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ID: 55904411 27-09-2014 | Turismo Corte: 1 de 3 
“Estratégia para Coimbra passa pela 
diversificação da oferta turística” 
Carina Gomes, vereadora da Câmara de Coimbra, diz que é preciso reconhecer a Universidade como 
“ex-libris”, mas também mostrar aos turistas que há muito mais cidade para conhecer e visitar 
Diário de Coimbra - “Turismo 
e Desenvolvimento Comunitá-rio” 
é o tema do Dia Mundial 
do Turismo deste ano. O tu-rismo 
tem sido importante 
para o desenvolvimento e a 
afirmação de Coimbra? 
Carina Gomes – Essa pergunta 
dá para várias respostas, mas re-sumindo, 
pode dizer-se que sim, 
até pelo número relevante de 
propostas que temos recebido, 
nos últimos meses, de criação de 
novas empresas, microempre-sas 
algumas delas, ligadas ao 
sector. Há uma série de propos-tas 
de novas empresas que se 
querem estabelecer aqui e que 
querem apresentar novas pro-postas 
à cidade, acreditando no 
seu potencial em termos turís-ticos. 
Por outro lado, e apesar de 
não ter números para lhe dar, a 
percepção que tenho, de opi-niões 
que vou recolhendo na ci-dade, 
é que se tem sentido a pre-sença 
de mais turistas e isso 
repercute-se na vida e na eco-nomia 
da cidade. 
Coimbra vai, depreendo das 
suas palavras, no bom caminho 
para se afirmar em termos tu-rísticos. 
Que estratégia tem de 
ser adoptada para se manter 
neste caminho? 
A estratégia para Coimbra tem 
de passar pela diversificação da 
oferta turística. Sabemos que te-mos 
um ex-libris, que é a Uni-versidade 
de Coimbra(UC), mas 
temos de conseguir que as pes-soas 
percebam que há mais ci-dade 
para além da sua jóia da co-roa. 
Todos conhecemos os 
números da estadia média na ci-dade, 
“Há uma série de propostas de novas empresas que se querem estabelecer aqui e que querem apresentar novas propostas à cidade” 
que ainda são baixos. O 
nosso objectivo é prolongar a es-tadia 
e isso só se faz com oferta 
de qualidade e com oferta diver-sificada. 
É para isso que estamos 
a trabalhar e o programa para o 
Dia Mundial do Turismo, que in-tegra 
as Jornadas Europeias do 
Património visa isso, a diversi-ficação 
de espaços, de tempos, 
de histórias, de patrimónios, 
passando a mensagem às pes-soas 
que seguramente visitam a 
UC, que, já que aqui estão, vão 
visitar outras coisas, porque a ci-dade 
tem muito por descobrir. 
Não havia, no passado, produtos 
estratégicos definidos para a ci-dade. 
Neste momento, estamos 
em concertação e articulação es-treita 
com o Turismo do Centro, 
a trabalhar para promover os 
produtos estratégicos definidos 
no seu Plano de Marketing. 
Que produtos são, no caso es-pecífico 
de Coimbra? 
Os produtos definidos por esse 
Plano de Marketing são, feliz-mente, 
coerentes com as mais 
valias da cidade. Estamos a falar 
de turismo cultural, patrimonial, 
religioso, de turismo científico e 
de congressos, de saúde e bem-estar. 
Há um produto que talvez 
não assente tão bem na estra-tégia 
de Coimbra que é o das se-gundas 
residências. Ainda as-sim, 
temos tido, no centro da 
cidade, famílias à procura de 
casa para segunda residência. Os 
outros assentam que nem uma 
luva na estratégia de Coimbra. A 
nossa estratégia está virada es-sencialmente 
para eles. São as 
nossas prioridades. Propostas e 
ideias não faltam. 
Que projectos serão desenvol-vidos 
à volta dessa estratégia? 
