3. Prevenção de lesões no esporte: desafio
Prevenção: medidas para se evitar ou minimizar a
manifestação de dado evento indesejado.
Lesão no esporte:
• Dano estrutural (reversível ou não)
• Comprometimento da performance
• Afastamento da prática
• Comprometimento de planejamento e resultados e
conquistas
• Frustração: atleta, equipe, torcedores/imprensa.
4. Prevenção de lesões no esporte
“Prejuízos” justificam valorizar a
identificação de situações potenciais à
manifestação de lesão e ação sistemática
de controle prévio”.
Ação (intervenção):
• Envolvimento multidisciplinar (equipe).
• De forma sistemática... procedimentos técnicos??
5. Prevenção de lesões no esporte
Obter o máximo de
informações sobre contra o
que se vai investir:
Levantamentoepidemiológico
• Quais lesões vão
preferenciar uma dada
modalidade?
• Como estas se manifestam?
Lesões estão condicionadas
a modalidade.
6. Prevenção de lesões no esporte
EPIDEMIOLOGIA: Importante saber sobre o perfil
dos acontecimentos para definir as estratégias de
intervenção.
Obtenção dos dados epidemiológicos:
1- Registro de ocorrência
2- Questionário específico (inquérito)
3- Levantamento bibliográfico:
Qualidade da pesquisa: artigos de revisão
Não padronização pode afetar a qualidade dos
achados:
Conceito de lesão
Método da coleta de dados
Seleção da população (profissionais, idade, sexo)
7. Registro de dados
“Epidemiologia das lesões no futebol profissional e
propostas de medidas preventivas”
Data: 1997, publicado em 1998.
Registro da pre’-temporada e temporada
(campeonato regional e copa do Brasil), 1º
semestre/1996.
Equipe profissional de futebol de Belo Horizonte.
11. Levantamento por inquérito
“Análise da percepção dos alunos de academia
de B.H., com relação a ocorrência de lesões
músculo-esqueléticas e identificação dos
segmentos corporais mais acometidos”
(Rolla, A. e Zibaoui, N.; 2003)
Academias licenciadas em B.H.: 177
Destas 53% se localizam na região centro-sul.
Estudo: 06 academias região centro-sul de B.H.
12. Levantamento por questionário
Dos 356 questionários utilizados para análise:
Sexo: 55% masc.
45% fem.
Idade: variou de 18 a 69 anos (média 33).
Tempo de prática: varia de 0.25 a 42 meses.
Modalidades: 76% musculação
20% musc. + aulas coletivas
4% aulas coletivas
Freqüência de treinos: 72% acima de 3X/sem.
Tempo de dedicação diária: 70% entre 1 e 2hs
13. Levantamento por questionário
Lesões:
58% (N=205), relatam a percepção de alguma
lesão.
Destes, 48% associaram a lesão com a atividade
de academia.
Incidência por segmento corporal:
41% joelhos
30% ombro
20% coluna vertebral
09% outros
Oliva et al, 1998; encontraram que o segmento mais
acometido referente a prática de musculação foi ombro,
seguido de coluna vertebral e cotovelos.
14. Exemplo: natação
Qual segmento é mais
afetado pelos nadadores?
Quais lesões preferenciam a
modalidade?
Qual o mecanismo lesivo
associado (fator
etiológico)?
Quais fatores de risco
poderão estar presentes?
Fatores de risco intrínsecos
= disfunções.
Avaliação.
15. Fatores de risco (disfunções) para lesões
no esporte
Fator associado ao treinamento (excesso)
(extrínseco)
Fator associado ao próprio atleta:
(intrínseco)
1- Mobilidade:
Hipomobilidade (estruturas que restringem a ADM)
Hipermobilidade (instabilidades)
2- Força e ativação (estabilidade articular)
3- Biomecânico
→ Magnitude das forças de compressão, tensão,
cisalhamento.
→ Distribuição de cargas (stress)
17. Fatores de risco (disfunções) para lesões no esporte
Fator associado ao treinamento (excesso)
(extrínseco)
Fator associado ao próprio atleta:
(intrínseco)
1- Mobilidade:
Hipomobilidade (estruturas que restringem a ADM)
Hipermobilidade (instabilidades: controle muscular de proteção)
2- Força e ativação (estabilidade articular)
3- Biomecânico
• Magnitude das forças de compressão, tensão, cisalhamento.
