“Estratégia para Coimbra passa pela diversificação da oferta turística” - Entrevista a Carina Gomes
Diário de Coimbra, 27.09.2014
Visite o portal da Câmara Municipal de Coimbra
http://cm-coimbra.pt/
Câmara Municipal de Coimbra no Facebook
https://www.facebook.com/municipiodecoimbra
Câmara Municipal de Coimbra no YOUTUBE
https://www.youtube.com/channel/UCPFR_M9mVthLlVQbxcAIrig
Câmara Municipal de Coimbra no Twitter
https://twitter.com/camaradecoimbra
Câmara Municipal de Coimbra no olhares.sapo.pt
http://olhares.sapo.pt/camaradecoimbra/
Câmara Municipal de Coimbra no FLICKR
https://www.flickr.com/photos/126008239@N05/
“Estratégia para Coimbra passa pela diversificação da oferta turística” - Entrevista a Carina Gomes
1. Tiragem: 9311
País: Portugal
Period.: Ocasional
Âmbito: Regional
Pág: 6
Cores: Cor
Área: 22,93 x 23,67 cm²
ID: 55904411 27-09-2014 | Turismo Corte: 1 de 3
“Estratégia para Coimbra passa pela
diversificação da oferta turística”
Carina Gomes, vereadora da Câmara de Coimbra, diz que é preciso reconhecer a Universidade como
“ex-libris”, mas também mostrar aos turistas que há muito mais cidade para conhecer e visitar
Diário de Coimbra - “Turismo
e Desenvolvimento Comunitá-rio”
é o tema do Dia Mundial
do Turismo deste ano. O tu-rismo
tem sido importante
para o desenvolvimento e a
afirmação de Coimbra?
Carina Gomes – Essa pergunta
dá para várias respostas, mas re-sumindo,
pode dizer-se que sim,
até pelo número relevante de
propostas que temos recebido,
nos últimos meses, de criação de
novas empresas, microempre-sas
algumas delas, ligadas ao
sector. Há uma série de propos-tas
de novas empresas que se
querem estabelecer aqui e que
querem apresentar novas pro-postas
à cidade, acreditando no
seu potencial em termos turís-ticos.
Por outro lado, e apesar de
não ter números para lhe dar, a
percepção que tenho, de opi-niões
que vou recolhendo na ci-dade,
é que se tem sentido a pre-sença
de mais turistas e isso
repercute-se na vida e na eco-nomia
da cidade.
Coimbra vai, depreendo das
suas palavras, no bom caminho
para se afirmar em termos tu-rísticos.
Que estratégia tem de
ser adoptada para se manter
neste caminho?
A estratégia para Coimbra tem
de passar pela diversificação da
oferta turística. Sabemos que te-mos
um ex-libris, que é a Uni-versidade
de Coimbra(UC), mas
temos de conseguir que as pes-soas
percebam que há mais ci-dade
para além da sua jóia da co-roa.
Todos conhecemos os
números da estadia média na ci-dade,
“Há uma série de propostas de novas empresas que se querem estabelecer aqui e que querem apresentar novas propostas à cidade”
que ainda são baixos. O
nosso objectivo é prolongar a es-tadia
e isso só se faz com oferta
de qualidade e com oferta diver-sificada.
É para isso que estamos
a trabalhar e o programa para o
Dia Mundial do Turismo, que in-tegra
as Jornadas Europeias do
Património visa isso, a diversi-ficação
de espaços, de tempos,
de histórias, de patrimónios,
passando a mensagem às pes-soas
que seguramente visitam a
UC, que, já que aqui estão, vão
visitar outras coisas, porque a ci-dade
tem muito por descobrir.
Não havia, no passado, produtos
estratégicos definidos para a ci-dade.
Neste momento, estamos
em concertação e articulação es-treita
com o Turismo do Centro,
a trabalhar para promover os
produtos estratégicos definidos
no seu Plano de Marketing.
Que produtos são, no caso es-pecífico
de Coimbra?
Os produtos definidos por esse
Plano de Marketing são, feliz-mente,
coerentes com as mais
valias da cidade. Estamos a falar
de turismo cultural, patrimonial,
religioso, de turismo científico e
de congressos, de saúde e bem-estar.
Há um produto que talvez
não assente tão bem na estra-tégia
de Coimbra que é o das se-gundas
residências. Ainda as-sim,
temos tido, no centro da
cidade, famílias à procura de
casa para segunda residência. Os
outros assentam que nem uma
luva na estratégia de Coimbra. A
nossa estratégia está virada es-sencialmente
para eles. São as
nossas prioridades. Propostas e
ideias não faltam.
Que projectos serão desenvol-vidos
à volta dessa estratégia?
Por exemplo, estamos a prepa-rar,
juntamente com outras en-tidades,
um grande evento para
o próximo ano na área da cul-tura,
do conhecimento e da arte
moderna. Será um evento inter-nacional
de arte contemporâ-nea,
com o envolvimento da UC,
do Turismo do Centro, da Direc-ção
Regional da Cultura e da
CCDRC. Será apresentado em
breve e será preparado num ano.
