sozinho, e mais rápido que um raio, foi em
direção aos vândalos. Perdera todo o controle de sua mente, pois era uma cena que o pobre
garoto jurou nunca mais querer ver na vida. Eren sequer conseguiu segurar o colega, mas foi
logo ligando para a polícia.
Marco, como um relâmpago, entrou desferindo um incrível golpe no rosto do vândalo que
batera em Sarah, levando-o ao chão. Logo em seguida, antes mesmo do rapaz se levantar, Marco
ajoelhou-se sobre ele e começou a dar vários murros e golpes com força imensurável no rosto do
vândalo, que apagou completamente após dois golpes. Marco estava descontrolado. Não sabia
direito o que fazia. Mesmo com o rapaz desacordado, continuava esmurrando, sentindo uma
sensação de liberdade e de dever cumprido. Pois, finalmente conseguira proteger alguém vitima
de injustiça e abuso de força. Não queria ver mais ninguém ser violentado ou chorar por ser
julgado inferior.
Sarah, nesse meio tempo, conseguiu ser libertada dos comparsas que a segurava, e acabou
batendo nos dois. Ao virar para onde estava Marco, estalou os olhos, não acreditando que o
amigo fizera tudo aquilo. Foi se aproximando do irreconhecível rapaz que ainda desferia socos
no vândalo.
-Ma-Marco... J-Já chega. E-Eu estou bem – Quando encostou suas mãos em Marco, foi
empurrada bruscamente pelo furioso rapaz.
Sarah, sentada no chão, não acreditara no que via. Marco, ajoelhado, ficou olhando para
Sarah com um olhar de quem não entendera nada do que aconteceu e começou a se acalmar.
Olhou as mãos cheias de sangue e se assustou.
-O-O que eu sou Sarah? Sou o mesmo monstro que meu pai? – Perguntava o garoto,
enchendo os olhos de lágrimas e apertando os punhos.
Neste momento, as sirenes dos carros de polícia começaram a soar. Sarah percebeu e
correu de medo para que não contassem para seus pais. Marco ficou sentado do lado do vândalo
surrado e desmaiado no chão, até que os policiais chegassem ao local e levassem ambos à
delegacia.
Na delegacia, Marco estava sentado em uma das cadeiras olhando para baixo. Seus
pensamentos estavam desordenados, até que um policial chegou dizendo:
-Você esta livre, rapaz. Confirmaram que o outro era o vândalo e que você foi o herói, se
assim posso dizer.
-H-Herói?- Perguntou Marco, ainda olhando para o chão – O senhor viu o que eu fiz com
o rapaz?
-Sim, Herói. Sua atitude foi nobre e agiu por um bem maior... Você não fez nada de
errado. Você foi homem.
Marco não respondeu nada.
-Mas, tome cuidado, rapaz. Você deu sorte de ter acertado o vândalo em cheio, porque ele
tinha um canivete na outra mão, que foi jogado para longe com o primeiro golpe. Você foi muito
corajoso, pelo que as testemunhas disseram. – Disse o guarda, colocando a mão no ombro de
Marco – Agora, vá embora e descanse.
Marco levantou de cabeça baixa e saiu da delegacia. No caminho de volta, não sabia no
que pensar, mas se sentia livre de um peso que carregara a muito tempo. O que diria para a sua
avó? Por que fizera tudo aquilo sem pensar? Poderia ele estar morto agora, se tudo desse errado?
Eram perguntas que se misturavam em sua cabeça.
Enfim, chegou a sua casa. Antes de entrar, respirou fundo e abriu a porta. Quando passou
pela sala onde sua avó estava sentada, escutou:
-Você estava na delegacia, não estava jovem? – Perguntou a avó.
-S-Sim, vovó... – Respondeu Marco, de cabeça baixa.
-Você brigou na rua, pelo que fiquei sabendo...
-S-Sim, vovó... E-Eu bati em um rapaz... - Marco apertou firme a palma da mão – E-Eu te
decepcionei, vovó... Eu me tornei um monstro igual a ele – Foi interrompido pela avó.
-NÃO DIGA ISSO, MARCO! –Gritou firme a senhora sentada de costas para o jovem.
-O-O que? – Perguntou assustado, o rapaz.
-Você é totalmente o contrario dele... Você utilizou da força para proteger alguém, não
para maltratar. Isso mostra que você é uma pessoa boa, Marco. Só de você estar aqui, já me traz
orgulho... Meu neto, hoje, é um Herói. É um novo filho para mim.
Neste momento, Marco deixou escorrer algumas lágrimas de seus olhos. E-Eu não sou
ele? Eu consegui superá-lo? Pensava o jovem. Marco, após a fala da avó, a agradeceu por tudo
que dissera. Salientou que isso era só o começo dos vários orgulhos que ele traria para a família e
foi para o quarto, onde se jogou na cama e chorou. Mas não de tristeza, e sim de felicidade e
alívio por ter se libertado de um peso que carregara há tempos. O passado negro que ele queria
esquecer agora não mais o atormentava, pois mostrou a si mesmo que agora pode proteger a
todos e que conseguiria trazer orgulho novamente para a família.
Era exatamente 1 hora da manhã, quando Marco escutou baterem na porta de sua casa.
-Mas, o que... – bateram mais uma vez na porta.
Marco levantou e foi ficar diante da porta fechada, que voltou a ser batida do lado de
fora. Será que aquele cara de hoje escapou e veio até aqui para se vingar? Pensava o jovem e
amedrontado rapaz. Pegou o guarda-chuva que ficava atrás da porta como meio de se defender,
caso fosse necessário. Hesitou, mas no fim criou coragem e abriu a porta. Ao abrir, o inesperado
aconteceu. Logo que fez o movimento de abertura, Sarah entrou correndo e abraçou o jovem
rapaz. Neste instante, Marco deixou o guarda-chuva e olhou para Sarah que estava com a cabeça
encostada em seu peito, que parecia soluçar. O rapaz não estava entendendo nada. Não sabia o
que estava acontecendo.
-Idiota! Idiota! Idiota! Idiota! – Repetia Sarah, com voz baixa e trêmula de choro
enquanto dava alguns murros fracos, no peito de Marco.
-Sa-Sarah, o que acont – Foi interrompido pela garota.
-Por que você fez aquilo? – Disse a garota, que levantou a cabeça com os olhos
escorrendo lágrimas.