• Distribuição de cargas (stress).
19. Etiologia das lesões no esporte
Fatores extrínsecos:
Qualidade do ambiente de treinamento e jogos
Qualidade do material utilizado
Qualidade do treinamento (relação volume x intensidade)
Modalidade esportiva (lesões condicionadas ao gesto técnico)
Fatores intrínsecos:
Associação a algum quadro patológico
Idade
Mecânico: carga (imposição de força sobre o tecido).
23. Aspectos etiológicos das lesões no esporte
Agressão mecânica (carga)
Lesões por macrotrauma (macrotraumáticas):
Força aleatória em intensidade e direção
afetando a integridade de um dado tecido.
Microtraumáticas: Estresse sub máximo repetitivo (over use):
Freqüência de exposição ao stress supera a
capacidade tecidual de renovação (turn over).
Lesões de caráter inflamatório. Tendem a evoluir
para degeneração.
24. Aspectos etiológicos de lesões no esporte:
Lesões por macrotrauma (macrotraumáticas)
Estrutura Lesão Prevenção
Osso fratura ?
Cartilagem falha ?
Ligamento entorse Treino de proteção articular
Músculo contusão ?
distensão controle sobre fatores de risco
25. Aspectos etiológicos de lesões no esporte
Microtraumáticas: Estresse sub máximo repetitivo
(over use)
Estrutura Lesão
Tendão tendinite (ose)
Cápsula capsulites
Bursa bursites
Cartilagens degeneração (“artrose”)
Prevenção: controle sobre fatores de risco
27. Fator mecânico:
lesões por stress sub máximo repetitivo (academias)
Magnitude das forças
(compressão, tensão, cisalhamento)
Distribuição de cargas
Alinhamento postural
Relação de mobilidade (hipo ou hipermobilidade)
28. Biomecânica: conceitos básicos
Massa: Quantidade de matéria que compõe o corpo.
Exemplo: halter 2/3kg.
Força: Todo agente capaz de produzir ou modificar o
movimento,
ou de deformar corpos.
29. Fator Biomecânico
Força
Fisicamente: definida como produto da
massa de um corpo pela aceleração deste
corpo.
F = m x a
Unidade de força utilizada:
Newton = Kg x m/s²
Peso
É uma força?
Quantidade de força gravitacional
exercida sobre um corpo
Qual o seu peso?
30. Fator Biomecânico
Forças externas: são forças aplicadas sobre o corpo
mas que têm origem em fontes fora do corpo. P.ex:
gravidade, resistência do ar, um empurrão.
Forças internas: são forças que agem sobre o corpo e
que têm origem no interior do corpo. Músculos, único
tecido capaz de gerar força interna. Cápsulas, fáscias e
ligamentos: transmitem força.
Força muscular: é a capacidade de um músculo gerar
força contra alguma resistência ou carga.
Forças agem no corpo promovendo:
carga (stress)
ou movimento.
31. Forças internas ou externas geram:
Cargas:
Tensão, compressão, cisalhamento.
Combinadas (inclinação e torção)
Movimentos:
Movimento translatório ou linear:
Corpo movimenta-se como uma
unidade,
as partes não se movimentam em
relação a outras.
Movimento angular:
Movimento do objeto em volta de
um eixo fixo
Percorre uma trajetória curvilínea
Segmentos que se movem se
comportam-se como alavancas
32. Fator Biomecânico
Alavanca
É uma barra sólida rígida e imóvel
do ponto de apoio
Elementos de uma alavanca
Ponto de apoio: eixo do
movimento
Potência ou força motriz
Resistência
Braço de força: distância
perpendicular da linha de ação de
força ao eixo de rotação
Braço de resistência: distância
perpendicular da linha de ação de
força dada pela resistência ao eixo
de rotação
33. Fator Biomecânico
Torque
é capacidade de qualquer
força para causar
movimento da alavanca,
conhecido também como
momento de força.
representa o efeito
rotacional de uma força
com relação a um eixo.
