2. CONHECENDO O LITORAL
BRASILEIRO
Devido ao lucrativo comércio
com as Índias, o rei de Portugal
não procurou povoar a nova
terra. Limitaram-se a enviar
expedições para conhecer o
litoral e investigar se havia
metais preciosos, eram as
expedições exploradoras.
1ª. Expedição: 1501-1502 – foi
comandada por Gaspar de
Lemos, que percorreu o litoral e
deu nomes a vários acidentes
geográficos.
Veio
consigo
Américo
Vespúcio,
que
constatou a
3. existência de grande quantidade de pau-brasil, em longas
faixas do litoral brasileiro.
2ª. Expedição: 1503-1504 – comandada por Américo
Vespúcio, que fundou a 1ª. Feitoria (espécie de armazém
onde era guardado o pau-brasil que os índios cortavam
para os portugueses) no Brasil em Cabo Frio (atual Rio de
Janeiro).
Trouxeram também um grupo de comerciantes
interessados na exploração comercial do paubrasil, através de um contrato com o rei de
Portugal, sendo conhecidos como “brasileiros”.
Pelo contrato de comercialização da madeira, os
comerciantes ficavam obrigados a pagar certa importância
ao rei pela madeira extraída.
O mais importante comerciante era Fernão de Noronha.
4. AS EXPEDIÇÕES GUARDA-COSTAS
A exploração do pau-brasil não deu origem a estabelecimentos fixos
ou povoados.
Foram construídas algumas feitorias em trechos do litoral onde a
madeira era mais abundante que serviam para defesa contra os
concorrentes e para o depósito da própria mercadoria.
A concorrência entre portugueses e franceses pela madeira levou o rei
de Portugal D. João III fazer uma série de reclamações à França, sem
resultados, enviou uma expedição denominada guarda-costas.
A expedição chegou em 1526, comandada por Cristóvão Jacques para
afastar os franceses, essa expedição perseguiu e afundou alguns
navios franceses, prendeu e matou tripulantes sobreviventes que não
conseguiram fugir.
Apesar das violências cometidas pela expedição portuguesa, os
franceses continuaram com sua exploração na costa brasileira.
5. EXPEDIÇÕES COLONIZADORAS
A partir de 1530, em
consequencia da redução do
comércio com o Oriente e do
temor
de
perder
o
Brasil,
Portugal
decidiu
colonizar a nova terra, apesar
das dificuldades.
Para dar início a essa empresa
colonizadora, foi organizada
uma expedição comandada por
Martim Afonso de Sousa, em
1530.
Seus principais objetivos eram:
6. Percorrer o litoral e, quando julgasse necessário explorar o interior
em busca de ouro e prata;
Expulsar os franceses que fossem encontrados;
Organizar núcleos de povoamento e defesa;
Aumentar o domínio português até o rio da Prata, abrangendo
terras que não pertenciam a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas.
Em 1532, Martim Afonso de Sousa fundou no litoral do atual
estado de São Paulo, São Vicente, a 1ª. Vila do Brasil.
Depois subiu a Serra do Mar e, com o auxílio de João
Ramalho, fundou uma vila no Planalto de Piratininga, a vila de
Santo André, no atual estado de São Paulo.
Martim Afonso distribuiu terras a colonos chamados de
sesmarias, construiu casas, elaborou leis, estimulou o cultivo da
cana-de-açúcar e a criação de gado na colônia.
Ele retornou a Portugal em 1533, devido aos trabalhos realizados
aqui, sua expedição é considerada o marco inicial da colonização
do Brasil.
7. A ADMINISTRAÇÃO DO BRASIL COLONIAL
1- AS CAPITANIAS
HEREDITÁRIAS
o O rei de Portugal tentou aplicar uma
experiência que dera bons resultados
nas ilhas do Atlântico.
o Em 1534, a costa brasileira foi
dividida em 15 lotes com largura entre
200 e 500 km, estendendo-se do
litoral até o Tratado de Tordesilhas,
chamadas de capitanias
hereditárias.
o Foram assim chamadas pois
passariam dos donatários aos seus
herdeiros.
o O governo entrava com a doação da
terra e os gastos exigidos pela
colonização ficavam inteiramente por
conta do donatário, e suas principais
tarefas eram:
8. Fundar vilas e cidades;
Desenvolver a lavoura de cana-de-açúcar e a criação de gado;
Proteger os colonos dos ataques dos índios ou de estrangeiros.
O donatário tinha todo o poder dentro de sua capitania. Eles
aplicavam as leis aos colonos e índios, podendo condená-los à morte.