Marco ficou sem palavras ao ver Sarah daquele jeito e com os olhos cheios d'água.
-Você poderia ter morrido, seu idiota. Imbecil! – voltou a encostar a cabeça no peito de
Marco – Se... Se você morresse, quem iria fazer a comida para mim? Quem... Quem iria me
ajudar a conquistar o Eren? Me diz! Idiota... – Sarah não conseguia firmar sua voz, além de que,
no final de cada fala, segurava cada vez mais firme na blusa de Marco.
-Mas, no final das contas eu estou bem, não estou? – Finalmente, Marco disse alguma
coisa, com um singelo sorriso no rosto.
Logo após o final da fala de Marco, este abraçou Sarah que já estava agarrada em seu
peito. Sarah, ao sentir que Marco a abraçara também se sentiu aconchegada. Entretanto, alguns
segundos após, pareceu ter retornado em si. Logo empurrou Marco e o soltou, afastando-se.
-Co-Como vo-você ousa me abraçar de-desse jeito? – Disse Sarah, não conseguindo
pronunciar as palavras corretamente, pois estava vermelha de vergonha.
-O QUE? – Disse Marco, assustado com a reação repentina da amiga.
-TARADO! – Gritou Sarah.
-O QUE? Não! Espera um pouco! – Gritou Marco, indignado com o que acabara de
ouvir.
- Se o Eren souber disso, vo-você morre! Ouviu? Seu tarado!
-Eu morro? – Disse Eren, totalmente pasmo – Mas espera... Foi você quem veio aqui – foi
interrompido por Sarah.
-CALE A BOCA! – Gritou Sarah, envergonhada – Não agüento ficar mais do lado de um
tarado! ADEUS! – Disse Sarah, correndo embora para sua casa.
-EU NÃO SOU TARADO! – Gritou Marco.
Após tudo ter se acalmado e Sarah ir embora, Marco, ainda parado à porta, deu um
singelo sorriso. Entendera o sentimento da amiga e compreendera a loucura que fizera, pois sim,
ele poderia ter morrido nessa brincadeira toda de bancar o Herói. Sarah, eu vou te ajudar ao
máximo para conquistar o Eren. Custe o que custar, vou estar ao seu lado, te apoiando - pensou o
rapaz. Fechou a porta e foi para o quarto, onde se jogou na cama. A imagem de Sarah chorando
vinha à sua cabeça ainda, mas não queria mais ver a mesma novamente. Por isso, decidiu ajudála ao máximo que pudesse. Enfim, o sono o acometera e ele apagou.
No outro dia, ao chegar à escola, Marco era cumprimentado por todos que passavam por
ele. Era visto como um Herói. Chegou à sala e, logo ao sentar, ficou rodeado de garotas, as quais
faziam os mais diversos tipos de perguntas. Marco, mal conseguia responder com vergonha, pois
nunca havia ficado rodeado de pessoas que o achavam incrível por suas atitudes e ações. Alguns
minutos após a chegada de Marco, Sarah apareceu. Agia como se nada tivesse acontecido na
noite anterior, até que começou a vir em direção ao fluxo incrível de pessoas em volta do amigo.
-Bom dia, tarado! – Disse Sarah, passando no meio de todas as garotas e indo para sua
carteira.
-TA-TARADO? – Perguntaram, todas.
-O QUE? – Marco assustou – N-Não é nada do que vocês estão pensando, meninas! Eu posso
explicar...
Nesse momento, todas as meninas começaram a sair de perto de Marco, com um olhar de
indignação e repúdio, até que saíram da sala.
-POR QUE VOCÊ DISSE AQUILO? – Gritou Marco, batendo as mãos na carteira de
Sarah.
-Eu só disse a verdade... – Respondeu Sarah, virando o rosto e tentando ignorar o colega.
-Você tinha que ter feito isso com o Eren, não comigo!
-Com o Eren? – Ela virou para Marco – O Eren nunca iria gostar de ficar rodeado de
tantas garotas... Ele é um menino cert – Parou sua fala ao virar e ver o amado rodeado de garotas.
-Viu? – Disse Marco, em um tom irônico e com um sorriso no rosto.
Sarah nem chegou a responder nada. Levantou da cadeira com a cabeça baixa e foi em
direção à carteira de Eren. Marco, vendo a atitude repentina da colega, se pôs a ir junto para
evitar qualquer tragédia. Ao chegarem ao aglomerado de pessoas em volta de Eren, Marco parou
ao lado de Sarah. Essa pegou a mão de Marco e a pôs em sua própria barriga.
-Mas o que você esta faz – foi interrompido por Sarah.
-A não! Olhem, meninas, ele esta abusando de mim novamente! Só porque me salvou
ontem, acha que tudo são flores! Ele é um tarado, tirem-no daqui! – Disse Sarah, em um tom
envergonhado e encenando de forma incrível um drama.
-O-O QUE? – Gritou Marco, tirando rapidamente a mão d'onde estava.
As garotas, que estavam prestando a atenção em Eren, logo se viraram e viram a cena.
Olharam para Marco com um olhar de repúdio, que pareciam lhe cortar ao meio.
-Me-Meninas, isso é um mal entendido! Foi ela que – antes mesmo de terminar sua fala,
todas as garotas o seguraram e começaram a empurrá-lo para fora da classe, chamando-o de
tarado.
-Hey! Larguem-me! – Gritava Marco – Eu não fiz nada de errado! – Nesse momento,
Marco parou, pensou e gritou em seguida – SARAH! ISSO É UMA IDÉIA SUA, NÃO É?
-Não. Não, seu tarado! – Respondeu a garota, com um tom irônico.
-MENTIROSA! VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO, SUA GAROTA LISA! – Gritava
Marco, até que foi totalmente empurrado para fora da sala.
Sarah ficou dando uma gargalhada maligna e conseguira afastar todas as garotas rodeadas
a Eren. Marco, no entanto, estava sendo forçado a sair, e foi empurrado até o pátio. Essa menina
não vale nada mesmo, pensava o jovem e pressionado rapaz. As coisas, então, voltaram ao
normal após toda a confusão no dia anterior. Superar todos aqueles desafios valeu à pena. Pois,
Marco, enfim, percebeu que tinha valor e que conseguiria superar qualquer obstáculo, não
devendo nunca desistir, mesmo que parecesse impossível achar uma solução. Notou que havia
encontrado uma amizade verdadeira, embora Sarah agisse totalmente o oposto do que fizera na
noite anterior. Sim, esse ano promete e guarda ainda muitas surpresas, tenho certeza disso pensou o jovem no pátio da escola. Até que as aulas começaram novamente e o dia se
desenvolveu tranqüilo, como se tudo que acontecera fosse um sonho.