T= força x braço de
momento
Sua unidade é N x m
34. Fator Biomecânico
Vantagem mecânica
É uma medida da eficiência da alavanca
Relação entre os braços de força
VM = BP/BR
Quanto maior o braço de força ou menor o braço de
resistência maior a vantagem mecânica
Sistema de alavanca: não basta avaliar somente a
magnitude da força, mas deve-se considerar a distância
do ponto de aplicação da força ao eixo do sistema
37. Fator Biomecânico
Segunda classe ou inter-resistente
Força e resistência se localizam no mesmo lado do eixo,
estando a resistência mais próxima deste.
Alavanca de força
38. Fator Biomecânico
Terceira classe
Força e resistência se localizam no mesmo lado do eixo,
estando a força mais próxima deste.
Alavanca de velocidade e de amplitude de movimento.
39. Fator Biomecânico
PROBLEMA: Quanta força deve der produzida pelo bíceps braquial, tendo o
cotovelo fletido à 90 graus e a uma distância de 3 cm do centro de rotação na
articulação do cotovelo, para sustentar um peso de 70N na mão a uma
distância de 30 cm da articulação do cotovelo? (ignorar o peso da mão e do
ante-braço).
Bf= 3 cm
Br= 30 cm
Resistência: 70N
Força muscular: ?
Solução:
Somatória do torque = 0
Torque muscular = torque resistência
FM. X 0,03m = 70N X 0,30m
FM = 700N
40. Quanta força deve ser
desenvolvida pelos eretores da
espinha com um braço de força de
6cm a partir do centro da
articulação L5-S1 para manter o
corpo em uma posição de
levantamento com os braços de
momento dos segmentos
conforme especificados? (os pesos
dos segmentos são aproximados
para uma pessoa de 600N).
Segmento peso braço de momento
Cabeça 58N 25cm
Tronco 328N 10cm
Braços 81N 20cm
Caixa 111N 40cm
Fm 6cm
Solução: Somatória do torque = O
Torque muscular = Torque de resistência
(Fm) (0,06m)= (58N) (0,25m) + (328N)
(0,10m) + (81N) (0,20m) + (111N) (0,40m)
Fm = 1798N
42. Fator Biomecânico
Braço de momento de um músculo:
Distância perpendicular entre alinha de
ação de um músculo e o centro da
articulação, esta se modifica a medida
que a articulação se movimenta.
Braço de momento de resistência:
Distância perpendicular da linha de ação
de resistência ao centro da articulação.
43. Fator mecânico:
lesões por stress sub máximo repetitivo (academias)
Magnitude das forças
(compressão, tensão, cisalhamento)
Distribuição de cargas
Alinhamento postural
Relação de mobilidade (hipo ou hipermobilidade)
46. Fator mecânico:
lesões por stress sub máximo repetitivo (academias)
Magnitude das forças
(compressão, tensão, cisalhamento)
Distribuição de cargas
Alinhamento postural
Relação de mobilidade (hipo ou hipermobilidade)
47. Fator mecânico:
lesões por stress sub máximo repetitivo
Relações de mobilidade
Hipomobilidade: restrição da adm.
• Tecido capsulo-ligamentar: restrição movimentos
acessórios
• Tecido muscular: técnicas de alongamento
Hipermobilidade:
• Instabilidade: excesso de movimento translatório, sem proteção
muscular)
• Estabilização segmentar: subsistemas passivo, neural
e ativo.
48. Estabilidade segmentar
Conceito:
Refere-se ao controle do movimento que
ocorre entre as superfícies articulares.
Estruturas envolvidas:
Estabilizadores passivos: Sistema estrutural capsulo-ligamentar.
Raramente está em posição de assegurar por si só todo o controle
estabilizador.
Estabilizadores ativos:
Músculos locais: pequenos músculo profundos situados próximos a
cápsula da articulação, agem controlando excessos indesejáveis de
movimentos acessórios (deslizamento, rolamento e torções)
49. Sistema global:
Função: gerar torque articular: produzir movimento
Características: Mono (sustentação) e biarticulares (iniciar movimentos
rápidos)
Sistema local:
Função: estabilização segmentar
Características:
• Ventre curto e profundo
• Linha de ação de força próximo à articulação
• Fibras com disposição transversal
• Ricamente inervados para propriocepção
• Predomínio de fibras tipo I
Classificação de um músculo de acordo no sistema
de tensão miofascial (Bergmark,1989)
50. Ação dos músculos locais
Ação antecipatória ao movimento.