Por exemplo, estamos a prepa-rar, 
juntamente com outras en-tidades, 
um grande evento para 
o próximo ano na área da cul-tura, 
do conhecimento e da arte 
moderna. Será um evento inter-nacional 
de arte contemporâ-nea, 
com o envolvimento da UC, 
do Turismo do Centro, da Direc-ção 
Regional da Cultura e da 
CCDRC. Será apresentado em 
breve e será preparado num ano. 
Depois, há dois ou três projectos 
culturais estruturantes para a ci-dade 
que ainda estamos a nego-ciar 
com a Turismo do Centro. 
Foi apresentada uma aplicação 
para telemóveis. Que potencia-lidades 
pode ter para a atracção 
turística da cidade? 
O projecto não é da nossa res-ponsabilidade 
directa, é da Tu-rismo 
do Centro, mas iríamos 
concretizá-lo de qualquer forma. 
É uma aplicação turística para 
telemóveis, executada pela iClio, 
que desenvolveu aplicações 
idênticas para Londres, Barce-lona, 
Paris e Roma. Uma das
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ID: 55904411 27-09-2014 | Turismo Corte: 2 de 3 
mais valias é que ao fazermos 
download da aplicação de uma 
cidade, há um menu que nos su-gere 
o download das outras. 
Quanto às potencialidades, é 
uma outra forma de orientação 
na cidade. O mapa impresso é 
útil para alguns segmentos de 
turistas. Há um novo tipo de tu-rista 
que não quer saber de ma-teriais 
impressos, que quer ter 
tudo no telemóvel. Esta aplica-ção 
é um complemento impor-tantíssimo 
para quem chega. 
Ela define um roteiro conforme 
o número de horas disponíveis 
para visitar a cidade. É a melhor 
forma de conseguir que per-maneçam 
mais tempo? 
A aplicação sugere um percurso 
com base no tempo que temos 
para estar na cidade. Se nos des-viarmos 
ou se estivermos a pas-sar 
perto de um local de inte-resse, 
ela avisa que, se tivermos 
tempo, encontraremos outra 
coisa interessante. Para além 
disso, junta um mapa com as 
atracções turísticas, a orientação 
e agenda cultural. Além de mos-trar 
o que podemos fazer no 
temo que temos disponível, 
mostra-nos o que perdemos. É 
um mecanismos de sedução 
para quem nos visita. Para além 
do lado prático que tem em ter-mos 
de orientação turística. 
O que falta para que as pessoas 
fiquem mais tempo na cidade? 
Uma fatia importante do tu-rismo 
em Coimbra é organizado 
pelos operadores turísticos, à 
distância, o típico pacote, que a 
pessoa, no seu país, compra e 
depois cumpre, em grupo, com 
itinerário definido. Chegar aos 
operadores turísticos é difícil. Já 
lhes perguntei com que regula-ridade 
alteram os programas e 
a resposta foi que, desde que 
funcione, não alteram uma li-nha, 
a não ser que as vantagens 
sejam muito evidentes. O que a 
Agência Regional de Promoção 
Turística Centro de Portugal tem 
feito nesse sentido é promover 
“fan trips”, ou seja, trazer ope-radores 
turísticos, jornalistas 
estrangeiros, a passar três ou 
quatro dias em Coimbra para 
conhecerem novos circuitos. Há 
também um outro projecto que 
estamos passo a passo, lenta-mente, 
mas de forma consis-tente, 
a avançar, que é o bilhete 
turístico. 
Que projecto é esse? 
É, sobretudo, dirigido ao turista 
individual.É um bilhete turístico, 
para 24 ou 48 horas, com preços 
atractivos, que acreditamos que 
fará com que as pessoas perma-neçam 
mais tempo. Tudo isto 
acompanhado de um bom site, 
de um bom mapa, bons mate-riais 
de promoção e divulgação. 
É um projecto a crescer de forma 
lenta, mas consistente, e acre-dito 
que terá grandes resultados. 
Muito se tem falado na distin-ção 
da Unesco. Como é que 
Coimbra está a aproveitá-la 
para se promover? 
