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EDUCAÇÃO E DIALÉTICA



Prof. Ms. Adnilson José da Silva
A dialética é considerada
                 como a mais elaborada
                   forma de filosofia.



                        Dialética



Do grego dialetiké                           debate




             O debate é a arte da negação.


          Mas, como ocorre a negação dialética?
Heráclito de Éfeso
(aproximadamente 540 a 470 a.C.)


O movimento faz com que as coisas
mudem e, nessa mudança, neguem o
que eram antes (porque deixaram de
sê-lo).


Heráclito ocupava-se da natureza de
todas as coisas (physis).


Uma mesma pessoa nunca toma
banho duas vezes em um mesmo rio.
Isso porque as pessoas mudam como
as águas de um rio.
Sócrates (aproximadamente 470 a 399 a.C.)
                     Em sua maiêutica (forma de diálogo em que
                     há “parturição” de ideias), acrescentava
                     elementos que levavam o seu interlocutor a
                     reelaborar o pensamento. A cada
                     reelaboração, o pensamento já não era mais
                     como antes (negava a forma anterior).
                     Sócrates utilizou a dialética para tratar de
                     contextos políticos.




Platão (aproximadamente 427 a 374 a.C.)


Seguiu o modelo dialético por acréscimo
de seu mestre (Sócrates).
Idade média
A dialética foi utilizada como recurso
filosófico a serviço da fé para refutar
escolas e doutrinas contrárias à igreja.


Santo Agostinho (354 a 430) e São
Tomás de Aquino (1225 a 1274) são
exemplo de pensadores medievais que
exploraram a contradição entre graça
e pecado para combater os infiéis.
A dialética moderna é caracterizada por um
único modelo e por duas perspectivas opostas


     O modelo é o hegeliano, composto por
        TESE / ANTÍTESE / SÍNTESE


             As perspectivas são
          idealismo e materialismo
Georg Wilhelm Friedrich Hegel
(1770 a 1831)


Teorizou o modelo dialético como
dinâmica entre TESE, ANTÍTESE e
SÍNTESE
A dialética se deflagra mediante a
                    dinâmica entre dois elementos,
                  implicando em um terceiro, assim:


                 TESE                         ANTÍTESE



A TESE é uma                                         A ANTÍTESE
situação dada,                                      nega a TESE.
   posta, que
ocupa lugar na
  consciência
como verdade,                SÍNTESE
    crença,
   convicção.
                           A SÍNTESE nega tanto a TESE quanto a
                        ANTÍTESE, e se constitui como a nova situação
                         dada, posta, ocupando lugar na consciência
                           como nova verdade, crença, convicção.
A dialética se caracteriza pela
           continuidade, assim:




TESE                      ANTÍTESE



          SÍNTESE
          TESE                             ANTÍTESE



                         SÍNTESE
                           TESE                           ANTÍTESE



                                         eternamente...
Karl Heinrich Marx (1818 a 1883) e
Friedrich Engels (1820 a 1895)


Estudaram a dialética hegeliana (TESE
/ ANTÍTESE / SÍNTESE), porém a
utilizaram para interpretação da
realidade histórica e econômica.
Com isso teorizaram o materialismo
histórico-dialético.
A dialética MATERIALISTA (Marx e Engels)
               se opõe à dialética IDEALISTA (de Hegel).


    dialética                                         dialética
  IDEALISTA                                        MATERIALISTA
  “(...) a estrutura
      econômica da              ideia
  sociedade é a base
       Hegel                                        Marx e Engels
  real sobre a qual se
        eleva uma
  a dinâmica da
superestrutura jurídica           p                 a dinâmica da
  dialética seedá qual
   e política à                   a                 dialética se dá
     em plano
correspondem formas        =      u                    em plano
      mental
 sociais determinadas             t                    material
    de consciência.”              a
         (MARX)
   tudo ocorre                                       tudo ocorre
 antes em nível                                     antes em nível
                               prática
    mental, de                                         material,
                                social
     ideias, e
   materialismo                                       histórico, e
 somente depois
histórico/dialético                                    somente
     em nível                                         depois, em
     material                                        nível mental
As formas
                                         modernas de
                                         produção da vida
                                         material



                                         NEGARAM




                                         As formas
                                         medievais de
                                         produção da vida
                                         material


As mudanças nos meios de produção (trabalho) acarretaram
mudanças nas formas de pensar e de se organizar
socialmente (Estado, Direito...).
Assim, DIALETICAMENTE:



                  TESE                         ANTÍTESE



 A TESE é uma                                        A ANTÍTESE
 situação dada,                                      nega a TESE.
    posta, que
 ocupa lugar na                                 É a problematização
   consciência                                   proporcionada pela
 como verdade,                SÍNTESE           experiência histórica
     crença,
    convicção.
                            A SÍNTESE nega tanto a TESE quanto a
                         ANTÍTESE, e se constitui como a nova situação
  É a minha
                          dada, posta, ocupando lugar na consciência
prática social
                             como nova prática, verdade, crença,
    inicial
                                          convicção.
                                É a minha NOVA prática social
A dialética prevê uma ascensão epistemológica, ou seja, uma
 evolução no conhecimento proporcionada pelo constante jogo
 de negações.

