Isabel de Aragão foi rainha de Portugal de 1282 a 1325. Ela era conhecida por sua compaixão pelos pobres e doentes, fundando hospitais e orfanatos. Após a morte de seu marido, o rei Dinis I, ela se tornou freira Clarissa, embora continuasse a administrar suas terras e bens. Ela é lembrada por seu "Milagre das Rosas", quando transformou pão em rosas para alimentar os pobres. Isabel de Aragão foi canonizada pela Igreja Católica por sua caridade
3. MENSAGEM
“ Deus deu-me um trono para eu fazer a
caridade…”
Isabel de Aragão, rainha de Portugal
4. DADOS BIOGRÁFICOS
Isabel de Aragão ou Isabel de Portugal
(1271-1336)
Ficou para a história com a fama de santa, tendo sido
beatificada (15 de abril de 1516, a pedido de D. Manuel I,
pelo Papa Leão X) e, posteriormente, canonizada (25 de
maio de 1625, a pedido de Filipe II, pelo Papa Urbano
VIII).
Nascimento: 4 de janeiro de 1271, Saragoça, Castelo de
Aljaferia, Espanha
Falecimento: 4 de julho de 1336, Estremoz
Cônjuge: Dinis I de Portugal (desde 1282)
Filhos: Afonso IV de Portugal, Constança de Portugal,
Rainha de Castela
Neto / Neta: Pedro I de Portugal, Afonso XI de Castela
5. NOBRE ESTIPRE
Mãe: D. Constança (filha de Manfredo, rei de Sicília)
Pai: D. Pedro (infante Herdeiro do reino de Aragão)
Avô Paterno: Jaime I (O Conquistador)
Avô Materno: Frederico II (Imperador da Alemanha)
Tia Avó: Rainha Santa Isabel da Hungria
Irmãos: D. Alonso, D. Jaime, D. Fadrique, D.Pedro e
D. Violante
Rainha: de 1282 até 1325 (durante 43 anos)
6. NOME
Foi em memória e devoção à sua tia-avó que
recebeu o nome de Isabel, que em hebreu quer
dizer “cheia de Deus”. Marcou intensamente a
alma infantil de Isabel de Portugal.
SIMILITUDE DE VIDA
Cristã, amável, doce, caridosa, ideal franciscano,
boa esposa e boa mãe, utilizou bens do reino para
ajudar os necessitados, fundadora de hospitais,
milagre das rosas.
RAINHA SANTA ISABEL DA HUNGRIA
Jovem duquesa de Turíngia, nasceu
em 1207 e morreu em 1231, aos 24
anos de idade.
Em 1235 foi elevada aos altares pelo
Papa Gregório IX.
7. EDUCAÇÃO NA CORTE DE ARAGÃO
• No palácio de Barcelona junto ao seu avô (D. Jaime I).
• O Conquistador esmerou-se para que a sua neta, por quem nutria uma especial
predileção, se formasse nos princípios da religião cristã.
• A sua educação foi muito cuidada: recebeu instrução em todas as disciplinas e
aprendeu diversas línguas.
• Disse D. Jaime: “Será a mais nobre e honrada mulher que alguma vez saiu ou sairá
da Real Casa de Aragão”.
8. MORTE DE D. JAIME I
Devido à doença de D. Jaime I a Casa real mudou-se para Valência.
Isabel tinha 5 anos quando o avô morreu (1276).
Meses depois, a Corte voltou para Saragoça, já entre os preparativos para a coroação de D.
Pedro.
Admirada e curiosa, a menina contemplou a coroação do seu pai, D. Pedro III, o Grande. No
dia seguinte celebrou-se a coroação da sua mãe, D. Constança da Sicília.
A infanta voltou para Barcelona e ali continuou a receber uma esmerada educação.
10. RAINHA DE PORTUGAL
• Aos 12 anos teve pretendentes de diversas
Cortes da Europa.
• Como era devota de São Francisco de
Assis, a jovem princesa teria desejado
ingressar e viver para sempre entre as
pobres e humildes filhas de Santa Clara.