A distinção já teve repercussões. 
De Abril a Junho o atendimento 
nos postos de turismo aumen-tou 
mais de 20%. É um sinal que 
as pessoas estão a vir. Há ainda 
muito trabalho a fazer, para 
quem está fora, e para quem 
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Património Mundial. Esta-mos 
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frentes em simultâ-neo. 
A primeira está 
concluída e é, a si-nalética 
dos Ca-minhos 
de San-tiago 
que, quando 
cruza com a zona classificada ga-nha 
o símbolo do Património 
Mundial. Além disso, estamos a 
fazer com que toda a sinaléctica 
que diga “Coimbra Centro” te-nha 
esse símbolo, dentro do 
concelho, na auto-estrada, nos 
IP e IC. Isto é particularmente 
importante para o chamado tu-rismo 
“Fly and Drive” que vem 
de avião, aluga um carro e, em-bora 
tenha um percurso suge-rido, 
pode alterá-lo. Ver nas pla-cas 
uma cidade Património 
Mundial é um convite à visita. 
Um título como este é bom, mas 
não faz milagres. É preciso tra-balhá- 
lo e promovê-lo. Todos 
nós devemos divulgá-lo. Se ca-lhar, 
há pessoas em Coimbra 
que não sabem ainda. 
O Turismo é visto como o maior 
motor da Economia. O que tem 
acontecido em Coimbra? 
É um caminho longo.O mercado 
do turismo não se transforma 
num ano ou em dois. Mostrar as 
vantagens desta cidade demora 
e dá trabalho. No entanto, já te-mos 
exemplos de lojas viradas 
para o turismo, que para além 
de estarem a surgir estão a qua-lificar 
a oferta disponível. 
Como é que Coimbra come-mora 
o Dia do Turismo? 
Nós criámos um programa que 
permitirá aos munícipes e a 
quem nos visita celebrarem 
conjuntamente a cidade, desco-brindo 
que temos uma cidade 
fantástica e encantada. Uma ci-dade 
turística tem de ser feita 
com o contributo dos que cá es-tão. 
Uma parte importante deste 
processo é fazer com que os nos-sos 
habitantes gostem da nossa 
cidade, tenham orgulho nela e 
recebam bem quando são cha-mados 
a isso. Por isso, vamos 
celebrar em diversos espaços, 
tempos, lugares, permitindo aos 
que cá estão, de forma gratuita, 
visitarem estes espaços e aos 
que estão de visita, usufruírem 
do programa. Há iniciativas no 
Museu do Chiado, na Casa da 
Escrita, na Casa da Cultura, na 
Casa Miguel Torga, no Museu da 
Queremjos mostrar 
que há uma outra 
cidade de Coimbra 
encantada que vale 
a pena visitar 
Água, nos Paços do Município, 
no Parque Dr. Manuel Braga. 
Que momentos destacaria? 
Há uma série de actividades lú-dicas 
e culturais. Vamos ter hoje 
uma Grande Noite de Fados de 
Coimbra, um evento que agrada 
aos munícipes e aos visitantes. 
Um elemento agregador que 
permite a todos públicos cele-brarem 
conjuntamente. Depois, 
temos a actividade “Odes ao Vi-nho 
em Casa de Torga”, uma 
palestra em volta do tema do Vi-nho 
Roncão, que era o vinho que 
Miguel Torga bebia, com prova 
de vinhos e um especialista a fa-zer 
a ligação entre a obra literária 
de Miguel Torga e o vinho. Va-mos 
ter ainda o espectáculo o 
“Alvazil de Coimbra”, promo-vido 
pela Rede de Castelos e Mu-ralhas 
do Mondego; uma activi-dade 
da Rede de Museus de 
Coimbra. Haverá ainda, ama-nhã, 
a 1.ª Meia Maratona do Pa-trimónio 
e o espectáculo Avesso, 
com Joana Espadinha. Além 
disso, o autocarro Fantástic es-tará 
a circular durante todo o dia 
de forma gratuita, com a novi-dade 
de que vamos ter duas vi-sitas 
nocturnas. Às 20h00 e às 
21h00. É uma outra cidade que 
se vai revelar. 