Agem independentes da posição articular (ao longo
de todo o arco do movimento).
Não se afastam mais que 20% do seu comprimento
original.
São solicitados em intensidade para no máximo
30% de 1 RM.
Reeducação proprioceptiva: atividade muscular
constante, enquanto o movimento ocorre na
superfície articular (Donish e Basmajian, 1972;
Richardson, 1986; Hodges e Richardson, 1997).
51. Característica muscular e resposta a agressão ou dores
Músculos globais: tendência a apresentar
hiperatividade (hipertonia, dores miofasciais).
Músculos locais: inibição da contração (atrofia e
fraqueza).
Disfunção dos músculos locais:
Instabilidades segmentares
Má distribuição de cargas (sobrecarga mecânica)
Dores músculo-esqueléticas
Programas de reabilitação constituem de medidas
terapêuticas apontadas como as mais eficazes no
nível dos músculos locais para obter um alívio
prolongado das dores recidivantes (O’Sullivan,
Twomey et al., 1995; Hides et al., 2001).
52. Fatores de risco (disfunções) para lesões
no esporte
Fator associado ao treinamento (excesso)
(extrínseco)
Fator associado ao próprio atleta:
(intrínseco)
1- Mobilidade:
Hipomobilidade (estruturas que restringem a ADM)
Hipermobilidade (instabilidades)
2- Força e ativação (estabilidade articular)
3- Biomecânico
Magnitude das forças de compressão, tensão, cisalhamento.
Distribuição de cargas (stress).
53. Processo Inflamatório
Resposta do corpo a uma lesão que em
condições ideais, resulta no reparo da lesão
e substituição do tecido traumatizado com
restauração associada da função.
54. Processo inflamatório
Resposta do corpo a agressão independe:
Do agente agressor: químico, térmico, mecânico.
Do tecido acometido: qualquer tecido que perde sua
integridade reage inflamando.
Reação ou resposta sempre inespecífica.
Caracterizado pelas fases de:
• Reação
• Proliferação (fibroplastia)
• Remodelação
55. Processo inflamatório: fase de reação
À partir de um suposto dano mecânico ao tecido → resposta
generalizada e inespecífica (qualquer tecido).
Lesão celular local
Resposta imediata: vaso constrição com hipóxia local e morte de
células adicionais (poucos minutos). Segue...
Liberação de substâncias capazes de induzir à alterações vasculares.
Resposta vasomotora secundária:
• Vasodilatação
• Aumento da permeabilidade capilar.
56. Mediadores químicos do processo
Prostaglandina
Macrófago
Vasodilatação: aumento do fluxo sanguíneo
Rubor e calor
Histamina
Mastócito
Aumento da permeabilidade capilar
Tumor, dor e edema
Interferon
Linfócitos
Ativa macrófagos
Interleucina
Macrófago
Ativa colagenase e produção de prostaglandina
Edema: peptídeos extravasados para o meio fazem carrear líquido.
57. Processo Inflamatório: fase de reação
Finalidade: remoção dos detritos celulares.
Duração: 0 – 6 dias.
Se o tempo da fase de reação puder ser
minimizado, a fase seguinte poderá ter início mais
precocemente.
Recomenda-se :
Repouso: abolir a carga sobre o tecido lesado;
Crioterapia;
Medidas anti-inflamatórias.
58. Processo Inflamatório: fase de proliferação
Finalidade: Reparo tecidual
cicatrização x regeneração
Fase delicada: estímulo ofertado determinará o caminho da
recuperação:
Cicatrização: cicatriz composta de colágeno tipo III
→ calo fibrótico
Regeneração: tecido original
59. Processo Inflamatório: fase de proliferação
Duração: poucos dias a 3 semanas
Recomenda-se:
Calor
Cinesioterapia:
Alongamentos suaves
Introdução gradativa ao trabalho de
reforço/estabilização
Atenção!! Nesta fase a dor e edema cederam, não
servindo de referência para restabelecer o retorno a
prática esportiva ou ocupacional.