O donatário tinha direitos. Vejamos alguns:
Distribuir terras aos colonos, as sesmarias;
Cobrar impostos e podiam ficar com 20% dos lucros do comércio do
pau-brasil.
Escravizar os índios.
Esse sistema beneficiava o governo português e os donatários
não conseguiam recuperar nem mesmo o dinheiro aplicava.
Portanto não deu os resultados esperados, somente duas
capitanias prosperaram, sendo elas, Pernambuco e São Vicente
devido ao cultivo da cana e da criação de gado e a ajuda de Brás
Cubas, fundador da cidade de Santos e de João Ramalho que já vivia
entre os índios antes da chegada dos portugueses.
9. Causas do fracasso das
capitanias
As capitanias eram muito isoladas, nos momentos de
dificuldades os donatários não tinham como pedir
auxílio ao rei ou aos outros donatários;
Os índios revoltados contra a escravidão, atacavam
constantemente os colonos;
Falta de recursos dos donatários para investimentos;
10. 02. O GOVERNO-GERAL
Para resolver o problema do isolamento, o rei de Portugal criou o
governo-geral em 1548, com o objetivo de centralizar a defesa do
território e a administração geral da colônia com sede na capitania da
Baía de Todos os Santos, que para isso, foi comprada dos herdeiros do
donatário, que já havia falecido.
As principais funções do governador eram:
Nomear funcionários para as capitanias;
Incentivar a lavoura canavieira;
Estimular a procura de metais preciosos;
Ajudar os donatários a resolver os problemas surgidos em suas
capitanias.
Eles eram auxiliados pelo ouvidor-mor, encarregado da justiça; o
capitão-mor, que cuidava da defesa e o provedor-mor, responsável
pelas finanças e pela cobrança dos impostos.
11. Tomé de Souza :
Chegou em 1549 e trouxe consigo
os primeiros jesuítas com a função
de catequizar os índios, fundou
Salvador,
a
1ª.
Cidade
brasileira, onde instalou seu
governo.
Criou o 1º. Bispado do Brasil;
nomeou novos funcionários;
Distribuiu novas sesmarias, trouxe
gado das ilhas de Cabo Verde e
mandou construir engenhos de
açúcar.
Em 1553, retornou a Portugal.
12. Duarte da Costa
Seu governo não obteve sucesso, por
vários motivos:
Houve muitas lutas entre os colonos e os
índios, pois os colonos tentavam
escravizar os índios e estes se revoltavam.
O governador não conseguia impor sua
autoridade, houve desentendimentos entre
ele e o bispo D.Pero Fernandes Sardinha.
Invasão dos franceses na Baía de
Guanabara onde fundaram em 1555, uma
pequena colônia, a França Antártica, o
governador chegou ao final do mandato
sem conseguir expulsá-los.
Em seu governo os padres José de
Anchieta e Manuel da Nóbrega fundaram
na capitania de São Paulo, uma escola
simples com o nome de Colégio São
Paulo, que a seu redor formou-se a cidade
de São Paulo.
13. Mem de Sá – 1558 a 1572
Em seus 14 anos de governo, ele
conseguiu
resolver
os
principais
problemas deixados pelo governo
anterior. Os fatos mais importantes
foram:
Expulsão dos franceses do Rio de
Janeiro em 1567 com o auxílio de seu
sobrinho Estácio de Sá;
Fundação da cidade de São Sebastião
do Rio de Janeiro, em 1565, durante as
lutas para expulsar os franceses da Baía
de Guanabara;
Apoio ao trabalho de catequese dos
jesuítas junto aos índios.
Em 1572, Mem de Sá pediu seu
retorno a Portugal e D. Sebastião
mandou Dom Luís de Vasconcelos que
foi morto por piratas franceses antes de
chegar ao Brasil.
14. A administração das vilas e
cidades
As vilas, as cidades e toda a zona rural eram
administradas pelas câmaras municipais. Elas eram
compostas por:
Um juiz-presidente, que podia ser eleito ou nomeado pelo
rei que além de presidir a Câmara, realizava julgamentos e
resolvia conflitos entre os habitantes;
Quatro oficiais: três vereadores e um procurador.
Só votavam os homens bons, que eram os
proprietários de terras e de escravos.
Dessa forma eles impediam que pessoas de outras
atividades participassem das Câmaras Municipais, e isso
gerava conflitos entre os proprietários e os comerciantes.
15. ECONOMIA NO BRASIL COLONIAL
01- O PAU-BRASIL
A extração da madeira
era
bastante rudimentar, trazendo como
consequencia a destruição das
matas nativas. Observe no mapa
ao lado.