Que preocupações houve ao 
desenhar este programa? 
O programa é abrangente, foca 
os elementos principais da cul-turas 
e das identidades da nossa 
cidade. Tivemos a preocupação 
de chamar a atenção para pon-tos 
da cidade que, embora lhe 
reconheçamos a importância, 
ficam habitualmente fora dos 
circuitos turísticos mais habi-tuais 
da cidade. Queremos que 
as pessoas da cidade a conhe-çam. 
É sobretudo um programa 
que celebra a cidade, que pro-move 
o facto de ser classificada 
como Património Mundial, mas 
com diversificando os espaços 
para que a experiência turística 
não se concentre no ex-libris e 
o motivo de orgulho da cidade, 
que é a UC. 
Resume, portanto, a estratégia 
do município para o turismo. 
Sem dúvida. Reconhece a im-portância 
incontestável da UC, 
do galardão, mas mostra que há 
mais cidade. A quem a visita e a 
quem cá está, que é o embaixa-dor 
da cidade e só pode receber 
bem se a conhecer. Quem cá 
chega percebe que há mais para 
ver e quando voltar programa 
uma estadia mais longa. O ob-jectivo 
é mostrar que há toda 
uma outra cidade encantada que 
vale a pena visitar. 
“Novo hotel 
dentro de um ano” 
Em Coimbra, que projectos be-neficiarão 
com o novo QCA? 
Ainda está em aberto. Não há 
respostas definitivas. Como foi 
dito pelo senhor presidente, tem 
sido feito um esforço de pressão 
para que haja um fundo para as 
cidades Património Mundial, e 
acho que vamos conseguir. 
Não há fundos para novos ho-téis. 
Coimbra será prejudicada? 
Coimbra talvez venha a precisar 
de novos hotéis daqui a um ano, 
quando o Convento de S. Fran-cisco 
estiver concluído. Neste 
momento, tem 2.500 camas, o 
que me parece suficiente. 
Quando tivermos o centro de 
congressos, será preciso e útil, 
uma unidade, por exemplo, 
mais perto daquela estrutura. Aí 
parece-me que teremos neces-sidade 
de uma nova unidade. 
Celebrar a cidade assinalando o Dia Mundial do Turismo
Tiragem: 9311 
País: Portugal 
Period.: Ocasional 
Âmbito: Regional 
Pág: 7 
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ID: 55904411 27-09-2014 | Turismo Corte: 3 de 3 
Turismo é cada vez mais 
motor da economia local 
Assinala-se hoje o Dia Mundial do Turismo, este ano com o sub-tema do “Desenvolvimento Comunitário”. 
Ouvidos os autarcas da “grande região de Coimbra” é notória a importância deste sector nas políticas 
municipais. Apoio à iniciativa privada, cooperação intermunicipal, tradição, inovação e muita perseverança 
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  • 2. Tiragem: 9311 País: Portugal Period.: Ocasional Âmbito: Regional Pág: 7 Cores: Cor Área: 23,67 x 25,17 cm² ID: 55904411 27-09-2014 | Turismo Corte: 2 de 3 mais valias é que ao fazermos download da aplicação de uma cidade, há um menu que nos su-gere o download das outras. Quanto às potencialidades, é uma outra forma de orientação na cidade. O mapa impresso é útil para alguns segmentos de turistas. Há um novo tipo de tu-rista que não quer saber de ma-teriais impressos, que quer ter tudo no telemóvel. Esta aplica-ção é um complemento impor-tantíssimo para quem chega. Ela define um roteiro conforme o número de horas disponíveis para visitar a cidade. É a melhor forma de conseguir que per-maneçam mais tempo? A aplicação sugere um percurso com base no tempo que temos para estar na cidade. Se nos des-viarmos ou se estivermos a pas-sar perto de um local de inte-resse, ela avisa que, se tivermos tempo, encontraremos outra coisa interessante. Para além disso, junta um mapa com as atracções turísticas, a orientação e agenda cultural. Além de mos-trar o que podemos fazer no temo que