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Punhos de Ferro e Asas da Liberdade

  • 1. Capitulo 4 Punhos de Ferro e Asas da Liberdade... Dia 21 de maio de 2012 exatamente no horário do intervalo Marco, Eren, Sarah e Jéssica estão sob a sombra da árvore do pátio comendo seus lanches e conversando tranquilamente com a brisa batendo em seus rostos. -Então pessoal o que vocês acham de sairmos para ir ao shopping logo após eu terminar a aula de violão na casa do Marco? – Perguntou Jéssica animada. -Bem... Acho que seria bem divertido... – Respondeu Eren. -É... Parece ser legal... Mas, só nós quatro iremos? – Perguntou Marco. -Lógico! Estou chamando somente os que estão aqui, não estou? – Respondeu Jéssica. Neste instante Marco ficou paralisado, pois um pensamento viera a sua cabeça. Isso não é um encontro, não é um encontro, repetia diversas vezes o rapaz que já começara a ficar vermelho. -E você Sarah não vem? – Perguntou Eren. -B-Bem... – Sarah com vergonha abaixou a cabeça – E-Eu já tenho um compromisso na parte da tarde, mas obrigada por me chamar. -Compromisso?. -Ah! É verdade... Sarah tem o treino de MMA hoje a tarde não é? – Disse Jéssica se exaltando. -MMA!? – Gritou Marco abismado. -P-Por que o espanto seu idiota? Uma menina não pode praticar luta? – Disse Sarah ficando nervosa e partindo para cima de Marco. -Entendi... Então é por isso que você bateu tão bem no Marco aquela vez... – Disse Eren pensativo – Isso é muito legal. -VOCÊ ACHA? – Gritaram os dois amigos que já estavam no início da briga. -Bem... É algo interessante de se ver. -Q-Que bom que vo-você gosta Eren. – Disse Sarah envergonhada. -Eren já deu de ficar lembrando-se da minha surra não é? – Disse Marco suspirando. -Marco não tem como esquecer... Foi épico o direto que você levou. – Respondeu Eren dando risadas.
  • 2. -Então está fechado pessoal! Nos encontramos em frente à casa do Eren para irmos, tudo bem? – Disse Jéssica animada – Você não vai mesmo Sarah? -Não tem como Jéssica... Meu treino é algo muito importante para mim. Não conseguiria faltar uma vez se quer. -Ok! Nós iremos nos encontrar em frente de casa... Sarah pode ter certeza que nos divertiremos por você, mas mesmo assim gostaria que você fosse. – Disse Eren olhando para a garota que começou a ficar vermelha. -Pelo menos não corro risco de vida sem a Sarah por perto – Disse Marco em um tom irônico provocando a garota. -O-O que você disse? Eu posso não estar perto no momento, mas agora estamos um pertinho do outro o que facilmente me possibilita de dar uma surra por sua confiança excessiva! – Disse Sarah olhando para Marco com seu olhar de destruição. -É-É uma brincadeira Sarah, você sabe não é? – Disse Marco dando alguns passos para trás enquanto Sarah caminhava para frente. Alguns minutos após o intervalo começou novamente a aula. Marco ficara com o braço dolorido com os golpes que levara de Sarah no intervalo, merecera a surra por provocar a menina mais devastadora da escola. Após algum tempo de aula Marco recebeu um bilhete que vinha com o nome de Eren escrito na frente. “Não fique chorando de dor agora, pois você mereceu a surra. Você é louco? Mesmo te lembrando do seu primeiro dia de aula você sempre inferniza ela. Você também não vale nada, mas foi engraçado devo admitir. Acho que Sarah, mesmo que ela seja durona desse jeito, tem um coração bom. Ela deve ter motivos para agir dessa forma, não a julgo por nenhuma atitude tomada. Devo admitir ela praticar MMA me chamou muito a atenção...” Marco ao acabar de ler o recado não acreditava. Será que Eren estava gostando de Sarah? Devo mostrar esse bilhete para ela? Eram perguntas que vinham à cabeça do rapaz. Finalmente acabou a aula e todos foram para suas casas. Marco voltou sozinho para casa já que Eren ficara na escola para resolver problemas do clube de química. Será que Eren pode ter uma pequena atração por Sarah só faltando essa desabrochar? Por que eu estou tão preocupado assim? Perguntas nesse sentido o importunaram o caminho inteiro para casa. Enfim chegara a sua casa, entrou se trocou e foi para a cozinha preparar o seu almoço e o de sua avó a qual estava dormindo na sala. Terminou de almoçar, lavou todos os pratos e arrumou a cozinha, logo em seguida bateram em sua porta, era Jéssica que viera para a aula de violão que fazia com Marco. A aula ocorreu normalmente, mas havia um pouco de ansiedade para sair por parte de Jéssica fazendo assim Marco terminar mais cedo o ensinamento e assim os dois partiram em direção à casa de Eren.