• Mas Isabel viu a vontade de Deus nas
disposições dos seus pais e aceitou com
obediência o compromisso de contrair
matrimónio.
11. D. DINIS
• O escolhido foi D. Dinis, jovem rei de
Portugal, que contava com 20 anos de
idade e era neto do rei de Castela,
Afonso X, o Sábio.
• Carisma de paz: no seu nascimento
fez com que o pai e o avô se
reconciliassem, agora, a sua condição
era que cessasse a guerra que D. Dinis
movia contra a sua mãe e o seu
irmão. O rei acedeu e Portugal
começou a gozar de paz e
tranquilidade.
12. CASAMENTO DE ISABEL DE ARAGÃO
• Isabel tinha três pretendentes, porém é
D. Dinis quem a vai ter a seu lado no
trono português. As bases do contrato
nupcial ficam assinadas a 24 de abril
de 1281.
• A nova Rainha recebe do marido
significativa doação: Óbidos, Porto de
Mós, Abrantes e mais 12 castelos. O
casamento realiza-se em Barcelona,
por procuração, e só dois meses
depois os noivos se encontram, pela
primeira vez, em terras portuguesas.
13. • A rainha acompanha o marido em várias áreas da governação, nomeadamente nas
deslocações pelo país e estrangeiro. Chega a ter um papel importante na mediação
dos conflitos entre o rei e o irmão D. Afonso, e entre o rei e o príncipe herdeiro.
• Eram como uma dupla evolutiva.
14. • D. Dinis morreu em 1325 e, pouco depois
da sua morte, Isabel terá peregrinado
ao santuário de Santiago
de Compostela na Galiza, fazendo-o
montada num burro, e a última etapa a pé,
onde ofertou muitos dos seus bens
pessoais. Há historiadores que defendem a
ideia que lá se terá deslocado duas vezes.
15. • Quando fica viúva, em 1336, retira-
se para o convento das Clarissas,
em Coimbra. O seu espírito
conciliador leva-a a intervir na luta
que opõe o filho, o rei Afonso IV, a
Afonso XI, rei de Castela.
• Morre na viagem, em Estremoz.
16. RETRATO FÍSICO E PSICOLÓGICO
Dona Isabel de Aragão “era bastante formosa; seu
rosto, de uma beleza suave e simpática; seu coração,
um tesouro de virtudes; sua caridade, inesgotável.
Durante o longo reinado de seu esposo, em muitas e
diversas ocasiões manifestou as superiores
qualidades que adornavam a sua alma”.
Imagem tipificada de uma rainha que entende a sua
excepcionalidade social como indissociável de uma
igual singularidade na relação com Deus.
Francisco da Fonseca Benevides – Rainhas de Portugal. Lisboa: Livros Horizonte, 2007,
p. 163 (do original publicado pela Typographia Castro Irmão, 1878)
17. “ANJO DA PAZ E DA CARIDADE”
Os necessitados de todo o tipo viram como ela
se dedicava a visitar e a dar ajuda aos pobres e
doentes, ao mesmo tempo em que criava
instituições em que pudessem ser atendidos: um
hospital para doentes pobres, uma casa de
acolhimento para mulheres, um orfanato para
crianças sem família, etc.
18. RENÚNCIA
• É dentro deste quadro mental e religioso que deveremos entender a adopção, no
jacente da rainha, do hábito de clarissa, para além de toda a simbólica de
renúncia que uma tal assunção acarretava.
19. ABNEGAÇÃO
• No entanto, se esta atitude compreende em si uma intenção clara de afirmar uma
certa capacidade de abnegação, a verdade é que de despojado e pobre este
túmulo tem pouco (ou nada).
20. INTELECTUALIDADE
• Por outro lado, se tivermos em conta a magnificência das peças que pertenceram ao
tesouro da rainha e ainda hoje se conservam (no Museu Nacional de Machado de Castro,
em Coimbra) e a própria ressalva que a mesma faz questão de deixar por escrito de nunca
se comprometer, em vida, com o uso permanente do hábito nem de abdicar da gestão
dos seus bens, entenderemos que esta atitude que a Rainha Santa Isabel plasma na
adoção do hábito de clarissa é fundamentalmente uma atitude intelectual – e a imagem
visível de um conceito.