A extração era feita com o auxílio
dos índios que cortavam as árvores
e traziam até os navios em troca de
alguns objetos de pouco valor como
espelhos, machados, facas, peças
de tecidos.
A exploração do pau-brasil não
deu origem a povoados ou vilas.
16. 02- A CANA-DE-AÇÚCAR
o
o
o
o
Por que plantar cana?
Era um produto muito caro e
procurado na Europa;
As condições das terras
litorâneas nordestinas eram
excelentes para o cultivo
como: clima quente, chuvas
abundantes e o solo massapé;
Os portugueses já possuíam
experiência no cultivo e na
técnica da fabricação do
açúcar nas ilhas do Atlântico;
Parceria com os holandeses
para resolver o problema
financeiro para o investimento.
17. 03- ECONOMIA COMPLEMENTAR
o Mandioca: era o principal alimento da população, mas sua
produção era bem menor do que o necessário. Com ela fazia-se
farinha-de-pau, alimento diário dos escravos dos engenhos e colonos
pobres.
o Fumo: desenvolveu-se no litoral da Bahia e Alagoas, foi um produto
que teve grande aceitação na Europa e era usado para comparar
escravos na África.
o Algodão: já era conhecido dos índios brasileiros e na época da
lavoura açucareira era usado na fabricação de pano grosseiro, usado
para fazer roupas para os escravos e sacarias.
o Gado: foi importante desde os primeiros tempos da colonização.
Além de fornecer carne, o boi era usado para mover os engenhos e
para transportar o açúcar até o porto.
Com a proibição do gado no litoral, ele penetrou no interior povoandoo.
Nessas fazendas quase não se utilizava o trabalho escravo.
18. 04.Mineração:
Com a descoberta das jazidas em 1693 e
1694, houve uma verdadeira corrida do ouro, muitas brigas e guerras.
Diante dos fatos, a Coroa passou a intervir e organizar as regiões
mineradoras.
Qualquer pessoa podia explorar desde que comunicasse as
autoridades locais, aí ele escolhia a sua data e as outras eram
leiloadas pela Coroa. A mão-de-obra utilizada era escrava.
As minas maiores eram as lavras e as menores sem muitas
perspectivas de produção eram exploradas pelos faiscadores.
Pela exploração a coroa cobrava um imposto chamado quinto.
Para acabar com o crescente contrabando a Coroa criou as Casas de
Fundição, local onde todo o ouro encontrado deveria ser
entregue, transformado em barras e acrescentado o selo real. Essa
atitude da Coroa vai causar inúmeras revoltas na região mineradora.
Com a decadência das minas, o governo impôs a derrama para
completar os 1.500 quilos de ouro que seriam enviados para
Portugal, fato este que gerou revoltas culminando com a
Inconfidência Mineira.
19. A mão-de-obra utilizada na região das minas era escrava africana,
mas havia uma possibilidade muito grande de um escravo tornar-se
livre, pois muitos senhores fixavam o preço da liberdade e se ele
conseguisse juntar a quantia comprava a liberdade. Por isso nas
horas de folga, ia catar ouro nas faisqueiras, outra maneira era
esconder e guardar para ele mesmo uma parte do ouro que catava
para o senhor.
Uma vez livres, muitos tornaram-se sapateiros, joalheiros, ferreiros,
carpinteiros, etc.
PARA ONDE FOI O OURO ENCONTRADO NO BRASIL?
Trouxe muita riqueza para Portugal, mas quem mais beneficiou foi a
Inglaterra.
A parte que ficou no Brasil foi usado para fabricar jóias, ornamentar
igrejas, comprar móveis, roupas, perfumes e objetos de luxo que as
famílias ricas utilizavam.
Uma boa porção foi para Portugal na forma de impostos.
Outra parte foi para a Inglaterra para pagar os produtos
industrializados importados por Portugal.
20. A SOCIEDADE COLONIAL
Sociedade Açucareira
Os dois grupos mais importantes eram o dos
senhores de engenho e dos escravos.
Não havia mobilidade social.
A terra era a base de riqueza e poder.
Os senhores procuravam explorar ao máximo o
trabalho do escravo, e estes resistiam fugindo,
matando feitores ou se suicidando
21. Sociedade Mineradora
Ao contrário da açucareira, a sociedade
mineradora era urbana.
Havia a possibilidade de mudança social;
Surgiram profissões urbanas: artesão, funcionário
público, o tropeiro, o comerciante, que constituíram
um grupo de classe média entre a que dominava –
a dos mineradores – e a dominada -a dos escravos.