60. Processo inflamatório
Fase de Remodelação:
Ativação da síntese celular
Alinhamento do colágeno
Recomenda-se: Progressão no trabalho de
alongamento e reforço/ativação.
61. Lesão muscular tipo distensão
1. Conceito (quais estruturas são rompidas?)
2. Mecanismo (como acontece)
3. Sinais clínicos
4. Classificação
5. Processo de recuperação ou reparo
6. Tratamento
7. Retorno a função
8. Fatores de predisposição
9. Prevenção
62. Lesão muscular: distenção
Conceito rompimento do tecido
Classificação
Dor muscular tardia: microrrupturas
Grau leve: rupturas de algumas fibras, perimísio e fáscia
intacta.
Grau moderado: ruptura parcial do músculo com dor,
equimose, depressão estrutural palpável, comprometimento
funcional (afastamento da prática).
Grau severo: ruptura total do músculo.
Mecanismo da Lesão
Teoria do alongamento ativo.
Dano estrutural:
Inflamação: fase de reação.
Processo de reparo: Cicatrização x Regeneração.
Tratamento e Prevenção
63. Remodelação do Tecido Muscular
As fibras musculares esqueléticas adultas possuem
grande potencial de adaptação. Esse elevado
potencial adaptativo é atribuído a uma população
de células residentes no músculo demoninadas de
células satélite.
Estas foram descobertas em 1961, fazem parte de
células com grande atividade mitogênica que
contribuem para o crescimento muscular pós natal,
manutenção e reparo do tecido muscular
esquelético adulto.
64. Remodelação do Tecido Muscular
Há evidências de que tais células constituem
população heterogênea, algumas sofrem
diferenciação imediata sem divisão prévia e outras
dividem-se gerando uma célula filha para
diferenciação e outra para proliferação.
Se fundem a fibras musculares já existentes ou a
células satélites vizinhas e geram novas fibras
musculares.
Células satélites inativas/latentes: mioblastos.
Células satélites ativas: miotúbulos.
65. Células satélites
Regeneração
Muscular
Em condições fisiológicas
inalteradas, permanecem
em estado Quiescente, e
não se proliferam.
Em resposta a estímulos
como microtrauma,
tornam-se ativas,
proliferam e expressam
marcadores da
Miogênese (Mioblastos).
Mioblastos........Miotúbulos
.......fibra madura.
66. Processo do Reparo
A medida que os macrófagos já removeram parte
significativa dos detritos da lesão, aparecem células
miogênicas fusiformes para formar longos miotubos com
cadeias de núcleo centrais.
A medida que aumentam, os miotubos constroem seu retículo
sarcoplasmático e começam a montar feixes organizados de
filamentos contratéis. Cadeias centrais de núcleos quebram-
se e migram para periferia do miotubo, completando a
transição de miotubo para fibra muscular.
Uma vez que tenham aparecido fibras musculares, a matriz
extra celular continua a se remodelar.
Se as células musculares forem inervadas, a contração
muscular controlada aumenta a força do músculo lesado.
67. Seqüência de Eventos que Caracterizam o
Processo de Cura
Lesão primária estrutural
Lesão secundária (hipóxia tecidual)
Alteração vascular secundária
(hemorragia, edema, infiltrado inflamatório)
Aumento do fluxo sanguíneo
Debridação celular
Ativação de células satélite
Proliferação fibroblástica
Maturação
68. Lesão crônica microtraumática
Etiologia: Persistência do fator etiológico
Caracterização:
Ausência de infiltrado inflamatório.
Caracterizada por degeneração :
Aumento de células não típicas
Hipocelularidade parenquimatosa
Má qualidade e alinhamento de fibras colágenas
Perda de matriz tecidual
Hipovascularização
Necrose/cicatrização
Calcificação
69. Estrutura do tendão
Os tendões são estruturas que
por estabelecerem a ligação
entre a massa muscular
contrátil e o osso, são quase
inextensíveis, muito
resistentes às forças de tração.
Em alguns casos revestidos por
uma bainha sinovial de nome
paratendão.
São constituídos por
numerosos fascículos de fibras
de colagéno, que se dispõe
paralelamente.