  • 3. Eram exatamente 16 horas da tarde quando os três colegas chegaram ao shopping, o qual era enorme e tinha dois andares, muitos metros quadrados, entretanto o mais impressionante era o parque que ficava de fronte à entrada, este era muito arborizado e tinha um lago no centro. Marco vendo o cenário típico de um filme romântico continuava pensando que aquilo não era um encontro, não era! No meio de conversas e os pensamentos de Marco enfim adentraram ao monstruoso shopping. É... Isso não é um encontro, pensava Marco desiludido alguns minutos depois já no interior do estabelecimento vendo Jéssica arrastar ele e Eren como bagageiros, pois estavam carregando todas as compras que a menina fizera. Passaram algumas horas, estas as mais exaustivas de toda a vida dos rapazes, acompanhando a animada garota em lojas de vestido, sapatos, acessórios e tudo mais. Até o momento que Jéssica finalmente deu uma trégua para ir ao banheiro, os jovens e cansados bagageiros sentaram em um banco para descansar. -Co-Como ela consegue estar tão animada ainda? – Disse Eren totalmente fatigado e se esticando. -Na Verdade eu não sei como consegue gastar tanto dinheiro tão facilmente! – Disse Marco olhando para o teto em busca de ar com toda força que sobrara em seu corpo. -Agora eu entendi o porquê da idéia de virmos todos ao shopping... Ela queria alguém... Alguém para carregar a bagagem! – Eren mal falava direito devido ao cansaço. -E-Eren! – Gritou Marco vendo o amigo exausto – Cara você não esta bem! Vamos lá, respira fundo comigo vai! Inspira... Expira. -Relaxa Marco eu estou bem! – Disse Eren dando risadas, mas ainda muito cansado. -Só estou tentando ajudar seu filho da mãe! Marco sentou tranquilamente após a brincadeira de mau gosto do amigo, mas alguns segundos após se acalmar veio uma pergunta em sua cabeça que fora mais forte que seu controle e perguntou rapidamente para Eren. -Você gosta da Sarah, Eren? – Disse Marco olhando para frente. -O que amigo? -Perguntei se você gosta da Sarah... – Disse Marco se virando para o amigo. -Bem... Não vou dizer que não gosto, mas... – Abaixou a cabeça pensativo. -Mas o que Eren? Você gosta dela ou não? – Marco estava sério. -Marco a verdade é que... É que eu não quero nada com ninguém agora... Esse ano é muito importante para mim, não quero ter distrações. Tudo bem a Sarah me surpreende sim, como escrevi no bilhete eu tenho certeza que ela tem bom coração e é uma ótima garota, apesar de realmente ter me chamado a atenção ela praticar um tipo de luta... Só que... Ainda não sei
  • 4. dizer se sinto mesmo alguma coisa ou não por ela... Eu a conheço desde pequeno. Sou amigo há muito tempo e – Marco o interrompeu. -Pare de ficar arranjado desculpas, Eren... – Disse Marco olhando para baixo – Não importa se você é ou não o melhor amigo dela há muito tempo... Se o sentimento for puro e verdadeiro a amizade não se acaba, mas pelo contrario se fortifica... -M-Marco... – Murmurou Eren espantado a ver o colega sério daquela forma. -Se ela conseguir ganhar seu coração conquistá-lo pelo jeito de ser dela você ainda recusaria uma paixão ou um amor que você sabe que poderia ser sua única chance se valendo de argumentos como “não quero estragar a amizade” ou que “tem coisas mais importantes do que quem você ama”? – Disse Marco começando a se exaltar. No momento da discussão Jéssica saiu do banheiro e viu Marco de pé em frente à Eren. -O que está acontecendo pessoal? – Disse a garota se aproximando. -Nada Jéssica... Acho que estamos muito cansados... – Disse Eren dando algumas risadas. -É... Eu também concordo... – Disse Marco de cabeça baixa. -Bem... Tudo bem então! Vamos embora pessoal! – Disse Jéssica sorrindo. Jéssica após a conversa pegou algumas sacolas e deixou o resto com os rapazes. A garota toda alegre e animada foi à frente em direção a porta. -Não sei amigo... – Murmurou Eren terminando de pegar as sacolas. -O que? – Disse Marco sem entender. -Sinceramente não sei o que eu faria se ela conseguisse me conquistar... E acho legal você se importar com meus sentimentos e com os de Sarah... Você realmente é um grande amigo Marco. – Disse Eren indo em direção à porta enquanto Marco ficara perplexo com o que ouvira. -Vamos Marco! Vai ficar dormindo aí atrás? – Gritou Jéssica da porta do Shopping. -Es-Estou indo! – Respondeu rapidamente pegando as ultimas sacolas que ficaram para trás. No caminho de volta Marco, agora sozinho, chegou frente a uma academia de luta chamada MMA Fighters que era enorme, um pavilhão de festa para ser mais exato só que remodelado para sua atividade. Olhou em volta antes de entrar para ter certeza donde estava e enfim entrou. Será que a Jéssica me passou o lugar certo? Pensou Marco assim que entrou. O rapaz foi adentrando até chegar a um local onde ficavam todos os aparelhos de luta inclusive dois octógonos que serviam para o combate em si. Dentro de um desses o garoto viu Sarah de costas e ao se aproximar notou que tinha alguém caído na frente da garota.
  • 5. -Isso foi para você aprender à nunca mais julgar alguém pelo esporte que pratica, se é homem ou mulher, ou pela aparência, seu ignorante! Além de ser preconceituoso e estúpido é ruim de briga! – Disse Sarah nervosa para o rapaz que estava a sua frente. -Vamos acalmar pessoal! Isso foi só um treino! Já chega por hoje todos para casa! – Disse o treinador entrando no octógono. Sarah respirou fundo e começou a se acalmar quando virou para sair viu Marco do outro lado da grade. O rapaz erguera a mão no sentido de cumprimento, porém Sarah ainda não acreditando que Marco estava ali virou o rosto rapidamente e saiu do octógono. -Espere lá fora. Vou tomar um banho e já venho... – Disse a garota passando por Marco indo em direção ao banheiro. -Tudo bem... – Disse Marco dando algumas risadas sem graça. Marco então se dirigiu para fora do local e esperou a colega sair. Passaram-se exatamente 20 minutos até que Sarah apareceu na porta com sua mochila e já foi logo andando para ir embora fazendo Marco se apressar para alcançar a amiga. -O que você estava fazendo aqui? – Perguntou Sarah séria. -Vim ver se você estava falando a verdade ou não sobre o treino... -E por que eu mentiria? -Vai saber não é? Achei que seria alguma desculpa para não se aproximar do Eren devido à vergonha que você sente ao lado dele... – Disse Marco começando a dar risadas. -O-O que você disse seu imbecil? – Gritou Sarah olhando para Marco com um olhar amedrontador. -Calma! É brincadeira! Relaxe... – Disse Marco balançando as mãos em frente ao rosto. -Você está muito engraçadinho para o meu gosto... Acho que você precisa de outra surra... – Resmungou Sarah que logo voltou a andar. -Hey! Vamos com calma também não é? – Disse Marco dando risadas irônicas. -Como você conseguiu o endereço do clube de luta? – Perguntou Sarah. -Perguntei para Jéssica... Falei que precisava te entregar algumas coisas e não sabia onde era. -Entendi... Por um instante o silencio reinou entre os dois. Neste meio tempo veio à cabeça de Marco a idéia de contar para Sarah sobre a carta e a discussão que tivera com Eren sobre relacionamentos no shopping, mas hesitou. Não, não posso falar nada para ela. Nem da carta e nem da discussão, pois acabariam com a esperança dela, não posso deixar isso acontecer, pensava o jovem e confuso rapaz.