Depois, há dois ou três projectos
culturais estruturantes para a ci-dade
que ainda estamos a nego-ciar
com a Turismo do Centro.
Foi apresentada uma aplicação
para telemóveis. Que potencia-lidades
pode ter para a atracção
turística da cidade?
O projecto não é da nossa res-ponsabilidade
directa, é da Tu-rismo
do Centro, mas iríamos
concretizá-lo de qualquer forma.
É uma aplicação turística para
telemóveis, executada pela iClio,
que desenvolveu aplicações
idênticas para Londres, Barce-lona,
Paris e Roma. Uma das
2. Tiragem: 9311
País: Portugal
Period.: Ocasional
Âmbito: Regional
Pág: 7
Cores: Cor
Área: 23,67 x 25,17 cm²
ID: 55904411 27-09-2014 | Turismo Corte: 2 de 3
mais valias é que ao fazermos
download da aplicação de uma
cidade, há um menu que nos su-gere
o download das outras.
Quanto às potencialidades, é
uma outra forma de orientação
na cidade. O mapa impresso é
útil para alguns segmentos de
turistas. Há um novo tipo de tu-rista
que não quer saber de ma-teriais
impressos, que quer ter
tudo no telemóvel. Esta aplica-ção
é um complemento impor-tantíssimo
para quem chega.
Ela define um roteiro conforme
o número de horas disponíveis
para visitar a cidade. É a melhor
forma de conseguir que per-maneçam
mais tempo?
A aplicação sugere um percurso
com base no tempo que temos
para estar na cidade. Se nos des-viarmos
ou se estivermos a pas-sar
perto de um local de inte-resse,
ela avisa que, se tivermos
tempo, encontraremos outra
coisa interessante. Para além
disso, junta um mapa com as
atracções turísticas, a orientação
e agenda cultural. Além de mos-trar
o que podemos fazer no
temo que temos disponível,
mostra-nos o que perdemos. É
um mecanismos de sedução
para quem nos visita. Para além
do lado prático que tem em ter-mos
de orientação turística.
O que falta para que as pessoas
fiquem mais tempo na cidade?
Uma fatia importante do tu-rismo
em Coimbra é organizado
pelos operadores turísticos, à
distância, o típico pacote, que a
pessoa, no seu país, compra e
depois cumpre, em grupo, com
itinerário definido. Chegar aos
operadores turísticos é difícil. Já
lhes perguntei com que regula-ridade
alteram os programas e
a resposta foi que, desde que
funcione, não alteram uma li-nha,
a não ser que as vantagens
sejam muito evidentes. O que a
Agência Regional de Promoção
Turística Centro de Portugal tem
feito nesse sentido é promover
“fan trips”, ou seja, trazer ope-radores
turísticos, jornalistas
estrangeiros, a passar três ou
quatro dias em Coimbra para
conhecerem novos circuitos. Há
também um outro projecto que
estamos passo a passo, lenta-mente,
mas de forma consis-tente,
a avançar, que é o bilhete
turístico.
Que projecto é esse?
É, sobretudo, dirigido ao turista
individual.É um bilhete turístico,
para 24 ou 48 horas, com preços
atractivos, que acreditamos que
fará com que as pessoas perma-neçam
mais tempo. Tudo isto
acompanhado de um bom site,
de um bom mapa, bons mate-riais
de promoção e divulgação.
É um projecto a crescer de forma
lenta, mas consistente, e acre-dito
que terá grandes resultados.
Muito se tem falado na distin-ção
da Unesco. Como é que
Coimbra está a aproveitá-la
para se promover?
A distinção já teve repercussões.
De Abril a Junho o atendimento
nos postos de turismo aumen-tou
mais de 20%. É um sinal que
as pessoas estão a vir. Há ainda
muito trabalho a fazer, para
quem está fora, e para quem
cá chega, saber que Coimbra é
Património Mundial. Esta-mos
a trabalhar nas duas
frentes em simultâ-neo.
A primeira está
concluída e é, a si-nalética
dos Ca-minhos
de San-tiago
que, quando
cruza com a zona classificada ga-nha
o símbolo do Património
Mundial. Além disso, estamos a
fazer com que toda a sinaléctica
que diga “Coimbra Centro” te-nha
esse símbolo, dentro do
concelho, na auto-estrada, nos
IP e IC. Isto é particularmente
importante para o chamado tu-rismo
“Fly and Drive” que vem
de avião, aluga um carro e, em-bora
tenha um percurso suge-rido,
pode alterá-lo. Ver nas pla-cas
uma cidade Património
Mundial é um convite à visita.
Um título como este é bom, mas
não faz milagres. É preciso tra-balhá-
lo e promovê-lo. Todos
nós devemos divulgá-lo. Se ca-lhar,
há pessoas em Coimbra
que não sabem ainda.
O Turismo é visto como o maior
motor da Economia. O que tem
acontecido em Coimbra?
É um caminho longo.O mercado
do turismo não se transforma
num ano ou em dois. Mostrar as
vantagens desta cidade demora
e dá trabalho. No entanto, já te-mos
exemplos de lojas viradas
para o turismo, que para além
de estarem a surgir estão a qua-lificar
a oferta disponível.