Vascularizados por pequenas
arteríolas, dispostas
longitudinalmente a partir dos
músculos adjacentes.
71. Tendinopatias: tendinite x tendinose
Recentes estudos têm demonstrado que tendões
acometidos por lesões desenvolvem lesões de caráter
degenerativo, ou seja, que ocorrem ao longo do tempo.
Estes estudos trazem uma nova nomenclatura para essas
lesões: “tendinose”.
Mecanismo da lesão: microtraumas repetitivos.
Achados clínicos: dor e perda funcional.
Ao exame:
Palpação: rigidez e espessamento
Testes específicos: irritativos (função muscular ou
alongamento).
72. Tendinopatias: tratamento
Fatores extrínsecos: controle
sobre excesso de volume de
treinamento??
Fatores intrínsecos:
• Identificar o fator mecânico
etiológico e intervir
(correção biomecânica).
• Calor
• Fricção transversa (Método
Cyriax)
• Treino excêntrico
• Reforço muscular global
(adaptação de fortalecimento
do tendão lesado)
• Mobilidade: alongamento??
73. Síndrome do impacto:
Conceito e mecanismo da lesão
Estruturas envolvidas
Disfunções:
Pobre aporte sangüíneo tendíneo
Postural: alinhamento escapular e alinhamento
cervical
Alteração do ritmo escápulo-umeral
Mobilidade: Gleno-umeral, escapular, clavicular
(esterno e acrômio clavicular)
Ativação músculos locais: Gleno-umeral e escapular
81. Absorve e ajuda a distribuir as forças que agem sobre a coluna
Apesar de ser considerado avascularizado, recebe nutrientes por
difusão 2/3 internos do ânulo fibroso não apresentam inervados,
1/3 externos inervado.
Ânulo Fibroso:
Camada fibrocartilaginosa, eficiente para suportar forças
compressivas são mais espessas e numerosas anteriormente
Núcleo Pulposo:
Gel de mucopolissacarídeos que comporta-se como líquido viscoso
80-90% água, restante colágeno absorve e distribui uniformemente
forças aplicadas à coluna
93. FISIOPATOGENIA
Protusão Discal: Ruptura interna do disco mais prolapso com
LLP integro;
Hérnia Extrusa: Ruptura do LLP com material discal dentro do
canal medular;
Hérnia Seqüestrada: Quando um fragmento migra para cima,
baixo, ou para interior do forame (Também chamado de
hérnia foraminal).
OBS: O comprometimento neurológico pode ocorrer por
compressão mecânica ou secundária a processos
inflamatórios com edema das estruturas nervosas.
95. Resumo dos sinais clínicos
Ao exame físico:
Espasmo muscular;
Postura antálgica;
Perda da lordose lombar;
Diminuição da flexão e extensão da coluna;
Dor a inclinação lateral do tronco( protusão ou
extrusão);
Lasegue +
Hipoestesia, hiporreflexia;
Diminuição de força;
Valsalva +.
96. Indicações cirúrgicas
2 a 4% dos pacientes;
Síndrome da cauda eqüina;
Disfunção vesical;
Déficit motor severo e
progressivo;
Déficit neurológico persistente;
Falha do tratamento
conservador.
JBMR 14(2000) 79-88
97. Espondilólise
Caracterizada por um distúrbio adquirido
secundariamente a uma fratura por fadiga na
pars interarticularis (evidência em ginastas
femininos e atacantes de futebol americano).
Ocorre mais comumente no nível de L5-S1;
menos frequentemente na região de L4-L5;
Porção
Interarticular
do Cão Escocês
102. É A DEFICIÊNCIA DE NASCIMENTO DA FACETA
SACRAL SUPERIOR OU DA QUINTA LOMBAR INFERIOR,
OU DE AMBAS. PROPORÇÃO 2:1 MULHER / HOMEM
É O DEFEITO TÍPICO NA PORÇÃO INTERARTICULAR E ESTA
CONDIÇÃO PODE ESTAR RELACIONADA COM FRATURA
AGUDA, FRATURA POR FADIGA OU ALONGAMENTO DA
PORÇÃO INTERARTICULAR INTACTA.