  • 6. -Então... Quem era o garoto caído em sua frente? – Perguntou Marco. -Um ignorante... – Disse Sarah fechando os olhos e ficando com raiva. -Está certo... Se fosse só mais um ignorante qualquer ele não te irritaria assim... – Disse Marco enquanto caminhava olhando para o céu que começara a escurecer. -E-Eu já disse que ele é só mais um ignoran – Foi interrompida por Marco. -Está bom... – Suspirou o jovem rapaz - Vou fingir que acredito... Me conte quando quiser então... Ficou um silêncio logo em seguida até o momento que Sarah murmurou algumas palavras: -Eu... Eu descobri que ele falou coisas de mim só por eu ser uma garota e praticar lutas marciais... E que eu não sabia o que eu estava fazendo da minha vida... “Como uma menina rica esta fazendo luta? Ela é burguesa tem que ficar no meio de patricinhas” ele falava... – Disse Sarah de cabeça baixa. -Então você resolveu dar uma surra nele certo? – Disse Marco olhando para frente. -S-Sim... Queria mostrar que sou independente e – foi interrompida novamente por Marco. -Você fez certo, mas... Você sabe quem você é. Não precisa ficar provando para os outros. Eu acredito em você, no seu jeito e te respeito não é? Sem você me provar nada... – Marco ainda continuava com o olhar fixo para frente, sério – Ele é sim um canalha por ser tão preconceituoso nos tempos atuais... Acho que ele não entendeu ainda que a mulher é igual ao homem... Mas, a violência nem sempre é o melhor caminho para a solução dos conflitos. Eu posso dizer isso por que presenciei na minha infância a relação dos meus pais – Neste momento Marco abaixou a cabeça como se lembrasse de algo. -Ma-Marco... – Sarah não conseguiu falar nada, pois ficara impressionada com o comportamento do amigo. -Sinceramente Sarah... Você deve depositar mais confiança em você e não se importar com que os outros pensam. De o seu máximo para atingir seu objetivo, mesmo sendo o caminho mais duro, o atinja. Por que é você quem vai escrever o seu caminho e não os outros... – Enquanto isso na cabeça de Marco vinha toda hora a vontade de contar sobre a discussão que tivera com Eren, mas a preocupação em motivar a amiga para atingir o coração do colega superava toda e qualquer intenção. Logo que Marco terminou de falar Sarah abaixou a cabeça como se estivesse entrando em seus pensamentos. Marco notou e deu um singelo sorriso. Durante o caminho de volta após a conversa que tivera Sarah olhava algumas vezes fixamente para Marco que admirava o céu
  • 7. escuro com o anoitecer e não acreditava que ouvira coisas daquele jeito de um garoto que no começo do ano levara um soco dela. Será que realmente alguém se importava com ela sem ser a sua melhor amiga ou toda essa preocupação era somente porque eles haviam feito um acordo de um ajudar o outro? Essa foi uma das várias dúvidas que vieram à cabeça da jovem. Enfim chegaram à frente da casa de Sarah, esta ainda de cabeça baixa, porém antes de Marco se despedir Sarah o chamou como sempre. -O que foi Sarah? – Perguntou o rapaz começando a sorrir, pois já tinha quase certeza do que iria ouvir como todas as outras vezes. -VOCÊ BEBEU HOJE A TARDE NÃO FOI? – Disse Sarah erguendo rapidamente a cabeça e apontando o dedo para o rosto de Marco. -O QUE? – Gritou Marco dando um salto para trás – POR QUE VOCÊ ACHA ISSO? -Você só pode estar bêbado para ter falado uma coisa daquelas para mim no caminho de volta... – Disse Sarah virando o rosto e erguendo o nariz. -O-O que você disse? E-Eu te falo coisas tão motivadoras e você vem me falar que eu estou bêbado por falar aquilo? – Dizia Marco indignado. -Motivadoras? Não sei aonde... – Sarah virou as costas e foi adentrando a sua casa – Entre e tome um banho para tirar a bebedeira e depois faça uma janta boa para te tirar por completo o efeito do álcool... -Es-Espera... – Pensou por um instando e suspirou logo em seguida – Então era isso que essa garota queria... Ela não muda mesmo... – Murmurou Marco para si entrando logo em seguida. Por fim Marco foi tomar um banho depois do dia corrido que tivera e Sarah ficou arrumando a cozinha e a mesa para o jantar. Enquanto Marco preparava a refeição Sarah ficou deitada no sofá olhando para o teto, como se estivesse pensando em alguma coisa, possivelmente nas falas que o amigo dissera. -Sinceramente... Não sei como você conseguiu sobreviver todos esses anos sem fazer comida, mas sim só comprando marmitas... – Disse Marco preparando o jantar. -O que você esta falando idiota? Fique quieto e faça a comida! Você deve muito para mim por eu ter concertado a besteira que você fez com a Jéssica na primeira aula de violão que tiveram. Se não fosse eu explicar para ela que você não tinha dormido direito à noite e que estava com muito sono ela não acreditaria em nada... -Ah... – Suspirou Marco – Eu já te agradeci não foi?