  SOPHÓI         Aqui a pessoa sabe diferenciar o BEM e o
                 MAL e tem CONHECIMENTO para agir no
 sabedoria
                  mundo sem que ninguém a explora, a
                          engane e a faça sofrer.

 EPISTÉME        Aqui a pessoa consegue entender o que
                acontece no mundo, sem as sombras das
conhecimento   dúvidas e do medo. Entende a si mesma e o
  científico    meio em que vive. Sabe do presente e do
                  passado. Tem melhores condições de
               trabalhar e de apreciar as artes e a cultura.

   DOXA        Aqui a pessoa aprende muita coisa boa, mas
senso comum     ainda está presa a algumas idéias que não
                 correspondem à realidade. Por exemplo:
                 pode ter bom coração, mas acredita em
                  mula-sem-cabeça e deixa que políticos
                          corruptos a enganem.
Vamos rever a ascensão epistemológica, dialeticamente.



  SOPHÓI           Diz respeito às atitudes adotadas pelo
                sujeito, com conhecimento e valores, tendo
 sabedoria
               em vista suas intenções pessoais e políticas.
   RELAÇÃO DE NEGAÇÃO

 EPISTÉME       Compreende o conhecimento científico e
                 cultural acumulado pela humanidade e
conhecimento   ensinados sistematicamente (pela escola).
  científico

    RELAÇÃO DE NEGAÇÃO

   DOXA            Compreende as opiniões aprendidas
senso comum              assistematicamente.
síncrese            análise            síntese

    todo           processo que            todo
   caótico        eu empreendo          cosmético
                        para
realidade que                         realidade que
                   compreender
     não                               compreendo
compreendo,       e apreender a
   que me            realidade
interessa e a
 qual quero
compreender




      A avaliação pedagógica é um trabalho de
             verificação dessa evolução
Em GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia
Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.


    TESE                ANTÍTESE                SÍNTESE

  Prática            Problematização             Prática
Social Inicial                                 Social Final
                   Instrumentalização
                          Catarse

 Condição              Espaço de                  Nova
 provisória           ação didática             condição
                                                provisória
                     Centro da ação
                        dialética


       senso          conhecimento          consciência
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Educação e Dialética