Como é que Coimbra come-mora
o Dia do Turismo?
Nós criámos um programa que
permitirá aos munícipes e a
quem nos visita celebrarem
conjuntamente a cidade, desco-brindo
que temos uma cidade
fantástica e encantada. Uma ci-dade
turística tem de ser feita
com o contributo dos que cá es-tão.
Uma parte importante deste
processo é fazer com que os nos-sos
habitantes gostem da nossa
cidade, tenham orgulho nela e
recebam bem quando são cha-mados
a isso. Por isso, vamos
celebrar em diversos espaços,
tempos, lugares, permitindo aos
que cá estão, de forma gratuita,
visitarem estes espaços e aos
que estão de visita, usufruírem
do programa. Há iniciativas no
Museu do Chiado, na Casa da
Escrita, na Casa da Cultura, na
Casa Miguel Torga, no Museu da
Queremjos mostrar
que há uma outra
cidade de Coimbra
encantada que vale
a pena visitar
Água, nos Paços do Município,
no Parque Dr. Manuel Braga.
Que momentos destacaria?
Há uma série de actividades lú-dicas
e culturais. Vamos ter hoje
uma Grande Noite de Fados de
Coimbra, um evento que agrada
aos munícipes e aos visitantes.
Um elemento agregador que
permite a todos públicos cele-brarem
conjuntamente. Depois,
temos a actividade “Odes ao Vi-nho
em Casa de Torga”, uma
palestra em volta do tema do Vi-nho
Roncão, que era o vinho que
Miguel Torga bebia, com prova
de vinhos e um especialista a fa-zer
a ligação entre a obra literária
de Miguel Torga e o vinho. Va-mos
ter ainda o espectáculo o
“Alvazil de Coimbra”, promo-vido
pela Rede de Castelos e Mu-ralhas
do Mondego; uma activi-dade
da Rede de Museus de
Coimbra. Haverá ainda, ama-nhã,
a 1.ª Meia Maratona do Pa-trimónio
e o espectáculo Avesso,
com Joana Espadinha. Além
disso, o autocarro Fantástic es-tará
a circular durante todo o dia
de forma gratuita, com a novi-dade
de que vamos ter duas vi-sitas
nocturnas. Às 20h00 e às
21h00. É uma outra cidade que
se vai revelar.
Que preocupações houve ao
desenhar este programa?
O programa é abrangente, foca
os elementos principais da cul-turas
e das identidades da nossa
cidade. Tivemos a preocupação
de chamar a atenção para pon-tos
da cidade que, embora lhe
reconheçamos a importância,
ficam habitualmente fora dos
circuitos turísticos mais habi-tuais
da cidade. Queremos que
as pessoas da cidade a conhe-çam.
É sobretudo um programa
que celebra a cidade, que pro-move
o facto de ser classificada
como Património Mundial, mas
com diversificando os espaços
para que a experiência turística
não se concentre no ex-libris e
o motivo de orgulho da cidade,
que é a UC.
Resume, portanto, a estratégia
do município para o turismo.
Sem dúvida. Reconhece a im-portância
incontestável da UC,
do galardão, mas mostra que há
mais cidade. A quem a visita e a
quem cá está, que é o embaixa-dor
da cidade e só pode receber
bem se a conhecer. Quem cá
chega percebe que há mais para
ver e quando voltar programa
uma estadia mais longa. O ob-jectivo
é mostrar que há toda
uma outra cidade encantada que
vale a pena visitar.
“Novo hotel
dentro de um ano”
Em Coimbra, que projectos be-neficiarão
com o novo QCA?
Ainda está em aberto. Não há
respostas definitivas. Como foi
dito pelo senhor presidente, tem
sido feito um esforço de pressão
para que haja um fundo para as
cidades Património Mundial, e
acho que vamos conseguir.
Não há fundos para novos ho-téis.
Coimbra será prejudicada?
Coimbra talvez venha a precisar
de novos hotéis daqui a um ano,
quando o Convento de S. Fran-cisco
estiver concluído. Neste
momento, tem 2.500 camas, o
que me parece suficiente.
Quando tivermos o centro de
congressos, será preciso e útil,
uma unidade, por exemplo,
mais perto daquela estrutura. Aí
parece-me que teremos neces-sidade
de uma nova unidade.
Celebrar a cidade assinalando o Dia Mundial do Turismo
3. Tiragem: 9311
País: Portugal
Period.: Ocasional
Âmbito: Regional
Pág: 7
Cores: Cor
Área: 22,93 x 26,14 cm²
ID: 55904411 27-09-2014 | Turismo Corte: 3 de 3
Turismo é cada vez mais
motor da economia local
Assinala-se hoje o Dia Mundial do Turismo, este ano com o sub-tema do “Desenvolvimento Comunitário”.
Ouvidos os autarcas da “grande região de Coimbra” é notória a importância deste sector nas políticas
municipais. Apoio à iniciativa privada, cooperação intermunicipal, tradição, inovação e muita perseverança
são as palavras chave para um futuro próspero.