  • 8. -E na verdade... Meus pais me mandam dinheiro para a comida. Mas, para mostrar que não preciso deles, pedi para que mandassem menos, porque aí eu teria motivos para aprender a cozinhar... Entretanto, algum tempo depois, eu... Eu conheci – Foi interrompida por Marco. -Conheceu esse cara belo e talentoso aqui, não é? – Disse Marco, se gabando e dando risadas. -O-O que? – Disse Sarah, levantando rapidamente do sofá – E-Eu não iria falar isso! Eu iria dizer que conheci um retardado, trouxa, idiota e desatento rapaz que derrubou muitos alimentos em mim e que acabou sendo nocauteado com um simples soco meu! Desde então, ficou sendo meu cozinheiro para se desculpar da vergonha que me fez sofrer... -O QUE? – Gritou Marco – E-EU NÃO SOU COZINHEIRO DE NINGUEM E FUI EU QUEM PASSOU A MAIOR VERGONHA, NÃO VOCÊ! VOCÊ QUE DEVE SERVIR A MIM! -Cale a boca, seu idiota! Não se distraia, senão você ainda vai queimar o jantar... – Disse Sarah, voltando a deitar. -Eu não vou queimar na – Nesse momento, o bife que estava na frigideira começou a soltar uma fumaça negra, fazendo Marco tomar um susto e logo acudir o pobre e torrado filé. Após a discussão, o jantar foi finalmente servido e ambos começaram a saborear os alimentos. -Eu falei que você iria queimar o bife... Olha a cara desse coitado! – Disse Sarah, mostrando o bife totalmente preto para Marco. -Não foi minha culpa... Eu só me distrai um pouco... – Disse Marco, suspirando e abaixando a cabeça. -Resumindo... Foi culpa sua... – Respondeu Sarah, com uma risada irônica. O silêncio ficou no ar somente por alguns segundos, até que Sarah lançou a seguinte pergunta: -Então, como foi o passeio no shopping hoje? -Bem... – Nesse momento, a discussão que tivera com Eren veio em sua cabeça – Sarah... -O que foi? -Hoje... Sobre o Eren... – Marco não conseguia sequer olhar para a amiga. -O que tem o Eren? O que houve? Desembucha! -Eu... Eu... – enfim, tomou a decisão – EU CARREGUEI MAIS PESO QUE ELE HOJE! ISSO FOI INJUSTO! -Ufa! É isso? – Suspirou Sarah – Pensei que ele tinha ficado de olho em outras meninas... Isso seria um problema, não?
  • 9. -É... Seria um problema – Marco se corroia por dentro, se perguntando por que não contara sobre a discussão – Mas, mesmo assim, foi injusto o tanto de compras que eu levei da Jéssica... -Eu acho pouco para você! Esses programas de compras criados pela Jéssica sempre foram uma armadilha para quem a acompanha. – Disse Sarah, dando risadas – Marco, tive a idéia perfeita para o próximo plano. -Então me conte. Qual é o novo plano? -Amanhã terá um pequeno torneio interno na academia de lutas e eu vou participar. A sua tarefa será a de levar Eren para me ver lutar. Já que ele gostou de saber que eu luto, essa será uma grande oportunidade para mostrar para ele todos os meus talentos e habilidades marciais, fazendo ele se apaixonar por mim cada vez mais. Entendeu? – Disse Sarah, dando risadas maléficas no final. -SIM! – Marco respondeu firme – Eu o levarei! Faça de tudo para conseguir conquistá-lo, certo Sarah? Não se deixe abalar por nada ou por ninguém! -No-Nossa! Que determinação é essa? – Disse Sarah, presenciando as falas firmes do colega. -Não importa que determinação é essa! Somente quero que saiba que pode contar comigo! -T-Tá... – Disse Sarah, começando a ficar vermelha de vergonha – Já está bom por hoje, não é? Agora vá embora, porque amanha o dia será longo! Sarah se levantou da cadeira, puxou Marco pelo braço e começou a empurrar o pobre rapaz para fora. -E-Ei! Sarah, mas e as coisas da mesa? Eu tenho que lim – foi interrompido pela garota. -EU LAVO E LIMPO, PODE DEIXAR! AGORA, VAZA! – gritou Sarah, que logo em seguida fechou a porta na cara do amigo. -Essa menina não tem todos os parafusos... Tenho certeza disso – Murmurou Marco. Ao chegar à casa, Marco entrou, deu boa noite para sua avó, que estava dormindo no sofá, e foi em direção ao quarto. Não... Eu não posso falar aquilo para ela, pois irá desmotivá-la e não quero que tudo o que estamos fazendo acabe assim... Não quero vê-la triste, pensava o jovem rapaz enquanto estava deitado na cama, até no ponto em que o sono foi mais forte e apagou. Após uma longa noite de sono, o dia começou a raiar. Marco abriu os olhos e fez toda sua rotina para ir à escola. As aulas foram tranqüilas e leves. No intervalo, a turma se reencontrou novamente como no dia anterior. Mas, dessa vez, a única que falou foi Jéssica sobre como fora magnífico o passeio que fizera no dia anterior. Mostrava todos os objetos de valor que comprara,
  • 10. por sorte não se lembrou da briga entre Marco e Eren. Finalmente, soou o sinal do final das aulas e todos foram para casa. No caminho de volta, Marco propôs à Eren que fossem à academia de lutas à tarde para torcerem por Sarah no campeonato interno que a academia organizara. Eren topou de imediato, ficando combinado de se encontrarem em sua casa para irem juntos. Exatamente às 16 horas, Marco saiu de sua casa e encontrou Eren, d'onde os dois saíram para o torneio. -Cara, deve ser demais ver um torneio de lutas ao vivo! – Dizia Eren, todo animado. -Sim, deve ser uma experiência diferenciada... -Eu ainda irei praticar lutas, mas esse ano tenho coisas muito mais importantes para me preocupar... -É... Importantes... – Disse Marco, relembrando a discussão. -Marco... Você ainda está chat – Eren foi cortado por um grito. -Mas, que gritou foi esse? – Perguntou Marco, ficando atento. -Essa voz não me é estranha... – Disse Eren. Os garotos começaram a olhar em volta para ver d'onde vinha o grito, até que Marco olhou em um pequeno beco e viu a cena que nunca imaginara ver. Sarah estava sendo segurada pelos braços por dois rapazes e havia outro a sua frente, parecia ser o jovem que Sarah batera no dia anterior no octógono. -Me larguem, seus covardes! Vocês precisam de três para ganhar de mim em uma luta? – Gritava Sarah. -Ma-Marco! É a Sarah! – Disse Eren, assustado com o que estava vendo. No instante que Eren terminou a sua frase, Sarah recebeu um