temos disponível, mostra-nos o que perdemos. É um mecanismos de sedução para quem nos visita. Para além do lado prático que tem em ter-mos de orientação turística. O que falta para que as pessoas fiquem mais tempo na cidade? Uma fatia importante do tu-rismo em Coimbra é organizado pelos operadores turísticos, à distância, o típico pacote, que a pessoa, no seu país, compra e depois cumpre, em grupo, com itinerário definido. Chegar aos operadores turísticos é difícil. Já lhes perguntei com que regula-ridade alteram os programas e a resposta foi que, desde que funcione, não alteram uma li-nha, a não ser que as vantagens sejam muito evidentes. O que a Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal tem feito nesse sentido é promover “fan trips”, ou seja, trazer ope-radores turísticos, jornalistas estrangeiros, a passar três ou quatro dias em Coimbra para conhecerem novos circuitos. Há também um outro projecto que estamos passo a passo, lenta-mente, mas de forma consis-tente, a avançar, que é o bilhete turístico. Que projecto é esse? É, sobretudo, dirigido ao turista individual.É um bilhete turístico, para 24 ou 48 horas, com preços atractivos, que acreditamos que fará com que as pessoas perma-neçam mais tempo. Tudo isto acompanhado de um bom site, de um bom mapa, bons mate-riais de promoção e divulgação. É um projecto a crescer de forma lenta, mas consistente, e acre-dito que terá grandes resultados. Muito se tem falado na distin-ção da Unesco. Como é que Coimbra está a aproveitá-la para se promover? A distinção já teve repercussões. De Abril a Junho o atendimento nos postos de turismo aumen-tou mais de 20%. É um sinal que as pessoas estão a vir. Há ainda muito trabalho a fazer, para quem está fora, e para quem cá chega, saber que Coimbra é Património Mundial. Esta-mos a trabalhar nas duas frentes em simultâ-neo. A primeira está concluída e é, a si-nalética dos Ca-minhos de San-tiago que, quando cruza com a zona classificada ga-nha o símbolo do Património Mundial. Além disso, estamos a fazer com que toda a sinaléctica que diga “Coimbra Centro” te-nha esse símbolo, dentro do concelho, na auto-estrada, nos IP e IC. Isto é particularmente importante para o chamado tu-rismo “Fly and Drive” que vem de avião, aluga um carro e, em-bora tenha um percurso suge-rido, pode alterá-lo. Ver nas pla-cas uma cidade Património Mundial é um convite à visita. Um título como este é bom, mas não faz milagres. É preciso tra-balhá- lo e promovê-lo. Todos nós devemos divulgá-lo. Se ca-lhar, há pessoas em Coimbra que não sabem ainda. O Turismo é visto como o maior motor da Economia. O que tem acontecido em Coimbra? É um caminho longo.O mercado do turismo não se transforma num ano ou em dois. Mostrar as vantagens desta cidade demora e dá trabalho. No entanto, já te-mos exemplos de lojas viradas para o turismo, que para além de estarem a surgir estão a qua-lificar a oferta disponível. Como é que Coimbra come-mora o Dia do Turismo? Nós criámos um programa que permitirá aos munícipes e a quem nos visita celebrarem conjuntamente a cidade, desco-brindo que temos uma cidade fantástica e encantada. Uma ci-dade turística tem de ser feita com o contributo dos que cá es-tão. Uma parte importante deste processo é fazer com que os nos-sos habitantes gostem da nossa cidade, tenham orgulho nela e recebam bem quando são cha-mados a isso. Por isso, vamos celebrar em diversos espaços, tempos, lugares, permitindo aos que cá estão, de forma gratuita, visitarem estes espaços e aos que estão de visita, usufruírem do programa. Há iniciativas no Museu do Chiado, na Casa da Escrita, na