• Ainda que, num primeiro entendimento, esta convergência de atitudes (a adoção da
imagem de clarissa e a acumulação de riquezas) nos possa parecer, à luz dos valores da
contemporaneidade, uma contradição, ela é, na verdade, o sinal de um ideal de pobreza,
que nos séculos XIV e XV não corresponde já tanto, entre os leigos, a um despojamento
dos bens materiais, mas se relaciona sobretudo com um estado de espírito que
disponibiliza o Homem para uma aproximação aos pobres.
22. LUGAR DESTACADO NALGUNS DOS
ACONTECIMENTOS RELEVANTES QUE PORTUGAL
(E MESMO A PENÍNSULA) VIVEU NESTA ÉPOCA
A união de Dona Isabel de Aragão com Dom Dinis significa a primeira
demonstração do êxito da política peninsular que o rei não descurou por um
segundo durante toda a sua liderança e que foi, de facto, uma das características
preponderantes da sua longa governação.
Tratava-se de uma aliança valiosa, porque Aragão acabava então de adquirir uma
importância fundamental na economia e na política mediterrânicas e porque Pedro
III (1276-1285) e sobretudo seu filho, e irmão de Isabel, Jaime II (1391-1327),
exerceram um papel de primeiro plano na diplomacia peninsular.
23. PACIFICADORA, DIPLOMATA E
AGENTE POLÍTICA
• Para além de garante e interveniente ativa na preservação de uma posição
favorável do nosso país relativamente a Aragão, assim como a Castela (relação na
qual atuava na condição de mãe da monarca deste reino).
• Dona Isabel de Aragão foi agente política, não só no modo como atendeu aos
interesses de aragoneses instalados em Portugal e, reciprocamente, aos de
portugueses fixados em terras de Aragão, mas também, e sobretudo, no modo
como parece ter intervindo na pacificação, por duas vezes, da contenda,
desenrolada em vários episódios, entre Dom Dinis e o filho primogénito de
ambos, Dom Afonso.
24. CARÁTER FIRME E APAZIGUADOR
• Procura de equilíbrio e de justiça
• Virtudes: mãe atenta (aos interesses de Dona Constança e de Dom Afonso), diplomata
hábil, rainha piedosa e cristã devota (comportamento de que faz parte a beneficiação de
uma série de obras religiosas e de instituições de assistência aos mais desfavorecidos).
• Devoção que tende a centrar-se em mulheres santas. Espiritualidade orientada para o
feminino.
• Virtudes que, por si só, seriam suficientes para que fosse lembrada como personagem
excelsa, mas não para que figurasse entre os santos reconhecidos pela Igreja Católica. Este
privilégio só lhe poderia advir, entre outros, do facto de lhe serem reconhecidos
verdadeiros milagres.
25. O Milagre das Rosas
Isabel ocupava todo o tempo que tinha a fazer bem a quantos a rodeavam, visitando e
tratando doentes e distribuindo esmolas pelos pobres.
Conta a lenda que o rei, que tinha muito mau génio, apesar de ser também bondoso, se
irritou por ver a rainha sempre misturada com mendigos, e proibiu-a de dar mais
esmolas.
Certo dia, viu-a sair do palácio às escondidas, foi atrás dela e perguntou-lhe o que levava
escondido por baixo do manto. Era pão para distribuir pelos pobres. Mas ela, aflita por
ter desobedecido ao rei, disse:
- São rosas, Senhor!
- Rosas? Rosas em janeiro? - duvidou ele - Deixai-me ver!
De olhos baixos, a rainha Santa Isabel abriu o regaço e o pão tinha-se transformado em
rosas, tão lindas como jamais se viu.
26. EXEMPLO EVOLUTIVO
• Médium assistencial,
• Culta,
• Sensível,
• Sabia perdoar e era uma pacificadora,
• Ativa e Proativa (não delegava nos outros e tratava diretamente dos assuntos),
• Corajosa,
• Tutora/Educadora,
• Madura, humilde e equilibrada,
• Exercia o seu poder com amor (poderosa),
• Universalista.