tapa no rosto daquele que estava em sua frente. Nesse momento, Marco que estava parado observando sem entender o que acontecia, relembrou todas as brigas entres seus pais. A violência com que seu pai tratava sua mãe era algo que ele abominava. Queria protegê-la de qualquer jeito, mas não tinha tamanho e nem força para isso na época. Agora, ver outra mulher apanhar em sua frente e não fazer nada era uma idéia inadmissível. Seu corpo se moveu sozinho, e mais rápido que um raio, foi em direção aos vândalos. Perdera todo o controle de sua mente, pois era uma cena que o pobre garoto jurou nunca mais querer ver na vida. Eren sequer conseguiu segurar o colega, mas foi logo ligando para a polícia. Marco, como um relâmpago, entrou desferindo um incrível golpe no rosto do vândalo que batera em Sarah, levando-o ao chão. Logo em seguida, antes mesmo do rapaz se levantar, Marco ajoelhou-se sobre ele e começou a dar vários murros e golpes com força imensurável no rosto do vândalo, que apagou completamente após dois golpes. Marco estava descontrolado. Não sabia
  • 11. direito o que fazia. Mesmo com o rapaz desacordado, continuava esmurrando, sentindo uma sensação de liberdade e de dever cumprido. Pois, finalmente conseguira proteger alguém vitima de injustiça e abuso de força. Não queria ver mais ninguém ser violentado ou chorar por ser julgado inferior. Sarah, nesse meio tempo, conseguiu ser libertada dos comparsas que a segurava, e acabou batendo nos dois. Ao virar para onde estava Marco, estalou os olhos, não acreditando que o amigo fizera tudo aquilo. Foi se aproximando do irreconhecível rapaz que ainda desferia socos no vândalo. -Ma-Marco... J-Já chega. E-Eu estou bem – Quando encostou suas mãos em Marco, foi empurrada bruscamente pelo furioso rapaz. Sarah, sentada no chão, não acreditara no que via. Marco, ajoelhado, ficou olhando para Sarah com um olhar de quem não entendera nada do que aconteceu e começou a se acalmar. Olhou as mãos cheias de sangue e se assustou. -O-O que eu sou Sarah? Sou o mesmo monstro que meu pai? – Perguntava o garoto, enchendo os olhos de lágrimas e apertando os punhos. Neste momento, as sirenes dos carros de polícia começaram a soar. Sarah percebeu e correu de medo para que não contassem para seus pais. Marco ficou sentado do lado do vândalo surrado e desmaiado no chão, até que os policiais chegassem ao local e levassem ambos à delegacia. Na delegacia, Marco estava sentado em uma das cadeiras olhando para baixo. Seus pensamentos estavam desordenados, até que um policial chegou dizendo: -Você esta livre, rapaz. Confirmaram que o outro era o vândalo e que você foi o herói, se assim posso dizer. -H-Herói?- Perguntou Marco, ainda olhando para o chão – O senhor viu o que eu fiz com o rapaz? -Sim, Herói. Sua atitude foi nobre e agiu por um bem maior... Você não fez nada de errado. Você foi homem. Marco não respondeu nada. -Mas, tome cuidado, rapaz. Você deu sorte de ter acertado o vândalo em cheio, porque ele tinha um canivete na outra mão, que foi jogado para longe com o primeiro golpe. Você foi muito corajoso, pelo que as testemunhas disseram. – Disse o guarda, colocando a mão no ombro de Marco – Agora, vá embora e descanse. Marco levantou de cabeça baixa e saiu da delegacia. No caminho de volta, não sabia no que pensar, mas se sentia livre de um peso que carregara a muito tempo. O que diria para a sua
  • 12. avó? Por que fizera tudo aquilo sem pensar? Poderia ele estar morto agora, se tudo desse errado? Eram perguntas que se misturavam em sua cabeça. Enfim, chegou a sua casa. Antes de entrar, respirou fundo e abriu a porta. Quando passou pela sala onde sua avó estava sentada, escutou: -Você estava na delegacia, não estava jovem? – Perguntou a avó. -S-Sim, vovó... – Respondeu Marco, de cabeça baixa. -Você brigou na rua, pelo que fiquei sabendo... -S-Sim, vovó... E-Eu bati em um rapaz... - Marco apertou firme a palma da mão – E-Eu te decepcionei, vovó... Eu me tornei um monstro igual a ele – Foi interrompido pela avó. -NÃO DIGA ISSO, MARCO! –Gritou firme a senhora sentada de costas para o jovem. -O-O que? – Perguntou assustado, o rapaz. -Você é totalmente o contrario dele... Você utilizou da força para proteger alguém, não para maltratar. Isso mostra que você é uma pessoa boa, Marco. Só de você estar aqui, já me traz orgulho... Meu neto, hoje, é um Herói. É um novo filho para mim. Neste momento, Marco deixou escorrer algumas lágrimas de seus olhos. E-Eu não sou ele? Eu consegui superá-lo? Pensava o jovem. Marco, após a fala da avó, a agradeceu por tudo que dissera. Salientou que isso era só o começo dos vários orgulhos que ele traria para a família e foi para o quarto, onde se jogou na cama e chorou. Mas não de tristeza, e sim de felicidade e alívio por ter se libertado de um peso que carregara há tempos. O passado negro que ele queria esquecer agora não mais o atormentava, pois mostrou a si mesmo que agora pode proteger a todos e que conseguiria trazer orgulho novamente para a família. Era exatamente 1 hora da manhã, quando Marco escutou baterem na porta de sua casa. -Mas, o que... – bateram mais uma vez na porta. Marco levantou e foi ficar diante da porta fechada, que voltou a ser batida do lado de fora. Será que aquele cara de hoje escapou e veio até aqui para se vingar? Pensava o jovem e amedrontado rapaz. Pegou o guarda-chuva que ficava atrás da porta como meio de se defender, caso fosse necessário. Hesitou, mas no fim criou coragem e abriu a porta. Ao abrir, o inesperado aconteceu. Logo que fez o movimento de abertura, Sarah entrou correndo e abraçou o jovem rapaz. Neste instante, Marco deixou o guarda-chuva e olhou para Sarah que estava com a cabeça encostada em seu peito, que parecia soluçar. O rapaz não estava entendendo nada. Não sabia o que estava acontecendo. -Idiota! Idiota! Idiota! Idiota! – Repetia Sarah, com voz baixa e trêmula de choro enquanto dava alguns murros fracos, no peito de Marco. -Sa-Sarah, o que acont – Foi interrompido pela garota.