É UMA FRATURA AGUDA NA ÁREA DO PEDÍCULO, LÂMINA
OU FACETAS.
É CAUSADA POR PROCESSO DEGENERATIVO ENVOLVENDO
DISCO, LIGAMENTOS, FACETAS, CAUSANDO UMA INSTABI-
LIDADE SEGMENTAR.
Congênita
Ístmica
Traumática
Degenerativa
Patológica É AQUELA CAUSADA POR DOENÇA ÓSSEA GENERALIZADA
OU LOCALIZADA. EX. TUMORES OU INFECÇÕES QUE
DESTROEM O ARCO NEURAL.
103. 0 – 25% 26 – 50% 51 – 75% 76 – 100%
CLASSIFICAÇÃO DA ESPONDILOLISTESE (Proposta por MEYERDING)
Baseia-se no degrau de deslocamento anterior de L-5 em relação a S-1.
Observou-se que somente pacientes com uma espondilolistese maior do que
25% apresentam dor lombar contínua. Portanto, não há motivos para restrições
ao trabalho.
104. Estabilizadores da coluna vertebral
Passivos:
Disco intervertebral
Ligamentos
Cápsula articular
Articulações facetárias
Tensão passiva muscular
Dinâmicos
Músculos:
Região lombar: multífidos e transverso do abdomen
(porção posterior do íleo-psoas, oblíquo interno).
Região cervical: multífidos e longo do pescoço.
116. Lesões de fixação da sacroilíaca
Estiramento dos
ligamentos S.I.
Estímulo neural
elétrico que chega a
medula.
Facilitação nervosa no
nível medular provoca
espasmo muscular.
Espasmo leva a
fixação da lesão.
127. Lesão ligamentar
Etiologia: traumáticas
Denominação: entorses
Severidade:
Grau 1: Estiramento livre de rompimento
microscópico, sem perda funcional
(hipersensibilidade e edema local).
Grau 2: Rompimento parcial sem perda funcional.
Grau 3: Rompimento parcial com perda funcional
(instabilidade articular).
Grau 4: Rompimento total
128. Ligamento cruzado anterior (LCA)
Tensão durante toda a
amplitude de movimento:
Feixe ântero medial + tenso em
flexão
Feixe póstero lateral + tenso em
extensão
Funções estabilizadoras:
Contenção para gaveta
anterior em 85%
Controle de stress em valgo e
varo
Controle sobre stress em
hiperextensão
129. LCA: reabilitação pós-operatório
Semana 1:
2 muletas
Controle da dor, derrame
Mobilização da patela
ADM ativa: 20 a 80º
Extensão passiva
Semana 2 a 4:
1 muleta/ apoio parcial
Controle de dor e edema
Mobilização da patela
Exercícios de fortalecimento geral
(quadril e tornozelo)
Reforço de quadriceps em cadeia
cinética fechada (período crítico
enxerto).
ADM: 0 a 110º
130. LCA: Reabilitação pós-operatório
Semanas 5 a 8: sem derrame, mobilidade patelar
normal, marcha normal, ADM plena.
Avançar nos exercícios de fortalecimento
Iniciar propriocepção (proteção articular,
estabilização).
3 meses: fortalecimento do quadriceps em cadeia
cinética aberta sem restrição da ADM.
4 a 6 meses: iniciar trote. Propriocepção específica
para o desporto praticado.
6 a 9 meses: reiniciar as atividades esportivas.
136. Síndrome da dor patelo-femural
Fuga de alinhamento = má distribuição de cargas
= stress aumentado = risco (SPF)
Fatores de risco podem comprometer o
alinhamento patelar:
Fatores biomecânicos (disfunções)
Lesões de ilíaco (alinhamento pélvico)
Discrepância de membros
Ângulo de anteroversão femural aumentado
Valgismo de joelho aumentado
Rotação tibial proximal externa
Pronação excessiva da subtalar
138. Ângulo entre colo e diáfise femural
Ângulo < 125º →coxa
vara.
Ângulo reduzido, membro
fica encurtado, os
abdutores ficam mais
efetivos, a cabeça femoral
recebe menor carga, mas
o colo é mais
sobrecarregado.
Ângulo > 125º →coxa
valga.