Casa da Cultura, na Casa Miguel Torga, no Museu da Queremjos mostrar que há uma outra cidade de Coimbra encantada que vale a pena visitar Água, nos Paços do Município, no Parque Dr. Manuel Braga. Que momentos destacaria? Há uma série de actividades lú-dicas e culturais. Vamos ter hoje uma Grande Noite de Fados de Coimbra, um evento que agrada aos munícipes e aos visitantes. Um elemento agregador que permite a todos públicos cele-brarem conjuntamente. Depois, temos a actividade “Odes ao Vi-nho em Casa de Torga”, uma palestra em volta do tema do Vi-nho Roncão, que era o vinho que Miguel Torga bebia, com prova de vinhos e um especialista a fa-zer a ligação entre a obra literária de Miguel Torga e o vinho. Va-mos ter ainda o espectáculo o “Alvazil de Coimbra”, promo-vido pela Rede de Castelos e Mu-ralhas do Mondego; uma activi-dade da Rede de Museus de Coimbra. Haverá ainda, ama-nhã, a 1.ª Meia Maratona do Pa-trimónio e o espectáculo Avesso, com Joana Espadinha. Além disso, o autocarro Fantástic es-tará a circular durante todo o dia de forma gratuita, com a novi-dade de que vamos ter duas vi-sitas nocturnas. Às 20h00 e às 21h00. É uma outra cidade que se vai revelar. Que preocupações houve ao desenhar este programa? O programa é abrangente, foca os elementos principais da cul-turas e das identidades da nossa cidade. Tivemos a preocupação de chamar a atenção para pon-tos da cidade que, embora lhe reconheçamos a importância, ficam habitualmente fora dos circuitos turísticos mais habi-tuais da cidade. Queremos que as pessoas da cidade a conhe-çam. É sobretudo um programa que celebra a cidade, que pro-move o facto de ser classificada como Património Mundial, mas com diversificando os espaços para que a experiência turística não se concentre no ex-libris e o motivo de orgulho da cidade, que é a UC. Resume, portanto, a estratégia do município para o turismo. Sem dúvida. Reconhece a im-portância incontestável da UC, do galardão, mas mostra que há mais cidade. A quem a visita e a quem cá está, que é o embaixa-dor da cidade e só pode receber bem se a conhecer. Quem cá chega percebe que há mais para ver e quando voltar programa uma estadia mais longa. O ob-jectivo é mostrar que há toda uma outra cidade encantada que vale a pena visitar. “Novo hotel dentro de um ano” Em Coimbra, que projectos be-neficiarão com o novo QCA? Ainda está em aberto. Não há respostas definitivas. Como foi dito pelo senhor presidente, tem sido feito um esforço de pressão para que haja um fundo para as cidades Património Mundial, e acho que vamos conseguir. Não há fundos para novos ho-téis. Coimbra será prejudicada? Coimbra talvez venha a precisar de novos hotéis daqui a um ano, quando o Convento de S. Fran-cisco estiver concluído. Neste momento, tem 2.500 camas, o que me parece suficiente. Quando tivermos o centro de congressos, será preciso e útil, uma unidade, por exemplo, mais perto daquela estrutura. Aí parece-me que teremos neces-sidade de uma nova unidade. Celebrar a cidade assinalando o Dia Mundial do Turismo
  • 3. Tiragem: 9311 País: Portugal Period.: Ocasional Âmbito: Regional Pág: 7 Cores: Cor Área: 22,93 x 26,14 cm² ID: 55904411 27-09-2014 | Turismo Corte: 3 de 3 Turismo é cada vez mais motor da economia local Assinala-se hoje o Dia Mundial do Turismo, este ano com o sub-tema do “Desenvolvimento Comunitário”. Ouvidos os autarcas da “grande região de Coimbra” é notória a importância deste sector nas políticas municipais. Apoio à iniciativa privada, cooperação intermunicipal, tradição, inovação e muita perseverança são as palavras chave para um futuro próspero.