  • 13. -Por que você fez aquilo? – Disse a garota, que levantou a cabeça com os olhos escorrendo lágrimas. Marco ficou sem palavras ao ver Sarah daquele jeito e com os olhos cheios d'água. -Você poderia ter morrido, seu idiota. Imbecil! – voltou a encostar a cabeça no peito de Marco – Se... Se você morresse, quem iria fazer a comida para mim? Quem... Quem iria me ajudar a conquistar o Eren? Me diz! Idiota... – Sarah não conseguia firmar sua voz, além de que, no final de cada fala, segurava cada vez mais firme na blusa de Marco. -Mas, no final das contas eu estou bem, não estou? – Finalmente, Marco disse alguma coisa, com um singelo sorriso no rosto. Logo após o final da fala de Marco, este abraçou Sarah que já estava agarrada em seu peito. Sarah, ao sentir que Marco a abraçara também se sentiu aconchegada. Entretanto, alguns segundos após, pareceu ter retornado em si. Logo empurrou Marco e o soltou, afastando-se. -Co-Como vo-você ousa me abraçar de-desse jeito? – Disse Sarah, não conseguindo pronunciar as palavras corretamente, pois estava vermelha de vergonha. -O QUE? – Disse Marco, assustado com a reação repentina da amiga. -TARADO! – Gritou Sarah. -O QUE? Não! Espera um pouco! – Gritou Marco, indignado com o que acabara de ouvir. - Se o Eren souber disso, vo-você morre! Ouviu? Seu tarado! -Eu morro? – Disse Eren, totalmente pasmo – Mas espera... Foi você quem veio aqui – foi interrompido por Sarah. -CALE A BOCA! – Gritou Sarah, envergonhada – Não agüento ficar mais do lado de um tarado! ADEUS! – Disse Sarah, correndo embora para sua casa. -EU NÃO SOU TARADO! – Gritou Marco. Após tudo ter se acalmado e Sarah ir embora, Marco, ainda parado à porta, deu um singelo sorriso. Entendera o sentimento da amiga e compreendera a loucura que fizera, pois sim, ele poderia ter morrido nessa brincadeira toda de bancar o Herói. Sarah, eu vou te ajudar ao máximo para conquistar o Eren. Custe o que custar, vou estar ao seu lado, te apoiando - pensou o rapaz. Fechou a porta e foi para o quarto, onde se jogou na cama. A imagem de Sarah chorando vinha à sua cabeça ainda, mas não queria mais ver a mesma novamente. Por isso, decidiu ajudála ao máximo que pudesse. Enfim, o sono o acometera e ele apagou. No outro dia, ao chegar à escola, Marco era cumprimentado por todos que passavam por ele. Era visto como um Herói. Chegou à sala e, logo ao sentar, ficou rodeado de garotas, as quais faziam os mais diversos tipos de perguntas. Marco, mal conseguia responder com vergonha, pois
  • 14. nunca havia ficado rodeado de pessoas que o achavam incrível por suas atitudes e ações. Alguns minutos após a chegada de Marco, Sarah apareceu. Agia como se nada tivesse acontecido na noite anterior, até que começou a vir em direção ao fluxo incrível de pessoas em volta do amigo. -Bom dia, tarado! – Disse Sarah, passando no meio de todas as garotas e indo para sua carteira. -TA-TARADO? – Perguntaram, todas. -O QUE? – Marco assustou – N-Não é nada do que vocês estão pensando, meninas! Eu posso explicar... Nesse momento, todas as meninas começaram a sair de perto de Marco, com um olhar de indignação e repúdio, até que saíram da sala. -POR QUE VOCÊ DISSE AQUILO? – Gritou Marco, batendo as mãos na carteira de Sarah. -Eu só disse a verdade... – Respondeu Sarah, virando o rosto e tentando ignorar o colega. -Você tinha que ter feito isso com o Eren, não comigo! -Com o Eren? – Ela virou para Marco – O Eren nunca iria gostar de ficar rodeado de tantas garotas... Ele é um menino cert – Parou sua fala ao virar e ver o amado rodeado de garotas. -Viu? – Disse Marco, em um tom irônico e com um sorriso no rosto. Sarah nem chegou a responder nada. Levantou da cadeira com a cabeça baixa e foi em direção à carteira de Eren. Marco, vendo a atitude repentina da colega, se pôs a ir junto para evitar qualquer tragédia. Ao chegarem ao aglomerado de pessoas em volta de Eren, Marco parou ao lado de Sarah. Essa pegou a mão de Marco e a pôs em sua própria barriga. -Mas o que você esta faz – foi interrompido por Sarah. -A não! Olhem, meninas, ele esta abusando de mim novamente! Só porque me salvou ontem, acha que tudo são flores! Ele é um tarado, tirem-no daqui! – Disse Sarah, em um tom envergonhado e encenando de forma incrível um drama. -O-O QUE? – Gritou Marco, tirando rapidamente a mão d'onde estava. As garotas, que estavam prestando a atenção em Eren, logo se viraram e viram a cena. Olharam para Marco com um olhar de repúdio, que pareciam lhe cortar ao meio. -Me-Meninas, isso é um mal entendido! Foi ela que – antes mesmo de terminar sua fala, todas as garotas o seguraram e começaram a empurrá-lo para fora da classe, chamando-o de tarado. -Hey! Larguem-me! – Gritava Marco – Eu não fiz nada de errado! – Nesse momento, Marco parou, pensou e gritou em seguida – SARAH! ISSO É UMA IDÉIA SUA, NÃO É? -Não. Não, seu tarado! – Respondeu a garota, com um tom irônico.
  • 15. -MENTIROSA! VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO, SUA GAROTA LISA! – Gritava Marco, até que foi totalmente empurrado para fora da sala. Sarah ficou dando uma gargalhada maligna e conseguira afastar todas as garotas rodeadas a Eren. Marco, no entanto, estava sendo forçado a sair, e foi empurrado até o pátio. Essa menina não vale nada mesmo, pensava o jovem e pressionado rapaz. As coisas, então, voltaram ao normal após toda a confusão no dia anterior. Superar todos aqueles desafios valeu à pena. Pois, Marco, enfim, percebeu que tinha valor e que conseguiria superar qualquer obstáculo, não devendo nunca desistir, mesmo que parecesse impossível achar uma solução. Notou que havia encontrado uma amizade verdadeira, embora Sarah agisse totalmente o oposto do que fizera na noite anterior. Sim, esse ano promete e guarda ainda muitas surpresas, tenho certeza disso pensou o jovem no pátio da escola. Até que as aulas começaram novamente e o dia se desenvolveu tranqüilo, como se tudo que acontecera fosse um sonho.