Deste modo o membro,
reduz a efetividade dos
abdutores, aumenta a
carga sobre a cabeça do
fêmur e diminui a carga
sobre o colo do fêmur.
139. Coxa vara =Joelho valgo
Stress tensivo L.C. medial
stress de compressão no
compartimento lateral
140. Ângulo de anteversão do colofemural
Relação entre o linha do
colo femural e entre
epicôncilos (distal). Normal
8 -15º
Aumentado:
Patela vesga
Rotação interna do quadril
(pés apontando para
dentro).
154. Canelite
É o nome popular da Síndrome de
stress do tibial posterior ou
periostite medial da tíbia.
Inflamação dos tendões do
compartimento posterior tibial
e periósteo adjacente.
Comum em atletas corredores, de
futebol e tênis.
Fatores de risco:
Intr: pronação excessiva subtalar
Extr: prática em solo rígido,
calçado inapropriado.
Tratamento:
Pode evoluir para fratura por
stress local.
160. Alinhamento normal do tornozelo e pé
Pronação subtalar:
Normal
Anormal: alguns tipos
de arranjo causam
compensação sob
forma de pronação
anormal.
161. Antepé varo:
A- forma não compensada e B- compensada
Ante pé invertido:
hiperpronação quando
contato medial com o
solo.
Pronação não disponível:
pressão aumenta para
cabeça 4 e 5
metatarsos.
Forma compensada:
calcâneo evertido com
pé tendendo para
plano.
163. Antepé valgo:
A- compensado e B- não compensado
Estrutura medial em
contato e face lateral
suspensa.
Fase de apoio supinação
e em seguida
hiperpronação.
Forma compensada leva
a pé cavo com arco
aumentado.
164. Retropé varo
Subtalar hiperprona
para posicionar o
calcâneo verticalmente
em contato com o solo.
165. Tíbia vara Dorsoflexão Limitada
Desvio do terço
inferior na direção da
inversão.
Quando em descarga
de peso, ocorre
semelhança com ante
pé varo.
Marcha normal tíbia
deve evoluir no
mínimo 10º sobre o
talus antes da
elevação do calcanhar.
Na ausência de
dorsoflexão
disponível:
hiperpronação
compensatória.
166. Entorse de tornozelo
Lesão traumática de maior prevalência do membro inferior.
Mecanismo mais comum: entorse por inversão e flexão plantar
associados (posição articular de maior instabilidade).
Ligamento mais afetado: talo fibular anterior.
Severidade: disfunção.
Tratamento:
Fases do processo inflamatório
Drenagem local
Dorso flexão diminuída: Bloqueio articular do tálus, encurtamento dos
flexores plantares.
Bloqueio articular: Fíbula.
Ativação: fibulares, tibial posterior (principais estabilizadores dinâmicos
do tornozelo).
Propiocepção: “proteção articular” , “estabilização segmentar”.
173. Fáscia plantar
Fáscia:
Composta de tecido
conjuntivo fibroso.
À partir do calcâneo,
dirige-se
anteriormente para a
cabeça dos
metatarsos.
Sustenta o arco plantar
longitunal
Auxilia na potência de
impulsão
174. Fasceíte Plantar
Etiopatogenia: abuso mecânico deste tecido leva a
microtraumas repetitivos e cronicidade
inflamatória.
Fatores de risco:
Obesidade
Biomecânico: Pé cavo rígido, hiperpronação da
subtalar associada com diminuída dorso-flexão.
Hipomobilidade do primeiro raio.
Observa-se:
Início incidioso e gradual.
Sensibilidade a palpação próximo a sua inserção
calcaneana.
Dor intensa aos primeiros passos pela manhã.
175. Fasceíte plantar
Tratamento:
Supressão das atividades que possam agravar os
sintomas.
Uso de órteses de absorção.
Técnicas para alívio da tensão fascial (compressão,
release, alongamento).
Compensação biomecânica.
Mobilidades: do primeiro raio e médio e retro-pé.
193. Estabilizadores escapulares
Vetores de força dos
músculos relacionados
com movimento e
estabilização da
escápula:
Peitoral menor
Serrátil anterior
Rombóides
Elevador da escápula
Trapézio (sup/méd/inferior)