  • 1. EDUCAÇÃO E DIALÉTICA Prof. Ms. Adnilson José da Silva
  • 2. A dialética é considerada como a mais elaborada forma de filosofia. Dialética Do grego dialetiké debate O debate é a arte da negação. Mas, como ocorre a negação dialética?
  • 3. Heráclito de Éfeso (aproximadamente 540 a 470 a.C.) O movimento faz com que as coisas mudem e, nessa mudança, neguem o que eram antes (porque deixaram de sê-lo). Heráclito ocupava-se da natureza de todas as coisas (physis). Uma mesma pessoa nunca toma banho duas vezes em um mesmo rio. Isso porque as pessoas mudam como as águas de um rio.
  • 4. Sócrates (aproximadamente 470 a 399 a.C.) Em sua maiêutica (forma de diálogo em que há “parturição” de ideias), acrescentava elementos que levavam o seu interlocutor a reelaborar o pensamento. A cada reelaboração, o pensamento já não era mais como antes (negava a forma anterior). Sócrates utilizou a dialética para tratar de contextos políticos. Platão (aproximadamente 427 a 374 a.C.) Seguiu o modelo dialético por acréscimo de seu mestre (Sócrates).
  • 5. Idade média A dialética foi utilizada como recurso filosófico a serviço da fé para refutar escolas e doutrinas contrárias à igreja. Santo Agostinho (354 a 430) e São Tomás de Aquino (1225 a 1274) são exemplo de pensadores medievais que exploraram a contradição entre graça e pecado para combater os infiéis.
  • 6. A dialética moderna é caracterizada por um único modelo e por duas perspectivas opostas O modelo é o hegeliano, composto por TESE / ANTÍTESE / SÍNTESE As perspectivas são idealismo e materialismo
  • 7. Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 a 1831) Teorizou o modelo dialético como dinâmica entre TESE, ANTÍTESE e SÍNTESE
  • 8. A dialética se deflagra mediante a dinâmica entre dois elementos, implicando em um terceiro, assim: TESE ANTÍTESE A TESE é uma A ANTÍTESE situação dada, nega a TESE. posta, que ocupa lugar na consciência como verdade, SÍNTESE crença, convicção. A SÍNTESE nega tanto a TESE quanto a ANTÍTESE, e se constitui como a nova situação dada, posta, ocupando lugar na consciência como nova verdade, crença, convicção.
  • 9. A dialética se caracteriza pela continuidade, assim: TESE ANTÍTESE SÍNTESE TESE ANTÍTESE SÍNTESE TESE ANTÍTESE eternamente...
  • 10. Karl Heinrich Marx (1818 a 1883) e Friedrich Engels (1820 a 1895) Estudaram a dialética hegeliana (TESE / ANTÍTESE / SÍNTESE), porém a utilizaram para interpretação da realidade histórica e econômica. Com isso teorizaram o materialismo histórico-dialético.
  • 11. A dialética MATERIALISTA (Marx e Engels) se opõe à dialética IDEALISTA (de Hegel). dialética dialética IDEALISTA MATERIALISTA “(...) a estrutura econômica da ideia sociedade é a base Hegel Marx e Engels real sobre a qual se eleva uma a dinâmica da superestrutura jurídica p a dinâmica da dialética seedá qual e política à a dialética se dá em plano correspondem formas = u em plano mental sociais determinadas t material de consciência.” a (MARX) tudo ocorre tudo ocorre antes em nível antes em nível prática mental, de material, social ideias, e materialismo histórico, e somente depois histórico/dialético somente em nível depois, em material nível mental
  • 12. As formas modernas de produção da vida material NEGARAM As formas medievais de produção da vida material As mudanças nos meios de produção (trabalho) acarretaram mudanças nas formas de pensar e de se organizar socialmente (Estado, Direito...).
  • 13. Assim, DIALETICAMENTE: TESE ANTÍTESE A TESE é uma A ANTÍTESE situação dada, nega a TESE. posta, que ocupa lugar na É a problematização consciência proporcionada pela como verdade, SÍNTESE experiência histórica crença, convicção. A SÍNTESE nega tanto a TESE quanto a ANTÍTESE, e se constitui como a nova situação É a minha dada, posta, ocupando lugar na consciência prática social como nova prática, verdade, crença, inicial convicção. É a minha NOVA prática social
  • 14. A dialética prevê uma ascensão epistemológica, ou seja, uma evolução no conhecimento proporcionada pelo constante jogo de negações. SOPHÓI Aqui a pessoa sabe diferenciar o BEM e o MAL e tem CONHECIMENTO para agir no sabedoria mundo sem que ninguém a explora, a engane e a faça sofrer. EPISTÉME Aqui a pessoa consegue entender o que acontece no mundo, sem as sombras das conhecimento dúvidas e do medo. Entende a si mesma e o científico meio em que vive. Sabe do presente e do passado. Tem melhores condições de trabalhar e de apreciar as artes e a cultura. DOXA Aqui a pessoa aprende muita coisa boa, mas senso comum ainda está presa a algumas idéias que não correspondem à realidade. Por exemplo: pode ter bom coração, mas acredita em mula-sem-cabeça e deixa que políticos corruptos a enganem.
  • 15. Vamos rever a ascensão epistemológica, dialeticamente. SOPHÓI Diz respeito às atitudes adotadas pelo sujeito, com conhecimento e valores, tendo sabedoria em vista suas intenções pessoais e políticas. RELAÇÃO DE NEGAÇÃO EPISTÉME Compreende o conhecimento científico e cultural acumulado pela humanidade e conhecimento ensinados sistematicamente (pela escola). científico RELAÇÃO DE NEGAÇÃO DOXA Compreende as opiniões aprendidas senso comum assistematicamente.
  • 16. síncrese análise síntese todo processo que todo caótico eu empreendo cosmético para realidade que realidade que compreender não compreendo compreendo, e apreender a que me realidade interessa e a qual quero compreender A avaliação pedagógica é um trabalho de verificação dessa evolução
  • 17. Em GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. TESE ANTÍTESE SÍNTESE Prática Problematização Prática Social Inicial Social Final Instrumentalização Catarse Condição Espaço de Nova provisória ação didática condição provisória Centro da ação dialética senso conhecimento consciência comum científico filosófica