1. Coerente, consistente, suportável
Por Wes Widner
www.reasontostand.org
O Cristianismo é um modo de vida – ou “visão de mundo” – uma
forma de vermos o mundo em que vivemos. Isto inclui crenças
metafísicas, como a origem do Universo, o significado e
propósito da vida e o que nos acontece após a morte. Também
inclui coisas como a forma como vemos a família, o casamento
e a carreira. Engloba até decisões mundanas, como o que
escolhemos vestir, que entretenimentos preferimos e como
gastamos o nosso tempo livre.
A maioria das pessoas não se importa realmente com as suas
visões de mundo e, como consequência, acaba por ter uma
misturada de crenças. Muito poucas pessoas tomam tempo
para, criticamente, considerarem as crenças que defendem e
examinarem se a sua visão de mundo passa em três testes
básicos:
2. É coerente?
A primeira questão a colocar diante de qualquer visão de
mundo, é se oferece alguma explicação sobre o mundo à nossa
volta e quão precisa essa descrição é. Nem todas as visões de
mundo se preocupam em descrever minuciosamente o mundo
que nos rodeia. No Budismo e Hinduísmo, por exemplo, a
realidade é vista como um mito, de modo que, naturalmente, as
descrições que estas oferecem não pretendem fornecer uma
descrição muito precisa do mundo.
O Naturalismo/Materialismo (defendido por muitos ateus)
contém descrições do mundo que colapsam desde o princípio e
falham em explicar como algo pode surgir do nada.
O Cristianismo é único nisto. Não só oferece explicações
razoáveis em relação à origem do Universo, como também
fornece explicações razoáveis acerca de eventos históricos
confirmados, como a ressurreição de Jesus Cristo.
É consistente?
A próxima questão que devemos fazer sobre uma visão de
mundo, é se contém proposições contraditórias. Tais
3. proposições representariam um problema de lógica, pois
violariam uma das leis fundamentais da lógica, a saber, a lei da
não-contradição.
Algumas visões de mundo como o Budismo, Hinduísmo, Nova
Era, Wicca, Islão e Mormonismo abraçam paradoxos como
parte das suas doutrinas padrão, e, portanto, não têm a
pretensão de serem consistentes no que diz respeito aos seus
ensinos. De certa forma, o foco nestas visões de mundo é mais
experiencial do que informativo. O Cristianismo, contudo,
preocupa-se com ambos.
As religiões orientais assentam fortemente em contradições de
modo a atrair os adeptos a uma meditação mais profunda. O
Budismo Zen, por exemplo, tem uma categoria inteira de
ensinos conhecidos como Kōan, que são expressamente
definidos para combater o pensamento e discurso racional, que
é frequentemente visto pelos místicos orientais como uma
invenção ocidental.
O Islão abraça contradições tanto nos ensinos dos seus livros
sagrados – Bíblia, Corão e Hadith – como nos seus rituais. Aos
4. seus seguidores é pedido que creiam que tanto a Bíblia, como o
Corão foram dados por Alá, muito embora ambos contenham
afirmações mutuamente exclusivas. Mais recentemente, também
lhes tem sido dito que o Islão é uma religião de paz e tolerante a
visões de mundo opostas, o que contradiz a história e as
palavras do fundador (Maomé).
O Naturalismo/Materialismo abraça a contradição inerente das
regressões infinitas, no que diz respeito à origem do universo,
dado que são categoricamente rejeitadas de imediato as
explicações sobrenaturais. Isto também coloca o problema de
onde estão firmados – numa visão de mundo puramente
naturalista – a moral, o significado e o propósito.
O Cristianismo é único nesta área, não impondo nenhuma
contradição inerente, quer dentro do texto que se crê conter a
revelação inspirada por Deus, quer nas práticas aí descritas.
Existem, certamente, dificuldades que requerem algum esforço
e estudo, e muitos ensinadores cristãos têm conseguido introduzir
filosofias externas no Cristianismo, fazendo com que pareça
logicamente inconsistente ou contraditório. Apesar de muitos
5. seguidores de Jesus Cristo terem falhado em viver
consistentemente, os ensinos de Cristo encontrados no Novo
Testamento estão em perfeita consistência com o que se
encontra no Velho Testamento.
O cristão, ao contrário dos adeptos de outras visões de mundo,
não precisa aceitar um paradoxo lógico para harmonizar
qualquer ensino do Cristianismo com outro ensino, ou história,
ou achado científico.
É suportável?
Uma visão de mundo pode ser internamente consistente e
fornecer uma explicação do mundo, e ainda assim, não ser
suportável. O ateísmo, por exemplo, oferece uma visão de
mundo sucinta, onde somos meramente acidentes cósmicos:
acasos da natureza, cuja existência não tem qualquer propósito
ou significado. Alguns, como Friedrich Nietzsche, aceitaram o
niilismo que acompanha logicamente a visão naturalista do
universo. Infelizmente, Nietzsche acabou por ficar louco ao
tentar ser consistente com as suas crenças.
6. Contudo, muitos escolhem, pelo contrário, continuar a crer que
a vida é digna de ser vivida. Que tem significado e que o que
fazemos aqui na terra importa e tem ecos de alguma forma de
eternidade. Crenças tão pertinazes assim, não são suportáveis
numa visão de mundo naturalista, e têm que ser pedidas
emprestadas a alguma outra.
Coerente, consistente e suportável
O Cristianismo é a única visão de mundo que passa a estes
testes com distinção, e recomendo fortemente a quem seja sério
na sua busca pela verdade, a que considere o Cristianismo.
Podes perceber que a verdade que procuras, esteve sempre à tua
espera de braços abertos.
Original:
www.apologetics315.com
Tradução:
www.portal-cristao.blogspot.com
Título original: “Does God exist?” In “Is Christianity true? – 23 essays
exploring the truth of Christianity.” Traduzido por PortalCristão, 2012.
Usado com permissão de Apologetics315.